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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

ClyBlog 5+ Artistas Visuais



Como não falar das artes plásticas, das artes visuais? Impossível. Afinal, um dos objetivos do blog desde seu início, era exatamente servir de canal para a apresentação e expressão, inicialmente de minhas manifestações artísticas como gravuras, pituras, quadrinhos, etc., mas com o tempo ganhando possibilidades mais amplas. A seção COTIDIANAS, por exemplo, passou a ganhar ilustrações (de artistas conhecidos ou não) que tivessem alguma ligação visual ou referencial com os textos; as mini-HQ's foram ficando mais trabalhadas, mais ricas, mais artísticas; a  fotografia foi ganhando força e espaço mas admito que ainda merece um destaque maior no blog; e ainda exposições, mostras e espaços passaram a ser destacados com frequência e qualidade, tanto que criarmos uma página especialmente para isso, a VAL E VEJA, coordenada pela parceira Valéria Luna.
Como se vê, o que não falta no clyblog é arte e, sendo assim, nada mais justo do que convidarmos 5 pessoas para participarem de mais esse especial dos 5 anos: clyblog 5+ artistas visuais.



1. Valéria Luna
relações públicas
(Porto Alegre)


"Do espanhol Joan Miró tenho uma tatuagem no braço direito com o detalhe da pintura do artista.
Como toda boa lista não posso deixar de fora os clássicos e, no caso de Van Gogh, eu gosto do simplório,
quando ele retrata seu quarto e dos detalhes de Os Girassóis.
O expressionismo abstrato de Pollock me influenciou, mesmo sem querer, na época que resolvi pintar algumas telas.
Quando assisti ao filme, ("Pollock", 2000) apesar da vida conturbada do rapaz, vi também que ele era exatamente o retrato de suas obras.
Para uns o rei da Pop Arte é o Andy Warhol, para mim, sem dúvida é o Lichtenstein.
E não posso deixar de fora, de jeito nenhum, meu pai, Leonardo Filho.
Foi com ele que eu aprendi a maioria das coisas que sei sobre artes visuais e claro, que me influenciaram na criação desta lista."



1. Joan Miró
2. Vincent van Gogh
3. Jackson Pollock


4. Roy Lichtenstein
5. Leonardo Filho

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2. Carolina Costa
pedagoga
(Porto Alegre/RS)


"Todos estes artistas me completaram em algum momento da minha vida."


1 - Louise Bourgeois
2 - André Breton
3 - Henri-Cartier Bresson
4 - Leonardo Da Vinci
5 - Vincent Van Gogh


Van Gogh:O artista
por ele mesmo















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3. Tita Strapazzon
professora
(Porto Alegre/RS)
Uma das impressionantes imagens
produzidas pelo chinês Huan


"Coloquei mais ou menos assim: Hoje são os artistas visuais que gosto muito".



1 - Zhang Huan
2 - Barbara Kruger
3 - Rosangela Rennó
4 - Frida Kahlo
5 - Arthur Bispo do Rosário




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4. Gabriela Bohns
designer
(Porto Alegre/RS)


"Inspiração para o meu trabalho".




O trabalho
de Cassio Raabe


1- Henrique Oliveira
2- Cassio Raabe
3- Nara Amelia
4- Tulio Pinto
5- Nathalia Garcia




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5. Marion Velasco
artista visual e
musicista
(Porto Alegre/RS)

"Claro que dá vontade de colocar na lista, pelo menos, mais 5 artistas,
então, escolhi os que me inspiram na base, exatamente nesta ordem: 
Duchamp, pelo interesse nas coisas ao seu redor, viagens e todo tempo´perdido';
Matta-Clark, por ‘construir a demolição’ de coisas (e quebrar conceitos) ao seu redor;
Yoko, pela voz, proposições e vida;
Alys, pela criação com caminhadas, materiais pobres e micropinturas;
e Banksy pelo anonimato e ação política nas ruas do mundo."


1. Marcel Duchamp
2. Gordon Matta-Clark
3. Yoko Ono
4. Francis Alys
5. Banksy

Uma dos geniais grafites de Bansky
carregado de crítica e atitude.

















sábado, 30 de março de 2013

The Velvet Underground - "White Light / White Heat" (1968)



“ ‘White Light/White Heat’ é tão escuro como encarte do álbum.”
Jason Thompson



O The Velvet Underground conseguiu um feito que pouquíssimos artistas do rock alcançaram: tornar praticamente toda sua discografia essencial. Tá certo que gravaram poucos discos de estúdio, mas em sua absoluta maioria imprescindíveis. Poderiam entrar tranquilamente nessa lista “The Velvet Underground”, de 1969, “Loaded”, de 1970, e até o póstumo “V.U.”, de 1984, sem falar, claro, de seu primeiro e histórico trabalho, The Velvet Undeground and Nico, de 1967, já constante entre os ÁLBUNS FUNDAMENTAIS deste blog. Depois de uma estreia tão marcante como a deste “divisor de águas” da música moderna do século XX, o grupo, até então apadrinhado por Andy Wahrol, que lhes coordenava toda a parte artística – influindo, inclusive, no conceito e repertório –, tinha à frente duas das mais geniais cabeças que o rock já conheceu: Lou Reed e John Cale. E quem tem uma dupla desse calibre não iria ficar muito tempo associado à figura de outro artista, por mais que a amizade se mantivesse – como, de fato, ocorreu. Foi assim que Reed e Cale pensaram ao criar o ousado, selvagem e brilhante “White Light/White Heat”.


Neste disco, gravado ao vivo no estúdio, o Velvet manda às favas as pré-concepções intelectualódes que vinham sendo atribuídas a eles e fazem um álbum de puro rock ’n’ roll. Eles se despem de toda a aura de sofisticação, da elegância cool da ex-integrante Nico e do colorido da pop art para gerar uma obra suja e corrosiva. Algo ruidoso e psicodélico como jamais registrado antes. Nunca se tinha ouvido tanta distorção de guitarra, tanto ruído. Parece uma demo! E o mais incrível: conseguem um resultado tão vanguarda e sofisticado quanto, só que de outra forma. Ao limparem sua estética de todos os floreios, extraíram a musicalidade mais bruta e seminal possível, atingindo, por esse viés, níveis sonoros que vão do free-jazz ensandecido de Ornette Coleman à atonalidade de Shöenberg, passando pela multiplicidade timbrística de Mahler e pelo folk-rock rural de Hank Williams e à aleatoriedade dissonante de Cage ou à “música mântrica” de Stockhausen.


 A começar pela capa: no lugar da “banana artística” de Warhol, um design mínimo e seco: fundo preto e letras em fonte simples. Só. O que importava era o “recheio”. E que recheio! Voltando no trabalho anterior, que termina no mar de ruídos e improvisos de “European Son”, “WL/WH” inicia com essa pegada em sua faixa-título, um rockabilly fenomenal em que a voz de Reed faz tabelinha com o coro, e todas as outras faixas seguem nesta linha até o fim. O som, tosco e tomado de distorções de pedal, parece rasgar a caixa, e uma visível (e proposital) equalização estourada, formando uma massa sonora densa. Tudo está sobreposto: baixo, guitarras, bateria, órgão, vozes. E a letra, mais corrosiva impossível: narra a experiência de um tratamento de choque a que Reed foi submetido aos 17 anos na tentativa de “curar-lhe” do homossexualismo. Recado dado, vem “The Gift”, tribal e minimalista, que conta pela primeira vez na obra do Velvet com a elegante voz de Cale. O galês recita uma extensa história sobre um homem que queria assassinar seu desafeto escondido dentro de uma caixa de presente, mas ele é quem acaba morto.

 A terceira é uma das melhores músicas da banda: “Lady Godiva’s Operation”. Ao estilo das clássicas “All Tomorrow’s Parties” e “Venus in Furs”, traz uma composição soturna e sensorial com influências da música medieval para contar sobre uma cirurgia de troca de sexo em uma drag queen, que tem o nome da histórica personagem anglo-saxã do séculos I e II. Além da instrumentação crua sobre uma melodia rebuscada, a harmonia envolve o ouvinte de tal forma que parece criar um mantra. Também cantada por Cale, lá pelas tantas Reed começa a entrar progressivamente, até formar com o parceiro o mais psicodélico dueto já visto no rock, em que um solta uma palavra enquanto o outro emite sons guturais e onomatopeias, e vice-versa. Nada menos que incrível.

 A melodiosa “Here She Comes Now” dá uma pequena aliviada na pauleira, até entrar “I Heard Her Call My Name”, que retorna à alta voltagem. Altíssima, no caso. Fico imaginando o choque que foi isso em plenos anos 60, que, mesmo respirando contarcultura e rebeldia jovem por todos os lados, nunca tinha visto tamanha radicalidade. Levei os 20 primeiros segundos da música para entender o seu centro tonal, seu riff. Mas não é só barulho, não.  Em meio a microfonias e urros de guitarra, descobre-se uma bela canção. Impossível não se lembrar do épico "Psyco Candy" , do Jesus and Mary Chain,  claramente inspirado nessa fórmula e conceito.

 O disco termina com a clássica “Sister Ray”, uma performance protocênica de 17 minutos tal como a banda fizera várias vezes para as projeções audiovisuais de Warhol ou para trilhas do cinema alternativo norte-americano. A base, simples e muito punk, é desenhada pelos improvisos de vocal de Reed e sua guitarra junto com a de Sterling Morrison, além das inteligentes variações de ritmo de Moe Tocker na bateria e pelo órgão tresloucado de Cale. Segundo o crítico e historiador musical italiano Piero Scaruffi, “Sister Ray” é “uma peça épica que rivaliza com as sinfonias de Beethoven e as improvisações metafísicas de John Coltrane”.

 “WL/WH” é, assim, o primeiro disco genuinamente punk da história, antes mesmo do debut de Stooges e MC5, ambos em 1969, e mais ainda de RamonesSex Pistols ou The Clash, que nem pensavam em tanger seus primeiros acordes. Não só pela sonoridade, mas também por introduzir de vez a postura do “faça você mesmo”, seja na produção deliberadamente desleixada, seja na execução ao vivo no estúdio sem esconder possíveis erros, seja na secura da arte gráfica. Um disco que, completando 45 anos de seu lançamento, é um marco em estética e plasticidade. Punks, new-waves, ingleses dos ‘80, grunges e indies até hoje deitam e rolam nessa viagem subterrânea do Velvet, pois “WL/WH” é exemplo de que basta iniciativa e um sentimento genuíno para fazer rock ’n’ roll. E que bom rock ’n’ roll!
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FAIXAS:

1. "White Light/White Heat" (Reed) - 2:47
2. "The Gift" (Reed, Morrison, Cale, Tucker) - 8:18
3. "Lady Godiva's Operation" (Reed) - 4:56
4. "Here She Comes Now" (Reed, Morrison, Cale) - 2:04
5. "I Heard Her Call My Name" (Reed) - 4:38
6. "Sister Ray" (Reed, Morrison, Cale, Tucker) - 17:28

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