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domingo, 8 de janeiro de 2012

Os Causo de Dois Morro- O causo do Carzeduardo


Si alembrei agora de contá um causo que se assucedeu-se lá em Dois Morro.
Um causo feio.
Coisa de infidelização.
De traimento de muié.
Causo de guampa, mesmo!
Foi o famoso causo do Carzeduardo.
Pois foi que o Carzeduardo, home simpres, graduado nas lavora da vida, trabaiadô, casô com a Infingênia, moça pura, de famía. Festança ingual Dois Morro nunca mais viu...
A moça? Era virgi (pelo menos no signo), daquelas que o pai, Nhô Venceslau não dexava relá os óio antes de trocá as aliança.
Despois do casório, ali pelos 8 meis e umas semana nasceu o primogênito. Todo mundo falava no tar de primogênito, que Infingênia sismô que o nome do pobre ia sê... Primo Gênito Soares de Souza Santos.
E assim foi o início do amor de Carzeduardo e Infingênia. Bonito!
Mas os ano passaro, os fio viero e cada ano a famía ia ficando mais grande. Infringênia sem tê mais muito gosto por Carzeduardo, si interessô-se, pelo vizinho, home forte de peito cabiludo, O Arcide.
O Arcide, bem que já dava umas oiada pra Infingênia sempre que sentava na escada da casa pra corta as unha dos pé. Coisa que fazia religiosamente a cada mêis.
Foi, que foi, que foi, que Infingênia acabô sismando com o tar Arcide, e se inventô de traí o pobre do Carzeduardo, que só sabia trabaiá nessa vida e já num comprarecia na lavoura dela fazia horas.
Chegô um momento que Dois Morro intêro tava sabendo. só o tapado do Carzeduardo que não. Mas um dia, um amigo de Carzeduardo, o Cecílio, já cansado di tanta da senvergonhera se inventô de alertá o amigo.
O amigo se aprochegô pro Carzeduardo e falô:
- Carzeduardo, tua muié tá te traino co'Arcide.
- 'Magina! Ela num trai eu não. Tu tá inganado.
- Carzeduardo, Toda vêiz que tu sai pra trabaiá, o Arcide vai pra tua casa e Ó... mete o espeto nela.
- Duvido! Ele num teria corage.
- Mai teve! Pode cunferi.
Brabo com o que o amigo andava pensando da muié dele e disposto a comprová a pureza da prenda, o Carzeduardo sescondeu dentro do ropêro e ficou olhando pela fresta da porta pra vê si era verdade. E comprovando o que o amigo dizeu, não demorô muito pra vê a Infigênia levando o Arcide pa dentro do quarto pra começa as sacanage.
Ele nem esperô até o finar da safadeza. Saiu, foi pra rua e por acaso encontrô com o amigo, aquele mesmo que tinha le dado o serviço. O Cecílio então quis sabê o que tinha aconticido.
E então, com os óio pregado no chão de tanta vergonha, o Carzeduardo contô:
- Foi terrive di vê! - falô quase chorando (QUASE, porque home doismorrense num chora)
E continuô:
- Ele jogô ela na cama, tirô a brusa...e os peito caiu. Tirô a carcinha...e a barriga e a bunda dispencaro...Tirô as meia...e apariceu aquelas varizaiada toda, as perna tudo cabiluda... E eu dentro do ropêro, cas mão na rcara, só pensava "Ai...qui vergonha que tô do Arcide!".
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Coitado do Carzedurado!
Mas essa coiza são assim, mesmo.
Afinar, guampa é que nem consórcio, né? Mais cedo ou mais tarde tu é agraciado com o 'prêmio'.


postado por Chico Lorotta

2 comentários:

  1. "Cortava as unha dos pé (...) religiosamente a cada mêis". Mas que bararidade...

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  2. Vai entender o ser humano! Quando o normal seria sentir raiva, ele sentiu vergonha do Arcide. Iara.

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