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terça-feira, 4 de abril de 2023

Internacional Campeão do Mundo









Internacional Campeão do Mundo - REIS, Cly
ilustração digital (GIMP)


Internacional Campeão do Mundo
Arte para o gol de Adriano Gabiru
na final do Mundial de Clubes FIFA 2006
por Cly Reis


terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Dale, D'Ale!

Não é por ter o meu Inter no coração que me emociono sempre com o texto escrito pelo prof. Luis Augusto Fischer e dito pela voz de Fernandão ao final do documentário “Gigante”, sobre o título Mundial de 2006. Mas, sim, porque faz muito sentido a um colorado apaixonado como eu – e a qualquer ser disponível à sensibilidade. Em resumo, o texto fala da saga do clube através dos personagens que a construíram. Ídolos que surgem de tempos em tempos, como Carlitos, Larry, Minelli, Valdomiro, Figueroa, Ênio, Falcão, Dunga, Taffarel, Gamarra se juntam a ele, Fernandão, e contemporâneos multicampeões (Iarley, Índio, Sóbis, Tinga, Clemer). Todos essenciais para escrever a nossa “senda de vitórias”. Eles são a representação da história, da torcida. São o Sport Club Internacional. Passado e presente.

Um destes personagens essenciais é Andrés D’Alessandro.

É estranho o sentimento de quando um mito sai de cena. É quase uma sensação de morte. Na verdade, é um pouco isso. Quando Fernandão morreu, naquele trágico acidente em 2014, o primeiro sentimento a que meu coração sofrido recorreu foi o de dizer a mim mesmo: “Pelo menos, ainda temos o D’Ale”. Sei que muito colorado pensou o mesmo. Àquelas alturas, o gringo já era um ídolo bicampeão da América, mas o que talvez a minha dor não tenha conseguido captar com a devida quietação daquela hora de perda foi que, justamente, esse é o ciclo da vida. Que abarca também a morte, e que o caminho só existe porque há os atores desta transformação, que seguem-lhe dando continuidade. Presente e passado.

A história escrita jamais se apaga. O que quer dizer, infelizmente, que apenas uma parte disso temos oportunidade de presenciar. Não vi, por óbvio, Larry fazer quatro gols num Gre-Nal de inauguração do Estádio Olímpico, em 1954, nem mesmo meu tio Adãozinho no Rolinho dos anos 50. Não vi a construção do Beira-Rio, edificado tijolo a tijolo pelos próprios torcedores como meu pai nos anos 60. Não vi o octa gaúcho, não vi o supertime de 1979, que ganhava aquele Brasileirão invicto um ano depois de meu nascimento. Não vi o Inter anular Maradona na Juan Gamper de 1982, não vi Geraldão meter três no arquirrival naquele mesmo ano após prometê-los e cumpri-los um a um. 

D’Alessandro, porém, eu vi. Desde a sua primeira partida no Inter, num Gre-Nal de empate com sabor de vitória, em 13 de agosto de 2008, até a última vez que pisou no gramado sagrado do Beira-Rio, a 19 de dezembro deste 2020, mesmo com as atribulações do dia a dia, praticamente não perdi essa trajetória de 12 anos, 13 títulos, 93 gols e mais de 500 jogos pelo Inter, seja assistindo, seja apenas ouvindo. E o fiz tanto no conforto do lar quanto em situações não tão convidativas, como empolados congressos médicos ou cerimônias de formatura. Todos atent os ao evento e eu com meu fonezinho no ouvido quase tendo um treco. 

E D’Ale, imprescindível, estava lá quase invariavelmente. Posso dizer que ele é um dos grandes responsáveis por algumas das maiores alegrias e tristezas da minha vida – e não me refiro somente a títulos ou decisões, mas a qualquer simples rodada de meio ou de fim de semana.

Vão-se, contudo, os gols de encher os olhos. Vão-se as jogadas de habilidade. Vão-se as faltas precisas. Vão-se as aporrinhações no ouvido do juiz. Vão-se as cobranças de escanteio decisivas. Vão-se as arrumações na braçadeira de capitão durante o jogo. Vão-se as previsíveis mas infalíveis "la bobas". Vão-se as assistências geniais. Vão-se as resenhas que irritam os adversários. Vai-se a liderança, o boleiro, o cidadão, o peladeiro, a referência. Presente que se confunde com passado.

A palavra "dale", que a torcida largamente usa ao reverenciá-lo, traduzida quer dizer "continue". E não é bem isso que D'Ale fez com nosso "passado alvirrubro"? O nosso presente diz tudo. Prefiro, no entanto, esquecer a tradução e dizer mesmo em castelhano. Fora a combinação linguística, soa mais como exaltação e menos como um pedido. Disfarça melhor.

A gratidão a D'Ale é igual a agradecer aos ídolos do passado pela história deste Inter que construíram desde os primeiros treinos na Ilhota, passando pela Chácara dos Eucaliptos e chegando ao templo antigo e do novo do Gigante. Eles, como os torcedores, são a mesma coisa. São o Inter. Corre-lhes às veias o mesmo sangue, vermelho como a cor da nossa camisa. Vermelho como o sangue que faz pulsar nosso coração, aquele que bate bem onde está nosso emblema. 

Gratidão, D’Ale. Continuarás para sempre. Se hoje teu presente já é passado, teu passado sempre será presente. E diz tudo.


Teaser do documentário "D'Ale para Sempre"



Daniel Rodrigues

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

ÁLBUNS FUNDAMENTAIS ESPECIAL 12 ANOS DO CLYBLOG - Pink Floyd - "The Wall" (1979)


"Vera! Vera!
O que aconteceu com você?
Alguém por aqui
Sente o mesmo que eu?"
trecho da música "Vera", 
que faz referência a Vera Lynn,
recentemente falecida.



"The Wall" definitivamente não é melhor trabalho do Pink Floyd, não é melhor que "Wish You Were Here" ou "The Dark Side of the Moon", mas é tão icônico quanto. É um álbum fundamental pela qualidade musical aliada a temática existencialista e, também, pela enorme capacidade  de adaptação as novas mídias, adaptação para cinema, shows e novas versões, que cativam o público fiel da banda e atraem novos admiradores para Pink Floyd.

Pink Floyd foi uma banda inglesa formada em Londres no ano de 1965, liderada por Syd Barret (1946-2006),  cujo período marcado pelo psicodelismo durou até o ano de 1968, quando foi substituído por David Gilmour (1946) nos vocais e guitarra. Roger Waters (1943) nos vocais e guitarra baixo, Richard Wright (1943-2008) nos vocais e teclados e Nick Mason (1944) na bateria completam a formação clássica que imprimiu uma linha de som progressiva, período que lançou o álbum The Wall.

"The Wall", álbum duplo produzido e lançado em 1979, é uma “ópera rock” que rivaliza com outros sucessos do gênero, como "Tommy" (1969) do The Who"...Ziggy Stardust" (1972) de David Bowie. São exatamente 26 músicas compostas na sua maioria por Roger Waters, que apresentou a proposta temática a banda, assumiu as letras, a maioria das músicas, a coprodução, e o design do álbum. A personalidade de Waters se agigantou ao longo da produção de "The Wall", tomando o controle da banda para si, quando os componentes do Pink Floyd já demonstravam a incapacidade de administrar seu egos e anseios artísticos.

O tema elaborado por Waters de The Wall, em tom autobiográfico,  trata da perda do pai (Eric Fletcher Walter morto na Batalha de Anzio na Itália durante a 2ª Guerra Mundial), a imagem da mãe protetora, a repressão do sistema educacional inglês, a sexualidade reprimida na adolescência e a traição, que vão compondo partes de um muro protetor ao redor do solitário personagem do trama, que em meio ao medo e ao ódio, renasce na pele de um líder fascista.

Musicalmente, "The Wall" segue a linha criativa dos trabalhos anteriores do Pink Floyd, com uma base instrumental irrepreensível, marcada pela pegada firme do baixo de Waters em sintonia com o peso da bateria de Mason, os voos solos da guitarra de Gilmour, mas pouca coisa de Wright (em processo de saída da banda). Mixagens e efeitos sonoros estabelecem um diálogo que alterna velocidade e ritmo, com Waters em uma vocalização esquizofrênica contrapondo o tom vocal mais contido de Gilmour.

No meio de tantas faixas, destacam-se "Another Brick in the Wall", música em três partes, a conhecida música do helicóptero foi faixa de trabalho nas rádios por ocasião do lançamento do álbum, sendo considerada um hino contra a repressão escolar.  "Mother", trata da superproteção e castração materna, e "Hey You" um pedido desesperado de ajuda. Mas é "Comfortably Numb", considerada por muitos como a melhor composição do grupo, criação original de Gilmour para seu trabalho solo, mas que apresentado a Walters, este deu letra à música, e incorporou ao álbum, com o destaque do virtuoso solo da guitarra de Gilmour.

"The Wall", o filme, foi adaptado para o cinema em 1982, conduzido pelo ótimo diretor Alan Parker (cuja filmografia também é fundamental), cineasta recentemente falecido, com Roger Walters de roteirista. O filme narra a vida de Pink, astro de rock interpretado por Bob Geldof, cuja estória é ancorada pelas músicas do álbum. O filme obteve boas críticas em geral, considerado por alguns como uma das melhores obras do gênero musical e do rock. "The Wall" custou US$12 milhões e arrecadou $22 milhões só nos Estados Unidos. Em Porto Alegre as exibições ocorreram no antigo e saudoso cinema Baltimore, onde a sala de exibição tinha uma atmosfera própria, um névoa londrina tomava conta do local, provocada pelo consumo cigarros proibidos e embalada pela poderosa trilha sonora. Terminado a exibição os expectadores se misturavam com a horda que habitava o bairro Bonfim, reduto boêmio da cidade da época.

Filme "The Wall", de Alan Parker

"The Wall", o show, originalmente apresentado entre 1981 e 1982 na Europa e EUA, passou pelo Brasil em turnê de Roger Waters, por três cidades brasileiras (Porto Alegre, São Paulo e Rio) em março de 2012, sendo um dos maiores espetáculos musicais apresentados no país. O palco era constituído de um muro de 137 metros de largura, onde eram projetadas imagens originais de Gerald Scarfe do álbum, e incluía o famoso avião cruzando o estádio do Beira-Rio (estádio do Sport Club Internacional, que estava em obras na época) e explodindo junto ao muro. Segundo a revista Billboard, a turnê arrecadou mais de 450 milhões de dólares, o que faz dela a terceira de maior sucesso na história.

Passados 40 anos do lançamento de "The Wall", e 75 anos do fim da 2ª guerra mundial, com o fim da vida daqueles que testemunharam e lutaram contra a escalada do fascismo na Europa, assistimos o renascimento da cultura do ódio e do medo em vários cantos do mundo. Sim, "The Wall" continua atual, o que o eleva a categoria de Álbum Fundamental.


"The child is grown
The dream is gone"
versos finais da música "Confortably Numb"



por  Á L V A R O   S T E I W


*************************

FAIXAS:

  • Lado 1 (primeiro vinil)

1. "In the Flesh?"  
2. "The Thin Ice"  
3. "Another Brick in the Wall (Part I)"  
4. "The Happiest Days of Our Lives"  
5. "Another Brick in the Wall (Part II)"  
6. "Mother"  

  • Lado 2 (primeiro vinil)

1. "Goodbye Blue Sky"  
2. "Empty Spaces"  
3. "Young Lust"  
4. "One of My Turns"  
5. "Don't Leave Me Now"  
6. "Another Brick in the Wall (Part III)"  
7. "Goodbye Cruel World"  

  • Lado 3 (segundo vinil)

1. "Hey You" 
2. "Is There Anybody Out There?" 
3. "Nobody Home" 
4. "Vera" 
5. "Bring the Boys Back Home" 
6. "Comfortably Numb" 

  • Lado 4 (segundo vinil)

1. "The Show Must Go On" 
2. "In the Flesh" 
3. "Run Like Hell" 
4. "Waiting for the Worms" 
5. "Stop" 
6. "The Trial" 
7. "Outside the Wall"  

******************************
OUÇA O DISCO:
Pink Floyd - The Wall



Álvaro Steiw é arquiteto e mestre em Sensoriamento Remoto, trabalha na área ambiental.
Gosta de filmes, fotos e músicas antigas.
Seu álbum preferido do Pink Floyd é "Ummagumma".

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

ClyBlog 11 anos. Parabéns para nós!

O tempo passa... É, parece que foi ontem que começamos um blog meio sem saber o que queríamos, como fazer, o que colocaríamos nele e, hoje o nosso ClyBlog chega a seu décimo primeiro ano. Uma trajetória muito positiva que nos fez crescer junto com o blog. Crescer em conteúdo, conhecimento, ousadia, ambição, em criatividade, em qualidade. A plataforma que meramente nos propiciava a exposição de nossas produções criativas, escritas, visuais, gráficas ou quaisquer outras que pudessem se manifestar, nos possibilitou o reconhecimento destas manifestações artísticas em publicações literárias e gráficas, valorizando, sobremaneira, o conteúdo publicado no blog. Se antes utilizávamos nosso espaço para, humildemente, expormos nossas impressões pessoais sobre música, cinema e outros assuntos de nosso interesse, hoje, parceiros, amigos e convidados altamente qualificados se juntam a nós, alguns de forma constante e outros eventualmente, em ocasiões especias, dando suas colaborações nas mais diversas seções do nosso veículo, sempre demonstrando imensa satisfação em fazer parte do nosso projeto.  Além disso, as vivências e experiências de eventos, espetáculos, viagens, passeios, foram ampliadas trazendo mais variedade, informação e imagens em canais específicos para cada segmento. Ou seja, de 2008 para cá, o ClyBlog está cada vez melhor e mais interessante.
E tudo isso só se deve ao fato de que nós, as cabeças do ClyBlog, Daniel Rodrigues e eu, Cly Reis, continuamos pilhados, sempre estimulados, sempre a fim de fazer algo legal, algo diferente, acrescer qualidade, novidades, conteúdo instigante, coisas que sejam legais para o leitor, visitante ou seguidor porque seriam legais para nós. É isso que  fez com que o ClyBlog chegasse até aqui,aos 11 anos, e fará com que siga em frente, se depender de nós, ainda por muito tempo.
Nesses 11 anos tivemos um monte de coisas bacanas no ClyBlog: fomos a shows e contamos como foi, viajamos por diversos lugares e relatamos as experiências, fomos selecionados para publicações, , participamos de outros espaços em outras plataformas, tivemos convidados importantes escrevendo no ClyBlog... Enfim, foram muitos bons momentos. Não dá pra colocar todos aqui, afinal são 11 anos, mas dá pra destacar alguns. Assim, lembramos aqui um momento para cada ano desde o início do ClyBlog.



2008
Madonna no Maracanã - No ano da criação do ClyBlog, um dos momentos marcantes foi a volta da Rainha do Pop a terras brasileiras. A expectativa era grande mas o show não foi lá essas coisas. Mesmo assim, relatamos tudo, num dos primeiros ClyLive, a seção de shows do ClyBlog.

Madonna, show de constrangimentos
Vi no filme "Na Cama com Madonna" o trechos da turnê Blonde Ambition e fiquei fascinado. Quis ver aquilo! No entanto a turnê seguinte, que acabou passando pelo Brasil, foi a Girlie Show, que apesar de não ser tão boa quanto a anterior, de não ter os figurinos do Gaultier nem a performance libidinosa de "Like a Virgin" foi um belo espetáculo e me proporcionou boas surpresas.
Anos depois resolvi ir ver novamente a Madonna ao vivo pelo mero fato de ser a Madonna. Sabia já que o álbum "Hard Candy" era um horror porém guardava a expectativa de que o show, o espetáculo, o tudo, valesse a pena.
Olha, foi um circo do lamentável (...) Leia mais...




2009
Viagem ao Velho Continente: Em 2009, tive a oportunidade de ir à Europa e visitar algumas das cidades mais famosas do mundo e alguns dos destinos turísticos mais procurados. Estive em Paris, Londres, Roma, Florença e Veneza e, é claro, tudo foi para no ClyBlog, na nossa seção Arquivo de Viagem.

ARQUIVO DE VIAGEM: Europa
Aeroporto, mala, poltrona desconfortável, sono ruim, hotel, informações e é em inglês, em italiano e é em francês, e dá-lhe fotografia, fotografia, fotografia, e de novo hotel, e outro dia mais fotografia, e tome outro aeroporto, ou estação de trem, ou táxi, e outro hotel, e mais foto, foto, foto... É, isso é viajar! Mas é bom! E principalmente para a Europa que era uma antiga aspiração. O roteiro? Londres, Paris, Roma, Florença e Veneza.
A primeira parada, a terra da Rainha, que mais do que todas as outras eu tinha uma enorme vontade de conhecer por causa principalmente de toda a atmosfera rock do lugar, por causa das bandas que admiro ou mesmo por toda a influência musical e comportamental que exerce sobre grande parte do mundo, não me decepcionou (...) Leia mais...
LONDRES: Passeio por LondresFabric,  The Telegraph Pub
PARIS: Paris
ROMA: Roma
FLORENÇA: Florença
VENEZA: VenezaJazz em Veneza - Bàccaro Jazz



2010
Internacional Bicampeão da Libertadores - Neste ano, tive a felicidade de presenciar o segundo título de Libertadores da América do meu time do coração, o Sport Club Internacional, in loco, no Beira-Rio. E, como não podia deixar de ser, documentei a noite mágica do Bi da América para o ClyBlog.

Era uma vez na América (ou melhor, DUAS vezes)

Eu tinha assistido à semifinal contra o Olímpia em 89. Eu estava lá no Gigante. Não, não podia acontecer de novo.
Quando os mexicanos do Chivas fizeram o primeiro gol do jogo aquele filme de terror me veio à cabeça. E eu lá de novo. Seria EU o culpado? Teria, EU, me desbarrancado do Rio de Janeiro a Porto Alegre, sem ingresso na mão, desembarcando 4 horas antes do jogo, conseguido incrivelmente a tal entrada, tudo isso para EU dar azar pro eu time? (Torcedor pensa cada coisa, não?) Mas por certo não fui só eu. Outros devem ter pensado que aquilo estava acontecendo porque não usaram a mesma cueca, não conseguiram sentar no mesmo lugar no estádio, porque não seguiram determinados rituais, ou sabe-se lá mais o que; mas de todos estes não sei quantos ali haviam presenciado a maior "tragédia" do Beira-Rio. E eu estava lá (...) Leia mais...
Inter x Chivas
Museu do Inter




2011
"Screamadelica", do Primal Scream, ao vivo na íntegra - Enquanto na Cidade do Rock, rolava o Rock in Rio, com todas suas estrelas e nomes badalados, no Circo Voador, na Lapa, bem menos incensado, um dos discos mais importantes dos anos 90 e da história do rock era tocado na íntegra por uma das bandas mais influentes do pop rock britânico. O Primal Scream, liderado pelo dissidente do Jesus and Mary Chain, Bob Gillespie, celebrava o vigésimo aniversário de lançamento do álbum "Screamadelica" com um show sensacional que foi ainda mais especial uma vez que assisti na companhia de meu irmão, Daniel Rodrigues, que andava pelas bandas do Rio de Janeiro naquele momento. A cúpula do ClyBlog, curtindo junto um show tão especial como esse, só podia ser um dos grandes momentos de 2011.


Primal Scream - "Screamadelica 20th Anniversary Tour" - Circo Voador - Rio de Janeiro (23/09/2011)


Nesta última sexta-feira aconteceu a primeira noite de apresentações do Rock in Rio... Bom, e dai?
Azar de quem foi à tal Cidade do Rock e não estava na Lapa, como eu, delirando com o show da turnê de aniversário de 20 anos do álbum "Screamadelica" do Primal Scream.
Que Rock in Rio que nada! O verdadeiro rock no Rio de Janeiro estava acontecendo lá no Circo Voador. E se toda a cidade estava mobilizada para assistir às rihanas cláudiasleittes da vida, ali na Lapa, um pequeno grupo de fieis assistia a um show histórico, que diga-se de passagem, foi, com louvor, proporcionado por eles mesmos, que num esforço incomum fizeram trazer ao Rio uma atração que estava praticamente descartada para cá (...) 
Leia mais...




2012
O punk e a moda - 2012 marca o lançamento do livro "Anarquia na Passarela - A Influência do Movimento Punk nas Coleções de Moda", do irmão e parceiro de blog Daniel Rodrigues, como um dos fatos mais importantes daquele ano no ClyBlog. Um estudo profundo e criterioso sobre a música e a moda caminhando juntas, sem cair na chatice ou na mesmice com uma linguagem fácil e dinâmica. Eu posso até ser suspeito para elogiar por ser irmão, mas acho que o júri do Prêmio Açorianos, que consagrou o livro como melhor ensaio de literatura e humanidades tem isenção o suficiente.

"Anarquia na Passarela - A Influência do Movimento Punk nas Coleções de Moda", de Daniel Rodrigues (Ed. Dublinense, 2012)

(...) O livro é uma caixa de som! Sai música dele. Mas não só isso: dá vontade de usar aquela calça rasgada no joelho, de usar aquele bracelete de couro, uma camisa com dizeres desaforados...
Ele é extremamente bem fundamentado, estudado, repleto de referências, citações, com alto grau e profundidade de pesquisa mas passa longe de ser pedante e cansativo. Ele flui. Flui muitíssimo bem. 
Consegue conjugar um gosto pessoal musical, inequívoco e indesmentível, com muita informação, embasamento teórico e análise detalhada e  numa proporção perfeita e exata de modo a tornar a leitura absolutamente agradável e sempre interessante (...) Leia mais...

Anarquia em Porto Alegre - Noite de autógrafos de Daniel Rodrigues - Pinacoteca Café



2013
Álbuns Fundamentais Especial de 5 anos do ClyBlog - O quinto ano do ClyBlog foi marcado por uma série de comemorações e publicações especiais. Uma delas foi a participação especialíssima do ex-Replicante, Carlos Gerbase, na seção ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, falando sobre o cultuado disco de estreia da banda "O Futuro é Vortex". Tinha alguém mais autorizado a falar sobre o assunto?

Os Replicantes - "O Futuro é Vortex" (1986)

A palavra “Vortex” já significou muitas coisas na minha vida. Meu primeiro encontro com ela foi em meados dos anos 70, numa máquina de fliperama, aquelas antigas, de bolinha, imortalizadas no musical “Tommy”.  Os desenhos da máquina eram futuristas, misturando sexo e violência em doses perfeitas para a adolescência.  Na minha interpretação, esses desenhos representavam um planeta distante, cheio de monstros e mulheres maravilhosas. Eu jogava e, mesmo perdendo as cinco bolas rapidamente, curtia o visual (...) Leia mais...






2014
Copa do Mundo Rock - Era ano de Copa e o ClyBlog resolveu fazer a sua Copa do Mundo também. Só que a nossa foi uma Copa do Mundo Rock. Isso mesmo! Música contra música para descobrirmos qual a melhor obra de determinado artista. Em 2014 três bandas tiveram suas competições, The Cure, uma das favoritas dos donos do blog, Legião Urbana, também uma das nossas queridinhas, e, nada mais nada menos que os maiores de todos, os Beatles. "Comentaristas", jurados convidados decidiam os confrontos que eram sorteados e avançavam de fase, afunilando até a grande final. Foram copas com definições diferentes: resultado incontestável, favorito ganhando, decisão apertada... Enfim, um grande barato essa experiência músico-futebolística na qual quem ganhou, mesmo, foi quem acompanhou.

Copa do Mundo Rock

Qual a melhor maneira de escolher a melhor música de uma banda?
No clyblog a gente escolhe no mata-mata.
Vai começar a Copa do Mundo Rock (...)







2015
Tributo a Bukowski - Uma das coisas legais de 2015 foi outro acontecimento literário. Fui selecionado, com um conto, para integrar a coletânea "Big Buka", homenagem a Charles Bukoswki, escritor pelo qual tenho grande admiração, o que tornou ainda mais especial minha inclusão na publicação.

“Big Buka: para Charles Bukowski”, organização: Afobório (Vários Autores) - ed. Os Dez Melhores (2015)

A proposta nasceu ousada: homenagear o norte-americano Charles Bukowski , escritor de forte influência a vários outros, de grande apelo com o público e dono de um estilo muito peculiar, que vai da crueza de mau gosto e a putaria à mais doce beleza sentimental. Um homem que, por detrás da obscenidade e da contundência, era extremamente profundo, poético e comprometido com suas verdades. Assim, a coletânea "Big Buka: para Charles Bukowski" (ed. Os Dez Melhores, 2015), da qual soube do projeto ano passado, encarou o desafio de reunir dez textos que remetessem ao universo de Bukowski tanto em temática quanto em estilo. Para que tal funcionasse, contudo, os contos deveriam ser muito bem selecionados, uma vez que o risco de não corresponder à altura do mestre tornava-se um erro fácil de cometer (...)




2016
Juntos no mesmo livro - Eu já havia sido selecionado para algumas coletâneas de contos, Daniel já tinha seu próprio livro solo, mas em 2016, pela primeira vez integraríamos uma mesma publicação. Por meio de uma seletiva da editora Multifoco, contos nossos vieram a ser escolhidos para a antologia "Conte Uma Canção, vol. 2", que tinha como proposta a ligação do conto com determinada música. Posteriormente, naquele mesmo ano, promovemos um pequeno sarau, na sede da editora, no Rio de Janeiro, onde lemos nossos contos para convidados.

“Conte uma Canção – vol. 2”, organização Frodo Oliveira e Marla Figueiredo (Vários autores) – Ed. Multifoco (2016)

O Clyblog tem o orgulho de anunciar que mais uma vez nós, os editores-chefes deste espaço, Daniel Rodrigues e eu, Cly Reis, temos contos selecionados para publicações coletivas (...) Leia mais...

Já está nos pontos de venda a antologia “Conte uma Canção – vol. 2”, pela editora Multifoco, da qual meu irmão e editor deste blog, Cly Reis, e eu, subedidor, fazemos parte com um conto cada um. O livro teve lançamento no último dia 30, durante a 24ª Bienal do Livro de São Paulo, no Anhembi (...) Leia mais...

A ocasião era oportuna: meses após o lançamento da antologia "Conte Uma Canção - vol.2", da editora Multifoco, na qual participamos meu irmão Cly Reis e eu cada um com um conto, estaríamos juntos no Rio de Janeiro, sede da editora. Então, por que não fazermos um encontro que abordasse isso? Foi o que aconteceu no dia 16 de dezembro. A partir de uma ideia de Leocádia Costa, que nos deu o privilégio de fazer as honras, realizamos um sarau de leitura de ambos os contos no bistrô da própria Multifoco, na Lapa (...) Leia mais...





2017
Museu Nacional -O destaque de 2017 fica por conta da nostalgia, da lástima, da saudade, da falta que faz... Naquele ano eu visitava mais uma vez o Museu Nacional, recentemente devorado pelas chamas do descaso em um trágico incêndio, e o fazia, na ocasião, para o ClyBlog trazia, na ocasião o registro de seu acervo, sua beleza e importância. 

Museu Nacional / UFRJ - Rio de Janeiro / RJ

(...) Desta vez visitamos o Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, prédio histórico que serviu à Família Imperial brasileira no séc. XIX, que esteve meio abandonado, meio largado mas que agora, embora não na plenitude de suas condições, apresenta boas condições de visitação e um acervo muito significativo e em bom estado. O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, é voltado à pesquisa científica, histórica e antropológica possuindo um acervo valiosíssimo em todos os seus segmentos. Possui, por exemplo, significativos fósseis de procedências diversas; registros materiais humanos de datas remotas; artefatos e relíquias de civilizações de diversos sítios; múmias de altíssimo valor histórico em ótimo estado de conservação; grande variedade de amostras animais e geológicos; e itens impressionantes como é o caso do meteorito encontrado na Bahia em 1784 exposto orgulhosamente logo na entrada do circuito (...) Leia mais...



2018
ClyBlog 10 anos - O décimo ano do ClyBlog foi comemorado com entusiasmo e durante os 12 meses do ano tivemos atrações em todos nosso segmentos, com diversos e qualificadíssimos convidados especiais em todas as áreas, como, entre outros, o diretor de teatro Cleiton Echeveste falando sobre Andrei Tarkovski, o fotógrafo Wladimyr Ungaretti apresentando-nos suas imagens que estimulam a imaginação, o ex-DeFalla Castor Daudt relatando um fato curioso com um ex-integrante do Joy Division e o músico Lucio Brancatto, inovando e destacando cinco discos de uma vez só num Super-Álbuns Fundamentais. Isso é que é aniversário. Assim vale a pena ficar mais velho.

Especiais de 10 anos no ClyBlog

Não é toda hora que se comemora dez anos, não é? E tratando-se de uma marca tão especial,conforme já adiantamos, 2018 terá uma série de atrações e participações especiais em várias seções do nosso blog. Convidados contarão histórias e desfilarão poesia nas nossas COTIDIANAS; falarão sobre seus discos preferidos e marcantes nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS; sobre grandes obras da literatura no LIDO; clássicos da sétima arte no CLAQUETE; mostrarão sua visão do mundo pelas lentes de suas câmeras na seção CLICK; e suas criações no CLYART; enfim, todos os nossos espaços estarão abertos às valiosas contribuições de nossos talentosos amigos. Então, fiquem ligados porque a partir de fevereiro, a qualquer momento poderá pintar uma das publicações especiais de 10 anos do ClyBlog. Posso garantir que vem coisa muito legal por aí.



2019
"Meia-Noite: Contos da Escuridão" -E 2019 ainda está na metade e já temos coisa boa: assim como em 2016, a pareceria se repete e Daniel e eu integraremos juntos novamente uma antologia de contos. Fomos recentemente selecionados para a coletânea "Meia-Noite: Contos da Escuridão", do selo Fantastic da editora Autografia, e teremos uma história arrepiante de cada um na publicação que será lançada daqui a alguns dias, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Além do aniversário, mais um motivo para comemorar.
Abaixo, matéria publicada no site Literatura RS sobre nossa participação na publicação.


Irmãos integram coletânea de contos de editora carioca
Dois autores gaúchos, os irmãos Daniel Rodrigues e Clayton Reis, foram selecionados para integrar a coletânea de contos de terror Meia-Noite: Contos da Escuridão, publicada pelo selo Fantastic da editora carioca Autografia. Organizada pelo editor Frodo Oliveira, a obra contou com processo seletivo no qual concorreram autores de todo o Brasil. Dentre os contos selecionados, estão Clichês, de Reis, e O Monstro do Armário, de Rodrigues. O livro será lançado em sessão de autógrafos no dia 4 de setembro, às 13h30min, durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no estande da editora (Pavilhão Verde, R32). Na ocasião, ambos os autores estarão presentes. (...) Leia mais...



ClyBlog 11 anos
Obrigado a todos os seguidores, amigos,
colaboradores e parceiros
que participam, visitam ou nos acompanham
nestes 11 anos de existência.




Cly Reis

segunda-feira, 25 de junho de 2018

"Time dos Sonhos", de Luís Fernando Veríssimo - ed. Objetiva (2010)



"Só o futebol permite que você
sinta aos 60 anos exatamente o que sentia aos 6.
Todas as outras paixões infantis
ou ficam sérias ou desaparecem,
mas não há uma maneira adulta de ser
apaixonado por futebol."
Luís Fernando Veríssimo



Leitura bem legal para quem gosta de futebol, nesses tempos de Copa do Mundo, é "Time dos Sonhos", de Luís Fernando Veríssimo. Apaixonado por futebol e correspondente em várias Copas, Veríssimo conta suas experiências nos Mundiais de futebol, fala sobre craques, grandes partidas, curiosidades dos países, sempre com seu tradicional humor afiado e inteligente. O mal de Montezuma no México em 1986; um terremoto em San Francisco, na Califórnia, na Copa dos Estados Unidos, ou as escadarias infinitas do estádio em Yokohama, no Japão, são relatos bem-humorados de Veríssimo numa verdadeira viagem no tempo por dez Copas do Mundo e mais de trinta anos. "Como personagem do poema de T.S. Elliot que podia medir sua vida em colherinhas de café, podemos medir nossos últimos 28 anos em Copas do Mundo.", resumia bem o autor na crônica "Recapitulando", na França, em 1998.
Além destes relatos de Copas do Mundo, "Time dos Sonhos" traz crônicas sobre futebol em geral, o sentimento do autor em relação ao jogo em si, a relação com seu time do coração, o Internacional, recordações de infância , impressões e análises descontraídas, além, é claro, de suas impagáveis crônicas cotidianas, neste caso, especificamente, envolvendo obrigatoriamente, o futebol.
A crônica sobre a bola, a primeira bola de um moleque e o que ela significa para ele é linda; a análise do camisa dez no futebol é perspicaz; e o conto do futebolzinho dos sábados que ganhou proporções gigantescas são alguns dos melhores momentos deste ótimo livro, altamente recomendado para quem gosta de uma boa leitura e de futebol.




Cly Reis

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

D'Alessandro


O dia 3 de fevereiro é mesmo um dia marcante para quem ama a arte da música e do futebol, principalmente quando se trata de um roqueiro e colorado. Neste dia, em 1959, o rock perdia Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper, vítimas de um trágico acidente aéreo. Agora, o dia 3 de fevereiro também será lembrado pelos pelo adeus de Andrés D’Alessandro ao Sport Club Internacional.

O ídolo e capitão colorado se despediu do seu povo. O torcedor colorado o abraçou desde a sua chegada. Eles que nunca se esquecerão dos seus feitos e conquistas. As vitórias diante do maior rival sempre serão lembradas. A sua magia e a sua garra exibida dentro das quatro linhas sempre serão citadas como exemplo aos mais novos.

D’Alessandro: foram 7 anos e meio de muitas alegrias. O maior estrangeiro que defendeu o Sport Club Internacional. Ele vestiu o manto vermelho com tamanha paixão que conquistou colorados e admiradores do futebol mundo afora. E por que não, o maior capitão colorado?

Os últimos anos não foram tão exitosos como outros tempos. O tempo começava a cobrar o seu preço e o corpo vitorioso começa a pedir descanso. Mas sua presença em campo era um bom motivo para sonhar com um resultado favorável para o Clube do Povo.

D’Alessandro era um jogador vestido de torcedor. Ele desfilava maestria e liderança. Técnica e habilidade. Ninguém esquecerá de la boba. Este gringo era a indignação de um pênalti não marcado, a alegria de um Beira Rio lotado, o sorriso de uma vitória do colorado.

D’Alessandro não saiu pela porta dos fundos ou por cifras chinesas absurdas. Ele sai de cena para voltar ao clube que o criou e que o lançou para o futebol: o River Plate, da Argentina. Lá, ele também é amado e lembrado pela sua magia. Adios El Cabezon. Adeus Dale. Você estará para sempre na memória de nós Colorados. Obrigado por nos tornar ainda mais Gigantes.



por Sandro Gonçalves





SANDRO GONÇALVES é natural de Montenegro (RS). Colorado, formado em Gestão Financeira pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), é apreciador da boa música e de filmes épicos, e, claro, aficionado pelo futebol do Internacional.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Luto Vermelho

Porra, Fernandão, como pode? O que se faz com um sentimento desses? Tu, colorado que é, deveria saber o que isso significa perder um ídolo do time. Pois quando isso acontece justamente contigo, o que se faz, hein? Seria natural que fosse o Sr. Larry, ou até mais normal o pessoal da geração dos anos 60 e 70, mas tu?
O que se faz com as lembranças, o sentimento de glória, eterno e inesgotável, das vitórias que tu comandaste? O que se faz com a braçadeira de capitão? Com a camisa 9? Com o grito de “uh, Fernandão”? O que se faz com o gol mil em Gre-Nais? E a bucha de fora da área contra a Inter de Milão na final da Copa Dubai? E o gol de bicicleta contra o Curitiba? E os vários de cabeça, naquelas testadas rasantes com a placa de platina sob a pele? E com as emoções a conta-gotas a cada rodada dos Brasileiros de 2006, 2007, 2008? E o que dizer dos gols de 2005, quando levaste o Inter a “campeão moral”?
Ou, mais ainda, com os gols da campanha da Libertadores de 2006, aquele conta o Nacional, contra o Pumas, ou o da semifinal, chutaço de fora da área contra o Libertad? Mais: os passes para gols, como as escoradas de cabeça para o Michel contra o Maracaibo e para o Gabiru contra o Pumas? Ou, claro, o teu cruzamento para o Tinga contra o São Paulo, no gol que sacramentou o título? E o teu próprio gol dessa histórica final? Da tua agilidade e oportunismo de atacante ao aproveitar aquele rebote? (Dizem os mais místicos que aquela inexplicável bola respingada foi obra de um passe do além de Mahicon Librelato, morto em 2002 também num acidente...)
E tua participação no primeiro gol contra o Al-Ahli, concluído daquele jeito meio torto pelo Pato? E o discurso de arrepiar no vestiário antes do jogo contra o Barcelona? E a predestinação daquela divinamente providencial câimbra, que pôs em campo justo o Gabiru? E com a imagem de tu levantando a taça do Mundial (a mais pesada que temos em nossa galeria de troféus, com certeza)? E depois, na volta de Yokohama, te ver comandando 50 mil colorados em êxtase, e tu, em êxtase junto? O microfone não estava com o presidente, nem com o Abel, nem com mais ninguém: estava contigo! Nunca vi algo como aquilo, e certamente nunca mais verei.
Várias palavras foram ditas para te classificar desde este fatídico 7 de junho de 2014. “Eterno”, “gol”, “líder”, “mito”, “ídolo”. “tristeza”. “9”. “Capitão”. Pois bem: o que fazer com elas agora, Fernandão?
Enfim, deixa pra lá. Não me entenda mal, não estou indignado contigo. É que a vida às vezes nos surpreende de um jeito que a única forma de manifestar é perguntando: “como isso é possível?”. Sei que não cabe a ti responder. Nem a ninguém. Mas quero que saibas que não deves te surpreender como toda essa comoção pela tua morte. Isso, além de sincero, é natural para alguém como tu que fizeste essa idolatria existir. Quero, sim, que fique em paz, a mesma paz que sempre fizeste por onde de tê-la dentro do campo e fora dele. E saibas que sentiremos, sim, falta dos gols, pois bolas de futebol como as que temos aqui só podem ser chutadas ou cabeceadas neste plano. Paciência. Mas fique tranquilo que todos esses lances que mencionei continuam presentes em nós colorados, pois, eternamente, como idiotas apaixonados, vibraremos com a mesma emoção ao revê-los. Está nos nossos ouvidos o som da bola roçando na rede, emitindo aquele “chhhhhuuummmm”. Gol de Fernando Lúcio da Costa!, o cara que só na base do aumentativo para se exprimir a importância que tem.

Esteja onde estiveres, receba essa mensagem como um elogio emocionado. Estás ouvindo, Fernandão? Sei que estás.


terça-feira, 8 de abril de 2014

Gigante da Beira-Rio - Jogo de Reinauguração 06/04/2014


Já tinha tido o prazer de conhecer um dos estádios que sediará a Copa do Mundo, o Maracanã reformado, mas agora tive a especial emoção de entrar no Novo Beira-Rio, que depois de 2 longos anos praticamente fechado, enfim ressurge belo, imponente e grandioso. O Beira-Rio está uma joia, um primor. A cobertura lhe confere um ar majestoso, os acessos internos estão fáceis e amplos, as circulações na plateia garantem bom fluxo, os banheiros espaçosos, limpos e organizados, e o aspecto geral do interior do estádio é simplesmente esplendoroso. Como eu já havia dito a respeito do maracanã, e agora afirmo em relação ao Beira-Rio, é uma verdadeira casa de espetáculos. Um teatro, um Opera, um Royal Albert Hall a serviço do futebol. é lógico, não vou esconder de ninguém que a área externa precisa ainda de muitos cuidados, de uma pavimentação adequada,  delimitações, sinalização, etc., mas pelo que vejo não são trabalhos que não devam apresentar grandes dificuldades e, provavelmente, em pouco tempo estejam satisfatoriamente executados.
Lindo ver o meu Gigante, já cheio de histórias, pronto para mais muitos anos de glórias e novos capítulos dessa história grandiosa do Sport Club Internacional. Meu pai viu a inauguração de 1969 no Gigante e eu dou continuidade a isso comparecendo à nova de 2014 e, assim, passando de geração para geração, o amor pelo Internacional e o respeito por essa casa que é de todos os colorados, e que verdadeiramente tem alma, tem coração, fazemos com que ontem, hoje e sempre, por nossos laços, o Gigante permaneça eterno.
Parabéns, Gigante da Beira-Rio, parabéns Internacional e parabéns torcida colorada pelo nosso belíssimo e reformulado estádio. Que venha a Copa do Mundo e depois, que venham mais gols colorados, mais emoções e mais glórias.

A visão do estádio na chegada pela Padre Cacique

O movimento dos torcedores procurando seus acessos

A parte externa, próxima ao edifício-garagem,
ainda precisando de pavimentação

Acessos e circulações internas bastante amplos

Times perfilados para os hinos

Bola rolando
A bela cobertura, vista do interior do estádio


Este ilustre blogueiro na social do Beira-Rio


Cly Reis