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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

"Pica-Pau, o filme", de Alex Zamm (2017)



A tentativa de "ressuscitar" para as novas gerações o alucinado personagem Pica-Pau não acrescenta nada. O filme é ruim, a história é ruim, os personagens são ruins, as piadas são ruins... Tirando os recursos técnicos e uma caracterização até que bem aceitável do pássaro doido em animação 3D, pode-se dizer que nada presta no filme do diretor Alex Zamm. Ao contrário da adaptação cinematográfica animada de "Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme" que despertava nos adultos a nostalgia pelos desenhos antigos e conquistava as crianças pela identificação da infância e com atualizações sutis e interessantes e pontuais, "Pica-Pau, o filme" não consegue nenhuma das duas coisas, não tendo a capacidade de reviver a magia dos desenhos antigos da TV para quem, como eu, tanto curtia e idolatrava as traquinagens do passarinho do topete vermelho, nem ser cativante o bastante para fazer com que as crianças se aficcionem a ele tal como acontecia conosco em nossas infâncias.
Tem um recado ecológico e tal, tipo, "não derrube as árvores", "não jogue lixo na natureza", "não cace e não mate animais silvestres" mas parece que em nome do compromisso com a mensagem, tudo fica meio sem graça, meio engessado. Embora dê uma surra no empresário que quer construir uma mega-mansão no meio de uma reserva florestal (Timothy Omudson), na sua namorada toda dondoquinha (Thayla Ayala) e nos caçadores que insistem em persegui-lo, o Pica-Pau, não tem aquela espontaneidade, aquela imprevisibilidade de comportamento, aquela "maldade" que nos fazia morrer de rir. Teria tido um efeito melhor, pelo menos no público adulto, adaptações de momentos dos desenhos como o da construção da estrada em que a empresa tem que desviar por causa da árvore onde o bichinho mora; a do caçador e seu cachorro tonto que queriam patos mas acabam se vendo às voltas com nosso amiguinho; o o do taxidermista; ou a do lenhador e o desmatamento, que teriam o mesmo apelo ecológico mas manteriam o carisma não só do personagem principal como poderiam ainda trazer de volta aqueles perseguidores do pássaro, os "vilões", estreitando ainda mais a identificação com a antiga série.
A cena do Pica-Pau tocando "Surfin' Bird" com a banda dos garotos até que é legal. Tirando isso mais algum momento que outro (que nem me fixou na mente), algumas bicadas, pancadas, quedas, lambuzos e nada de muito empolgante. Se serve para aliviar, quando começou o filme eu achei que não fosse aguentar até o final mas aí entre uma piadinha aqui outra acolá, um risinho que outro, até deu para aguentar.
O velho truque da Pica-Pau boneca. Acham mesmo que le vai cair nessa?



trailer "Pica-Pau, o filme"



Cly Reis