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quinta-feira, 4 de março de 2010

"Educação", de Lone Scherfig (2009)


Fui, no último sábado, ao cinema assistir a Educação”, dirigido pela dinamarquesa Lone Scherfig, mesmo sem muita empolgação inicial, valendo mais pela curiosidade, mesmo.
Ele confirmou a minha expectativa. Programinha bom, filme legal mas nada, assim, pra ir pra casa impressionado ou pra recomendar fervorosamente aos amigos. Bom filme.
O lance todo é que uma adolescente inglesa estudiosa, inteligente, sagaz, com ambições de cursar Oxford, acaba se envolvendo com um homem mais velho e aí a vida dela cheia de rotinas e assuntos curriculares estudantis, ganha o incremento de novas experiências, que quisesse ou não, de uma forma ou de outra, contribuiriam para sua educação. Uma outra educação. Diferente do que os livros, os pais e a escola propunham.
Essa coisa toda de garota com um coroa conquistador, sacana e tal, a gente já tá cansado de ver em outros filmes, e isso meio que desmerece um pouco o argumento, o bacana,e sustentado por uma ótima atuação de Carey Mulligham, é a sede de conhecer da garota, a volúpia dela por vida, e sua fascinação e receptividade que cada coisa nova traz a ela. Esta sede de conhecer, que pode parecer uma coisa banal e fútil, não se aplica apenas aos prazeres mundanos até então desconhecidos por ela apresentados pelo homem e pelo casal com quem saem; mas vale também para CONHECIMENTO, pois, mesmo em dado momento abalada nos seus objetivos acadêmicos, não deixa de desfilar cultura mesmo nestes encontros e diante de pessoas mais vividas e assimilar sempre mais com estas novas experiências.
As cenas de festas, bares, curtições dos casais, me lembraram um pouco esteticamente, os filmes da Nouvelle-Vague, principalmente “Jules et Jim”. Aquela coisa solta, despreocupada, típica dos bon-vivents franceses dos anos 50. Acredito que a referência tenha sido proposital, até por causa do gosto da menina pelo idioma francês, utilizado charmosamente por ela em diversas ocasiões, e pela vontade dela de conhecer e viver em Paris, símbolo de arte e bom gosto da época.
Chama a atenção negativamente as tamanhas ingenuidades, tanto da família quanto da menina, o que não sei se é problema do argumento do filme, se a cultura de famílias inglesas permitiriam o aceso tão rápido e tão direto de um homem mais velho a uma filha adolescente em tão pouco tempo, ou se realmente, com base nas memórias de Lynn Barber, teria ocorrido exatamente assim.
Como disse, não é de se recomendar fervorosamente aos amigos. Fervorosamente, não, por favor. Mas pode-se recomendar, sim, sem susto.



Cly Reis