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sexta-feira, 29 de junho de 2012

"Histórias Coloradas - Os mais interessantes relatos da alma colorada" por Aleco Mendes e Flávio Schlottfeldt, Ed.: Nova Prova


  Ano passado, meu irmão Daniel, numa dessas feirinhas de rua em Porto Alegre, encontrou o livro “Histórias Coloradas” e pensando em mim que, como ele bem sabe, tenho diversas publicações do Sport Club Internacional, comprou o exemplar. Me ligou ainda depois para se certificar de que eu não tinha o tal livro, que afinal de contas àquelas alturas já não era nenhum lançamento uma vez que sua primeira edição é de 2004, e por acaso, este eu não tinha. Confirmando isso, na primeira oportunidade que teve, me enviou o livro aqui para o Rio de Janeiro.
Não li imediatamente até porque a fila de coisas pra ler é sempre enorme e tinha muita coisa boa na frente esperando a vez, mas como às vezes é legal mudar o formato de leitura, variar entre romances, crônicas, contos, quadrinhos, etc., passei este na frente de alguns.
Em época de tempo escasso para leitura por conta da correria diária, aproveitei um pequeno período que estava sem carro que estava no conserto, e tinha que ir de ônibus para o trabalho, pois ai teria mais ou menos 1 hora de trajeto para me dedicar àleitura do presente do meu irmão.
Muito bem...
Que vergonha tu me fizeste passar, Daniel!
Não tinha dia que eu não me pegasse chorando no ônibus.
Que belo presente tu me arranjas!
Não fossem os óculos escuros seria pior, mas mesmo assim a fungação às vezes me entregava.
Tinha que parar a leitura de vez em quando para me recuperar. Me recompor e depois, dependendo do próximo relato, talvez, conseguir continuar lendo.
Da próxima vez manda uma caixinha de lenços de papel junto, tá?
Mas brincadeiras à parte, trata-se de um livro gostosíssimo para um torcedor colorado. Leitura agradabilíssima com histórias contadas por jogadores, dirigentes, personalidades da mídia e torcedores comuns demonstrando toda a paixão pelo clube em momentos tristes, alegres, ternos, curiosos ou engraçados de momentos do clube ou de hitórias pessoais no qual o Inter estava presente de alguma forma.
Soube depois que existem mais duas edições do “Histórias Coloradas. Se topar com elas aqui no Rio, com certeza eu os terei.
Independente dos meus vexames diários nos ônibus, muito obrigado pelo presente, Daniel.
Adorei!


Cly Reis

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Internacional, 103 Anos

Inter, estarei contigo


Ainda lembro quando meu pai me exclamou certa vez entusiasmado, lá pelos idos de 1979, "tu torce pro maior time do Brasil!". Quando ele falou aquilo eu não tinha a total noção do que aquilo significava. Aquilo não era uma ordem de que ue deveria torcer para aquele time, uma determinação, era provavelmente, sim, uma conscientização. Eu era colorado quase que automaticamente, nunca isso fora posto em dúvida, tinha ganhado um uniforme do meu padrinho, ouvia falar de Internacional, via meu pai ouvindo os jogos, ouvia foguetórios e tudo mais, mas não tinha noção de que aquilo que ele me revelava era a mais absoluta realidade naquele momento. Não que o Sport club Internacional tenha deixado de ser tão grande, pelo contrário, mas hoje, Campeão de Tudo, divide estas honras de grandiosidade com os hexacampeonatos nacionais do São Paulo e do Flamengo; os tri de Libertadores do próprio São Paulo e do Santos; os brasileiros de Corinthians, Palmeiras, Vasco, só para citar alguns. Mas naquele momento era absoluto.  Em uma década de Campeonato Brasileiro o Internacional tinha conquistado o título duas vezes, havia sido terceiro colocado duas vezes também, e quarto em outras duas oportunidades e se encaminhava naquele ano, até então sem perder (o que se confirmou), para levantar a taça novamente. Sei que naquele ano de 79 fui duas vezes ao estádio na campanha do título invicto, uma contra o São Paulo de Rio Grande e outra contra o América do Rio. A lembrança é vaga, sei dos resultados mas não lembro deles. O que importa é que ali com 5 nos de idade se consolidava definitivamente minha paixão pelo Sport Club Internacional e começava a minha longa relação com o estádio Beira-Rio.
Desde então, salvo pequenos intervalos, nunca mais deixei de frequentar o nosso estádio. Lembro ( e aí lembro mesmo) que no segundo GreNal que fui assistir, em 1982, o Inter venceu por 3x1 com três gols do Geraldão. Nossa! Fiquei fã do Geraldão. Queria ser centroavante. Usar a 9. No início dos anos 80 o Colorado acumulara 4 títulos estaduais. Nem o Brasileiro conquistado pelo rival no início da década nos abatia. O que era um titulozinho contra os nossos TRÊS, sendo um INVICTO? Além disso ganhávamos torneios de prestígio no exterior, ganhamos o Juan Gamper na casa do Barcelona; nossos jogadores representavam o país em competições.
O problema é que do outro lado, o rival, aproveitando melhor uma oportunidade que o Internacional tivera antes em 1980, conquistava a Libertadores da América e aí, talvez o comparativo tenha desequilibrado as estruturas internas do clube. Tanto foi que a partir da metade da década de 80, acumulamos derrotas e fracassos. Vimos o rival empilhar 7 títulos regionais quase igualando nosso feito de oito conquistas seguidas; perdemos dois títulos nacionais um deles contra o pouco expressivo Bahia dentro de casa; fomos desclassificados numa improvável semifinal de Libertadores estando com a vantagem três vezes no jogo. Inacreditável. A maré era braba.
Mas em todos estes momentos eu estive lá com o Inter. Presenciei quase todas as derrotas estaduais do hepta do Grêmio, fui ao 1º jogo da final de 87 contra o Flamengo, à final de 88 contra o Bahia, à fatídica semifinal de 89 contra o Olímpia mas nunca deixei de ser torcedor. Digo isso porque é bem usual, principlamente do OUTRO lado que quando se está perdendo se desligue do futebol, se ocupe de outros assuntos, tente-se dar menos importância a uma coisa que para nós toredores tem TODA a importância do mundo. Não! Eu me orgulho de em todos estes anos de minha vida de colorado ter ido ao Beira-rio em praticamente todos eles e nunca ter desistido do meu time.
Mas não se enganem os que por acaso pensarem que sou um pé-frio e que sempre que estava lá levei o time à derrota: eu estava lá, na social do Beira-Rio, vendo o Nílson guardar duas neles no GreNal do Século; em 92 estava abaixado atrás do muro da coréia pra não ver a cobrança do pênalti do Célio Silva na final da Copa do Brasil (mas levantei pra ver); estava no jogo que impediu o rival de igualar nosso octa mesmo nunca tendo dado muita bola pra campeonato estadual; e mesmo quando não foi na nossa casa, no estádio deles presenciei o chocolate do 5x2.
Vi muitas coisas boas e muitas coisas ruins. Chorei de alegria e de tristeza. Prometi nunca mais pisar lá e semanas depois lá estava eu de novo. Estive lá sob calores senegalêzes, sob frios polares e sob chuvas torrenciais mas nunca deixei de estar com o Internacional.
Hoje no Rio de Janeiro acompanho o que posso daqui. Sempre vou ao Maracanã ou ao Engenhão ver o Inter e sempre que vou a Porto Alegre, programo minha viagem para que seja em algum dia que tenha jogo no Beira-rio para que eu possa ver meu time na NOSSA casa. Dos grandes momentos do clube, no Beira-Rio, só não vi a primeira final de Libertadores, pois já morava aqui e não tinha, na época, dinheiro para viajar; mas  asegunda, contra o Chivas, movi o mundo para estar no Beira-Rio e vi meu time ser Bicampeão da América.
Me orgulho de todos estes momentos. Dos felizes e dos tristes. De sempre estar com o Inter. Só me envergonho um pouco de um momento em que, devo admitir, não fui ao Beira-rio porque tive medo. Foi o jogo contra o Palmeiras que podia nos levar à segunda divisão.
Naquele jogo EU TIVE MEDO. Aliás tinha quase convicção que não conseguirÍamos e optei por não participar daquele momento triste para o clube. Era melhor que eu não estivesse lá. Ego´´ista, orgulhoso, não queria guardar isso no meu currículo de torcedor, nem presenciar tamanha decepção.
Felizmente o rebaixamento acabou não acontecendo. O Dunga fez aquele gol salvador e continuamos sendo o único clube gaúcho a não ter disputado uma série B do campeonato brasileiro, mas ficou em mim um pouco da vergonha pela covardia de quando o clube precisou de mim, eu não ter me prontificado a estar lá. Mas tenho certeza que ele me perdoa. O Internacional por certo perdoa esse filho que apesar daquela fraqueza sempre foi fiel.
Prometo nunca mais te abandonar.
Estarei sempre contigo.

Parabéns, Internacional
pelos 103 anos
de gloriosa existência.

Cly Reis

segunda-feira, 11 de abril de 2011

"O Time que Nunca Perdeu", de Paulo Roberto Falcão - Ed. AGE (2009)



Aproveitando a deixa do retorno de Paulo Roberto Falcão ao Internacional, para comandá-lo como técnico pela segunda vez, depois de uma exitosíssima carreira como jogador do clube, aproveito aqui então para recomendar, especialmente aos colorados, é claro, mas também, - excetuando os tricolores gaúchos - a qualquer torcedor apaixonado por futebol, o livro do próprio Rei de Roma sobre a conquista invicta do Campeonato Brasileiro de 1979 pelo Sport Club Internacional: "O Time que Nunca Perdeu".
Com uma série de relatos sobre cada um dos 22 jogadores que fizeram parte daquele grupo e daquela inigualável conquista, Falcão montou o perfil de um grupo unido, sério, maduro, sem vaidades e sobretudo extremamente qualificado, que contava com os conceitos táticos privilegiados de Ênio Andrade no comando e com a rigidez e disciplina de Gilberto Tim na preparação física.
O livro revela episódios curiosos, interessantes, dramáticos e engraçados, como o pavor de Chico Spina ao ter que substituir o ídolo colorado Valdomiro exatamente no primeiro jogo da final, no qual incrivelmente (mesmo apavorado) acabaria marcando dois gols; as frequentes multas por atraso do volante Batista cobradas pelo disciplinador líder Valdomiro; a resistência da direção em contratar o encrenqueiro Mário Sérgio e o aval de Falcão para levá-lo ao Beira-Rio; as indicações do próprio Falcão para as ascenção de Mauro Galvão dos juniores e para a contratação de Batista ainda garoto do Cruzeiro de Porto Alegre; e toda a liderança do "Bola-Bola", como também é conhecido o craque, dentro e fora do campo.
A edição ainda traz toda a campanha com detalhes e informações como locais dos jogos, públicos, renda, arbitragens, gols, etc., além de reproduções das súmulas dos principais jogos.
Um documento precioso de um episódio único na história do futebol brasileiro. Sei que atualmente com a elevação dos títulos de Taça Brasil, Robertão e coisa e tal, à condição de Campeonato Brasileiro, surgiram mais uns dois ou três 'campeões invictos', mas com todo o respeito, entraram nas semifinais e jogaram dasou quatro partidas se tanto. Campeão Brasileiro Invicto, jogando um campeonato, com fases, classificação, ida e volta, só tem um, e o único Campeão Brasileiro Invicto é, e sempre será, apenas o Sport Club Internacional.
Eu, na condição de colorado, só espero que na casamata, este grande ídolo da nossa história consiga repetir o êxito que teve com a bola nos pés e nos traga glórias do tamanho que ele merece e que o Interncional merece.
Boa sorte, Falcão!


Cly Reis

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Museu do Inter - Porto Alegre








Aproveitei minha visita a minha cidade natal na final da Libertadores para visitar o MUSEU DO INTERNACIONAL, do qual tinha boas referências. Afirmava-se no site, na revista do clube, nos meios de comunicação ser um dos melhores e mais modernos museus de clube do mundo, baseado nos conceitos e modelos empregados em espaços históricos como o do Arsenal, o do Barcelona e outros clubes europeus; ou, simplesmente, como ouvia o presidente Vitório Píffero afirmar,“um museu de primeiro-mundo”.
Imaginava que tivesse lá sua qualidade, fosse legal e tal, mas sinceramente não achava que fosse tudo isso. E não é que é espetacular mesmo! E não digo isso por ser colorado, pois eu mesmo duvidava da magnitude deste projeto. Depois de muito tempo apenas com uma saleta escondida atrás do departamento amador, o Sport Club Internacional tem verdadeiramente um museu de verdade e por sinal, um belíssimo museu.
A tocha: escultura de monitores com imagens históricas
Logo na entrada, ao se subir a escadaria que leva ao espaço, um enorme escudo do clube, estampado na parede com a frase do hino "é teu passado alvi-rubro motivo de festa em nossos corações”, já nos inflama o orgulho, e logo à frente já se vê a incrível tocha, uma espécie de escultura de monitores com ininterruptas imagens variadas em composições e seqüências diferentes. Começa-se o passeio por uma linha de tempo na parede com fotos, projeções de imagens, relíquias; vê-se vitrinas com camisetas históricas, objetos de jogadores, documentos; adiante encontra-se uma pequena arquibancada da qual se vê um telão que mostra imagens histórias e por todo o espaço somos rodeados por esculturas das figuras marcantes do Colorado – Tesourinha está ali arrancando pro gol, o goleador Carlitos engatilhado pro chute, Manga dando uma mão-trocada espetacular e Figueroa cabeceando para o gol iluminado.
Figueroa e o gol iluminado
Mas lá não apenas se vê e se sente, pode-se tocar nas telas e pesquisar em estações interativas moderníssimas e pode-se também ouvir de passagem por algum corredor, fatos, depoimentos, gols, pois em diversos pontos da sala há alto-falantes suspensos, apropriadamente isolados de modo a garantir uma audição quase que individual sem espalhar o som pelo ambiente, narrando momentos importantes da história do Internacional. O trecho final do percurso traz os símbolos máximos das conquistas importantes: uma grande vitrina com os troféus dos Brasileiros, da Copa do Brasil, da Sul-americana, da Recopa, da Libertadores e do Mundial.
As grandes glórias do Campeão de Tudo
Recomendaria a qualquer pessoa que visitasse o Museu do Internacional, mas é lógico que os tricolores da Azenha não gostarão muito da idéia. Em todo caso recomendo sim a qualquer um que vá a Porto Alegre, goste de futebol ou que aprecie uma boa sala de exposições e principalmente aos colorados que sentirão, como eu senti, entre os corredores, vendo os gols, ouvindo os cantos da torcida, em frente às taças, relembrando os ídolos, todas as emoções que já sentiram um dia dentro do estádio.
Demais! É mais um ponto turístico obrigatório na cidade de Porto Alegre.

OUTRAS IMAGENS DO MUSEU COLORADO:

Manga fenômeno
Arrancada de Tesourinha

A linha do tempo, logo na entrada 
A arquibancada dentro do museu












Vista da passarela superior


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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Presentes Colorados

Ganhei (a meu pedido) recentemente uma verdadeira enxurrada de livros sobre o meu time, o Sport Club Internacional.
Dois deles do professor Luís Augusto Fischer, apaixonado e constante colaborados nas publicações do clube. Dele, ganhei o pocket “O Time do Meu Coração”, uma publicação mais informativa voltado para novos torcedores ou curiosos, com números, goleadores, datas, títulos etc., e que traz junto uma pequena revista em quadrinhos voltada para o público infantil, chamado “Colorado das Glórias, Orgulho do Brasil”; e o outro, “Sangue, Suor e Talento – O Segredo Colorado”, com muita informação e história também porém mais autoral, pessoal e apaixonado.
Também aproveitei e levei pra casa “Os 10 Mais do Internacional” onde figuram os grandes jogadores que vestiram a camisa colorada na visão do jornalista Kenny Braga com suas respectivas biografias, detalhes e curiosidades; um destes craques, Paulo Roberto Falcão é o autor de outro dos que foram lá pra casa, chamado  “O Time que Nunca Perdeu” que conta a trajetória do Inter de 1979, o único time brasileiro campeão nacional invicto.Ainda acrescentei à minha biblioteca colorada “Internacional - Autobiografia de Uma Paixão” de Luís Fernando Veríssimo, livro bem ao estilo dele; bem humorado, sagaz, inteligente; com a diferença de neste estar tratando sobre seu clube do coração. Adorável! Independente de ser colorado ou não é uma leitura agradabilíssima pra quem gosta de futebol.
Agora com a estante praticamente vermelha é ir relembrando as grandes glórias enquanto se espera pelas próximas.
E que venha o Bi da América.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Nada Vai nos Separar", de Saturnino Rocha (2009)



Meu programa de cinema do fim de semana foi especial desta vez. Fui ver o filme do centenário do meu clube, o Internacional, “Nada Vai nos Separar” e é lógico que passei com os olhos marejados o filme inteiro.
Particularmente, gostei mais do “Gigante”, o filme sobre a conquista do mundial interclubes, mas este é um emocionante documento da formação de uma das maiores instituições esportivas do país contado pela peça mais importante e impulsionadora de tudo o que este grande clube se tornou: seu torcedor.
É evidente que não se esquece das conquistas, dos grandes craques, do patrimônio, mas até nisso o torcedor com seus anseios, suas expectativas, sua idolatria, sua dedicação suas frustrações (por que não?), é personagem principal.
O desejo de ser participativo na sociedade e ter um clube no qual todos pudessem participar, a idolatria pelo time mágico dos anos 40 conhecido como Rolo Compressor, a euforia do esquadrão que encantou o país nos anos 70, as constantes frustrações dos anos 90 mas que levaram à ânsia de almejar algo maior e que de uma forma ou de outra levou às conquistas atuais, a dedicação que levava torcedores a levar um tijolinho debaixo do braço para colaborar com o estádio. Um estádio que é verdadeiramente nosso. É verdadeiramente MEU, pois meu pai era um dos que dava cimento pro Beira-Rio e este estádio será uma das sedes da Copa do Mundo em 2014. Além disso eu sou sobrinho de craque do Rolo Compressor, o “Atacante Satânico”. Também lembrei de uma coisa que me contavam mas minha memória não buscava, que fui ao Beira-Rio na campanha do título de 79. Ou seja: Eu vi o título invicto!!!
Essa coisa no filme faz com que nos sintamos, cada um por motivos diferentes, não só torcedores, mas parte do clube. Nós não somos do Sport Club Internacional, nós somos o Sport Club Internacional.
Lindíssimo para colorados mas interessante para quem pura e simplesmente gosta de futebol, da sua história e das coisas que o cercam e o fazem.


Cly Reis

quarta-feira, 1 de abril de 2009

100 anos do Sport Club Internacional


Visitando o site do meu clube do coração, esta semana, encontrei lá destacado um texto do jornalista Mauro Beting homenagenado o clube que completará 100 anos de fundação no próximo sábado.

Na condição de colorado fanático não posso deixar de ficar emocionado com textos como este e de exibí-lo aqui.


INTERNACIONAL, 100



Naquela noite de 1969, nos Eucaliptos, Tesourinha e Carlitos viram as luzes se apagando no estádio. Foram até as goleiras, retiraram as redes do velho campo colorado, e deixaram nuas as traves naquelas trevas. Era a última cerimônica antes da inauguração do Beira-Rio. Onde iniciaria o ciclo vitorioso e virtuoso que começou com um Falcão imperial nos anos 70 e acabou num Gabiru iluminado na noite japonesa e mundial, em 2006.
Ficou tudo escuro nos Eucaliptos no último ato da velha cancha naquele entrevado ano brasileiro de 1969. Em 14 de dezembro de 1975, a tarde de Porto Alegre estava cinza. Até um raio de sol iluminar a grande área onde o ainda maior Figueroa subiu para anotar o gol do primeiro dos três Brasileiros da glória do desporto nacional naqueles anos 70. O maior time do país em uma das nossas melhores décadas. O melhor campeão brasileiro por aproveitamento, no bicampeonato, em 1976. O único campeão invicto nacional, em 1979.
0 Internacional centenário. O clube da família italiana Poppe que deixou São Paulo para fazer a vida em Porto Alegre, em 1909. Tentaram jogar bola no clube alemão – não deixaram. Tentaram jogar tênis, remar, dar tiro – não deixaram. Então, juntaram um time de estudantes e comerciários para fazer um clube que deixasse entrar gente de todas as cores e credos. Dois negros assinaram a ata. O primeiro “colored” da Liga da Canela Preta (Dirceu Alves) atuou pelo clube em 1925, enquanto o rival só foi aceitar um negro em 1952 – justamente o Tesourinha, glória gaudéria nos anos 40, na década do Rolo Compressor que durou 11 anos, e dez títulos estaduais.
Inter que ergueu estádios com o torcedor que vestiu a camisa, arregaçou as mangas, e construiu arquibancadas de cimento armado e amado. Inter que apagou as luzes dos Eucaliptos para acender um gigante no Beira-Rio e ascender aos maiores lugares de pódios brasileiros, sul-americanos e mundiais. Superando potências e preconceitos, fincando a bandeira colorada da terra gaúcha no gramado do outro lado da Terra, vencendo um gaúcho genial como Ronaldinho e um Barcelona invencível aos olhos da bola.
Mas quem ousa duvidar da pelota que peleia? Dizem que o futebol gaúcho só é duro, só é viril. Diz quem não viu o Inter de Minelli, fortaleza técnica, tática e física. O Rolo inovador no preparo atlético e no apetite por gols. O futebol que ganhou o mundo em 2006 marcando como gaúcho, e contra-atacando como o alagoano Gabiru. Campeão com gringos como Figueroa, Villalba, Benítez, Ruben Páz, Gamarra, Guiñazú e D’Alessandro, com forasteiros como Fernandão, Valdomiro, Manga, Falcão, Bodinho, Dario, Larry, Lúcio, Nilmar, Mário Sérgio, gaúchos como Tesourinha, Carlitos, Oreco, Nena, Taffarel, Carpegiani, Chinesinho, Batista, Mauro Galvão, Dunga, Flávio, Paulinho, Claudiomiro, Jair.
Tantos de todos. Nada mais internacional. Poucos como o Internacional centenário. Aquele time de excluídos que, em 100 anos, hoje tem o sétimo maior número de sócios do planeta. São mais de 83 mil que têm mais que uma carteirinha. Eles têm um clube para amar que não depende de documento. Números e nomes não sabem contar o que uma bandeira vermelha pode fazer à sombra de um eucalipto. Uma bandeira vermelha pode ensolarar um estádio apagado, uma tarde cinzenta, e o mundo na terra do Sol Nascente. Aquele que iluminou Figueroa, aquele que inspirou Gabiru, aquele que neste 4 de abril vai nascer mais vermelho.



Mauro Betting

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Inter na final da Sul-Americana


Há quem ache a Copa Sul-Americana desimportante, quem desdenhe dela, quem coloque times reservas e tudo mais. Realmente, é inegável que a grande competição da América do Sul é a Libertadores. Ninguém afirma o contrário. Mas acho que isso não invalida o fato de que a Copa Sul-Americana é a 2° competição mais importante do continente e sendo que neste ano, a primeira já tem seu campeão, cabe aos que tiveram direito à participação neste outro certame internacional, disputar honrosa e honradamente uma competição expressiva, lucrativa e de visibilidade, justificada até pelo mero fato de que a partida da última quarta-feira, semifinal entre Internacional e Chivas Guadalajara, foi transmitida para 64 países. E as cotas de TV? São baixas? Que nada! Tem as cotas e a premiação por fases alcançadas, que também não são tão altas quanto às da Libertadores, mas como eu já salientei, este torneio é o segundo em importância. Não poderia pagar mais ou igual. Estar abaixo da Libertadores não desvaloriza a Sul-Americana. Apenas coloca corretamente a hierarquia das competições.
O fato é que o Sport Club Internacional está na final desta copa e como qualquer um que venha a chagar em uma fase tão avançada, valoriza a competição na qual se encontra e concentra seus esforços nela.
Ora! O Internacional nos últimos dois anos conquistou o principal torneio continental, a Libertadores, e por extensão dela, teve o direito à disputa da Recopa Sul-Americana, a qual venceu também, e agora tem a possibilidade de conquistar o único título continental que não possui e que aliás, nenhum clube brasileiro conquistou. Cara, é mais um título internacional a se somar, além dos que citei, à Copa Dubai conquistada este ano e ao Mundial de Clubes de 2006.


Tem-se falado que ainda este ano por conta desta circunstância envolvendo uma possível punição à Federação Peruana abririam-se três vagas à Libertadores da América, e que uma delas poderia vir a ser do vencedor da Sulamericana. Olha, seria ótimo! Adoraria! E sei que o clube está se mobilizando para que a Conmebol homologue isto. Mas cá entre nós, por tudo isso que coloquei anteriormente: grana, visibilidade, hegemonia em todas as competições continentais em um curto período, mais um título na história, mais um título internacional, mais um título internacional no ano... Olha, por tudo isso, independente de dar vaga para a Libertadores ou não, eu quero ganhar a Sulamericana.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Seleção Brasileira 3 x Seleção Gaúcha 3 - Beira-Rio (17/06/1972)

A propósito da relação dos gaúchos com a Seleção Brasileira, há um caso famoso de um confronto histórico do selecionado do país contra a Seleção Gaúcha.
O jogo aconteceu em 17 de junho de 1972 e marcou o recorde de público no estádio Beira-Rio do Sport Club Internacional, 106.554 pessoas. O jogo acabou 3x3 (não nos venceram!!!) mas o fato curioso que conta-se é que, lá pelas tantas, no segundo tempo, o Brasil faz um gol e um torcedor apenas, solitário, comemora, então se ouve lá do meio da multidão o grito de alguém: "MATA QUE É BRASILEIRO!"
Pra vcs verem como é que é.


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Como curiosidade, a Seleção Gaúcha formou com:
Schneider, Espinosa, Figueroa, Ancheta, Everaldo - Carbone, Tovar, Torino - Valdomiro, Claudiomiro, Oberti (Mazinho)
Técnico: Carlos Froner (corrigido: Aparício Vianna e Silva)

e a Seleção Brasileira com:
Leão (Palmeiras), Sérgio (São Paulo), Zé Maria (Corinthians), Brito (Botafogo), Vantuir (Atlético-MG), Marco Antônio (Fluminense), Piazza (Cruzeiro), Clodoaldo (Santos), Jairzinho (Botafogo), Leivinha (Palmeiras), Rivellino (Corinthians) e Paulo César Caju (Flamengo)
Técnico: Zagallo

e os gols foram de Jairzinho, Paulo César Caju e Rivellino para a Seleção Brasileira, e Tovar, Carbone e Claudiomiro para a Seleção Gaúcha.