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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

"Ataque dos Cães" , de Jane Campion (2021)

 

Deu pra ti, John Wayne
por Daniel Rodrigues

Jane Campion é uma cineasta que, mais do que somente pela qualidade de seus filmes, é por si só uma figura marcante para a história do cinema. Além de ser a segunda entre cinco mulheres nomeadas para o Oscar de Melhor Direção, foi a primeira cineasta feminina da história a receber a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes por seu marcante “O Piano”, em 1993. Mas é fato também que, guardada sua importância representativa, a talentosa diretora neozelandesa acumula bons feitos e outros nem tanto. Porém, invariavelmente voltados à visão da mulher no cinema. Desde seu primeiro e referencial “Um Anjo em Minha Mesa” (1990), que retrata a sofrida vida real da escritora Janet Frame, passando pelo inconsistente “Em Carne Viva” (2003) ou em seu celebrado “O Piano”, um dos melhores filmes dos anos 90, a figura feminina é sempre desafiada a situações as quais só mesmo uma mulher para expressar. Em “Ataque dos Cães”, seu novo filme, curiosamente, no entanto, este “lugar de fala” se desloca, visto que não é a personagem feminina quem o protagoniza. Aliás, não há um único protagonista, e isso talvez seja justamente o grande trunfo da produção, que põe Campion novamente na mira do Oscar com o filme com mais indicações em 2022, doze. Mas o longa a leva a se destacar mais uma vez, porém agora por um outro mérito, que é o de inscrever a obra numa importante ressignificação do tão simbólico - e questionável - gênero faroeste.

“Ataque...” se passa numa rústica Montana dos anos 20 em que os irmãos Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons) possuem uma das maiores fazendas da região. Quando George se casa em segredo com a viúva Rose (Kirsten Dunst), dona de uma pequena pensão em que vive com o sensível filho Peter (Kodi Smit-McPhee), a cumplicidade familiar entra em jogo. Phil, de postura rígida e sedutora, faz o possível para atrapalhar a vida de Rose e de Peter, a quem ele cria certa obsessão. Apoiado pelos vaqueiros em suas zombarias, ele não pretende parar até criar conflitos maiores. No entanto, a investida do caubói leva a rumos inesperados – principalmente, para ele próprio.

A trama, construída em capítulos – o que dá ao filme um caráter autoral a exemplo do que fizeram com propriedade Kubrick, Godard e Tarantino – vale-se dos conceitos não só da feminilidade, mas também de masculinidade e da homossexualidade para dissolver mitologias e criticar estereótipos. Em uma sociedade bruta como a do Velho Oeste dos Estados Unidos, em que os instintos se sobrepõem, principalmente a tudo que for de natureza sensível e “feminina”, Campion põe em xeque a macheza do famoso homem “durão”, bem como subjetiva a fraqueza do homossexual e, realista, não inventa nenhuma falsa imagem de uma mulher forte e corajosa diante de uma condição social irrespirável. Tempos antigos, inspirações atuais.

trailer de "Ataque dos Cães"

O longa, embora não seja genial, é muito bem engendrado, uma vez que sabe dispor os elementos narrativos econômica e gradativamente, o que mantém a atenção do espectador que venceu os primeiros 20 minutos de história e diálogos naturalmente (e propositalmente) ainda vagos. Alguns méritos são evidentes. Faroeste sem um disparo de pistola sequer, o filme consegue manter a sensação de tensão quase permanentemente – seja pelo temperamento explosivo de Phil, pela iminência da doença dos animais ou pelo mistério que as montanhas do extremo Norte dos Estados Unidos guardam. O elemento sonoro-musical é outro ponto bem tratado, quase uma chave que liga dois mundos, o selvagem e o desenvolvido, isso tanto na trilha sonora invariavelmente dissonante, assinada pelo Radiohead Jonny Greenwood, quanto nas músicas incidentais. 

Fica claro que não é por acaso que Jane escolheu o faroeste como metáfora para refletir ideologicamente a sociedade atual. Embora não seja novidade a tentativa de Hollywood de mostrar que os brutos também amam, é inegável que o gênero mais yankee do cinema representa em boa medida a ideologia que os Estados Unidos vendem ao mundo, arraigado em boa parte em concepções machistas e patriarcais. Isso explica porque o western, enquanto símbolo cultural e hipérbole dessa ideologia, tenha perdido o passo ao galopar paralela e anacronicamente com o desenvolvimento sociocultural de sua nação. Neste processo, sofreu um considerável desgaste ao longo das décadas até quase sumir das telas nos anos 80-90, salvo por um clássico temporão, "Os Imperdoáveis", de Clint Eastwood (1992) . Hoje, sua revitalização só poderia vir em forma de crítica. O protagonismo de um caubói negro na refilmagem de "Sete Homens e Um Destino" (Fuqua, 2016), a descrença na natureza humana de “A Balada de Buster Scruggs” (irmãos Coen, 2018) e a feminização do herói valentão de “Cry Macho” (Eastwood, 2021) juntam-se a “Ataque...” nessa tendência de um olhar racional e reflexivo sobre a sociedade e seus padrões. O rei está nu e não se fazem mais John Wayne como antigamente. Ainda bem.

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Cão que ladra forte
por Cly Reis

Tenho que admitir que tinha um certo preconceito quanto a filmes dirigidos por mulheres. Jane Campion era uma exceção. Desde o primeiro momento, com seu brilhante "O Piano", vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 1995, a diretora neozelandesa conquistou meu respeito e admiração. Agora, quando soube que seu novo filme, "Ataque dos Cães" era um faroeste fiquei bastante intrigado sobre como funcionaria um gênero tão rústico e pesado nas tão delicadas e talentosas mãos desta diretora. Certamente não poderia se tratar de um western convencional. E, efetivamente, não o é. Além de não ser exatamente um faroeste dentro dos moldes tradicionais, nem a época é exatamente a dos conflitos mais brutais e ignóbeis do oeste americano como duelos, assaltos a diligências ou corrida por ouro. "Ataque dos Cães" se passa no final dessa era sem lei, é o início da "civilização", onde há vaqueiros, há revolveres, há cavalos, mas também há  homens de terno que administram as fazendas, a caneta muitas vezes resolve mais do que a bala e o automóvel começa a dividir espaço  com as montarias, sinalizando um novo tempo.

Essa situação histórica não é em vão, não é por acaso. O faroeste de Jane Campion, adaptado do romance do escritor Tomas Savage, é estrategicamente situado nesse recorte histórico de modo a sinalizar para um novo momento no qual não há mais espaço para homens que resolvem tudo na bala. Um novo homem aparece. Na verdade sempre esteve lá, mas agora quer sair. Esse é o conflito que se estabelece em um dos protagonistas, Phil Burbank (Benedict Cumberbatch), um típico vaqueiro, rústico de maus modos e pose de machão, que, além de desaprovar a civilidade do irmão, George, homem do campo como ele, porém mais adaptado aos novos tempos e administrador dos negócio da família, briga contra si mesmo por sentimentos íntimos que, contra sua vontade, o tornam frágil, vulnerável e fazem aflorar coisas que reluta em assumir. O conflito interior se acentua quando Phil tem contato com Peter
Cumberbatch e Smth-McPhee: faroeste com requintes
de um drama sensível e perspicaz
(Kodi Smth-McPhee), filho de uma estalajadeira, Rose (Kirsten Dunst), que, para seu desgosto, cai nas graças do irmão que a pede em casamento. O jovem é sensível, talentoso, emotivo e a percepção dessas qualidades por parte do cowboy fazem com que, incapaz de lidar com sua sexualidade, nutra pelo rapaz uma séria antipatia. Por extensão à repulsa pelo garoto, e também por "roubar" seu irmão e pelo fato de, na sua visão, enfraquecer os valores de homem do campo, Phil rejeita a nova cunhada destratando-a, a fazendo sentir-se uma estranha mesmo dentro da própria casa. O filho, o jovem Peter, que não havia ido morar com o casal, num primeiro momento, aproveita o recesso das aulas para passar uma temporada em companhia da mãe em seu novo lar, dando a ela um pouco de conforto naquele território hostil. No entanto, o que era para ser algo positivo acaba sendo mais uma dor de cabeça  para Rose quando o cunhado, seu desafeto, por incrível  que pareça, acaba se aproximando de seu filho, em parte por implicância, por provocação, mas em parte, também, por ver no rapaz algo parecido consigo e, nessa proximidade, a possibilidade de se libertar e de, minimamente, ser quem desejaria ser. E é nesse quadrilátero que a diretora desenvolve seu filme com engenhosidade e sabedoria para captar e transmitir o perfil psicológico e emocional de cada um de seus personagens principais, com rara sutileza e sensibilidade.

O título em português, embora justificável, de certa maneira, é um tanto infeliz e acaba insinuando uma violência que o filme não possui, o que acaba mais repelindo do que conquistando potenciais espectadores. Sei de gente que não quis ver ainda por conta da sugestão de atrocidade que o nome carrega. Mas não precisa ter medo dos cães. O filme passa longe de ser um bang-bang, um faroeste spaghetti e muito menos um desfile de atrocidades. "Ataque dos Cães" é, na verdade, um drama familiar de quatro pontas, um exame sobre a masculinidade que, no fim das contas, acaba por nos revelar que nem sempre o cão que late mais alto é o mais perigoso. 


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Ataque psicológico
por Vagner Rodrigues


Uma certa lentidão, uma narrativa arrastada, tudo isso é muito bem compensado com um terceiro ato magnífico. Que filme, senhoras e senhores!
"Ataque dos Cães" acompanha os irmãos Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons), que são ricos proprietários da maior fazenda de Montana. Enquanto o primeiro é brilhante, mas cruel, o segundo é a gentileza em pessoa. Quando George secretamente se casa com a viúva local Rose (Kirsten Dunst), o invejoso Phil faz tudo para atrapalhá-los.
O fato do andamento ser mais arrastado e parado foi proposital, mas entendo aqueles que aproveitaram o filme em streaming para dar uma pausa, ir ao banheiro, fazer um lanche, pois realmente fica um pouco cansativo. Um dos aspectos que me tirava um pouco do filme era o modo como o personagem de Jesse Plemons foi utilizado, entrando e sando da história a todo instante. Seus momentos de interação são ótimos, mas ele acaba aparecendo bem pouco, e fiquei com a impressão de que poderia ter sido melhor aproveitado.
Já que estamos falando dos personagens, é simplesmente impossível falar do filme e não citar as grandes atuações. O elenco como um todo está inspirado. Começando pelo próprio, já citado Jesse Plemons (George) que, se por um lado é o que tem menos tempo de tela, por outro, quando aparece é cirúrgico. Poucas falas, mas muito é dito com seu olhar. Kirsten Dunst (Rose) fazia tempo que não via atuar tão bem. A dor, a confusão mental que essa mulher passa, você sente tudo. Kodi Smit-McPhee (Peter), é o segundo personagem mais importante da trama e a forma como ele muda o filme e também como cria os elos das pessoas é o que nos leva às surpresas finais. E ele, Benedict Cumberbatch, tem uma das melhores atuações de sua vida, (se bem que, para mim, ele esta sempre bem). A forma intensa que ele atua, como ela passa aquele ar do cowboy bruto, sujo, quieto, tudo muito natural em um personagem com uma presença enorme, interpretado em uma atuação magnifica.
A construção narrativa feita pelo longa é espetacular, desde como os personagens são apresentados passando por como eles vão interagindo entre eles, sendo essas interações repletas de detalhes muito bem colocados.
A fotografia exuberante de "Ataque dos Cães"

E a fotografia, se não for a melhor do ano, certamente é uma das melhores! O jeito como o cenário é construído, os enquadramentos em planos abertos, os detalhes nas composições de cena... Um esplendor.
Temos um bom trabalho na construção e desconstrução do cowboy, a forma como longa brinca com nossas expectativas nos induzindo a pensamentos, conduzindo nossa mente para um lado para o outro. Na sequência em que Phill e Peter terminam juntos de construir uma corda de laçar, por exemplo, Jane Campion cria toda uma situação cheia simbolismos e possíveis interpretações (eu tive a minha, depois me conta a sua) que nos prendem  a ela de uma maneira incrível, tal qual a tensão criada por um filme de terror psicológico.
“Ataque dos Cães” não brinca somente com o psicológico dos personagens porque, sim temos ataques psicológicos fortes no longa que são muito mais agressivos que os físicos. Não vá pensando em ver um “bang-bang”. "Ataque dos Cães" é um filme que não mexe apenas com o psicológico dos personagens, mas com o seu também.

sábado, 4 de abril de 2015

"Melancolia", de Lars Von Trier (2011)



Lars Von Trier é na minha opinião, provavelmente, o maior realizador do cinema atual, e quando digo realizador o faço para ser bastante amplo e não me restringir à direção. Falo de concepção, estética, autonomia, intenção, autoralidade, versatilidade, influência, tudo isso junto e, nisso tudo, no momento, ele mostra-se à frente de seus contemporâneos. É verdade que acabou metendo os pés pelas mãos por declarações infelizes no Festival de Cannes de 2011 e por conta disso ganhou a antipatia de muita gente mas por outro lado parece também que a crítica e o público acabou confundindo as supostas preferências do diretor com o julgamento de sua obra, passando a tratá-lo com extrema má vontade a partir do ocorrido.
“Melancolia”, filme que então estava sendo exibido naquele Festival de Cannes, acabou sendo um dos mais prejudicados com a polêmica, já sofrendo as consequências no próprio evento com algumas vaias e zombarias, vendo em seguida sua reprovação estender-se em forma de desconfiança por parte do público nos cinemas e locadoras. Mas o fato é que a qualidade falou mais alto e, aos poucos, “Melancolia” foi conseguindo apaziguar os ânimos e ocupar seu devido lugar como um dos grandes filmes dos últimos tempos.
O belíssimo prólogo, com imagens em câmera lenta que
antecipam a catástrofe de maneira incrivelmente plástica e poética
Uma fantasia sobre o fim do mundo filmada com extrema sensibilidade estética e humana, captando já na introdução, em câmera super lenta ao som de Wagner, imagens de uma beleza quase hipnótica onde, de uma forma incrivelmente plástica, já se anuncia a inevitável catástrofe do choque de um planeta contra a Terra. Logo em seguida numa festa de casamento ânimos, humores e vão se alterando, mostrando as verdadeiras faces das pessoas envolvidas na cerimônia, inclusive da própria noiva, vivida por Kirten Dunst, cuja personagem dá nome à primeira metade do filme: "Justine".
Justine chega à festa do próprio casamento na luxuosa casa do cunhado exibindo alguma animação, mas é uma alegria que parece imposta a si mesma diante do fato de estar casando e TER que mostrar-se feliz.  Aos poucos, no entanto, a artificialidade do ambiente, a falsidade dos convidados, as discussões dos pais, a pressão do patrão, a inexpressividade suplicante do futuro esposo, a fazem ir ao extremo oposto da alegria, estragando com a festa, com o casamento, com o emprego e, como vemos na segunda parte, que leva o nome da irmã, "Claire", com a própria vida.
O jogo de poses e aparências 
no frustrado casamento
Na segunda parte, vivendo na casa da irmã, interpretada por Charlotte Gainsbourg, quase catatônica depois dos acontecimentos de seu casamento não acontecido, Justine parece sem ânimo nem reação a nada. Assim, sob a expectativa da passagem muito próxima à Terra de um planeta, o Melancolia, Justine convive com a irmã, muito solícita, interessada, mas impotente em relação à irmã, o egoísta e materialista cunhado vivido por Kiefer Suterland e o sobrinho uma criança que vive a expectativa do fenômeno astrológico com a curiosidade de quem desconhece o risco que a proximidade dos planetas pode oferecer.
A proximidade do Melancolia vai, desde a noite do casamento quando já pode ser notado muito discretamente brilhante no céu, de alguma forma operando gradualmente no comportamento das pessoas, especialmente no de Justine que, na segunda metade, depois da festa, que funcionara nela como uma espécie de revelação, parece ter desistido da humanidade e vê a iminência da catástrofe quase que como um juízo final, um final merecido para uma raça humana que já está moralmente destruída.
Com a irmã frágil e cada vez mais desesperada pelo fim do mundo e com o insuportável cunhado tentando o tempo todo enganar-se de que o impacto não ocorrerá, o último último laço afetivo de Justine com a humanidade parece ser seu sobrinho Leo, um garoto por quem guarda grande carinho e que, por sua vez, vê com curiosidade e tristeza a "Tia Invencível", apelido originado em momentos mais corajosos da protagonista, em estado lamentável, depressiva, indiferente, desinteressada e à parte do mundo.
O diretor  sabidamente cético, descrente, amargo, demonstra o tempo todo seus sentimentos pessimistas em relação ao homem, como o desprezo, a decepção, a desesperança, mas no final, com a inevitável colisão entre os planetas, sinaliza com uma ponta de esperança no ser humano, com uma derradeira demonstração de piedade e amor, quando a Tia Invencível coloca a irmã apavorada e o sobrinho em uma suposta "Caverna Mágica", uma espécie de cabana montada com galhos onde segundo ela estariam "invulneráveis" a qualquer efeito do impacto, numa das cenas mais lindas e marcantes que o cinema produziu nos últimos tempos.
"Melancolia" me lembra muito um outro filme do qual sou grande admirador, que é "O Sacrifício", de Andrei Tarkovsky. O filme do cineasta russo também traz uma situação de uma família praticamente isolada em algum lugar remoro enquanto o mundo, por outro motivo na verdade, também se encaminha para o fim de seus dias. De maneira menos amarga que na obra de Trier, "O Sacrifício" de Tarkovsky também traz o componente do exame da natureza humana, a observação da reação do indivíduo diante do pânico e elementos como a renúncia, o desespero e a compaixão que também aparecem em "Melancolia". E talvez não na mesma dimensão que "O Sacrifício", mas "Melancolia" é uma dessas novas obras-primas do cinema.
Trier pode ser controverso, um chato, pode às vezes se arriscar demais, pode errar a mão de vez em quando, mas é um dos poucos diretores que ainda conseguem propor um cinema autoral de qualidade resultando em obras inegavelmente singulares e relevantes. "Melancolia" é mais uma destas obras, um filme que faz refletir sobre a condição humana e se a maior catástrofe talvez não seja no que se tornou a civilização. Não que o Melancolia, o planeta, seja proposto pelo diretor como uma punição ao Homem, um castigo, mas faz pensar que diante de tudo o que acontece no planeta Terra, talvez um enorme planeta em rota de colisão seja o menor dos nosso problemas.

Os três na cabana "à prova de tudo" e o Melancolia aproximando-se inexorável e ameaçadoramente.
Cena lindíssima.




Cly Reis


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Festival de Cannes 2011 - Vencedores



Depois de muita exibição de glamour, estreias, flashes e polêmicas chega ao fim a edição 2011 de um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, o Festival Internacional de cinema de Cannes.
O júri, presidido por Robert De Niro, depois de decretar a indesejabilidade da presença do suposto nazista Lars Von Trier, acabou premiando com o prêmio principal, a cobiçada Palma de Ouro, a produção norte-americana "A Árvore da Vida" de Terrence Melick ("Além da Linha Vermelha"); já o prêmio do Júri foi para o francês "Polisse" de Maiween Le Besc e a direção para Nicolas Winding Refn, pela produção americana "Drive". A Palma de ator foi para Jean Dujardin e a de atriz para Kirsten Dunst pelo polêmico "Melancolia", que aliás deveu grande parte do alvoroço ao seu redor às declarações infelizes de seu diretor, mais do que o brilho do próprio filme, pelo visto. Veja abaixo todos os vencedores da premiação francesa:

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  • Palma de Ouro: "A árvore da vida", de Terrence Malick (EUA)
  • Atriz: Kirsten Dunst, por "Melancolia
  • (Dinamarca/Suécia/França/Alemanha)
  • Ator: Jean Dujardin, por "The artist" (França)
  • Diretor: Nicolas Winding Refn, por "Drive" (EUA)
  • Roteiro: "Footnote", de Joseph Cedar (Israel)
  • Grande prêmio: empate entre "O garoto de bicicleta" (Bélgica/França), de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, e "Once upon a time in anatolia" (Turquia), de Nuri Bilge Ceylan
  • Curta-metragem: "Cross country" (Inglaterra), de Marina Vroda
  • Prêmio Câmera de Ouro (para diretor estreante): "Las acacias" (Argentina/Espanha), de Pablo Giorgelli
  • Prêmio de Júri: "Polisse", de Maiwenn Le Besc (França)


C.R.