Curta no Facebook

domingo, 1 de dezembro de 2019

"Guerra Fria", de Pawel Pawlikowski (2018)



Durante a Guerra Fria entre a Polônia stalinista e a Paris boêmia dos anos 50, um músico amante da liberdade e uma jovem cantora com histórias e temperamentos completamente diferentes vivem um amor impossível.
Se a narrativa bem construída de "Guerra Fria" não te prender, se as ótimas atuações não chamarem atenção, se as canções belíssimas, não tocarem você, tenho certeza que a fotografia MAGNÍFICA vai te encantar.
O afastamento que temos do casal principal, pelo jeito frio dos dois demonstrarem amor é uma coisa quer pode não agradar muito. As cenas íntimas, ou de demonstrações de afeto no início do longa não parecem convincentes e não passam aquela ideia de que eles moveriam montanhas para ficarem juntos. Porém isso não é algo que atrapalha muito, uma vez que, embora inevitavelmente ocorra esse afastamento do espectador, o longa deixa claro que existe amor entre eles.
O que se destaca mesmo no filme é a beleza visual com sua fotografia deslumbrante. O preto e branco passa mesmo a sensação de que tenha sido rodado nos anos 50 e todo figurino e cenários funcionam muito bem, nos colocando, de fato, na Europa, no pós Segunda Guerra e início de Guerra Fria. O controle de câmera de Pawel Pawliskowski, também é algo de se destacar. Ele consegue enquadramentos perfeitos que são verdadeiras obras de arte, dignas de emoldurar e colocar no principal cômodo de sua casa.
Cada enquadramento mais lindo do que o outro!

Esteticamente perfeito, "Guerra Fria” nos entrega uma narrativa diferente com diversos cortes e pulos no tempo sem nos deixar perdidos, nos mantendo dentro do longa o tempo inteiro. O casal principal, por mais frio, gélido que seja, em muitos momentos, nos passa credibilidade e no faz ficar grudados no filme até a última e belíssima cena. O resultado final é uma obra de arte visual com um o jeito pouco convencional de contar uma história. Uma história com um casal frio que não se entrega às emoções, mas também nunca as abandona.

E o contexto histórico... Que obra, meus amigos!



por Vagner Rodrigues

Nenhum comentário:

Postar um comentário