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sábado, 16 de abril de 2022

Exposição “Terreal”, de Dione Veiga Vieira - Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) - Porto Alegre/RS

 

"Um mar que se liga ao corpo, e um corpo que se liga ao mar."

Não é qualquer dia que você tem na parede de casa a artista a qual você vai assistir na exposição. Podemos dizer com satisfação que é o caso de Dione Veiga Vieira, de quem Leocádia e eu vimos “Terreal” no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) e que fica somente até dia 17/4. Um dos mais destacados nomes da chamada Geração 80 das artes visuais no Rio Grande do Sul, a porto-alegrense Dione faz um panorama dos últimos 20 anos de seus 40 de produção. Ousada e sensível ao mesmo tempo, a mostra é uma imersão à experimentação. Não se veem a pintura ou o desenho propriamente ditos, mas, sim, sugestões imagéticas que se depreendem de objetos tridimensionais e propostas instalativas e investigativas. São materiais naturais e industriais, que dão um caráter narrativo muito pessoal e poético. 

São esculturas, instalações, fotografias, vídeos, textos, fotoperformance e um manancial de objetos e materiais, como artefatos metálicos, tecidos, pentes, funis, louças, embalagens, passaguá, etc. Rede de pesca, aliás, que aparece em alguns nichos, costurando com sua linha o conceito que une, como a própria Dione diz, essa “poética do corpo e da natureza”. O mesmo objeto que, igualmente, compõe um dos quadros o qual temos da artista, que faz parte da série “Do Mar Purpúreo”, de 2012. Bastante familiar também “Decantação III” (2008, prateleira de metal e 47 vasos de vidro artesanal), que, por sua vez, dialoga com a séria fotográfica "Solutilis" (2011), onde veem-se os mesmos vasos de vidro azulados impressos.

Uma exposição muito detalhada e bem montada pela curadoria de Francisco Dalcol e Fernanda Medeiros, que nos faz despertar impressões sensoriais poéticas, visto que nos coloca de fronte a matérias essenciais de nossa natureza, nossa carne. Seja mineral vegetal ou animal. 

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As belas fotos de natureza de Zona de Metamorfismo, de 2015


Visitantes admirando todos os detalhes da exposição


Uma das vitrines com objetos diversos, que remetam ao azul do mar

 
Conjunto de fotos sobre Canvas P&B/color e vice-versa


Instalação "Margens de Transição", de 2020

Os vasos de vidro de  "Estados Alterados", 
similaridade com um dos nossas obras de Dione


Mais da uma composição instalativa da mesma série


Técnica mista em quadros que respiram organicidade 

Objetos que fazem constante alusão ao mar


Bugigangas poéticas, como se tivessem sido resgatadas do mar subjetivo


Díptico fotográfico de “Estados Alterados (Da noite Negra)” (2004-11)


Tule e madeira da instalação "Substratos de Extremos"


Detalhe de "Fertilização I" (2012/14)


Bacia com conchas e areia de "Substratos de Extremos"


Formas orgânicas que remetem à carne e areia


Em disposição espacial...


... e neste díptico que desacomoda


Leocádia integrando-se à exposição de Dione


E eu quase escondido entre essas formas carnais pendentes



texto: Daniel Rodrigues
fotos: Daniel Rodrigues e Leocádia Costa


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