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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

“O Clã”, de Pablo Trapero (2015)



Vi recentemente um filme muito apropriado para estes tempos de protestos e pedidos (alucinados) pela volta da ditadura: "O Clã", do cineasta argentino Pablo Trapero – que fez "Abutres" e "Elefante Branco", duas outras pauladas. Na década de 80, em pleno Governo Galtieri, a família Puccio, liderada pelo patriarca Arquimedes, se constitui numa espécie de poder paralelo dentro da repressão militar, sequestrando e matando. O roteiro do diretor joga com passado e presente e contrapõe as imagens do filho Alex, um jogador bem-sucedido de rúgbi, com os sequestros de gente rica e de desafetos do poder militar. Além disso, o diretor se utiliza de canções pop de grupos como The KinksCreedence Clearwater Revival e Seru Girán para criar um clima incômodo, pois as músicas são ensolaradas e alegres e o que se vê na tela é porrada pura.

A insuspeita família Puccio.
A expressão impassível do ator que interpreta o patriarca Puccio, Guillermo Francella, assusta o público pela frieza com que ele planeja e executa seus planos de sequestros e mortes das suas vítimas. É interessante ressaltar que toda a família está envolvida nestas atividades ilegais e paralelas, seja o filho Alex, que participa diretamente dos sequestros ou as filhas, que fazem de conta que não ouvem os gritos vindos do sótão macabro.

"O Clã" é mais uma prova da teoria de que o cinema argentino é o melhor feito em toda a América Latina e que a cinematografia brasileira tem muito a aprender em termos de abordagem, roteiro e mise-en-scène. Recomendado a toda esta turminha que fala na "volta da ditadura" sem imaginar a imbecilidade deste pedido. Recomendo também a todos aqueles que gostam de cinema. Um dos melhores do ano, sem dúvida alguma.

trailer - "O Clã"





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