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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro (14/04/2018)








O Belas Artes é, sem dúvida, o museu que mais gosto no Rio. Sua arquitetura, contribuindo com o belíssimo conjunto de edificações históricas da Cinelândia; seus majestosos corredores com reproduções de esculturas clássicas; seu acervo próprio que privilegia a arte brasileira em toda sua história; todo seu charme, enfim.
Voltei ao Museu de Belas Artes dia desses, depois de um bom tempo. Queria ter voltado antes mas, sinceramente, evitei fazer o programa, enquanto durassem as obras de reformulação do Centro e de implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos, o VLT, que causou um grande transtorno na região, limitando, até mesmo, em determinado momento, o acesso aos prédios dali.
Mais uma vez pude maravilhar-me com obras históricas e reafirmar a qualidade e representatividade da arte brasileira ao longo de sua história. Lamentavelmente, a seção de arte moderna encontrava-se fechada, o que é sempre um grande acréscimo em se tratando de uma visita como essa, mas os outros setores do Museu são motivo o suficiente para a excursão e merecem por si só a apreciação dos magníficos trabalhos lá expostos.
Fique com algumas imagens do Museu Nacional de Belas Artes.

A imponente escultura ao centro da Galeria de Moldagens do MnBA.

Réplicas em gesso de esculturas gregas e romanas do período clássico

Escultura logo na entrada, ao pé da escadaria principal

O descobrimanto do Brasil retratado em belíssima pintura

Nos corredores instalações contemporâneas
de artistas brasileiros e estrangeiros no
Festival de Esculturas

O impressionante olho espelhado de Anish Kapoor

Natureza morta de Guignard
na exposição temporária O Espaço da Arte

Cândido Portinari também é destaque nesta exposição
que destaca a arte moderna brasileira

A Grande Cidade Iluminada, de Antônio Bandeira

Os Jogos e os Enigmas, de Maria Leontina, de 1954 


A obra do gaúcho Iberê Camargo também aparece na mostra

A impressionate Torre de Franz Weissmann, que "muda"
de forma conforma vamos percorrendo em torno dela.

No espaço Reinvenção do Rio de Janeiro,
pintura panorâmica da cidade no século XVIII
Barco no Lago, de Félix François George Ziem, de 1911

As expressivas pinceladas de Ventania, de Alfred Sisley

E no mesmo espaço, a belíssima arquitetura do prédio do
Museu Nacional de Belas Artes é contemplada

O globo de metal no segundo corredor de esculturas

Belíssima escultura de um bandeirante na
Galeria de Arte Brasileira do séc. XIX

A lindíssima Alegoria às Artes

O clássico quadro da primeira missa no Brasil

O imponente e impressionante retrato da Batalha dos Guararapes,
de Victor Meirelles, do séc. XIX

E o gigantesco, a maior pintura exposta no MnBA,
A Batalha do Avaí´, de Pedro Américo

O espaço interno do Belas Artes e suas obras.
***


Museu Nacional de Belas Artes
endereço: Avenida Rio Branco, 199 - Centro (Cinelândia) Rio de Janeiro

horário: terça a sexta, das 10h às 18h, sábados, domingos e feriados, de 13h às 18h
ingressos: R$8,00 (público em geral) e R$4,00 (meia entrada pra estudantes, menores de 21 anos e pessoas entre 60 e 65 anos); crianças até 10 anos e maiores de 65 anos, não pagam
* aos domingos a gratuidade é para todos



Cly Reis


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Exposição “Neon”, de Gelson Radaelli – MARGS – Porto Alegre/RS



Qualquer pessoa que já tenha tido a felicidade de ir ao Atelier de Massas, no Centro de Porto Alegre, sabe que não se vai lá somente pelas deliciosas comidas que a casa oferece – o que já seria, importante ressaltar, motivo suficiente. Além do jazz rolando em volume adequadíssimo nos alto-falantes (nem alto demais que não se consiga conversar, nem baixo em demasia que não seja possível identificar a música e criar uma atmosfera agradável), as paredes do restaurante são verdadeiramente hipnotizantes. Isso porque Gelson Radaelli, dono do negócio, é, igualmente, um dos mais criativos e expressivos artistas visuais do Rio Grande do Sul, e as paredes do Atelier de Massas são tão abarrotadas de quadros dele quanto de garrafas de vinhos, confundindo o restaurante – propositalmente – com seu atelier de arte.

Faço o paralelo com o vinho, pois, como acontece com a bebida de Baco, a obra de Radaelli também parece melhorar com o tempo. Se não tanto, ao menos se refina – o que a muitos pode ser entendido, sim, como avanço conceitual e técnico. “Neon”, em exposição no MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, simboliza essa hipótese: é a celebração de 30 anos de um trabalho forjado essencialmente na pintura e no desenho sintetizado em elementos pictóricos mínimos, mas que denotam a multiplicidade plástica e, consequentemente, a depuração de uma obra artística. São 22 quadros inéditos, maiormente óleo sobre tela, em que a constituição básica são pinceladas largas em preto, branco e cinza (por vezes, algum azul) sobre um fundo rosa.

Assim, as fantasmáticas e desconcertantes figuras humanas vistas em grande parte da obra de Radaelli, que chegam até a assustar com sua expressividade desacomodante, estão presentes na novíssima série produzida para a exposição. Entretanto, homogeneizadas, hibridizadas, como que assimiladas naturalmente. Os corpos humanos ou pedaços de dão lugar a borrões e espessos feixes de tinta. Se o figurativo dá lugar ao pleno abstratismo, a sensação de movimento – não raro, vertiginosa –, a persistência do traço, a sobreposição de camadas e a inquietante fúria do gesto mantêm-se intactas, reelaboradas, renovadas.

A maturidade atingida por Radaelli nesta nova série também pode ser percebida na síntese cromática obtida com a combinação mínima de cores. O fundo rosado funciona como um cenário de múltiplas possibilidades de interação com aquilo que suporta. Assim, o preto, o branco e o cinza, intercalam-se, somam-se, desafiam-se. Nunca suplantando sua base, mas experimentando gestos de todas as ordens: jorros, acasos, redemoinhos, urgências. E ainda deixando escapar sempre, mesmo que discretamente, algum azul. Um azul de existência, de resistência. De luz.

“Neon” faz-se, por estes aspectos e outros vários que possam ser depreendidos, uma mostra desafiadora em sua aparente redução. Radaelli sempre delegou, diferentemente de Iberê Camargo – de quem se notam semelhanças por vezes –, ao apreciador a responsabilidade de lidar com o incômodo, com o embaraço das contorcidas e doloridas figuras humanas que compunha. Nesta série, entretanto e para além disso, a assimilação conceitual pela via da abstração não tira de quem vê tal carga. Põe, sim, a perguntarem-se: onde fomos parar?

Vídeo: Exposição "Neon"



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serviço
Exposição “Neon"
local: Galerias Ângelo Guido, Pedro Weingartner e João Fahrion do MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli)
endereço: Praça da Alfândega, s./n., no centro de Porto Alegre/RS
período: até 10 de setembro
horário: de terças a domingos, das 10h às 19h
curadoria de Icleia Borsa Cattani.
entrada franca.

abaixo algumas fotos da exposição:






 









por Daniel Rodrigues

sábado, 11 de fevereiro de 2017

"Vontade de Mundo" – Exposição coletiva – Coleção João Sattamini - Museu de Arte Contemporânea (MAC) – Niterói/RJ




Como já falei aqui no blog – e acho que sempre vou falar quando lá estiver –, ir ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o MAC, é por si um passeio e um exercício artístico, independentemente do que estiver em exposição. Aquele desenho de Oscar Niemeyer, que respeita e se integra com o redor, com a natureza exuberante do Mirante da Boa Viagem com mar, morros, verde, declives e aclives, faz com que o visitante também se integre àquela arquitetura. Niemeyer, através da beleza reveladora de sua arte, faz-nos revelar tal integralidade enquanto seres pertencentes a esta natureza. 
Impressionante pela técnica e efeito a obra de Del Santo

Dito isso, volto as atenções à exposição em destaque, que está no local até 2 de abril: "Vontade de Mundo". A mostra algumas guarda parecenças com outra que vimos em nossa estada no Rio de Janeiro em dezembro, “A Cor do Brasil”, no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), pois ambas têm como base o acervo do colecionador João Sattamini. Isso faz com que alguns artistas, como Mira Schendel, Iberê Camargo e Aluísio Carvão, por exemplo, apareçam nas duas. Porém, o conceito, este sim, é totalmente próprio em cada uma delas. Nesta do MAC, consideravelmente menor que a outra, mesmo que exposta no salão principal, são 30 obras selecionadas, cerca de 90% menos do que a do MAR, que traz mais de 300! 

Afora o fator quantidade, "Vontade...” traz como tema não a cor como mote, mas um (questionável) sentido de unidade por meio de incontáveis mundos possíveis em cada obra de arte. O objetivo deste recorte é provocar cada visitante a tecer relações entre as obras entendidas como um mundo em si aberto ao tempo. Essa leitura é de certa forma facilitada na segmentação dada: Mundos sem Nome, Invisível, Casa, Amor e Comunidade. Segmentação esta, todavia, um tanto resvalante.
O sempre minimalista e surpreendente Antonio Dias

Mira, a quem já me referi, como sempre impressiona com sua acrílica sobre tela de 1985, assim como um dos meus queridos da arte moderna brasileira, Antonio Dias com o invariavelmente interessante “Projeto para One & Three”, de 1974, uma acrílica e fita crepe sobre papel sobre madeira. “Linear cubo”, de Dionísio Del Santo, de 1976, também impressiona tanto pela técnica (óleo e fios de algodão sobre tela colada em aglomerado) quanto pelo efeito estético e de tridimensionalidade obtido. Ainda, merece destaque a escultura em bambu pintado a óleo de Ione Saldanha – cujas peças da mesma série se encontram na exposição do MAR, Quem também está no MAR e no MAC é o gaúcho Iberê Camargo com seu não-figurativo carregado. Nesta, não poderia ter caído em outra classificação que não a de Mundos sem Nome.


Quadro de Hermelindo Fiaminghi na série Mundos sem Nome


Se o conceito de “Vontade...” é um tanto aberto, numa forma quase preguiçosa de aproveitar esse o acervo de Sattamini, as obras que a compõem são de inegável qualidade. Se me perguntarem se vale a pena ir ao MAC para conferir a exposição, diria de pronto que “sim”. Afinal, mesmo que não se goste, tem o próprio MAC para se apreciar.
Enlameada, obra de Iberê, sempre expressivo


Mais uma vez, o mínimo dizendo muito


Arte indígeno-moderna de Ione Saldanha no bambu pintado a óleo
Simples e brilhante quadro a esmalte de Ione Saldanha

Instalação de Jorge Duarte toda em metal


Um dos quadros da série que tematiza o Amor

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“Vontade de Mundo” da Coleção MAC Niterói – João Sattamini 
local: Museu de Arte Contemporânea de Niterói - MAC
período: até 2 de abril 
de terça a domingo, das 10h às 19h 
Ingresso: R$ 10 
Entrada gratuita às quartas-feiras 

Curadoria: Luiz Guilherme Vergara


Por Daniel Rodrigues