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sexta-feira, 21 de julho de 2017

"Okja", de Bong Joon-ho (2017)


Criança, porco gigante, amor, fábula, dor, tristeza e uma cruel realidade, isso é um resumo de “Okja”, e obrigado Bong Joon-ho, por esse belo filme.
Mija (Ahn Seo-Hyun), uma jovem garota que deve arriscar tudo para evitar que uma poderosa empresa multinacional de sequestre sua melhor amiga: um animal enorme chamado Okja.
Apesar do seu início fenomenal, “Okja” acaba perdendo um pouco o folego ali pela metade. E o que pode ser algo positivo (eu achei) para alguns, pode não ser para outros, e aí me refiro às diversas mudanças de gênero que o filme apresenta, fazendo que o seu ritmo oscile bastante. Seu começo fofo que passa a ter ares de ação, indo até o drama, podem confundir alguns. Os personagens caricatos demais, que mais uma vez eu gostei pelo fato de ser quase uma “fantasia”, pode incomodar o espectador, pois em alguns momentos essa caracterização soa um tanto forçada, especialmente Jake Gyllenhaal como Johnny Wilcox.
Jake Gyllenhaal, Tilda Swinton se juntam à jovem
Ahn Seo-Hyun, para dar aquele peso a esse fabuloso filme
Mas nada apaga ou sequer diminui o brilho desta obra. O longa tem um início de fábula que parece que vai nos guiar para uma história bem "amorzinho", já que a construção do relacionamento entre Okja e Mija é muito bem feita e nós, espectadores, também ficamos apaixonados pelas duas. Após esse início ao melhor estilo “Totoro”, o filme parte para uma ação/comedia com uma ótima cena de perseguição com um divertido grupo de terroristas, integrantes de uma tal de “Frente de Libertação dos Animais”. E na parte final do longa vem o drama, a parte mais forte do filme que é quando nos mostra de vez (se você não tinha entendido ainda), seu objetivo de denunciar uma triste realidade.
Se você e um fã de churrasco prepare-se para o que vai assistir em “Okja”. O filme vem para denunciar a triste realidade de dor e sofrimento que os animais passam nos abatedouros e ele não mede esforços para nos chocar. Já vou avisando que o longa pega pesado nessa parte e não precisa segurar as lágrimas.
O diretor Bong Joon-ho nos dá um presente. Seu filme, vai da de uma pureza Disney ou de uma fábula Ghibli, chegando até um drama de denúncia, sendo praticamente perfeito em sua execução. Seus enquadramentos tornam a fotografia do longa uma obra de arte. Você carnívoro inveterado, pode ficar tranquilo: o filme é forte mas sua crítica, seu alvo é a indústria dos alimentos, o sistema em si, e não diretamente as pessoas (tanto que até temos um momento cômico em que se critica as pessoas que “exageram” nas suas dietas). Os verdadeiros alvos são o capitalismo o consumo e a manipulação de informações e mentiras patrocinada pela indústria alimentícia. Não deixe de assistir “Okja”, o CGI é fabuloso! Okja é real, o amor é real e a dor também. Duvido que você não seja tocado e saia pelo menos um pouco mudado após o final deste longa. "Okja" é um filme daqueles impossíveis de se ficar indiferente.
Okja e Mija, uma amizade ao melhor estilo Ghibli
(Coisa linda de meu Deus!)


Vagner Rodrigues

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