Curta no Facebook

Mostrando postagens com marcador Jacques Audiard. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jacques Audiard. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 5 de abril de 2016

"Dheepan - O Refúgio", de Jacques Audiard (2015)



Muito interessante você observar como funciona a adaptação dos imigrantes do oriente médio na Europa. "Deephan - O Refúgio" é muito bem realizado, bem atuado, consegue passar os seus questionamentos mas, me desculpem os fãs do filme, ele "não é essa 'Coca-Cola' toda". Não é ruim, muito pelo contrário, mas parece que diretor exagerou um pouco no momento de clímax.
Dheepan, Yalini e a pequena Illayaal assumem identidades falsas para fugir do Sri Lanka, seu país natal, que está em guerra. Eles não se conhecem e precisam conviver como se fossem uma família verdadeira ao chegar na França. Sem conhecer a língua local, Dheepan consegue emprego como zelador em um condomínio de classe baixa, enquanto que Yalini passa a trabalhar como empregada doméstica de um idoso com problemas de saúde.
A difícil vida em um novo país (mundo).
Essa cena é uma das minhas favoritas.
A obra começa muito bem, as cenas inicias de introdução dos personagens são ótimas, eles tentando se encaixar na sociedade francesa tudo isso é muito bom, mas ele tem um problema no ritmo. A questão da violência vinha sendo trabalhada muito bem mas de repente desemboca numa sequência final ultraviolenta que, apesar de muito bem feita, para mim, Vagner, não cabia ali, pois acabou destoando de tudo o que o filme vinha sendo até então. Bom, não tanto assim. Um pouco.
A verdade que os atores principais conseguem passar é grande, embora Jesuthasan Antonythasan como Dheepan seja o mais "travado" do trio que compõem a "família". Todos funcionam muito bem, parece que que o relacionamento deles vai engrenar, de repente acontece algo voltam a ser apenas conhecidos. Também achei interessante como o filme mostra como a violência das grandes cidades não é tão diferente de uma guerra.
Da guerra para a periferia.
Toda a brutalidade que os refugiados sofrem está no filme, como são colocados nos países que os recebem, como são jogados a margem da sociedade. Se por um lado o filme fica confuso com a suas mudanças de ritmo, por outro, essa mudança serve para mostrar como a realidade é dura e violenta, e como deviria ser, cheia de amor e esperança. Complicado? Sim, mas se o espectador entrar na onda do diretor consegue perceber essa tentativa de mostrar como é quase impossível os refugiados ganharem uma segunda chance de verdade de ter uma nova vida longe dos horrores que lembrem a guerra. Tanto que os momentos mais felizes do filme, eu fiquei na dúvida se estavam realmente estavam acontecendo ou eram um sonho, um delírio. Depois de tudo que acabara de ver seria possível aquela felicidade toda? É realmente triste chegar a essa conclusão, que a felicidade por mais que esteja em coisas simples chegue a parecer utópica. Mas infelizmente é uma realidade.