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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

The Beatles - "Revolver" (1966)

"Nós, Beatles, somos mais populares que Jesus Cristo neste momento."
John Lennon em 1966



Na eterna “briga” entre Rolling Stones e Beatles, devo admitir que sou um stoniano de carteirinha. Nem ao menos sou tão fã dos garotos de Liverpool quanto a maioria dos músicos, roqueiros, críticos, etc., mas não há como se negar que, se não se trata da melhor, trata-se induscutivelmente da maior banda de rock de todos os tempos e por certo a mais influente da história do gênero. Em qualquer coisa que se ouça de pop e rock depois do seu surgimento, há um dedinho dos caras e isto por certo não é pouca coisa. Um destes discos que pelo seu experimentalismo, tentativa, ousadia, importância e técnica é daqueles que mudaram o rumo das coisas é o ótimo “Revolver”, certamente o meu preferido. Nele temos o rock pegado de “Taxman” que abre o disco, uma das três composições de George Harrisson que desta vez ganha mais espaço colaborando muito com o grau de experimentação e psicodelismo da obra e na minha opinião com a qualidade do mesmo; outra música sua é a viagem hindu “Love You To”, que é bem legal também; temos também a bela “Eleonor Rigby” com seu precioso arranjo de cordas; a clássica “Yellow Submarine” cantada por Ringo e com uma série de recursos de estúdio, ruídos e participações especiais escondidos sob uma atmosfera infantil; e a incrível e audaciosa “Tomorrow Never Knows”, uma viagem psicodélica com uma bateria alucinante e vocais modificados, trabalhada em estúdio em todos os graus possíveis gerando um resultado extremamente inovador e com uma sonoridade ainda hoje atualíssima. Este é o clima do disco. É na minha opinião a obra mais ousada, doida, inovadora e completa dos caras.
Mesmo pra quem, como eu, não é fãzaço, é álbum fundamental.

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Como curiosidade, a propósito de “Tomorrow Never Knows”, ela foi a tal ponto inovadora e atual que serviu de inspiração e base para "Setting Sun" do duo eletrônico Chemical Brothers. A inspiração, e semelhança eram tamanhas que agentes dos Beatles chegaram a alegar plágio, porém a gravadora da dupla inglesa, convocou um especialista que conseguiu provar que a semelhança não chegava a caracterizar a irregularidade.

FAIXAS:
1. "Taxman" (Harrison) 2:39
2. "Eleanor Rigby" 2:07
3. "I'm Only Sleeping" 3:01
4. "Love You To" (Harrison) 3:01
5. "Here, There and Everywhere" 2:25
6. "Yellow Submarine" 2:40
7. "She Said She Said" 2:37
8. "Good Day Sunshine" 2:09
9. "And Your Bird Can Sing" 2:01
10. "For No One" 2:01
11. "Doctor Robert" 2:15
12. "I Want to Tell You" (Harrison) 2:29
13. "Got to Get You into My Life" 2:30
14. "Tomorrow Never Knows"


Download

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3 comentários:

  1. Me desculpe Clayton, mas acho que a briga dos Beatles era com os Beach Boys. Da para perceber como essa duas bandas se admiravam e tentavam se superar a cada album. Adorei o texto, acho que I want to tell you tambem e do George Harrison (meu beatle favorito). Gosto muito tambem de I'm only sleeping and Got to get you into my life, que tu poderias acrescentar que o Paul McCartney escreveu para a maconha. http://en.wikipedia.org/wiki/Got_to_Get_You_into_My_Life
    Um abracao!!!

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  2. Rodrigo, sei que a BRIGA efetivamente era com os Beach Boys e que o Brian Wilson, principalemte se modia por qqr coisa que os Beatles fizessem melhor que ele, mas qdo digo "briga" (entre aspas mesmo) entre Stones e Beatles, me refiro + a essa discussão frequente sobre quem foi melhor. Qto a 'I Wanto to Tell You', tu tens razão. Eu que dei bobeira. Obrigado pela contribuição.

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  3. Salve, salve! Sabes que sou mais beatle que tu, né?: tenho quase todos do Quarteto de Liverpool, acho Lennon e MacCartney gênios da humanidade como um DaVinci, Bach ou Nyemeier e, principalmente, ACHO que gosto mais do que Stones. Mas, como o próprio nome da banda gaúcha diz (o que se deve justamente a este motivo): é briga de "Cachorro Grande". Sem entrar neste mérito, acho que nutro essa admiração pelos Beatles muito pelo fato de que eles, a certa altura, conseguiram me convencer. Nossa formação musical e artística de modo geral começou pelo punk e as coisas que se depreenderam disso. E uma das características do punk é, para bem e para mal, a destruição dos mitos. E um desses mitos era, claro, os Beatles. Em parte, foi bom esse meu reconhecimento tardio pela obra dos caras, pois o punk me manteve crítico (até demais) por um bom tempo, até que, superada esta fase, passei a conseguir olhar com olhos de fã, mas sem, no passado, ter me deixado "ir na onda", o que acontece com muita. "Ah: é Beatles? Então eu gosto". Não pode ser assim.
    Tudo isso pra falar que "Revolver" é meu favorito dos caras também. Acrescento na lista de faixas de destaque a também cidada pelo Rodrigo I'm Only Slepping", um blues barroco do Lennon com aqueles solos de guitarra tocados de forma invertida e depois rodados inversamente de novo para intensificar o conceito da música de que se está "apenas dormindo". "Dr. Robert" também tá na lista, o blues-rock-folk mais Dylan da dupla Lennon/MacCartney. É quase uma homenagem ao Dylan, com aquele motivo de guitarra criativo repetido, o folk eletrificado e aqueles vocais fora do tempo. Mas, fora "Tomorrw Never Knows", que concordo plenamente ser a grande obra-prima do disco, amo de paixão "For no One", uma verdadeira pérola que podia tranquilamente ser composta por um Mozart ou Debussy. Que melodia de voz, e um instrumental lírico e tocante. É tão erudita que naquele disco do Elvis Costello com o quarteto de câmara, "The Julliet Letters", tem nos extrs do CD "For no One". Não precisa nem dizer que ficou maravilhoso.
    Depois do também ótimo "Rubber Soul", de um ano antes do "Revolver", é, enfim, neste disco que os caras se permitiram ousar e pôr toda a musicalidade que tinham em prática, juntar folk, hindu, rock, erudito, blues, vanguarda e tudo que fosse e mudar a música pop de vez. Disseram pra si: "'o iê iê iê' foi legal, multidões de pessoas á nossa volta, fileiras de big hits, histeria nos sbows. Ótimo. Foi bom, só que agora a conversa é outra". E foi.
    Abç,
    Dã.

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