Curta no Facebook

Mostrando postagens com marcador Janis Joplin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Janis Joplin. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Janis Joplin - "Pearl" (1971)




"Ela jogou fora,
em poucos anos,
toda a energia de uma vida"
presidente da Columbia Records,
gravadora de Janis Joplin,
na época de sua morte



A música de Janis Joplin entrou tarde na minha vida, mas não tarde demais. Só fui ter contato com o  trabalho desta magnífica artista há uns poucos anos atrás quando um amigo meu se livrou do seu "Janis in Concert" e me deu o CD. Fiquei encantado! Como eu nunca tinha notado aquilo? Dado atenção? Como nunca tinha apreciado?
Bom antes tarde do que nunca.
A partir daquele ao vivo póstumo quis conhecer melhor sua música de estúdio e procurei ouvir seu mais elogiado trabalho, o célebre “Pearl”, de 1971, que não só confirmou, como superou todas as expectativas.
“Pearl” já mostra a que vem com a excepcional “Move Over” que faz as honras de abertura, num rock, vigoroso, cheio de energia, embalo e talento. Pra não dar chance nem pra se recuperar da primeira, Janis sai rasgando a voz na introdução da apaixonada “Cry Baby”, em uma interpretação emocionante e maravilhosa.
A soul suingada “Half-Moon, com seu piano envolvente e percussão carregada; o blues-rock instrumental pegado “Buried Dead in the Blues”; a excelente “Get It While You Can” em mais uma interpretação marcante; e a agradável “Trust Me”, merecem destaque especial, mas os grandes momentos do álbum são, não por acaso, dois de seus maiores clássicos: o clássico country, “Me and Bob McGee”, que com um colorido todo soul tem sua versão definitiva na voz de Janis, sendo até hoje um de seus números mais emblemáticos; e a legendária “Mercedez-Benz”, que com sua interpretação à capela, tornou-se uma das canções mais conhecidas  e saudadas de todos os tempos.
“Pearl” foi o último registro de estúdio feito pela jovem cantora que viria a falecer poucos meses após a finalização das gravações. Mais uma daquelas carreiras curtas abreviadas por uma morte prematura de um artista que por certo ainda teria muita coisa de interessante para nos mostrar. Onde aquela menina iria parar cantando daquele jeito? Bom, não temos como saber. Só nos resta imaginar. Resta contentamo-nos com o que ela deixou. O que não é pouco. Não é mesmo.
***************************************
FAIXAS:
  1. "Move Over"
  2. "Cry Baby"
  3. "Woman Left Lonely"
  4. "Half-Moon"
  5. "Buried Alive In The Blues"
  6. "Me and Bobby McGee"
  7. "My Baby"
  8. "Mercedez Bens"
  9. "Trust Me"
  10. "Get it While You Can"

*************************************
Ouça:
Janis Joplin Pearl


Cly Reis

sábado, 16 de março de 2013

Janis Joplin - "Joplin in Concert (1972)




“Existe coisa pior que morrer aos 27 anos, numa overdose acidental, depois de terminar um trabalho excelente? Sim. Ser a associada a bichos-grilos deslocados de geração, ser vomitada por rádios que fazem do rock música retrógrada para ogros ignóbeis... Virar símbolo das mulheres-que-não-tomam-banho-e-têm-o-sovaco-cabeludo, ser vulgarizada como a baranga hiipie que o Serguei carcou”.
Pedro Só, jornalista 

O pior é que eu era desses. Dos que consideravam Janis só mais uma riponga despirocada da cabeça que, até tinha algum talento, sim, mas que abusava um pouco além da conta dos gritos e dos improvisos. Assim, nunca tive maior respeito pelo trabalho dessa moça. Mas minha impressão foi mudando com o tempo. Fui ouvindo uma aqui, outra ali, descobrindo que tal música que eu conhecia era cantada por ela, achando interessantes aquelas evoluções vocais, achando inspirados aqueles improvisos, até que, por fim, ela foi entrando na minha paisagem musical. Minha descoberta definitiva deu-se no entanto, quando um amigo meu, livrando-se de alguns CD's, me deu o "Joplin In Concert" (1972). Como disse, tirando "Mercedes-Benz" que é praticamente a marca registrada da loirinha e que todo mundo já ouviu pelo menos uma vez na vida, todo meu conhecimento de Janis até então era muito superficial, e ouvindo então aquele álbum ao vivo, abriram-se meus olhos definitivamente. Nossa! que cantora, que performance, que álbum ao vivo.
Este póstumo de Janis Joplin na verdade traz momentos distintos ao vivo com bandas diferentes e foi lançado originalmente em vinil duplo, com o acompanhamento de uma banda em cada disco, sendo a primeira parte, com a Big Brother and the Holding Company, banda da qual fez parte na primeira fase da carreira, mostrando uma sonoridade um pouco mais rock, mais pegada; e o disco 2, com a Full Tilt Boogie Band, do seu cultuado álbum "Pearl", puxando um pouco mais para o blues e soul. Mas a distribuição não precisa ser levada tão à risca, uma vez que a parte rock do disco, tem por exemplo, o excelente blues envenenado, "Piece of my Heart", e a "metade blues", por assim dizer, tem um rock soul e psicodélico como "Road Block".
Mas não ficamos só nestas: destaques também para , "Down on Me" que abre o álbum, um rock poderoso com uma pegada country-folk; para "All is Loneliness" que me lembra bastante The Doors; para a interpretação fantástica dela em "Summertime"; para a soul poderosa "Half Moon"; e para a faixa final, de performance incrível da cantora, "Ball and Chain". Sei que para fãs da antiga essas são completamente batidas mas, perdoem-me a empolgação, eu as conheci nesse ao vivo e adorei nessas performances.
Outro daqueles álbuns que se alguém puder ter em LP, por conta dessa diferença dos momentos, das apresentações, dos conceitos, das bandas, das performances, deve-se dar preferência para o formato vinil.
Daquelas artistas que mostram para a gente como é importante saber reconsiderar. Eu tive ouvidos abertos e felizmente descobri Janis Joplin ainda em tempo.Acho que me redimo de todas as injustiças que durante muito tempo dediquei a ela com este ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.
***********************************
FAIXAS:
  • Disco 1
lado A
1. "Down on Me"
2. "Bye, Bye Baby
3. "All is Loneliness"
4. "Piece of My Heart"
lado B
1. "Road Block"
2. "Flower in the Sun"
3. "Summertime"
4. "Ego Rock"
  • Disco2
lado C
1. "Half Moon"
2. "Kozmic Blues"
3. "Move Over"
lado D
1. "Try (Just a Little Bit Harder)"
2. "Get It While You Can"
3. "Ball and Chain"
* No disco 1: "Down on Me" e "Piece of My Heart", foram gravadas em Detroit, no Grande Ballroom, em 2 de março de 1968;
"All is Loneliness" e "Ego Rock", no Fillmore West em San Francisco, em 4 de abril de 1970;
"Road Block", "Flower in the Sun" e "Summertime", gravadas em San Francisco, no Caroussel Ballroom em 23 de junho de 1968;
e "Bye, Bye Baby, também em San Francisco, mas no Winterland, em 12 de abril de 1968.
* No disco 2: todas foram gravadas no Canadian Express Festival, porém "Half Moon" e "Kozmic Blues"  foram registradas em Toronto, no dia 28 de junho de 1970; e as demais em Calgary, também no Canadá, em 4 de julho de 1970.
Formações:
Big Brother and The Holding Company
  • James Gurley – Guitarra
  • Sam Andrew – Guitarra
  • Peter Albin – Baixo
  • Dave Getz – Bateria
Full Tilt Boogie Band
  • John Till – Guitarra
  • Richard Bell – Piano
  • Ken Pearson – Orgão
  • Brad Campbell – Baixo
  • Clark Pierson – Bateria
 **********************************************
Ouça: