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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

“La La Land - Cantando Estações”, de Damien Chazelle (2016)



Os sérios e os tolos
por Luan Pires

Fotografia é um dos trunfos do elogiado La La Land.
Lembro-me quando fui assistir “Os Miseráveis” no cinema e, por ser um musical todo cantado, metade das pessoas saíram no meio da sessão. Nunca entendi como musicais podem assustar as pessoas: poder imaginar como a vida seria se ao invés de "bons dias" mecânicos, conversas sobre o tempo e mau-humor rotineiro, tivéssemos que lidar apenas com sentimentos transformados em canções. Eu sempre me sinto muito bem – obrigado – quando assisto a um musical. E queria muito poder compartilhar isso. Afinal, bobo mesmo é levar a vida tão a sério.
Ensolarado, colorido, às vezes óbvio, às vezes surpreendente, “La La Land” mistura homenagem e inventividade de forma tão orgânica que é difícil discernir. As músicas podem não ser tão inventivas, mas algumas apresentam uma simplicidade grandiosa. Num mundo onde tudo é tão preto ou branco, escapar por uma janela de cor e música faz muito bem. E como diz a minha música favorita do filme, "um brinde àqueles que sonham, por mais tolos que eles possam parecer".




Não se pode ter tudo na vida
por Eduardo Dorneles

O casal romântico formado por Ryan Gosling e Emma Stone.
Uma excelente história de amor, muito bem contada que não abusa dos truques melodramáticos. Concluí isso logo depois de sair da exibição de “La La Land”. Também entendi que o filme seguiria os caminhos de outras obras com teor semelhante, como "O Artista" e "Birdman", que parecem que foram criadas para alisar o ego da indústria de Hollywood. Ou seja, oscarizados que alcançaram a unanimidade da crítica, mas logo caíram no ostracismo. Porém, mais de uma semana depois que assisti ao musical recorde de indicações ao Oscar de 2017, o filme só tem crescido dentro de mim. A cada momento que penso nele, mais camadas descubro e mais teses e interpretações faço.
Sim, é uma história de amor. Entretanto, também é uma história sobre sonhos. E também é uma história sobre “não poder ter tudo na vida”. E ainda é uma homenagem aos clássicos de Hollywood. Igualmente, é uma tentativa de avançar quanto aos processos narrativos – e é nisso que estão os pecados do filme. Enfim: é um grande filme! Se você é daqueles que recorre à arte para tentar tornar sua rotina maior que a banalidade que nos esmaga, ”La La Land” é aquela obra que para sempre servirá como metáfora para a vida. Afinal, todos nós precisamos escolher quais caminhos percorrer, quais sonhos seguir e quais abrir mão.



trailer "La La Land"





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