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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Grace Jones - Festival Back2Black - Grande Sala na Cidade das Artes - Rio de Janeiro /RJ (19/11/2016)


Grace Jones, uma entidade mística do pop.
Grace Jones é uma show-woman!
Ela é o show.
Essa, sim, é uma verdadeira artista pop.
Pega todas essas Gaga, Pink, Azalea, Cyrus, Aguilera, Beyoncé, junta tudo isso e não dá uma Grace Jones.
Sua apresentação na noite do último sábado na Cidade das Artes no Rio de Janeiro como atração principal do Festival Back2Black foi a comprovação de que se trata de uma das mais importantes figuras artísticas do nosso tempo. Ela é sensual, provocativa, pirada, picante, selvagem, meticulosa, espontânea e uma baita cantora.
A jamaicana, além de cantar muito e embalar o público, fez de tudo um pouco no palco. Caiu, rastejou, pediu sexo, fumou unzinho e distribui beijos na boca dos fãs sortudos que estavam na primeira fila. Surgindo detrás de uma pesada cortina de veludo num placo elevado, com uma máscara dourada de caveira e o corpo seminu pintado com motivos inspirados em Keith Haring, compondo visual meio vodu-pop, a rainha negra já saiu disparando a grande "Nightclubbing" de Bowie e Iggy para o primeiro delírio geral. Desceu as escadas do palco alto engatinhando como uma fera para seguir então com a intensa "This Is" de seu último trabalho, o ótimo "Hurricane", mas pareceu meio preguiçosa, cansada, desleixada ou sob efeito de alguma(s) substância(s) que prejudicavam seu desempenho em "Feel Up", cantando praticamente todo o tempo deitada, rolando no palco e exagerando na interação com o público a ponto de despertar um início de desconforto do público que se impacientava e resmungava pedindo para que ela retomasse o show. Mas, apesar de admitir que estava "muito louca", não se tratava de nenhuma das possibilidades por mim levantadas. Ela estava mesmo era muito à vontade, muito de boas, muito descontraída, talvez um pouco demais e, sim, sob efeito de substâncias, a ponto de exceder-se um pouco em determinados momentos. Mas todo excesso era perdoado assim que começava a canção seguinte pois com o microfone na mão e sua banda precisa e impecável, cada número era um êxtase.
Acrescentando constantemente ao figurino perucas exageradas e chapéus exuberantes, Miss Jones impressionava  a cada número pela voz, pela vitalidade, pela boa forma e pelo domínio de palco. Surgindo como uma espécie de orixá das matas, apresentou sua carmosérrima versão de "Libertango" de Astor Piazzola encantando a todos; com um visual tribal africano e dois dançarinos no palco, um deles fazendo pole dance, apresentou uma canção nova de característica bastante étnica que, segundo ela estará em seu próximo álbum a ser lançado em breve e pôs o publico para dançar com a embalada e sexy "My Jamaican Guy". Surpreendentemente por não ser das mais conhecidas, a recente "William's Blood" (também de "Hurricane") foi uma das que mais empolgou. Mas isso só até vir a maliciosa "Pull Up To The Bumper" que  tomou-lhe o posto de campeã de entusiasmo na noite num número absolutamente catártico.
Um nome de uma canção poucas vezes fez tanto sentido como quando a musa cantou "Amazing Grace" à capela, num dos grandes momentos do show. Uma interpretação fantástica simplesmente de arrepiar. Amazing, Grace! Amazing! E outro dos pontos altos aconteceu na rock-new wave "Love Is The Drug" do Roxy Music, quando a musa entrou com um chapéu coco espelhado tal como uma bola de discoteque, e posicionada abaixo de um feixe de lasers coloridos distribuiu os feixes de luz por toda a sala num espetáculo visual incrível. Ali, naquele momento, mais do que nunca, Grace era a música, o palco e a luz.
Fechou o show com "Slave To The Rythm" cantando ao mesmo tempo em que girava um bambolê dourado na cintura durante praticamente toda a performance, impressionando pela disposição, boa forma e pela capacidade de cantar daquele jeito mesmo durante toda aquela atividade física.
Um show de uma artista completa. Na ousadia, na qualidade, no comportamento, na música. Um ícone, uma cantora, uma mulher, uma criatura, um personagem, uma entidade, uma máquina, um animal, uma modelo, uma cantora, uma artista, tudo isso pode ser colocado no amplo rol de adjetivos daquela deusa negra imponente que nos maravilhou na noite do sábado, mas prefiro concordar e ficar apenas com a definição que era frequentemente gritada em algum ponto do teatro pelos fãs e pelas inúmeras "graces", transformistas e performers caracterizados homenagenado a cantora: "Diva". E isso resume tudo. Diva.


trecho de "Libertango" - Grace Jones (Festival Back2Black 2016)



Cly Reis

sábado, 29 de novembro de 2014

Arcadia - "So Red The Rose" (1985)



“Eu sonho com
 elegância, arrogância,
Extravagância do Duran Duran...”
Humberto Gessinger,
música "Nada a Ver"
do álbum "Longe Demais das Capitais"
do Engenheiros do Hawaii




Mas Christian, tu cita o Humberto falando do Duran Duran e o disco não é deles, é do Arcadia! Explico. O Arcadia foi formado por 3 dos 5 integrantes do Duran Duran quando eles resolveram dar uma parada para tocar projetos paralelos. O fundador John Taylor (baixista) e o Andy Taylor (guitarrista) foram tocar com o Robert Palmer e o baterista do Chic no Power Station. Os outros 3 que são o vocalista Simon Le Bon, o tecladista Nick Rhodes e o baterista Roger Taylor fizeram o Arcadia. Uma coisa me passou pela cabeça agora, o Duran Duran poderia se chamar “The Taylors” porque 3 Taylor sem parentesco algum em uma mesma banda não é pouca coisa.
Para este projeto eles ainda contaram com a guitarra do David Gilmour nas faixas "The Promise" e "Missing", e participações como a da Grace Jones, Sting, Carlos Alomar, Herbie Hancock e outros músicos. Para mim é um pop elegante, funkeado e com muitas camadas de produção características dos anos 80, mas sem muito exagero. "Election Day" foi o single que puxou o disco, mas ao longo da audição tu vais percebendo outras músicas que também faziam parte das rádios na época como a "Goodbye Is Forever" e a "The Promise".
Quem puder, ouça a versão tripla que conta com o disco normal, outro disco com versões estendidas/remixes/instrumentais e ainda um DVD com clipes das músicas. Mais ou menos neste período foi que o Duran Duran colocou a música "A View to a Kill" no filme "007 Na Mira dos Assassinos". No clipe desta música pode-se notar o “climão” que estava entre os membros da banda, onde nenhum aparece contracenando com o outro. Este disco foi importante para a retomada do Duran Duran que aconteceu no disco seguinte, que foi o "Notorius", agora resumido a 3 integrantes, o John Taylor, o Simon Le Bon e o Nick Rhodes. Muito do que foi desenvolvido a partir desta reunião já estava contido neste belo disco que é o "So Red The Rose", do Arcadia. Escuta, vale a pena.
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FAIXAS:
  1. "Election Day" - 5:29
  2. "Keep Me in the Dark" - 4:31
  3. "Goodbye Is Forever" - 3:49
  4. "The Flame" - 4:23
  5. "Missing" - 3:40 (LeBon, Rhodes)
  6. "Rose Arcana" - 0:51 (LeBon, Rhodes)
  7. "The Promise" - 7:30
  8. "El Diablo" - 6:05
  9. "Lady Ice" - 7:32 (LeBon, Rhodes)

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Baixe para ouvir:
Arcadia So Red The Rose




sábado, 29 de janeiro de 2011

Grace Jones - "Nightclubbing" (1981)

"Sabe, eu a vi vestindo algumas coisas que eu já usei, e isso realmente me irrita(...)
Eu prefiro trabalhar com alguém mais original que não fique me copiando."
Grace Jones sobre trabalhar com Lady Gaga


Um álbum sofisticado.
Poder-se-ia dizer até chiquérrimo!
A estilosa ex-modelo e manequim jamaicana Grace Jones conseguia, depois de alguns discos apenas interessantes no início da carreira musical, transpor enfim todo seu charme dos estúdios fotográficos para os de gravação com o excelente "Nightclubbing". A própria faixa que dá nome ao álbum que já era fantástica com Iggy Pop (autor em parceria com Bowie), consegue ficar talvez até melhor numa versão meio cabaré-chique às voltas com um piano grave e bem marcado com uma interpretação sensual e venenosa.
"I've Seen That Face Before (Libertango)", outro destaque do disco, é no fundo um tango sim, mas tem contornos reggae e coloridos de ritmos latinos. Seus trechos recitados em francês na voz provocante e poderosa de Mrs. Jones dão uma leitura toda diferenciada e singular à composição do argentino Ástor Piazzolla.
Minha preferida, no entanto, é "Pull Up to the Bumper". Apimentada e sem vergonha, traz um vocal provocante, uma guitarra bem suingada e um tamborim fazendo a marcação gostosíssima.
"Walking in the Rain", a primeira do disco é praticamente declamada sobre uma base clean sutilmente 'reggeada' e extremamente bem desenvolvida nos detalhes. Outra das boas é "Use Me", que além de outra interpretação magistral da gigante de ébano, tem uma bela linha de baixo. "Demolition Man" de Sting tem um estilo mais forte, mais new-wave, mais rock e por consequência um vocal mais agressivo também, quase falado na maior parte do tempo só ganhando ritmo mesmo nos refrões. "I've Done it Again" se encarrega de fechar o disco baixando a rotação apaixonadamente numa baladinha tristonha.
Nove interpretações notáveis com as mais diversas nuances dentro do universo da música negra e da música pop em geral. É daquelas obras e daquele tipo de artista que alguém mais mal informado pode torcer o nariz num primeiro momento achando que um disco de ex-modelo seja necessariamente sem qualidade, mera autopromoção, etc. Muitas são assim, sabemos, mas certamente este não é o caso. Para Grace Jones a passarela, os flashes podem ter aparecido antes na vida antes, mas com certeza ela foi feita mesmo para o microfone e para o palco. E quanto ao álbum, o que se pode dizer de "Nightclubbing" é que sobre um repertório variado e extremamente bem escolhido, ela coloca suas voz negra e poderosa de maneira singular e recriadora.
Não somente um álbum sofisticado, um álbum chiquérrimo, mas sobretudo um álbum brilhante.
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FAIXAS:
  1. " Walking in the Rain "( H. Vanda , G. Young ) - 4:18
  2. " Pull Up To The Bumper" "(Koo Koo Baya, Grace Jones, Dana Mano) - 4:41
  3. " Use Me "( Bill Withers ) - 5:04
  4. " Nightclubbing" ( David Bowie , James Osterberg ) - 5:06
  5. " Art Groupie" (Barry Reynolds, Grace Jones) - 2:39
  6. " I've Seen That Face Before (Libertango) "( Astor Piazzolla , Barry Reynolds, W. Dennis, N. Delon) - 4:30
  7. " Feel Up "(Grace Jones) - 4:03
  8. " Demolition Man "( Sting ) - 4:03
  9. "I've Done It Again" (Barry Reynolds) - 3:51
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Ouça:
Grace Jones Nghtclubbing


Cly Reis