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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Giorgio de Chirico - O Sentimento da Arquitetura - Fundação Iberê Camargo - Porto Alegre (RS)










Archeologi, 1968

Toda vez que observo uma obra de arte que tem um profundo alcance estético e mental me encontro em uma viagem íntima de percepções e, mais recentemente, visitar a exposição do Giorgio de Chirico* me proporcionou esta doce viagem.
O todo é muito bom e composto por uma enxurrada de imagens e inspirações do mundo do Arquiteto/Artista/Arquiteto - a mostra leva o titulo de “O Sentimento da Arquitetura” e, nas obras, o artista permite tal confusão que funde as duas em expressões em cores em meio às ferramentas de trabalho e figuras.
Um desavisado pode achar tudo muito igual, mas de imediato vai se deparar com a tradução plástica das esculturas que saltam aos olhos de tamanha beleza e precisão. Muita precisão! É justamente neste encontro que mora o sentimento da arte, aflora e nos faz pensar, imaginar e, incrédulos, acreditar que “aquilo ali” saiu das mãos de um homem. O mesmo que mostra em várias linguagens a paixão pela profissão, idealizador e sonhador, tão impotente através da grandeza de sua obra e tão singelo também diante de tal grandeza.
"O Retorno de Ulisses"
Foi quando, justamente, que, na simplicidade dos traços, da figura, me deparei com “O Retorno de Ulisses”, óleo sobre tela, pequena comparada às demais. A imagem: traços quase infantis de um homem (Ulisses) quase que à deriva remando seu barco dentro de um quarto, supostamente um dos cômodos da casa do de Chirico é uma obra dentro de várias obras. O que me encantou? Não posso responder com objetividade. Encantou-me o surrealismo simples e preciso que fez com que todas as outras obras se tornassem pequenas aos meus olhos. “O retorno de Ulisses” é uma obra sem preço, somente para os olhos e para o coração. A pintura me valeu sentir de perto um pouco da essência desse greco-italiano.
Vale ressaltar que toda a mostra é bela e que o todo vale a pena ser visto com calma, descendo os andares da Fundação Iberê Camargo, do quarto ao térreo por seus corredores com vista para o Guaíba.



por Valéria Luna


*********************


Serviço:
Datas: De 9 de dezembro a 4 de março de 2012
Curadoria: Maddalena D’Alfonso
Localização: Fundação Iberê Camargo, 2º e 3º andares

* Precursor do surrealismo, Giorgio De Chirico nasceu em 1888, em Vólos, na Grécia. Morou por anos na Itália, onde produziu algumas de suas principais fases, como o de seus cenários arquitetônicos, solitários, irreais e enigmáticos, onde colocava objetos heterogêneos para revelar um mundo onírico e subconsciente, perpassado de inquietações metafísicas. Admirado por Picasso e Appolinaire, Cocteau e Breton, além da pintura produzia também escultura, litografia e desenho. Sua obra é fortemente inspirada na arquitetura, principalmente da iconografia das cidades italianas de Roma, Milão, Florença e Turim, mas também de Nova York e Paris. Morreu em 1978, em Roma.





Valéria Luna é Relações Públicas formada pela ESURP – Escola Superior de Relações Públicas de Pernambuco. Teve seu exercício profissional pautado na Produção Executiva de Moda durante quase 10 anos de atuação no mercado do Nordeste, onde coordenou a Feira de Componentes Têxteis – COMTEX, por seis anos e, em 2008, criou a Rede ModaMercado – Rede de Profissionais de Moda, voltada para o agenciamento de profissionais em todo o país para a execução de ações de informação, como palestras, workshops e consultorias. Através da rede, realizou produção executiva de marcas e estilistas, ainda, eventos de moda pelo país.