LÁ
Volta e meia, por aí, acontece de um ônibus da vida parar ao lado do outro em um sinal, os motoristas se reconhecerem, se cumprimentarem num aceno e um, da sua janela, fazer sinal para o outro abrir a porta para ouvi-lo. Quando o outro abre a porta quase que invariavelmente começa um intrigante diálogo que é basicamente o mesmo, apenas com pequenas variações:
- E aí, foi LÁ?
- Puxa! Não fui, não. Não deu.
- Pô, cara...
- Como é que tava LÁ?
- Ô!!! Tava cheio.
- O Negão tava LÁ?
- Tava. Tava ele, o Bigode. Até a mulher dele foi.
O sinal abre e eles apressam a conclusão da conversa:
- Vou ver se vou LÁ na semana que vem.
- Legal. Vê se vai mesmo.
- Tu vai?
- Ainda vou ver também. Vou tentar trocar a escala com o Buiú.
- Ô! Dá um jeito. Vê se vai LÁ.
- Vou ver, vou ver...
- É isso aí. Vamo que vamo, então.
- Falôôô! Té depois.
Cada um segue em frente, toma sua rota, pega mais passageiros, param em mais sinais e reproduzem quase sempre a mesma conversa e eu fico pensando, eternamente intrigado com uma pergunta para a qual provavelmente nunca terei a resposta: afinal de contas onde é que é o tal de LÁ?
Volta e meia, por aí, acontece de um ônibus da vida parar ao lado do outro em um sinal, os motoristas se reconhecerem, se cumprimentarem num aceno e um, da sua janela, fazer sinal para o outro abrir a porta para ouvi-lo. Quando o outro abre a porta quase que invariavelmente começa um intrigante diálogo que é basicamente o mesmo, apenas com pequenas variações:
- E aí, foi LÁ?
- Puxa! Não fui, não. Não deu.
- Pô, cara...
- Como é que tava LÁ?
- Ô!!! Tava cheio.
- O Negão tava LÁ?
- Tava. Tava ele, o Bigode. Até a mulher dele foi.
O sinal abre e eles apressam a conclusão da conversa:
- Vou ver se vou LÁ na semana que vem.
- Legal. Vê se vai mesmo.
- Tu vai?
- Ainda vou ver também. Vou tentar trocar a escala com o Buiú.
- Ô! Dá um jeito. Vê se vai LÁ.
- Vou ver, vou ver...
- É isso aí. Vamo que vamo, então.
- Falôôô! Té depois.
Cada um segue em frente, toma sua rota, pega mais passageiros, param em mais sinais e reproduzem quase sempre a mesma conversa e eu fico pensando, eternamente intrigado com uma pergunta para a qual provavelmente nunca terei a resposta: afinal de contas onde é que é o tal de LÁ?
Clayton, hoje mesmo presenciei mais um diálogo de dois motoristas, se não idêntico, pelo menos com base na mesma incógnica: o tal Lá.
ResponderExcluirTem uma passagem de um trote que rola na Internet que talvez nos dê uma pista de onde seja: um guri muito arreado e mala liga para um tal de seu Sarges (conhece esta?) e o chama pelo apelido que, obviamente, já sabia o seu Sarges odiar: "Teta Murcha".
Bom, o senhor fica enlouquecido com o trote e, entre uma ligação e outra (o cara liga umas quantas vezes: mala mesmo), o seu Sarges vai enchendo a cara até que, mais pra lá do que pra cá, ocorre um dos diálogos mais surreais já publicados na web, o qual reproduzo abaixo:
"(seu Sarges, grogue e já cansado de tantas ligações)
- Já te fodeste, merda?
(mala do trote)
- Eu já, e o senhor?
(seu Sarges)
- Então vai de novo e de novo até você cansar e cair LÁ!"
(!!!)
Concorda que, afora a bizarrice do diálogo, pode ser uma pista de onde é o Lá, né?
Já sei: vou passar um novo trote para o seu Sarges e ver se descolo essa!
Abraço,
Dã.
"Até cansar e cair LÁ". Puxa!
ResponderExcluirPista de onde seja não dá, mas dá uma idéia que pode não ser um lugar muito agradável, ao contrário do que os motoristas dão a entender. Se depois de se foder tanto o cara tiver que cair lá... Olha...
Mas o diálogo doseu Sarges é maravilhoso, hein!
(hehehe)