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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Presentes

"DEMONS" de Lamberto Bava (1985)

Em uma brevísima visita do meu irmão que mora em Porto Alegre, ao Rio de Janeiro, recebi dele de presente alguns filmes em DVD. Havia pedido que me conseguisse o filme “Demons”, um terror italiano produzido por Dario Argento e dirigido por Lamberto Bava, do qual sempre gostamos mas depois de termos visto uma vez, alugado em VHS, nunca mais havíamos encontrado. É bem Dario Argento mesmo. Pessoas convidadas a uma sessão de cinema ficam presas lá e por conta de uma máscara antiga vão se transformando em zumbis e devorando uns aos outros, transformando assim os outros em mortos vivos. Ótimo pelas nojeiras, mortes, zumbis e também pelas metáforas (por incrível que possa parecer) sempre presentes nos filmes do mestre Argento, ainda que não dirigido por ele, mas certamente na linha de frente do trabalho. Obra de arte gore!



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"FOME ANIMAL" de Peter Jackson (1992)

Outro dos presentes foi "Fome Animal” ("Braindead") , que, por mais incrível que possa parecer, é de Peter Jackson, diretor da “Trilogia dos Anéis” e “King Kong (2005)”, mas que aqui é lixo puro na sua MELHOR forma. Um terrir podre cheio de brutalidades, sadismo, mortos-vivos, piadas infames e sangue jorrando à reviria. Imperdível pra quem curte o gênero!







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"THRILLER - A CRUEL PICTURE" de Boa Arne Vibenius (1974)

Mas o melhor e mais inesperado dos presentes foi “Thriller – A Cruel Picture” , que em princípio, pelo título, julguei tratar-se mais ou menos da mesma coisa, mas que soube depois ser algo assim como um predecessor de “Kill Bill”, por assim dizer. Aquela coisa toda de uma mulher mortal, vingança, artes marciais já poderia ser suficiente para associar as duas obras, mas some-se a isso o tapa-olho que a protagonista usa, a roupa amarela, o duelo, os sons repetitivos e perturbadores em várias cenas, e saberemos de onde, mais uma vez, Tarantino chupou algumas cenas e inspirações para realizar sua obra de dois volumes. (No que não há problemas algum, pois provavelmente ele assumiria).
O lance todo é que uma garota que não fala devido ao trauma devido a um estupro na infância, trabalha numa fazenda e um dia, após perder um ônibus, inocentemente pega carona com um sujeito que acaba levando-a para a casa dele, a droga, a vicia em heroína e a mantém dependente disso e fazendo assim com que ela se prostitua para sustentar o vício forçado. Só que, depois de muito, indignada pelas humilhações dos clientes impostos, pela morte de seus pais provocada pelo gigolô e pela morte de uma amiga que fez no prostíbulo, guarda dinheiro para pagar treinamentos em luta, tiro e direção que faz em seus momentos de folga, já planejando sua cruel vingança.
O filme tem problemas de roteiro em determinados momentos, cenas dispensáveis como as de sexo explícito, atuações péssimas de atores semi-amadores, mas as cenas de luta e tiroteio são absolutamente fantásticas com um super câmera lenta que confere uma intensidade toda especial a estas cenas.
Outra cena fantástica pelo grotesco, repugnante e pelo realismo é a que o homem que a raptou , insatisfeito com o tratamento que ela dera a um cliente, vaza-lhe o olho com um bisturi, o que é mostrado claramente e sem cortes. O segredo da cena? Foi filmada com um cadáver. E, a própósito: lâmina no olho não lembra alguma coisa? "Um Cão Andaluz" talvez? (foto ao lado)
Pois é. Esse é o barato de um filme como este. Ao mesmo tempo que consegue ser genial, ter referências tão significativas como Buñuel, servir de referência para a posteridade, e ser em determinados momentos tão tolo, tão mal-acabado, tão tosco. É exatamente  esse o charme do cinema trash, do underground, do filme B. Por estas coisas que gostamos de filmes que são muito ruins mas são muito bons e "Thriller" é um destes. Mas neste caso acho que prevalece o muito bom.
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Em tempo, obrigado, Dã!
Adorei os filmes.


Cly Reis