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segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Fúria

Finalmente a Espanha deixou de ser uma promessa, deixou de ser uma expectativa, deixou de ser a amarelona, um injustificado favorito, e finalmente justificou o apelido de "Fúria". Não foi FÚRIA porque tivesse jogado um futebol vigoroso como o do Uruguai, viril como a sua adversária da final, a Holanda, ou agressivo e destemperado como o de um Felipe Mello; mas fez jus ao apelido, sobretudo, pela determinação em vencer. Uma constante vontade, gana, garra em busca do gol.
Sinceramente não cria na Espanha. Pensava que, como sempre, assim que topassem com a primeira camisa de peso, desabariam e voltariam pra casa com o rabinho entre as pernas desmontando todas as previsões, expectativas e teorias de críticos, cronistas e jornalistas. Mas desta vez a história foi diferente e quando deram de frente com o monstro de Copas, a Alemanha, não se intimidaram e mandaram os bicho-papões pra casa. Aí estava a comprovação de que realmente haviam subido um degrau, e este degrau levava ao patamar até então só alcançado por aquele seleto grupo de Brasil, Argentina, Uruguai, Alemanha, Itália, Inglaterra e França, aos quais a Espanha se junta agora.
Não sou dos que acham a seleção espanhola um exemplo de futebol; não penso que eles tenham feito nada muito mais brilhante do que qualquer outro. Nada disso de futebol arte e papapá, bebebé como vão querer decretar agora. Reconheço, sim, os méritos de uma seleção bem entrosada, com bom toque de bola e com um objetivo bem traçado dentro de uma partida. Prova de que não fora uma máquina ofensiva foi que não fizeram uma penca de gols ao longo do mundial. Não deram sequer uma goleada. E a prova de que não foram atacantes cegos, desvairados, foi que quase não tomaram gols. É isso ai: futebol é equilíbrio e sobretudo, a Espanha foi a mais equilibrada da Copa. Nada brilhante, nem espetacular, apenas muito equilibrada e competente, e por isso, com todos os méritos, agora faz parte do ilustre clube dos Campeões Mundiais de Futebol.


C.R.

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