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domingo, 5 de novembro de 2017

Lançamento da revista “Obscena – Observe a Cena Underground”



Underground significa, literalmente, subterrâneo. É usado para denominar a cultura que não está nas grandes mídias e nem sob os holofotes, subsistindo na marginalidade e de forma totalmente independente. Logo, é comum que a maioria das pessoas desconheça a arte underground que acontece bem ao seu lado. Porque estes artistas não estão na TV, nas rádios e nos jornais, não participam dos eventos oficiais, não recebem prêmios, medalhas e condecorações. Mas seguem existindo, atuando, movimentando uma cena na qual estamos todos inseridos, direta ou indiretamente.

Observar esta cena é o objetivo da revista Obscena – Observe a Cena Underground, uma publicação da Editora Os Dez Melhores, de Carazinho/RS, com projeto gráfico de Sergio Chaves, da Charlotte Estúdio. A revista busca não somente trazer à luz estes muitos artistas subterrâneos, mas também levantar um debate sério sobre a importância desta arte, que pulsa e vibra longe do centro e da superfície, mas perto de cada um.

A revista reúne quase 100 artistas, todos independentes, de 20 cidades da região e das mais diferentes áreas: ilustração, fotografia, culinária, literatura, maquiagem, música, tatuagem, moda, artesanato. Além disso, a 1ª edição da Obscena traz também 6 reportagens, 10 entrevistas e 17 artigos sobre a arte e a cultura underground, ilustrados com desenhos e fotografias de artistas locais. A Obscena convida a conhecer e reconhecer a arte que está ao alcance de nossas mãos, mas também a refletir e debater sobre o nosso papel nesta cena.

Jana Lauxen, escritora e editora do projeto, afirma que a ideia é registrar uma janela de tempo na história da arte independente de nossa cidade e região, para que a revista possa servir como um retrato cultural local de um determinado período:

– É uma forma de armazenar uma parte da nossa própria história. Imagine como seria massa ter em mãos hoje uma revista publicada nos anos 60 com artistas e projetos culturais locais? Bem, nossos bisnetos terão em mãos uma destas revistas – diz.

A Obscena será lançada dia 11 de novembro, entre 16h e 20h, no Sindicato dos Bancários (Rua Venâncio Aires, 338, Centro), em Carazinho/RS. Junto ao lançamento acontecem também exposições e feira de arte com alguns dos muitos artistas que participam desta 1ª edição, e shows com a banda Rastilho, o projeto Formato Mínimo e o rapper Josué Quadros. A sonorização é por conta do DJ Christiano Naza.

Com tiragem limitada, a revista estará disponível para venda durante o lançamento por apenas R$19,90.

Então vem junto observar a nossa cena underground! A entrada é franca e a arte é daqui.
Mais informações: contato@editoraosdezmelhores.com.br

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SERVIÇO
lançamento da revista Obscena – Observe a Cena Underground
quando: 11 de novembro, entre 16h e 20h,
onde: Sindicato dos Bancários (Rua Venâncio Aires, 338, Centro), Carazinho/RS)
valor da revista: R$19,90 (tiragem limitada)



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Raul Seixas - "Metrô Linha 743" (1984)

Raul Seixas: o maquinista do Metrô Linha 743



"Não interessa,
 pouco importa, fique aí!
Eu quero saber
o que você estava pensando
Eu avalio o preço
me baseando no nível mental
Que você anda por aí usando
E aí eu lhe digo o preço
que sua cabeça
agora está custando."
Raul Seixas




Em 1984 acontecia a campanha ‘Diretas Já’ em apoio à proposta de eleições diretas para presidente. Um dos maiores movimentos políticos que a sociedade brasileira já testemunhou. E neste mesmo ano Raul Seixas lançava mais um disco, intitulado de "Metrô Linha 743" pela gravadora Som Livre (e que foi reeditado em 2004). Um álbum que eu acho sensacional e por isto destaquei algumas faixas (da edição de 84) que acredito que podem resumir o clima desta produção fonográfica e o que ela tem a ver com a gente enquanto membro da sociedade brasileira nos dias de hoje.

A primeira faixa é a que nomeia o álbum ‘Metrô Linha 743’ e eu a referencio aqui: ‘Ele ia andando pela rua meio apressado/ Ele sabia que estava sendo vigiado/ Cheguei para ele e disse: ei amigo, você pode me ceder um cigarro?/ Ele disse: eu dou, mas vá fumar lá, do outro lado/ Dois homens fumando juntos pode ser muito arriscado’, uma evidente alusão ao fato de que o governo militar não via com bons olhos quem andava em grupo, pois a união faz a força.


O irreverente Raul
sempre dando um nó no Sistema
E quando se fala em Raul não se pode separar a sua obra da política e dos movimentos sociais. Assim sendo, a próxima que invoco é a ‘Canção do Vento’, porque em meu modo de olhar solidifica a ideia de que o músico sentia (e boa parte da nação também) a necessidade de derrubar o regime militar para que fosse possível redescobrir um novo Brasil. Esta é a intenção autoral que assimilo ao ouvi-la, e tudo isto me soa como maturidade profissional extrema para que Raul pudesse chegar onde queria com a sua mensagem e a letra diz tudo: ‘Lá vai o vento, Brasil adentro’.

Por isto, a energia que envolve o disco ‘Metrô Linha 743’ me parece sim, um tanto quanto política, não por nada teve a música ‘Mamãe Eu Não Queria’ censurada, pois nesta faixa, o músico Raul aborda que: ‘O exército é o único emprego para quem não tem nenhuma vocação’, questionando a obrigatoriedade do serviço militar.

E neste álbum também são resgatadas duas canções, a primeira delas é ‘O Trem Das Sete’ conforme transcrevo: ‘Ói, já é vem, fumegando, apitando e chamando os que sabem do trem/ Ói, é o trem/ Não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem/ Quem vai chorar?/ Quem vai sorrir?/ Quem vai ficar?/ Quem vai partir?’, uma contundente menção ao seguinte conceito imposto pelo regime militar através de campanhas publicitárias: ‘Brasil: Ame-o ou deixe-o!’ e que originalmente faz parte do disco ‘Gita’ (ano de 74).

A segunda é intitulada de ‘Eu Sou Egoísta’ e aponto a letra: ‘Eu vou, sempre avante no nada infinito/ Flamejando meu rock, o meu grito/ Minha espada é a guitarra na mão’, e nesta canção o músico proclama com todas as letras que a sua arte é a sua arma contra o Sistema e a faixa citada faz parte originalmente do disco ‘Novo Aeon’ (ano de 75).

Assim sendo, penso que o álbum ‘Metrô Linha 743’ reafirma a postura que o maquinista Raul sempre impôs para o Sistema e a indústria fonográfica durante toda a sua carreira: para lançar Raulzito era preciso vender um artista questionador e que fazia uso da sua arte para expressar as suas ideias e estabelecer um canal de comunicação com as pessoas.

E o Sistema sempre soube que deveria podar Raul em tudo que pudesse e o quanto mais fosse possível. Contudo, Raulzito fazia ideia de que a sua postura o vestia de indecente, impróprio e indecoroso perante as gravadoras e o governo e compreendia que isto lhe custaria algo, e o uso da metáfora foi a sua grande arma para encarar a censura e veicular a sua música.

Porém, o Sistema não recusa dinheiro, e isto manteve o nosso Raulzito na cabeça das pessoas por todo este tempo graças ao poder da mídia. E certamente é por isto que quando saio para tomar umas a mais e ouvir um som em algum bareco, lá pelas tantas alguém grita: ‘toca Raul’, e na minha visão, isto não tem preço.

Acho que o ‘Metrô Linha 743’ de Raul Seixas tem tudo a ver com política e com a nossa sociedade atual, porque de alguma maneira este álbum contribuiu para com a postura que muitos de nós assumimos hoje, assim como com a democracia da qual todos nós usufruímos. É por isto que em minha visão, a arte tem um papel muito maior do que o entretenimento e assume o desafio de formar opinião.

E para finalizar aproveito e deixo a listagem com todas as faixas que compõem o álbum pela ordem. Um grande abraço e até mais, valeu mesmo, sorte, luz e Raulzito, sempre!

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FAIXAS:
  1. Metrô Linha 743 (Raul Seixas)
  2. Um Messias Indeciso (Raul Seixas / Kika Seixas)
  3. Meu Piano (Raul Seixas / Kika Seixas / Cláudio Roberto)
  4. Quero Ser O Homem Que Sou (Dizendo a verdade) (Raul Seixas / A. Simeoni / Kika Seixas)
  5. Canção do Vento (Raul Seixas / Kika Seixas)
  6. Mamãe Eu Não Queria (Raul Seixas)
  7. Mas I Love You (Pra Ser Feliz) (Rick Ferreira / Raul Seixas)
  8. Eu Sou Egoísta (Raul Seixas / Marcelo Motta)
  9. O Trem das 7 (Raul Seixas)
  10. A Geração da Luz (Raul Seixas / Kika Seixas)
*11. Anarkilópolis (Raul Seixas/Sylvio Passos) Metrô Linha 743.
(*Em 2004 o disco foi reeditado com a inédita ‘Anarkilópolis’, não lançada na época).

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Ouça:
Raul Seixas Metrô Linha 743


por Afobório




Afobório é o pseudônimo do gaúcho Alexandre Durigon, escritor, editor e revisor de texto, organizador e autor em várias antologias, entre elas, "Contos Medonhos", "The King", "Mistério das Sombras", "A Morte do Outro Lado da Luneta", "Os Matadores Mais Crueis Que Conheci", sua sequência, recentemente lançada, "Os Matadores Mais Cruéis Que Conheci' vol. II, além dos romances "Livre para Ser Preso" e "Contos de Amor e Crime - Um Romance Violento". Afobório é idealizador e coordenador do projeto social, PROJETO BALACLAVA, que leva a literatura as escolas públicas e municipais e atualmente, por sua editora, Os Dez Melhores, que abre espaço para publicações de novos autores.


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Selecionados para a publicação coletiva "Big Buka"



Como estava de férias, já se passaram alguns dias, eu já comentei no nosso espaço lá no Facebook, mas acho legal que seja registrado aqui no blog mais uma conquista pessoal e do clyblog, por extensão: a novidade é que um conto deste humilde blogueiro foi selecionado para a coletânea "Big Buka - Para Charles Bukowski" a ser lançado pela nossa parceira a Os Dez Melhores. Fico realmente extremamente feliz de integrar esse seleto grupo de dez autores que tiveram o prazer e a responsabilidade de escrever sobre este grande autor, muitas vezes subestimado pela sua simplicidade  de escrita e objetividade, e terem seus contos escolhidos para fazer parte deste livro. Pode parecer óbvio, mas torcia muito pelo meu conto por ver nele uma série de qualidades e referências que, na minha opinião, imodesta e suspeita, o faziam forte candidato a ser selecionado. ainda bem que os julgadores da editora entenderam da mesma forma.
Particularmente, é meu terceiro trabalho envido para seleção e o terceiro escolhido. Ôpa!!! 100% de aproveitamento! Não deve ser mero acaso e talvez eu tenha alguma qualidade para o negócio. Mas como disse, é legal para o blog, porque além do fato dos contos serem um item forte no nosso conteúdo geral, sempre presentes na seção COTIDIANAS, somando as minhas com as publicações do meu irmão e parceiro de blog, Daniel Rodrigues  já temos 4 publicações em livros coletivos, além do premiado "Anarquia na Passarela", este individual do próprio Daniel.
Quando comecei o blog ficava muitas vezes me perguntando pra que escrever aquelas 'historinhas', para quem estava escrevendo, se alguém lia, se valia a pena... Bom, acho que independente das respostas às perguntas anteriores, não pode haver estímulo maior para continuarmos escrevendo e escrevendo e escrevendo do que o reconhecimento do nosso talento, e sermos, eu e o Daniel, escolhidos entre tantos outros autores de qualidade enche-nos de satisfação.
Mas enfim, mesmo que futuramente não consigamos publicar ou entrar em coletâneas, seleções ou antologias, mesmo que nem sempre consigamos reconhecimento, mesmo que, no fim das contas, ninguém nos leia, como diria o próprio Bukowski, "Não há perdas em escrever".


Abaixo a lista dos autores selecionados para o coletivo "Big Buka":

Cly Reis

Fabio Mourão

Heliton Queiroz

Jeremias Soares

Marina de Campos

Max Moreno

Rafael Simeão

Willian Couto

Wuldson Marcelo

Afobório (organizador)

Parabéns aos colegas também escolhidos.

Cly Reis