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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Os Causo de Dois Morro - Mr. Brownie e os muffins




Já contei procês dos profiteróle? Já? Ah, entonces... Bueno! Mas não só de profiteróle vive Dois Morro. Dois Morro tem umas fauna riquístima com muitos bicho importante.
É tão importante a bicharada de Dois morro que um famoso pesquisadêro vêio de lá das Inglaterras só pra estudá os bicho de Dois Morro. Mr. Brownie, um inglaterrense com um jeito meio metido a besta, vêio dá por esses lado (num bom sentido, é craro) pramode descobri novas espécime. Pesquizô, pesquizô, remexeu, subiu em árvre, cagô no mato, senvergonhô nas moita e no fim das conta escreveu um livro qui acabo sendo-se um dos mais importântico da História das Ciênça e dos conhecimento centífico : “A Orige das Espécime”. Dissero que foi aquele barbudo, o Darv, Darws... sei lá o nome desse sujeito. Mas na verdade o Mr. Brownie teve aqui muitos anos ante dele.
Mr. Brownie estudô ixcruzive um bicho muito curioso – qui era curioso assim purqui sempre queria sabê de tudo qui os ôtro tavo dizendo -, que era os Muffin. Os muffin éro assim meio qui mais ou mens paricido com os profiteróle só que mais ligêro, mais peludo e mais curioso. Muito bonitin, bonitin, qui éro umas fofureza! Teve uma época qui tinha tanto muffin, mas tanto muffin qui aparecia até dendicasa. Ajente tinha que enxotá os bicho assim “sai, mãfi, sai mãfi!”. Dispois com a famosa enxente de ’26 eles desaparecêro. Como o seu Noé não botô um casarzinho na arca dele, os muffin não procriaro mais e acabaro.
O gringo, seu Brownie, gostô tanto de Dois Morro que ficssô residênça até. Casô, fêiz uma renca de cria com a Dona Evangelina e ficô muito conhecido na região. Só qui como o nome dele era meio esquisito, meio difícer, cabô ficando conhecido como Seu Bráulio. Morreu na miséra anos depois afogado na mardita.


postado por Chico Lorotta

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Os Causo de Dois Morro - Os Profiteróle



Não si pode-se falá de Dois Morro sem falá dos profiteróle.
Os profiteóle pra quem não sabe é um anemarzinho que só dá lá pelas banda de Dois Morro. São uns bichinho mui bonito, peludinho, qui por lá, si chutasse uma macega apaecia uns déis. Hove época qui as dama das Europa só usavo as pele que saío de Dois Morro. Ixcrusive as dama da famosa cidade de Quiche Loraine, na Suíça qui era na época a maior exportadera da pele do bicho.
Quem tinha mesmo uma criação de uns profiteróle bonito, gordo, bem criado, era o seu Marco Geodésico. Famoso criadô conhecido e renomado. Até que um dia, o IDOMA (Instituto Doismorrense do Meio Ambiente) proibiu a criação pramode tirá o côro do bicho. Bueno, foi o fim pro Seu Marco. A estância ficou uma tapera. Vazia, sem bicho, sem peão. Seu Marco foi à falênça, si afundô na mardita e morreu.
Teve uma vêis, antes disso, qui uma atora estranjera veio aqui em Dois Morro só pra conhecer a criação de profiteroles do Seu Marco. A tal da Jacy Borreau que trabalhou no filme "O ataque dos croissants malditos".Quando ela sôbe qui o exportamento di pele di profiteróle tava proibido, ela e ôtras mulhé importante lá di Quiche Lorraine fizero uma passeata, tudo peladona, em protestância contra a lei. Mai não adiantou nada. O IDOMA não quis nem sabê do frio que as perereca da Suíça ía sentí sem as langerrí de Dois Morro. Desde entonce, casaco, carcinha, sutiã e corpete de profiteróle viraro peça de colecionadô.
Hojendia quasi não se encontra mais profiteróle em Dois Morro. Dizque tá em extinção ou coisa parecida. Só tem quem tem criação crandestina lá no fundo dos pátio, e mesmo assim se cuidando com o IDOMA que tá sempre de ôi.


postado por Chico Lorotta

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Os Causo de Dois Morro - "A Cidade"





Me utilizo-me deste ilustroso espaço que o mui ilustroso bloguero me concede pra contá uns causo curioso da minha amada Dois Morro, mas acabo por não falando do lugar em simesmo que é uma belezura de lindeza.
Conformes já se falô no primeiro causo, lááá atrás, Dois Morro é uma cidade que fica ali entre a Província Cisplatina e a Província de São Pedro, fazendo fronteira com a Terra de Vera Cruz e a Terra de Santa Cruz, aqui no meu Rio Grande.
Tem uma vastitude de terra que é maior que os Estadozunido só que não aparece nos mapa de jografia por uns poblema de direito de image. Não quizero pagá o que Dois Morro merece, então não fazemo questã de aparece.
Zimportante mesmo é qui si tome conhecimento qui Dois Morro, por ezempo, foi a primeira capitar do Brasí; qui os mais antigo osso de anemar préstórico fôro achado em Dois Morro; qui Dois Morro sobreviveu-se ao grande alagamento que inundô Atrântida, e só resistiu porcausdeque como os morro são mui alto, mui acima do níver do mar, a água não chegô em nóis e nóis fiquemo tudo lá de cima do morro da direita se rindo nos atrântidense tudo boiando lá embaxo qui nem qui uns monte cocô na patente.
A despropósito dos morro, o mais arto é o da direita, conhecido por Morro da Direita e o ôtro, o da esquerda nóis chamamo de Morro da Esquerda. Procê tê uma idéia o Morro da Direita é tão arto, mais tão arto que nóis botamo uns peão lá no arto do morro, subido nuns banquinho, pra trabalhá consertando uns buraquinho que aparecero na camada d’ozônio.
Dois Morro tem o maior rio do universo que é o Rio Entremorros qui tem esse nome porcausdequê passa no meio dos Dois Morro e tem maior lagoa de água doce do mundo, a sanga da Coca-Cola que tem esse nome porcausdequê em vêis d’água tem Coca-Cola, mesmo. A piazada se farta nadando e tomando Coca-Cola na sanga. É uma coisa linda di si vê!
Dois Morro é conhecida mundialmente no mundo todo porcaus do seu produzimento agropecuariano. Lá tem as maior plantação de presunto, de sucrilhos, de churros e de spaggetti. O pé de spaggetti parece um chorão-choroso. Mui lindo.
E sem esquecê das famosa plantação de ovo qui são de uma vastitude, de uma belezura tamanha qui são até de fazê aguá no zóio do vivente. Liiindo! Branco até aonde a vista alcança!
Ah, e os bicho! As vaca dão uísque, os cavalo nasce nas árvre e os porquinho da Índia não tem porqui são da Índia e não são porquinho de Dois Morro.
Mas tem os famoso profiteróle de Dois Morro, mas dos profiteróle eu vou falar outra hora.
Por agora chega. Vou me encostar na sombra desse pezinho de buceteiro e bodiá o resto do dia todinho.
Com sua licença.


postado por Chico Lorotta

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Os Causo de Dois Morro - "A Mulher-Butiá"




Tô vendo muita dessa falação de mulé fruta hoje em dia. É Mulé-Melancia pra cá, Mulé-Jaca pra lá, Mulé-Isso, Mulé-Aquilo. Hmmfff!!! Faço poco causo! Nenhuma si compara com a Mulé-Butiá que tinha lá em Dois Morro. Aquilo sim qui era muié!
Butiá, pros que não aconhece, é uma frutinha titiquinha assim, redondinha, amarelinha, doce e meiazedinha que nóis, prncipalmentemente quando é piá, gosta de coiê da árvre nos mato.
O causo é que tinha uma alemôa lá em Dois Morro qui os cabêlo era da cor de butiá. Além disso era pequenucha, dessas bem socadinha meio atarracada, sabe, e de uma boniteza de doê os óio.
Daí qui a indiada qui ficava lambendo os beiço pela Ivonette -esse era o nome da chinoca- botô o apelido de Mulhé-Butiá, até purque, como ela não dava muita confiança pros peão, uns dizio qui ela era uma loira azeda, o que só ajudou mais ainda pra colaborá no nome.
Eu falando assim vocêis num deve imaginá, mas era uma belezura de animar aquela fêmea: aqueles cabelo amarelo qui escorria os ombro qui nem a cascata do Caracol, uns óio azul qui nem qui o céu em dia de domingo, umas côxa grossa qui parecia umas tóra de figuera, umas têta mais bem boa qui nem qui as vaca da fazenda do Coronel Roncoso e umas anca qui parecia uma égua procriadêra.
Sei qui a Ivonette ficou meia qui mal-falada depois de alguns tempo purque se arresolveu saí de Dois Morro e í pros Rio de Janêro e se arrebolá com umas música muito batucada e com uns palavrório cheio de safadêza. Aí qui quando ela vortô, os pessoar dizio qui na verdade ela era mesmo Mulhé-Butiá não porcausa do cabelo amarelo, mas de verdade purque era boa de se comê no mato.
Que mardade com a Ivonette!



postado por Chico Lorotta

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Os Causo de Dois Morro - "O Doismorrense"




A despropósito desse conversê de futebór e tudo mais. Essas coisa de Internacionar ganhá essas copa americana, São Paulo ganhá treis veiz seguido e meia-dúzia no todo... Tudo isso é bobage! Pôca coisa! Bom mesmo era o time do Doismorrense de 1907. Que escrete aquele!!!
O golêro era o Cambraia. Prego, Marafo, Morrão e Panete fazío a defesa. Miscorete, Caiana e Restilo no meio. Uca, Xinapre e Zuninga fazia a linha. Cambraia não tinha uma das mão mas mesmo assim foi o melhor golquíper que eu já vi agarrá. Dos béque o Morrão era daqueles que deixava passá a bola mas nunca o atacante e o Marafo jogava mais na crasse. Nas lateral o Prego era magricela mas ligêro que nem sei, e Panete jogava com uma catiguria tar que foi até arremedada depois pelo tar de Nilton Santos. Os arf... Ah, os arf! Miscorete era um imperador no conduzimento da pelota, Caiana era agudo e Restilo aquele armador que pisava na bola, olhava e maquinava o jogo na cabeça. Na linha da frente o Uca era quase que um farso ponta-direita, Zuninga era rápido que nem que um corisco e o Xinapre não perdoava quando o caroço caía pingando pra ele na frente do golêro diversário.
Tudo isso com o comando do inesquecíver Arlindo Cachaça. Que treinêro! O homem que inovô no futebór. Nada de 4-4-2 ou de 3-5-2. Arlindo inventou o revolucionário esquema 1-10. Um pega cas mão e os otro chuta. Mais tarde o mesmo Arlindo Cachaça assombrô o mundo de novo, perfeiçoando o póprio sistema 1-10. Agora um podia pegar cas mão e os otro chutá só que PÁ FRENTE. Aquilo foi praticamente o princípio utilizado pela Laranja Mecânica muito tempo depois nas Copa de 74.
Inter campeão invictamente? São Paulo 18 jogos sem perdê? Hmmmfff!!! Faço pôco! O Doismorrense ficou 5 ano, dois mêis e 22 dia sem perdê. Foro 426 jôgo sem sabê o que era derrota. E mesmo assim no jogo que perdeu foi ladroage do juiz, que não se dava com o Arlindo Cachaça e quis prejudicá ele. Tanto foi ladroage que o póprio juiz, o Armando Feitosa Barros, feiz o gôlo da vitória do Província, entrando ele mesmo com a bola de baixo do braço dentro da golêra. Pode uma cousa dessa?
Foi uma revorta geral!
O jogo acabô em paulêra!
Aliáis nem acabô.
Teve invasão de campo, briga na torcida, 25 prisão e treis morte. Mas foi o jogo que ficô marcado pra sempre como o dia que o Doismorrense perdeu.
Robado! Robado!


postado por Chico Lorotta

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Os Causo de Dois Morro - "Por um tantinho assim"




Hamilton? Massa?
Cês acha qui aquilo foi corrida disputada? Qui aquilo foi final emocionativo?
Hmmff!!! Aquilo num foi, é, nada!
Carrera braba mesmo, com finarzinho de mareá os olho até de domador de touro chucro, foi a que se deu-se em 1849 em Dois Morro.
Naqueles tempo não tinha auto de motor ainda, entonce que a corrida era de carroça mesmo. Era cousa mui concorrida esse páreo e vinha gente do mundo intero pra ver o Grande Prêmio de Dois Morro. Vinha também gente das estranja pra corrê: vinha índio das Ulropa, das Constantinopla, das Pérsia, de Esparta e tudo mais quanto é lugar. Mas os nêgo bão mesmo era um tar de Luiz Amílton, que tinha um potro lindo que puxava a carroça, meio cinzentado que ele batizô Flecha de Prata, e um otro, um colono que chamavam de Felipe “Macarrão”, que tinha esse pelido por adorá um bom prato de massa com guizado. Esse aí tinha uma carroça vermelha, vistosa e um tordilho preto que puxava ela que ele chamava de Ferrado.
O causo é que o tar de Amílton tinha ganhado uma corrida a mais que o Macarrão e por causa disso podia até perdê que mesmo assim ganhava o prêmio, qui era um boi, ofrecimento generoso do Coronézinho . Isso porcausdeque tinha chegado uma vez a mais em segundo, e entonces que o Macarrão, que era mui querido das gente da cidade, tinha que ganhá e o Amílton completá só pra mais de tercêro. Em quátrimo, cínquimo... Qualqué cousa, só num podia ganhá nem sê segundo, nem tercêro.
Pois entonce que começô o troço e o Macarrão num tardô em sartá pra diante. O Flecha de Prata saiu meio que manquitolando mas mesmo assim fico em segundo.
Eles seguiro assim por umas 150 vorta (a corrida ia tê 165) até que começou uma chuvarada. Mais, meu Deus, um toró que tu não faizidéia! Aí, qui como os pangaré começaro a atolá, tivero que ir pras baia trocá as ferradura.
Foi aquele alvorolço: toda a peonada, moiada feito uns pinto, se apurando pra trocá os casco e dá água pros bicho.
E voltaro pra cancha. A peonada do Macarrão foi mais ligera e ele vortô inda na frente. O Amílton vortô atráis e ainda com o tar de Sebastião no cangote dele.
A corrida, foi, foi, até qui chegô a úrtima vorta. O tar do Luiz Amílton já tava atráis, com o tordilho dele rengueando e a água batendo forte, a ainda pra piorá o Sabastião, com seu pangaré meio avermeiado que levava o nome de Toro Encarnado, foi passando. Botô as fuça, botô meio-corpo, corpo intero e tava na frente dele. O Amílton tava em muitíssimo atrais e não ia ganhá mais de jeito manera.
O Macarrão tava mais forgado que peido em bombacha, lá na diantera quando aconteceu o acontecido: na reta derradêra um dos pangaré tropicô e os otro tudo foi junto. Foi aquela misturança de perna de cavalo pra tudo que era lado. Os que vinha traís caía junto. E era lama, bicho caído, carroça quebrada e nisso o Macarrão já tinha cruzado a faxa de ganhador. As gente, tudo encostada na cerca tava numa faceirice igual a piá qui levanta a saia de guria, quando o Amílton apareceu no início do retão só com um pangaré rengo na frente dele e do Sebastião, que já tinha passado ele antes. O potrinho esse, fraquinho que tava, não agüentava nem puxar mais a corroça, até qui o Sebastião foi passando, o Amílton passando, os dois passáro e o potrinho caiu sem força. Agora era só o Amílton comemorá! Não... não era. E não é que o Amílton me tropeça num otro qui tava caído? A claque que tava acabrunhada se ouriçô dinovo. Mas a pista tava mas encharcada que cuêro de nenê mijão e no caí no chão, o Amílton foi deslizando, deslizando, até que parô na berinha da linha de chegada. O povo vibrô di novo achando que não tinha dado pra ele. Mas aí o Intendente Geral que ia dá o aceno de lenço pro ganhador, desceu do palanque foi até a cancha e viu que a crina do bicho tinha passado da linha. E pronto: o Amílton chegou em tercêro por causa da crina do bicho.
O dia foi de muita tristeza pra gringaiada que queria vê o Macarrão ganhá. O Luiz Amílton comemorô feito lôco e carneou o boi qui ganhô pra fazer uma churrascada pros seus.
O Macarrão ficou sorumbático uns dia, mas logo se recompôs e depois ganhô muitas e muitas otras temporada.
Foi a carrera mais impressionante que teve em Dois Morro e em qualqué lugar do mundo, podetêcerteza.
Por uma crina de cavalo!


postado por Chico Lorotta

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Os Causo de Dois Morro - "O Meio-Voto"



Também aproveitarei este espaço para contar algumas histórias de um lugar mui, mui bonito, chamado Dois Morro. Trata-se é uma cidade que fica entre a Província Cisplatina e a Província de São Pedro, ali no Rio Grande. Muita gente diz que nem existe esse lugar, dada a grandiosidade dos acontecimentos que lá se passam. Não aparece no mapa, por problemas de direito de imagem, mas que existe, existe e existe bem!. Mas essas conversas da inexistência de Dois Morro é só inveja dessas outras cidadezinhas como Paris, Londres, Rio, que não chegam perto da grandiosidade de Dois Morro.
Pra falar a verdade eu nem vou contar os causos de Dois Morro. Vou deixar que um antigo morador da cidade, nascido e criado lá, se encarregue destes relatos históricos.
Contarei aqui a partir de hoje com a colaboração do meu compadre Chico Lorotta.
Com vocês os Causo de Dois Morro:

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Buenas! Coméquicêsvai?
Já qui tamo nessépoca de elegimento de prefeito e vereadorias, queria aproveitá pra contá um causo que eu sealembrei que aconteceu no preito de 1926. Cês tão achando que essa diferencia nos Rio de Janeiro foi apertada? Que aquilo ali foi eleiçã equilibrada? É porque cês num viro a de Dois Morro de milnovcentsvintceis!
Concorria o Coronel Agripino Roncoso, dono de terra, respeitado, home de bem e de muita poderância; e o Seu Hermenegildo da Farmácia, que não tinha tanto influenciamento e dinherância, mas tamém era mui respeitado e querido da populagem, por causa da sua boa prosa, simpaticismo, bondeza e por sê um home do povo, mesmo.
A campanhice eleitoresca foi desigualitária: o Coronel distribuía charque, dava churrascada e mais churrascada, fechava o putero e distribuía as chinoca pra peonada, enquanto que o Seu Hermenegildo fazia o que sempre feiz: trocava uma idéia com um ali no bolicho, tomava uma cachaça com outro ali adiante, dava um purgante de grátis pra quem tivesse de necessitamento e distribuía uns, tipo que uns, santinho com a fotografia dele e com o númbero pra votagem, que ele mandô fazê coas economia lá da drogaria.
Assim se seguiu o Coronel Roncoso fazendo uso de suas maneira e recur$$o pra ganhar a disputância e o Hermenegildo indo mais pela simpatia.
Até que chegou o dia do votacionamento! Aquele dia foi um alvorolço: as gente pra lá e pra cá de cavalo, de apé, de carroça, de tudo. Só pra ir votar.
No fim da tarde, quando acabou o troço, fôro pras apuaração. Contaro, contaro, contaro e era um voto aqui, otro ali. Um pro Coronel, otro pro Hermenegildo, um pro Hermenegildo, otro pro Coronel. Até qui quase seis meis dispois, porcaus do populamento sê muito grande, se chegou no último papelito (naquela época era a tar da célula eleitoral). Pois então que contaro tudo e não é que o Coronel Roncoso ganhou o preito por meio voto? Meio voto!!! Poi sim!
A festança foi grande. Teve, foi, uma bailanta que durou treis dia seguido. Coisa linda de se vê! A peonada tudo bêbada vomitando pelos canto.
Passada a festa foi que se veio a se sabê que a diferência de meio voto se deu-se por causdeque tinha um peão lá, um índio mui do indignado que não queria saber de votá no Coronel e tinha alardeado aos quatro vento, por todas as banda esse decisionamento, de modo a todo mundo tê sabiência.
Foi então que o Coronel resolveu aplicar um corretivo no tar. Foi éntão ele que mandou uns capanga dele cortá as perna do vivente de modo a ele não í votá. Mas adiantô? Que nada! Taura brabo, insitente, não ia se michá só por causa de um taiozinho nas perna.
Foi. Foi votá. Mal alcançô a urna mas conseguiu. O pobrema é que pramodefavorecimento do Coronel, o tar do juíz eleitorense, que já tava "no bolso", deu um jeito de só fazê valê só meio voto o do xirú de meio corpo. Aí que o preito que ia acabar empatado, foi vencido pelo Coronel Roncoso por meio voto, que aliás foi o nome pelo qual o gaudério ficou conhecido, Meio-voto.
Que barbaridade, hein! Judiação com o vivente!
Foi a disputa eleitorense mais peleada de Dois Morro e por conta do corretivo dado no cidadão o Coronel Roncoso se relegeu mais treis veiz até que veio a morrê com um tiro de espingarda, muitos anos dispois.



postado por Chico Lorotta