"Up the Irons!"
O West Ham United embora não seja lá um clube de grande expressão no futebol inglês, é um dos mais tradicionais e um dos mais queridos da Inglaterra e mesmo não tendo uma torcida tão numerosa quanto a de outros londrinos como Arsenal, Chelsea e Tottenham pode se orgulhar pelo menos de ter um fiel e autêntico torcedor ilustre que leva seu nome aos quatro cantos do mundo. Steve Harris, baixista e fundador do Iron Maiden não só é torcedor fanático como já quis ser jogador do clube, tendo tentado a sorte nas categorias de base dos Hammers, como é conhecido o time, em sua adolescência. Dividido entre o futebol e sua outra paixão, a música, Harris, percebendo que sua aptidão não seria suficiente para encarar uma carreira profissional, optou pelo mundo da música e nós e que agradecemos. Harris ainda bate uma bolinha com seu time de pelada, o Maidonians, mas onde ele bate um bolão, de verdade, é à frente de sua banda, o Iron Maiden, uma das mais influentes e respeitadas de todos os tempos, não somente no universo metal, como em todo o mundo do rock.
Steve Harris não abandona o time nem no palco.
A munhequeira é das cores do clube e pode-se notar
um escudo do West Ham grudado no instrumento.
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Destaques para a faixa que abre o disco, "Caught Somewhere in Time", com sua levada arrebatadora e empolgante; para "Wasted Years", que a segue, um dos singles do álbum e uma das melhores músicas da discografia da banda; para a boa "Déjà Vu"; e para "Stranger in a Strange Land", preciosa, com um dos melhores solos de Adrian Smith no álbum.
Talvez o último grande disco do Iron Maiden, ainda que mais adiante tenham vindo bons trabalhos como "Brave New World", já deste século (2000) e o cultuado "Fear of The Dark", de 1992 mas que soam em muitos momentos como uma busca por auto-referência. "Somewhere in Time" por sua vez, consegue unir a tradição do melhor do Iron Maiden com o atrevimento de uma nova proposta, e o resultado é um trabalho equilibrado e original.
Como se não bastasse ser um grande disco musicalmente, a capa é um das mais criativas e complexas da banda e, novamente aparece uma alusão a futebol e ao clube do coração de Harris. Num dos painéis luminosos da cidade futurista inspirada em Blade Runner que ilustra a capa, aparece o placar de uma partida entre West Ham e Arsenal com uma vitória bem pouco real de 7x3 dos Hammers sobre os Gunners. "Up the Hammers!", então, como conclama o slogan da torcida do time londrino. Ou melhor, como na adaptação do bordão feita pelo fanático torcedor ilustre, "Up the Irons".
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FAIXAS:
1. "Caught Somewhere in Time" 7:25
2. "Wasted Years" 5:07
3. "Sea Of Madness" 5:42
4. "Heaven Can Wait" 7:21
5. "The Loneliness of the Long Distance Runner" 6:31
6. "Stranger in a Strange Land" 5:44
7. "Déjà Vu" 4:56
8. " Alexander the Great" 8:37
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Ouça:
Após o lançamento do monumental Powerslave (disco de 1984 que na minha opinião é O MELHOR do Iron Maiden - sugiro uma resenha dele aqui no blog) e do monstruoso disco ao vivo de 1985 Live After Death (com os melhores momentos da World Slavery Tour - turnê de Powerslave), em 1986 a Donzela de Ferro decidiu explorar novos territórios em sua música com o lançamento de Somewhere in Time. Se na época o disco foi criticado por essa experimentação, hoje o mesmo é reconhecido como um dos melhores trabalhos da banda e um clássico do heavy metal, e por certo mostrou que o Maiden realmente não teve medo de se arriscar nessa nova tendência que surgia em alta nesse tempo. Destaques para os singles "Wasted Years" e "Stranger in a Strange Land" que se tornaram também videoclipes promocionais e que até hoje são presenças obrigatórias nos shows do Maiden pelo mundo. No entanto, minha faixa favorita do SiT é "Heaven Can Wait" outra também muito tocada nos shows (que é o momento em que boa parte dos fãs sobem ao palco e fazem a festa junto com o Maiden). Deixo aqui uma ressalva sobre a faixa final do disco "Alexander the Great" que até hoje os fãs e seguidores da banda sonham em ouvi-la sendo tocada ao vivo, algo que não vem ocorrendo desde o lançamento deste disco em 1986. Acho que dificilmente nessa nova turnê deles essa música será tocada, mesmo com toda essa insistência dos fãs que vem se alongando há 30 e poucos anos...
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