Além de passear um pouco e transitar a pé por Santa Maria nos dias em que estive na cidade por conta do festival Santa Maria Cinema e Vídeo, no final de outubro, num começo de tarde dei uma escapada para conhecer o
Museu de Arte Moderna de Santa Maria, o
MASM. Um bonito espaço, mas um tanto sucateado. Do que estava exposto, interessante a do artista visual rosariense
Erick Leal, “Rebordosa”.
Com uma estética instigante, que absorve a luz avermelhada e a textura do neon, “Rebordosa”, com curadoria de Leonardo Penna, põe sob crítica a cultura gaúcha, cuja narrativa de “pertencimento” e “tradição” é, na verdade, uma falácia repleta de “excessos, sombras, resíduos”. Habitando o que Leal chama de “tapera neon”, este espaço entre tradição e desejo se localizada em torno dessa história. O queer, o marginal, o kitsch, o punk se entrelaçam, a exemplo da estética relacional de Joseph Beuys, a bombacha, a espora, as comidas, o homem (?) campeiro.
Em época de revisão dos valores tradicionais (quanto mais um inexplicável “orgulho” como termo definidor de um povo, como é para o gaúcho), mesmo que uma visita rápida, esta mostra provocativa e debochada do MASM foi suficiente para sair de lá refletindo. Assim que deve ser.
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| Série "Entreveiro". Sexualidade e macheza |
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| Lambe-lambe de 2025 |
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| Parede com as gravuras da série Entreveiro" |
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| Erick se vale da técnica do lambe-lambe, tradicional da cultura urbaba |
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| Símbolos gauchescos revisitados e questionados |
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| Mais gravuras de Erick |
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| Instalação "Laço Frouxo". Estética relacional muito bem empregada |
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| Outra instalação bastante instigante e crítica |
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| "Bate", objeto arte de 2025, pra fechar a exposição |
Daniel Rodrigues
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