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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Eu Fui!



The Rolling Stones - Olé Tour 2016
Maracanã - Rio de Janeiro (20/02/2016)
por Cly Reis



Mick Jagger, Richards e Watts, no palco.
Provavelmente não voltaremos a ver esse time junto novamente.
foto: Jacson Vogel
Meus caros, eu fiquei emocionado.
Fiquei com os olhos marejados por praticamente todo o show e em alguns momentos, devo admitir, não pude conter as lágrimas. Como se não bastasse estar ali diante da, possivelmente, maior banda de rock do planeta, uma lenda viva da humanidade, o que já seria suficiente para que uma pessoa como eu tão envolvida emocionalmente com a música, se entregar à emoção, os caras, senhores de idade, setentões, vovozinhos, fizeram um show absolutamente incrível, competente, profissional, vivaz e emocionante. Senhores, um dos melhores shows que vi em minha vida.
A emoção já começou com "Start Me Up", que como já falei aqui no blog, é a música da minha filha, o que a torna absolutamente especial para mim. Mas independente disso, pelo musicaço que é, pela energia que passa, é uma escolha sempre acertada da banda que a utiliza com frequência nas aberturas de show. E não foi diferente, "Start Me Up", literalmente ligou, acendeu o público, e dali pra frente eles incendiaram o Maracanã.
Num repertório praticamente só de grandes hits, com exceção, talvez, para "Doom and Gloom", o êxtase foi garantido do início ao fim. A energia ficou nas alturas praticamente o tempo todo, com um breve momento para respirar com a balada "Angie", mas que já seria sucedida pela devastadora "Paint It, Black" com a batida elegante mas potente de Charlie Watts e com Ron Wood tocando cítara como na original. No trecho "acústico" do show provavelmente para que o elétrico Mick Jagger pudesse ir fazer uma nebulização, se o ritmo também diminuiu, com a balada "You Got The Silver", a energia não, com uma emocionante, demorada e merecida ovação para o gênio da guitarra Keith Richards que depois ainda emendou nos vocais "Before They Make Me Run", do "Some Girls".
Escolhida pelo público em votação, "Like a Rolling Stone", de Bob Dylan, foi para mim uma agradabilíssima surpresa uma vez que não a tinha visto nas listas dos outros shows pela América Latina; a quilométrica "Midnight Rambler" foi absolutamente fantástica cheia de improvisos dos guitarristas que mostraram mais uma vez porque são dois dos monstros do instrumento; "Miss You", não menos incrível, com seu embalo convidativo foi um show à parte do baixista Darryl Jones que mandou ver, inclusive quando solicitado em solo; e a contagiante "Brown Sugar" teve seu tradicional coro regido pelo maestro Mick Jagger, provavelmente o melhor frontman que já pisou num placo.
"Gimme Shelter", irradiando aquela sua estranha aura pelo estádio inteiro, no seu misto de beleza, fascinação e terror, me levou definitivamente às lágrimas. Sua execução, as performances individuais e o efeito que causou no público justificam sua grandeza e mais confirmam que considero a maior dos Stones e uma das maiores da História.
De energia não menos estranha e mais sinistra ainda, "Sympathy For The Devil" começava como um verdadeiro inferno com o palco todo iluminado em vermelho, pentagramas no telão e o líder da seita vestido com sua tradicional capa de pele perguntando a todos ali conheciam seu nome. E não?
E a primeira parte fechava com a favorita da minha esposa que estava lá comigo, "Jumping Jack Flash", outro dos grandes clássicos da história do rock, cheia de energia e com seu o velho Richards executando seu inspirado e inconfundível riff. Espetacular!
E então, depois de uma breve pausa, da escuridão do palco, um suave côro gospel de voz femininas anunciava a música escolhida para abrir o bis: era a monumental "You Can't Always Get What You Want", um épico do rock, uma pequena grande obra prima que se estendeu, ganhou um ritmo acelerado no final e preparou terreno para um final ainda mais apoteótico. Pois quando o riff destruidor de "(I Can't Get No) Satisfaction" irrompeu rascante  e corrosiva nas caixas de som dos estádio a celebração então estava completa. O estádio foi abaixo! Aliás, tenho que dar uma passada por lá daqui a pouco pra ver se ainda restou alguma coisa dele porque "Satisfaction" foi simplesmente destruidora! Êxtase, êxtase! Um final mais que apropriado para um show como aquele. Um show à altura da maior banda de rock em atividade. Os caras justificaram plenamente porque é que são essa lenda. Porque são os ROLLING STONES!
E eu vi!
Eu estava lá.
E, não querendo secar, mas, tirando as brincadeiras que se faz com a longevidade dos 'rapazes', especialmente do "fenômeno" Keith Richards, provavelmente foi a última vez que tivemos a oportunidade de ver essa turma toda junto por essas bandas. Ou seja, quem viu, viu, quem não viu, acho que não verá mais.
Eu vi.


"Start Me Up" filmada do meu celular. O som, é claro, não está dos melhores, mas vale para sentir a vibração do lugar.



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SETLIST
Start Me Up
It’s Only Rock ‘n’ Roll (But I Like It)
Tumbling Dice
Out of Control
Like a Rolling Stone
Doom and Gloom
Angie
Paint It Black
Honky Tonk Women
You Got the Silver (vocal: Keith Richards)
Before They Make Me Run (vocal: Keith Richardss)
Midnight Rambler
Miss You
Gimme Shelter
Brown Sugar
Sympathy for the Devil
Jumpin’ Jack Flash


Bis:
You Can’t Always Get What You Want
(I Can’t Get No) Satisfaction

Galeria de fotos

Galera chegando e o céu se preparando para um temporal.

Na rampa.
It's Only Rock'n Roll But I Like It

Com minha esposa no banner do show

Pré-show. Pessoal ainda chegando.

Este bloguiero e, ao fundo, o palco.

A multidão no ritmo dos Stones

Grande noite de rock'n roll!

Um comentário:

  1. Que demais, Clayton. Feliz por terem conseguido ver. Daquelas resenhas que a gente gosta de fazer que são um misto de análise diletante e prazer pessoal, sem desmerecer nenhuma das duas.

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