Oscar Martínez é o delegado
com íntimas relações com o regime militar
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sexta-feira, 21 de outubro de 2016
"Kóblic", de Sebastián Borenztein (2016)
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Oscar 2016 - Os Vencedores
E "Mad Max: Estrada da Fúria" foi o grande vencedor da noite! Bom, isso quantitativamente, porque qualitativamente o vencedor da noite pode ser considerado "O Regresso", com prêmios em algumas das principais categorias. Mas isso se, mesmo ganhando prêmios tão significativos, "Spotlight: Segredos Revelados" não tivesse levado o principal prêmio da noite. Foi isso, uma noite de premiações bastante divididas. Enquanto o road-movie apocalítico "Mad Max" arrebatava praticamente todos os prêmios técnicos, o incensado filme do mexicano Iñárritu conquistava aqueles que dão o grande indicativo de qualidade de um grande filme, exceto o de melhor filme que foi parar nas mãos do investigativo "Spotlight".
Numa cerimônia marcada pela polêmica das indicações para atores negros em Hollywood, tivemos um Chris Rock bastante desenvolto na condução dos trabalhos apesar de uma desconfortável insistência na questão racial, uma bela performance de Lady Gaga apresentando a canção do filme "The Hunting Ground", uma interpretação pífia de Dave Grohl tocando "Blackbird" dos Beatles durante a homenagem aos falecidos; o tricampeonato de Emmanuel Lubezki na fotografia e o bi de Iñárritu como diretor, fato que só acontecera duas vezes anteriormente na história da premiação.
As surpresas ficaram por conta de "Ex Machina" cujo principal mérito na minha opinião é o roteiro de trama labiríntica e inteligente, ter levado o prêmio de efeitos visuais em detrimento a "Star Wars ep.VII: O Despertar da Força" ou até mesmo a "Mad Max" que vinha faturando todos os técnicos até então; a canção original ter ficado com a chatíssima trilha de "007 contra Spectre", a pior da história de James Bond; e, não exatamente surpresa, mas uma ponta de desapontamento que tenho certeza muitos compartilham comigo, com o fato do carismático Silvester Stallone não ter levado sua estatueta por sua atuação em "Creed" nesta que provavelmente terá sido sua última chance.
No mais, "Amy", confirmou o favoritismo nos documentários; o mestre Ennio Morricone, com a trilha para "Os Oito Odiados", finalmente ganhou seu Oscar por um filme (havia ganho pelo conjunto da obra); e Leo, de grande crescimento artístico nos últimos anos, é verdade, mas favorecido esse ano por todo um contexto de ausência de medalhões como Nicholson, Redford, De Niro, de concorrentes em papeis de deficientes que sempre sensibilizam a academia, ou que revivessem personalidades históricas, finalmente levou sua tão desejada estatueta dourada pra casa. Nunca vi uma campanha tão grande para que um ator levasse esse prêmio mas, enfim... Que seja. Aleluia!
Ah, e antes que eu esqueça, não foi dessa vez que o Brasil trouxe o seu Oscar.
Confira abaixo a lista completa dos ganhadores:
Di Caprio e Iñárritu, os dois grandes
vencedores da noite.
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Melhor filme
"Spotlight: Segredos revelados"
Melhor atriz
Brie Larson ("O quarto de Jack")
Melhor diretor
Alejandro G. Iñárritu ("O regresso")
Melhor canção original
"Writing's on the wall", Sam Smith ("007 contra Spectre")
Melhor trilha sonora
"Os 8 odiados", de Ennio Morricone
Melhor filme estrangeiro
"O filho de Saul" (Hungria)
Melhor curta de live action
"Stutterer"
Melhor documentário
"Amy"
Melhor documentário de curta-metragem
"A Girl in the River: The Price of forgiveness"
Melhor ator coadjuvante
Mark Rylance ("Ponte dos espiões")
Melhor animação
"Divertida mente"
Melhor curta de animação
"Bear Story"
Melhores efeitos visuais
"Ex Machina"
Melhor mixagem de som
"Mad Max: Estrada da fúria"
Melhor edição de som
"Mad Max: Estrada da fúria"
Melhor montagem
"Mad Max: Estrada da fúria"
Melhor fotografia
"O regresso"
Melhor cabelo e maquiagem
"Mad Max: Estrada da fúria"
Melhor design de produção
"Mad Max: Estrada da fúria"
Melhor figurino
"Mad Max: Estrada da fúria"
Melhor atriz coadjuvante
Alicia Vikander ("A garota dinamarquesa")
Melhor roteiro adaptado
"A grande aposta"
Melhor roteiro original
"Spotlight - Segredos revelados"
sexta-feira, 21 de maio de 2021
"Nomadland", de Chloé Zaho (2021)
Fern (Frances McDormand) é uma
mulher de 60 anos que, depois de perder tudo na Grande Recessão, embarca em uma
jornada pelo oeste americano, vivendo como uma nômade dos tempos modernos.
O ritmo mais lento, o texto cheio de alegorias podem afastar algumas pessoas, mas nada disso tira o mérito de "Nomadland", o grande vencedor do Oscar desse ano, com os prêmios de melhor filme e direção. O longa acerta em momentos certos, como quando pretende mostrar Fern no mundo, seus desafios, as belezas naturais, além de fazer planos abertos lindos com uma fotografia única. E quando quer mostrar as emoções de Fern, tem closes longos no rosto da personagem que você se pega refletindo junto com ela.
Tecnicamente, é um longa impecável! Fotografia, som direção, tudo funciona. Mas uma das grandes forças do filme está em, Frances McDormand, não à toa, vencedora do Oscar de melhor atriz. Seu silêncio grita neste filme. Uma atuação contida, para dentro, mas cheia de força, na qual, ao mesmo tempo em que você vê uma mulher forte e decidida, também expõe sua fragilidade em alguns momentos de solidão ou quando sente a pressão do julgamento da sociedade por não seguir um padrão de vida ideal segundo o sonho americano.
"Nomadland" - trailer
Além da beleza estética do longa, seu discurso também é muito forte fazendo uma forte crítica, pesada e incisiva, ao consumismo e ao american way of life.
Além da ótima direção, da
excepcional atriz principal, o longa ainda consegue falar sobre o sentimento da
perda, como cada um trabalha isso, a dificuldade de encarar isso e permanecer forte, e de dar adeus para alguém, para algo, para algum lugar, para uma situação, etc. "Nomadland" nos lembra o quanto é preciso coragem para começar novos ciclos.
Perfeição! Olha essa fotografia! O nome disso é "Aulas cria". |
por Vagner Rodrigues
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
Música da Cabeça - Programa #48
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024
"Barbie", de Greta Gerwig (2023)
Como se não bastasse toda a comoção por um filme comercial bancado pela indústria de brinquedos, eu vejo uma choradeira pela não indicação da atriz principal, Margot Robbie para o Oscar na sua categoria. Ora, só quem não viu uma Meryl Streep em "Kramer vs. Kramer", uma Jodie Foster em "Acusados", ou uma Ana Magnani em "O Amor" que nem ganhou, pode exigir um Oscar para uma atuação não mais que... competente. Margot Robbie faz um papel de boneca, gente! Expressões forçadas, olhos arregalados, largos sorrisos, de vez em quando um choro, uma carinha tristinha, lá no final, no mundo real, algo um pouco mais consistente, mais humano, mas é só isso.
Margot Robbie é uma grande atriz mas, sinceramente, em "Barbie" ela só faz "cara de boneca". |
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Oscar 2013 - Os Vencedores
Cada vez menos tenho dado bola pra 'quem ganhou tal Oscar' ou 'quantos Oscar tal filme levou' mas dei uma olhada na festa de ontem, um pouco pelo glamour, um pouco pelo espetáculo, um pouco pela curiosidade e outro tanto, naturalmente, pelo meu gosto por cinema. O favorito para melhor filme era "Argo" e ele não contrariou as expectativas, embora já se soubesse que não ganharia melhor direção, pelo simples fato de seu realizador, Ben Affleck, não ter sido indicado; assim, Ang Lee por "As Aventuras de Pi", levou esta premiação, que somadas a outras 3 estatuetas de seu filme, fizeram da aventura fantástica do jovem Pi, o grande ganhador da noite.
Confira abaixo os demais vencedores:
foto: Mario Anzuoni/Reuters
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Diretor: Ang Lee (“As aventuras de Pi”)
Atriz: “Jennifer Lawrence (“O lado bom da vida”)
Ator: Daniel Day-Lewis (“Lincoln”)
Atriz coadjuvante: Anne Hathaway (“Os miseráveis”)
Ator coadjuvante: Christoph Waltz (“Django livre”)
Roteiro original: “Django livre”
Roteiro adaptado: “Argo”
Filme estrangeiro: “Amor”, de Michael Haneke (Áustria)
Fotografia: “As aventuras de Pi”
Montagem: “Argo”
Figurino: “Anna Karenina”
Maquiagem e penteado: “Os miseráveis”
Documentário: “Searching for Sugar Man”,de Malik Bendjelloul
Longa de animação: "Valente", de Mark Andrews, Brenda Chapman e Steve Purcell
Efeitos especiais: “As aventuras de Pi”
Trilha sonora: “As aventuras de Pi”
Canção original: “Skyfall”, de “007 — Operação Skyfall”, de Adele
Direção de arte (Design de produção):“Lincoln”
Curta-metragem de ficção: "Curfew", de Shawn Christensen,“Paperman” (animação) e “Inocente”, de Sean Fine e Andrea Nix (documentário)
Mixagem do som: “Os miseráveis”
Edição de som: “007 — Operação Skyfall”e “A hora mais escura” (empate)
domingo, 27 de março de 2022
"Licorice Pizza", de Paul Thomas Anderson (2021)
Mas não se enganem: “Licorice...” é, por mais que pareça uma contradição, quiçá o melhor entre os candidatos nesta categoria junto com “Drive my Car” (outro que também não deve levar o Oscar de Melhor Filme, uma vez que, ao que tudo indica, o de Melhor Filme Internacional esteja lhe esperando). O filme de Anderson (cujo estranho título faz uma referência a uma loja de discos que realmente existiu, mas que não aparece em nenhum momento), conta a história de Alana Kane (Alana Haim) e Gary Valentine (Cooper Hoffman), dois jovens que, embora a diferença de 10 anos dela para ele, vivem a adolescência no Vale de San Fernando, no Sul da Califórnia do início dos anos 70, engendrando vários negócios juntos e flertando um com outro, mas também se desencontrando.
Comédia romântica com ares de nouvelle vague e realismo poético, “Licorice...”, que também é escrito por PT Anderson, diferencia-se, por isso, muito do que a Academia costuma prestigiar. Desde seu primeiro longa, “Jogada de Risco", de 1996, passando pelo genial “Boogie Nights” (1997) e pelo retumbante “Magnolia”, Melhor Filme em 1999 (só que em Berlim...), fica claro que o estilo de seu "cinema de autor" carrega singularidades que lhe aproximam bastantemente da escola europeia. Neste sentido, ele é muito mais peculiar do que seus contemporâneos Tarantino, Rodriguez e Nolan, todos também autorais mas com um pé muito mais firme em Hollywood do que ele. Com o forte “Sangue Negro”, de 2007 – para muitos, sua melhor realização –, pode-se dizer que Anderson tenha se esforçado para arrebatar o prêmio máximo do cinema, mas sua mão “pesada” o fez dar tons muito mais trágicos à história que os jurados da Academia estão acostumados.
trailer de "Licorice Pizza", de Paul Thomas Anderson
A última tentativa de Anderson de levar esse bendito Oscar de Melhor Filme parece ter sido há quatro anos com “Trama Fantasma”, seu até então último longa e no qual repete a parceria com o excelente ator irlandês Daniel Day-Lewis. Porém, mesmo recebendo seis indicações (inclusive a de Filme), novamente sem sucesso. “Licorice...”, assim, dá a impressão de ser saudavelmente aquele filme em que o diretor disse a si mesmo: “Quer saber? Foda-se! Aceitem-me como eu sou!”. E deu muito certo. Descompromissado, o cineasta fez uma obra carregada de sentimentos, daquelas que ao mesmo tempo fazem emocionar terna e alegremente. É de encher o peito em uma gargalhada, mas também de soltar risos surpresos durante o decorrer por conta de seus diálogos e roteiro inteligentes.
Gary e Alana: feitos um para o outro (mas será que eles próprios sabem disso?) |
Se não é o melhor entre todos da safra 2021/22, “Licorice...”, ao menos, é o que melhor cumpre um dos requisitos dos grandes filmes: o encerramento marcante. O cineasta conduz o espectador até o último segundo para, com sutileza, deixá-lo suspirando na poltrona com um sorriso no rosto – ou uma lágrima. Sabe aquele sabor de terminar de assistir “Nós que nos Amávamos Tanto”, “Pierrot le Fou” ou “Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios”? É este o sentimento que fica com "Licorice...". Tudo bem: “Ataque...”, “O Beco...” e “Drive...” também terminam muito bem. Mas é tão mais impactante sentir uma ponta de "cinema de arte", assim, tão espontaneamente numa produção norte-americana, que o valor se duplica. Neste caso, o melhor que PT Anderson pode fazer é não ganhar prêmio nenhum mesmo. Será sinal de que continuará fazendo seu cinema tão original quanto encantador.
Daniel Rodrigues
segunda-feira, 28 de março de 2022
Oscar 2022 - Os Vencedores
A bifa de Smith em Rock. |
Mas vamos começar pela cerimônia e pelos prêmios: pra compensar a premiação chocha do ano passado, bem discreta e quase intimista, por conta da pandemia, a Academia veio logo com três apresentadoras esse ano, Amy Shurmer, Regina Hall e Wanda Sykes que, muito inteligentes e bem-humoradas, conduziram a festa com competência, entregando, é claro, para os convidados apresentadores dos prêmios.
E a propósito, na maior parte dos casos não houve muitas surpresas: "Duna" faturou os prêmio técnicos, Jane Campion confirmou o favoritismo para Direção; "Encanto" levou Animação; "Drive My Car", Filme Internacional, mas também tivemos premiações inéditas, como a do primeiro ator surdo a receber um Oscar, Troy Kotsur, e o próprio filme em questão, "No Ritmo do Coração", de certa forma surpreendendo ao desbancar "Ataque dos Cães" que levava algum favoritismo.
Mas de uma cerimônia tão marcante por diversos fatores, protagonismo feminino, inclusão, diversidade, ineditismos, o que acabou mais chamando atenção, sem dúvida, foi o tapa na cara dado por Will Smith em Chris Rock por conta de uma piadinha, de mau gosto, envolvendo sua esposa. O que parecia, em princípio, mais uma brincadeira, mais uma encenação ensaiadinha dessas típicas de Hollywood, acabou se revelando uma indignação genuína de Smith quando ele, depois de subir ao palco e agredir o comediante, ao retornar para seu assento, continuou xingando e reafirmando sua ira, "Não mexa com o nome da minha esposa!", dizia furioso. Simplesmente inusitado.
De certa forma, o incidente roubou a cena da festa, ainda que depois disso ainda viessem a ser anunciados vários prêmios importantes, inclusive o Oscar de melhor ator para o próprio Will.
No fim das contas, numa edição que marcou a segunda conquista consecutiva de mulheres na direção, um ator deficiente auditivo sendo premiado, um filme de inclusão batendo um dos favoritos, vai acabar entrando para a história como aquela em que o Will Smith deu-lhe um sopapo no Chris Rock.
Mas, mesmo sendo "fato secundário", vale a pena, também, a gente saber quem foram os premiados da noite.
Vai aí:
- Atriz Coadjuvante: Ariana DeBose (Amor, Sublime Amor)
- Ator Coadjuvante: Troy Kotsur (No Ritmo do Coração)
- Ator: Will Smith (King Richard - Criando Campeãs)
- Atriz: Jessica Chestain (Os Olhos de Tammy Faye)
- Som: Duna
- Fotografia: Duna
- Efeitos Visuais: Duna
- Montagem: Duna
- Direção de Arte: Duna
- Figurino: Cruella
- Maquiagem e Cabelo: Os Olhos de Tammy Faye
- Documentário: Summer of Soul (ou... Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada)
- Documentário Curta-metragem: The Queen of Basketball
- Roteiro Adaptado: No Ritmo do Coração
- Roteiro Original: Belfast
- Trilha Sonora Original: Hans Zimmer (Duna)
- Canção Original: Billie Eilish, (007 - Sem Tempo Para Morrer)
- Animação: Encanto
- Curta de Animação: The Windshield Wiper
- Curta-metragem: The Long Goodbye
- Filme Internacional: Drive My Car
- Direção: Jane Campion, (Ataque dos Cães)
- Filme: No Ritmo do Coração
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
“Bravura Indômita”, de Henry Hathaway (1969) e "Bravura Indômita", de Joel Coen e Ethan Coen (2010)
cartaz do original de 1969
de Henry Hathaway
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cartaz da versão dos irmãos Cohen, de 2010 |
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
5 Importantes Protagonistas Negros do Cinema
O ator Chiwetel Ejiofor em "12 Anos de Escravidão": essencial |
Ao encarnar o super-herói “Pantera Negra”, Boseman se transformou em uma referência. Mas, antes dele, muitos outros personagens negros do cinema também deram sua contribuição para essa história de reconhecimento e pertencimento. Por conta disso, fui convidado pela Cinemateca Paulo Amorim, da Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, em nome de sua programadora, a jornalista Mônica Kanitz a destacar alguns destes filmes, que figuram neste vídeo especial produzido pela instituição. Confira o vídeo e a lista dos respectivos filmes aos quais selecionei.
Cinemateca Paulo Amorim
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1 - "Adivinhe Quem Vem para Jantar", de Stanley Kramer (1967)
Em São Francisco, Matt Drayton (Spencer Tracy) e Christina Drayton (Katharine Hepburn), um conceituado casal, se choca ao saber que Joey Drayton (Katharine Houghton), sua filha, está noiva de John Prentice (Sidney Poitier), um negro. A partir de então dão início à uma tentativa de encontrar algo desabonador no pretendente, mas só descobrem qualidades morais e profissionais acima da média. Primeiro filme a abordar o tema do racismo e dos conflitos nas relações socioraciais. Vencedor do Oscar de Melhor Atriz (Hepburn), Melhor Roteiro Original (William Rose) e Melhor Ator (Tracy).
2 - "Faça a Coisa Certa", de Spike Lee (1989)
Numa pizzaria no bairro do Brooklyn, NY, onde a maioria da população é negra, há uma parede com fotos de ídolos ítalo-americanos. Quando o ativista Buggin' Out (Giancarlo Esposito) pede ao dono do lugar que a parede tenha ídolos negros e ele nega, inicia-se um boicote ao lugar, o que desencadeia uma série de incidentes. Spike Lee surgia para o mundo com essa obra-prima marcante na história do cinema e da causa negra diretamente contundente contra o racismo. Indicado a dois Oscars, incluindo o de Melhor Roteiro Original.
3 - "12 Anos de Escravidão", de Steve McQueen (2013)
Adaptação da autobiografia homônima de 1853 de Solomon Northup, conta a história real de um negro livre nascido em Nova Iorque, que é sequestrado em Washington e vendido como escravo. Ele trabalhou em plantações no estado de Louisiana por 12 anos antes de sua libertação, passando por todo tipo de sofrimento, violência e desumanidade. Primeiro filme de um cineasta negro a ganhar o Oscar de Melhor Filme, além de ter conquistado também os de Melhor Atriz Coadjuvante (Lupita Nyong'o) e Melhor Roteiro Adaptado (John Ridley).
4 - "Madame Satã", de Karim Ainouz (2002)
O filme retrata a vida de uma referência na cultura marginal urbana do Rio de Janeiro, o célebre transformista João Francisco dos Santos. Malandro, artista, presidiário, pai adotivo de sete filhos, negro, pobre, homossexual, o artista, conhecido como "Madame Satã", se transformou num mito da vida boêmia carioca. Entre os vários prêmios, que recebeu, destacam-se o de Melhor Filme no Chicago International Film Festival, o Prêmio Especial do Júri para melhor primeiro trabalho (Ainouz) no Festival de Havana e os quatro que abocanhou no Grande Prêmio BR do Cinema Brasileiro, incluindo o de Melhor Ator para Lázaro Ramos.
5 - "Pantera Negra", de Ryan Coogler (2018)
Após a morte de seu pai, o Rei de Wakanda, T’Challa (Chadwick Boseman) volta para casa para a isolada e tecnologicamente avançada nação africana para a sucessão ao trono e para ocupar o seu lugar de direito como rei. Mas, com o reaparecimento de um velho e poderoso inimigo, o valor de T’Challa como rei – e como Pantera Negra – é testado quando ele é levado a um conflito formidável que coloca o destino de Wakanda, e do mundo todo em risco. Marco na história do cinema, "Pantera..." é o primeiro filme com um super-herói negro, o personagem criado nos anos 60 por Stan Lee, e também um símbolo necessário para uma época de empoderamento de homens e mulheres negras. Levou o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original (Ludwig Göransson), Figurino (Ruth E. Carter) e Direção de Arte para Hannah Beachler, também a primeira negra a ganhar a estatueta nesta categoria.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
Oscar 2019 - Os Indicados
E saiu a lista dos indicados ao Oscar 2019! "A Favorita", filme de época do diretor Yorgos Lanthimos, e "Roma", do já oscarizado de Alfonso Cuarón, que concorre não somente a melhor filme como a melhor película estrangeira, são os líderes em indicações, mas "Nasce Uma Estrela" com a estrelíssima Lady Gaga, vem logo em seguida com oito e com boas chances. "Pantera Negra", de certa forma, surpreende com sete nominações, tornando-se o filme de super-heróis com maior reconhecimento neste sentido pela Academia, e o badalado “Bohemian Rhapsody”, biografia de Freddie Mercury, garantiu cinco indicações, incluindo, é claro, a de melhor ator com a ótima atuação de Rami Malek que, por sinal não terá vida fácil, especialmente contra Christian Bale, por seu papel em "Vice", e Willem Defoe, por "No Portal da Eternidade". Me surpreende um pouco a escassês de indicações para "O Retorno de Mary Poppins", que achei que fosse passar o rodo nos itens técnicos e, não tão surpreendente assim, uma vez que as qualidades de "Infiltrado na Klan" vem sendo exaltadas constantemente, mas louvável é a ascensão de Spike Lee ao time dos grandes com sua primeira indicação a melhor diretor.
Depois dessa breve passada, vamos ao que interessa. Conheça os indicados ao Oscar em 2019:
- Melhor Filme
Infiltrado na Klan
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Green Book: O Guia
Roma
Nasce Uma Estrela
Vice
- Melhor Atriz
Glenn Close (A Esposa)
Olivia Colman (A Favorita)
Lady Gaga (Nasce Uma Estrela)
Melissa McCarthy (Poderia Me Perdoar?)
- Melhor Ator
Bradley Cooper (Nasce Uma Estrela)
Willem Dafoe (No Portal da Eternidade)
Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
Viggo Mortensen (Green Book: O Guia)
- Melhor Atriz Coadjuvante
Marina De Tavira (Roma)
Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
Emma Stone (A Favorita)
Rachel Weisz (A Favorita)
- Melhor Ator Coadjuvante
Adam Driver (Infiltrado na Klan)
Sam Elliott (Nasce uma Estrela)
Richard E. Grant (Poderia Me Perdoar?)
Sam Rockwell (Vice)
- Melhor Direção
Pawel Pawlikowski
Yorgos Lanthimos
Alfonso Cuarón
Adam McKay
- Melhor Roteiro Original
First Reformed
Green Book: O Guia
Roma
Vice
- Melhor Roteiro Adaptado
BlacKkKlansman
Can You Ever Forgive Me?
If Beale Street Could Talk
A Star is Born
- Melhor Figurino
Pantera Negra
A Favorita
O Retorno de Mary Poppins
Duas Rainhas
- Melhor Cabelo
Mary Queen of Scots
Vice
- Melhor Direção de Arte/Design de Produção
The Favourite
First Man
Mary Poppins Returns
Roma
- Melhor Trilha Sonora
Infiltrado na Klan
Se a Rua Beale Falasse
Ilha de Cachorros
O Retorno de Mary Poppins
- Melhor Canção Original
I’ll Fight – RBG
The Place Where Lost Things Go – Mary Poppins Returns
Shallow – A Star is Born
When A Cowboy Trades His Spurs For Wings – Ballad of Buster Scruggs
- Melhor Fotografia
The Favourite
Never Look Away
Roma
A Star is Born
- Melhor Edição
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Green Book: O Guia
Vice
- Melhor Edição de Som
Bohemian Rhapsody
O Primeiro Homem
Um Lugar Silencioso
Roma
- Melhor Mixagem de Som
Bohemian Rhapsody
O Primeiro Homem
Roma
Nasce Uma Estrela
- Melhores Efeitos Visuais
Christopher Robin
First Man
Ready Player One
Solo: A Star Wars Story
- Melhor Documentário
Hale County This Morning, This Evening
Minding the Gap
Of Fathers and Sons
RBG
- Melhor Animação
Ilha de Cachorros
Mirai
Wifi Ralph
Homem-Aranha no Aranhaverso
- Melhor Filme Estrangeiro
Cold War
Never Look Away
Roma
Shoplifters
- Melhor Curta Metragem – Animação
Bao
Late Afternoon
One Small Step
Weekends
- Melhor Curta Metragem – Documentário
End Game
Lifeboat
A Night at the Garden
Period. End of Sentence.
- Melhor Curta Metragem – Live-Action
Fauve
Marguerite
Mother
Skin
terça-feira, 26 de abril de 2016
15 filmes essenciais de prisão
Dustin Hoffman e Steve McQueen
em "Pappilon"
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Sônia Braga nos lances oníricos
do filme.
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Os próprios presos constroem a
narrativa no documentário.
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