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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Björk - "Debut" (1993)


“As pessoas achavam que, só porque costumava cantar no Sugarcubes,
"Debut" não era realmente uma estréia.
 Mas estava compondo pela primeira vez.
Era meu debut.”
Björk Guðmundsdóttir


Esses dias recebi um convite do Cly, pedindo que eu fizesse uma resenha do CD "Debut" da Björk. Tenho que assumir que fiquei com medo e dei uma enrolada, ainda mais por ser um leitor do seu blog e de suas resenhas elaboradas e embasadas. Pensei: por que eu? Bom, que sou um fã de carteirinha da cantora em questão é um fato. Com isso ficaria mais difícil ainda, pois esse CD é a abertura de uma carreira solo de uma das maiores estrelas da música alternativa. Björk Guðmundsdóttir é islandesa e lançou seu primeiro disco com 12 anos de idade. Passou por vários grupos, sendo alguns deles o Spit and Snot, o Tappi Tíkarrass, o KUKL e The Sugarcubes.
Com a extinção do Sugarcubes, Björk tem o seu debut em 1993, marcando o movimento trip-hop. São 12 músicas explorando o sentimento humano. O disco abre com "Human Behaviour", uma visão do comportamento animal do ser humano e sua desarmonia com a natureza. Tem uma ótima batida de tambor contrastando com uma levada eletrônica.
A terceira música do disco, "Venus as a Boy" é, talvez, a minha preferida da cantora. O arranjo musical é fantástico e a letra gira em torno de um cara que aprecia a beleza e que sabe excitar uma mulher, por isso é comparado a Vênus, deusa mitológica da beleza e do amor. Esse foi seu segundo single, que seguiu com um clipe irreverente, onde Björk está numa cozinha, fritando ovo acompanhada de seu lagarto de estimação.
A faixa 6, "Big Time Sensuality", chegou ao primeiro lugar na parada dance dos EUA e seu clipe girava em torno da cantora, em cima de uma carreta, cantando pelas ruas de NY. "Crying", "There's More To Life Than This", "Like Someone In Love", "One Day', "Aeroplane", "Come To Me" e "The Anchor Song" são outras músicas do disco, dignas de serem escutadas, que só não vou comentar pra não transformar a resenha numa Bíblia e ter que dividir em capítulos. Mas duas outras músicas devem ser especialmente lembradas: "Violently Happy" e "Play Dead". A primeira tem um som mais vibrante, que te dá vontade de dançar. O clipe é fantástico (veja aqui) e se passa num manicômio, com pessoas com camisas de força, mostrando a loucura de um amor que transcende as quatro paredes de um quarto. A segunda foi feita especialmente pra trilha do filme "Rebeldes Americanos" e fecha o disco com chave de ouro (na verdade essa canção foi incluída em edições especiais do disco). Ela é mais melancólica, com arranjos acústicos, voltada pro sofrimento e agonia do ódio que veio do amor.
Com sua voz infantil, mas possante, e seu sotaque anglo-islandês, Björk colou seu rosto esquimó na história musical, mostrando que há espaço para sonoridades diferentes da música de massa, se a mesma for de qualidade. Provou, assim, que não só as rodinhas de intelectuais e pseudo-cults estariam dispostos a provar de sua arte e experimentalismo crescente, mas isso seria papo pra discutir as obras que se seguiram como o disco "Post", "Homogenic"...
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FAIXAS:
  1. "Human Behaviour" (Björk/Hooper) - 4:12
  2. "Crying" (Björk/Hooper) - 4:49
  3. "Venus as a Boy" (Björk) - 4:41
  4. "There's More to Life Than This" [Ao vivo] (Björk/Hooper) - 3:21
  5. "Like Someone in Love" (Björk/VanHeusen) - 4:33
  6. "Big Time Sensuality" (Björk/Hooper) - 3:56
  7. "One Day" (Björk) - 5:24
  8. "Aeroplane" (Björk) - 3:54
  9. "Come to Me" (Björk) - 4:55
  10. "Violently Happy" (Björk/Hooper) - 4:58
  11. "The Anchor Song" (Björk) - 3:32

FAIXAS BÔNUS:
"Atlantic" (Björk) - 2:04 (Faixa Bônus edição Japonesa)
"Play Dead" (Björk/Arnold/Wobble) - 3:56 (faixa bônus para Japão/Portugal/Reino Unido)
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Ouça:
por José Júnior




José Júnior é, assim como eu, apenas um apaixonado por música; não tem uma vida profissional ligada a isso mas tem na música um combustível indispensável para sua existência. Um cara extremamente curioso e atento a tudo o que rola por aí e por isso mesmo, tem sempre algo bacana pra recomendar. Muitas dicas de som e cinema já peguei com esse cara .
Um grande fã de Björk e uma das melhores cabeças musicais que eu conheço.

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