O Canal Futura volta e meia nos proporciona deleites cinematográficos inestimáveis, não? Tive a felicidade de assitir ontem, no Cine Conhecimento, ao filme russo de 1929, "Um Homem Com Uma Câmera", uma notável sucessão de imagens do cotidiano filmadas de uma maneira absolutamente artística e poética. O olho de uma câmera mostrando, com arte, o dia de uma cidade: as pesssoas, suas relações, o trabalho, a dor, a alegria, a natureza... Tudo, é claro, ainda em tempos de cinema mudo, sem uma palavra sequer; mas mesmo que pudesse tê-las, para que precisaria?
Esse olho onipresente do cameraman, o próprio realizador, Dziga Vertov, proporciona-nos imagens de incrível beleza plástica, de rara técnica, de extrema felicidade, conseguindo extrair impressionantes sincronias do homem com o mundo industrial, de máquinas com música, do urbano com a arte.
Precursor da linguagem de documentário no cinema e fundamental para uma linguagem como a do videoclipe, tão comum nos dias de hoje. Ousado, técnico com uma fotografia admirável e, mesmo no final da década de 20, com uma montagem de fazer inveja a muitos cineastas dos dias atuais.Como é que um filme desse ainda não tinha entrado na minha vida? Simplesmente uma das melhores coisas que já vi.
Cly Reis
É incrivel mesmo... mesma sensação q tive... de q deveria ter conhecido antes.
ResponderExcluirQuando o vi pela primeira vez, o que já faz um tempinho, também foi por acaso. Foi numa TV de Buenos Aires que tinha na NET tempo atrás (nem sei se se pega o sinal dela ainda), que passava nos sábados à noite obras-primas, relíquias como esta. Não foi uma catequese como o CineClube Banco do Brasil da BAND, mas pude ver coisas como este, La Jetée do Marker (altamente recomendável e tem em DVD), São Francisco do Rosselini... é: só coisa boa!
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