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sábado, 9 de julho de 2011

Grand Funk Railroad - "E Pluribus Funk" (1971)


Grand Funk a todo vapor

"Vamos lá todos, nós vamos nos divertir."
Mark Farner



O nome do Grand Funk Railroad tem como inspiração a estrada de ferro Grand Trunk Western, localizada na cidade de Flint, nos Estados Unidos. Lugar aonde surgiu a banda. É a partir deste ponto de partida, que começamos uma viagem chamada “E Pluribus Funk” . Com Mark Farner (vocal, guitarra, teclado e harmonica), Don Brewer (bateria e vocal) e Mel Schacher (baixo), essa rota transita pelo ano de 1971. O Grand Funk fazia aquela bela mescla entre rock e o puro funk americano. Nesta época, o grupo estava a toda e com um enorme sucesso na terra do Tio Sam. Para se ter uma noção, um dos grandes feitos foi bater os Beatles, com a lotação completa, no clássico Shea Stadium, de Nova Iorque. Ao todo, 12 mil pessoas compraram ingressos em apenas 72 horas.
O embarque de 'E Pluribus Funk' inicia com Farner anunciando aos “passageiros” a seguinte frase: “come on everybody, we're gonna have a good time” (vamos lá todos, nós vamos nos divertir). Realmente, esta viagem terá uma excelente trilha sonora de fundo. Nesta canção, a "Footstompin' Music”, há uma ótima troca de teclados para as guitarras. Em boa parte do som, o baixo e a bateria mantém nos trilhos a canção, com as aparições pontuais das harmonias de Farner.
Na próxima estação vem a letra mais politizada do disco, a "People, Let's Stop the War", tendo frases como: “from fighting in a war, that causes big men to get rich” (lutando em uma guerra, que faz com que grandes homens fiquem ricos). Além da argumentação política, Farner usa, em todo o riff, o wah wah em sua guitarra, bem característico e marca registrada em alguns sons do Grand Funk. Outra peculiaridade do grupo é a divisão entre os vocais, com Farner e Brewer cantando juntos “o fim dessa guerra”.
Já a parada seguinte se chama "Upsetter". Aliás, essa é uma que vale a pena calibrar o “bass” das caixas do alto falante, como em outras várias músicas do disco. As linhas de baixo de Schacher são muito bem elaboradas e presentes, cooperando, em muito, na harmonia. Nessa música, o solo fica por conta da harmônica de Farner, contribuindo para soar como um blues tradicional.
"I Come Tumblin'" inicia com um breve do solo de Farner. No entanto, o destaque fica também logo no início da música, mais especificamente na bateria de Don Brewer. A sensação sonora é de um comboio ferroviário ou de uma manada de rinocerontes chegando em sua direção. Após esse atropelamento, acontece uma breve caída para novamente a bateria atropelar tudo. Esses fatos acontecem em vários momentos da música. No encerramento, Schacher sola no baixo, tendo o “comboio” de Brewer de acompanhamento.
Para queimar mais o caldeirão dessa locomotiva, o baterista Don Brewer canta, com sua voz grave e agressiva, em "Save the Land". Essa é a sua única participação como vocal principal deste álbum.
Com um solo de guitarra ao estilo blues vem "No Lies". Nessa canção, como diferencial, foram gravadas duas guitarras. Além disso, mais mensagens são dadas aos “passageiros”. Um dos trechos refere: “we don't need no leader, to tell us just what's wrong” (nós não precisamos de nenhum líder para nos dizer exatamente o que está errado).
No desembarque, "Loneliness" encerra o 'E Pluribus Funk'. No começo, a expectativa é de uma balada, mas, na realidade, essa é a música mais elaborada do disco. O produtor e empresário, Terry Knight, mostrou maior trabalho nessa execução. Para isso, contratou o maquinista, ou melhor, o arranjador Tom Baker para botar mais lenha na locomotiva. Com uma grande orquestração - composta de instrumentos de sopros e arranjos de cordas -, Mark Farner solta a voz mais uma vez e sustenta, por diversas vezes, seus agudos. A orquestra se alinha muito bem com o power trio. O fim apoteótico tem um coral de vozes cantando sobre a solidão, por mais contraditório que isso possa soar.
Para quem não teve a oportunidade de escutar, vale a pena comprar um ticket dessa viagem. Esse passeio musical é diversão pura para os adoradores de rock. Com certeza, as escalas dessa trip farão com que você as queira repetir por diversas vezes.
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FAIXAS:
1."Footstompin' Music" - 3:48
2."People, Let's Stop the War" - 5:12
3."Upsetter" - 4:27
4."I Come Tumblin'" - 5:38
5."Save the Land" - 4:14
6."No Lies" - 3:57
7."Loneliness" - 8:47

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Ouça:
Grand Funk Railroad E Pluribus Funk



7 comentários:

  1. Ótima resenha. Daquelas que dá vontade de escutar o disco. Adorei a analogia com a viagem. Há discos que, de fato, nos convidam a um passeio, e a gente entra nesta trilha (nos dois sentidos da palavra).
    Abç.

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  2. Eu tinha escutado só o disco "Grand Funk" mas este é bem melhor. Nem diria melhor, mas talvez este seja mais DISCAÇO, sabe? Acho que é mais completo, mais maduro, possivelmente.
    Ótima resenha e ótima dica, Edu.

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  3. BOA NOITE.
    HÁ MUITO PROCURAVA POR ESTE DISCO! ACONTEÇE QUE FUI LOGO QUERENDO BAIXAR E POR FALTA DE SORTE O MEDIA FIRE INDICA QUE NÃO ESTÁ CONCEDENDO DOWULOAD.
    FIQUEI NA SAUDADE.

    ADELSON

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  4. Adelson, confere agora.
    Troquei o link. Deve funcionar.
    Eu testei e o download foi iniciado.

    abraço!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Boa noite galera!
    quero parabenizar o Clayton, pela resenha, realmente faz a gente voltar no tempo e relembrar épocas que marcaram o auge do Rock com excelentes Bandas e seus extraordinários Músicos!.
    Aaproveito pra dizer, que tenho o privilégio de possuir o Vinil(o "moeda" original) e também consegui importar o CD “E Pluribus Funk” (também original) ambos, raridade pra quem curte um bom Rock deste Power Trio!
    abraços a todos
    Wal Harrison

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    Respostas
    1. Oi, Wal! Obrigado por visitar e curtir o blog, mas dirija teus elogios ao Eduardo Wollf que é o autor desta ótima resenha. Tenho o privilégio de contar com um time de colunistas altamente qualificado que é capaz de produzir textos excelentes como este e outros aqui no blog.
      E o espírito da coisa é esse mesmo: fazer a gente remeter às épocas, aos discos, aos artistas e perceber o quanto aquelas obras tiveram e tem valor, seja pelo impacto, influência, contexto, comportamento, inovação, etc.
      Visite-nos sempre e obrigado.

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