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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Little Richard - "Here's Little Richard" (1957)


"... é uma das primeiras
 capas que berram"
Hervé Bourhis, autor de
"O Pequeno Livro do Rock"



Esse foi o cara que ensinou o rock'n roll a rasgar a voz.
Não que tenha sido sua única contribuição - não mesmo - mas come certeza caras como Kurt Cobain Max Cavalera, John Lydon e tantos outros muitos devem um pouco da fúria no jeito de cantar a Richard Waye Pennyman, mais conhecido Little Richard.
Seu disco de estreia, "Here's Little Richard" de 1957, é uma daquelas cartilhas do rock'n roll: doses perfeitas de fúria, malícia, perversão e ousadia.
E aquela batida insistente?
E aquele piano alucinado?
E aquele ritmo ensandecido?
A clássica "Tutti Frutti" é um exemplo perfeito destas interpretações enlouquecidas de Richard, acompanhada de uma base agressiva e acelerada de piano. A canção foi regravada por Elvis Presley mas a versão de Richard no fim das contas, se formos falar em força, é bem mais potente que a do Rei; "She's Got It" é outra com vocal selvagem e gritado; "Rip It Up" vai na mesma linha com força, poder e embalo; tem a baladinha gospel "Can't Believe You Wanna Leave" e "Oh Why?" mais cadenciada, ambas muito legais, mas o bom mesmo é quando o piano da Rainha Diaba pega fogo e sua garganta se abre em urros agudos e ensurdecedores como em "Long Tall Sally" ou em "Jenny Jenny".
Ah, cara, isso é rock'n roll!!!
"A-woop-bop-a-loo-bop-a-loo-bam-boom"

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FAIXAS:
  1. "Tutti Frutti" (Richard Penniman, Dorothy LaBostrie, Joe Lubin) – 2:25
  2. "True Fine Mama" (Penniman) – 2:43
  3. "Can't Believe You Wanna Leave" (Lloyd Price) – 2:28
  4. "Ready Teddy" (Robert Blackwell, John Marascalco) – 2:09
  5. "Baby" (Penniman) – 2:06
  6. "Slippin' and Slidin' (Peepin' and Hidin')" (Penniman, Eddie Bocage, Albert Collins, James Smith) – 2:42
  7. "Long Tall Sally" (Enotris Johnson, Blackwell, Penniman) – 2:10
  8. "Miss Ann" (Penniman, Johnson) – 2:17
  9. "Oh Why?" (Winfield Scott) – 2:09
  10. "Rip It Up" (Blackwell, Marascalco) – 2:23
  11. "Jenny, Jenny" (Johnson, Penniman) –2:04
  12. "She's Got It" (Marascalco, Penniman) –2:26
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Ouça:
Here's Little Richard



Cly Reis

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS


Agora, dobrando a esquina das 100 edições, cabe uma pequena retrospectiva da seção que começou basicamente como destaques pessoais com comentários breves sobre, na maioria das vezes, CD's que eu levava no carro indo para o trabalho, mas que pela própria frequencia de visitação, troca de ideias, comentários, sugestões, etc., acabou ganhando uma certa importância dentro do blog. Dividindo as principais atenções dos amigos e visitantes com o perverso Frango Atirador, os ÁLBUNS FUNDAMENTAIS passaram a exigir deste blogueiro uma maior responsabilidade de informação, mais pesquisa e (uma tentativa de) maior qualidade dos textos. O formato se aperfeiçoou, as resenhas ficaram mais incrementadas com vídeos, downloads e letras, e participações especialíssimas de amigos abrilhataram as análises. Tive neste período o privilégio das participações do meu primo-parceiro-irmão-hermenêutico Lúcio Agacê; do antenadíssimo, porém tímido enquanto colunista, José Júnior; do brilhante e profundo conhecedor de rock Eduardo Wolff; e do meu irmão, Daniel Rodrigues, com seu ecletismo e seus textos sempre apaixonados e competentíssimos.
Virando a página destes primeiros cem álbuns, dentro de uma linha de coerência, o ClyBlog procurou mirar em todos os segmentos possíveis, sem preconceitos e tentando não cometer nenhuma grande injustiça, sem deixar contudo, de ser extremamente pessoal, independente e descomprometido nas escolhas. Na maioria das vezes é na emoção mesmo, tipo, 'puxa, tenho que falar sobre esse disco', mas às vezes vem a razão e aí se tenta equilibrar estilos, décadas, tenta-se não repetir muito os mesmos, não puxar muito pros xodós, e coisas do tipo.
A propósito de repetir, nestes primeiros cem, apenas Rolling Stones, The Beatles, PIL, Miles Davis, Bob Dylan, Jorge Ben e David Bowie fizeram dobradinhas e até agora, ninguém botou três fundamentais na roda Quem será o primeiro?
No que diz respeito às décadas, o placar de destaques é o seguinte:
  • 2 dos anos 30, "Carmina Burana" e Robert Johnson, sendo que este último só saiu em 1990; 
  • 2 dos anos 50, (Elvis e Miles Davis) ;
  • 19 dos anos 60;
  • 31 dos anos 70;
  • 25 dos anos 80;  
  • 17 dos anos 90;
  • 3 dos anos 2000;
  • + um especial com uma lista de melhores de todos os tempos

Talvez a de 60, tida como a grande década do rock pudesse ter mais representantes; talvez devêssemos ter mais dos anos 50, a década do surgimento do rock; talvez os anos 40 merecessem unzinho que fosse; talvez devesse olhar mais para o nosso novo século... Bom, nada é perfeito. Mas também nada está descartado. Aos poucos justiças vão sendo feitas, importâncias vão sendo dadas e assim por diante. Vamos em frentre, postando e ver o que acontece.
Prontos para mais cenzinho então?


C.R.

sábado, 20 de agosto de 2011

Cream - "The Fresh Cream" (1966)


"Doce e saboroso rock and roll"
Jack Bruce
para a Mellody Maker
em 1966


Se tem uma banda para a qual os termos superbanda ou power-trio se aplicam perfeitamente é o Cream. A formação era 'só', Jack Bruce, Ginger Baker e Eric Clapton . Quer mais? Baker era baterista conceituado e líder do Graham Bond Organisation, banda da qual Jack Bruce, baixista de formação jazz, fazia parte eventualmente, dividindo-se também entre outros projetos. Clapton, que já era Deus, conhecia o baixista dos Bluebreakers e do Powerhouse e convidado por Baker a formar um novo grupo, impôs a convocação de Bruce como condição. A indicação mostrou-se um grande acerto e um grande erro ao mesmo tempo: se por um lado formavam um timaço quase sem precedentes de qualidade, conceituação e técnica, por outro, levava confusão para dentro do grupo, uma vez que Bruce e  Baker, já desde o GBO tinham frequentes desentendimentos sérios, isso sem falar nas drogas e bebidas de Baker e na indisciplina e vaidades do problemático baixista.
Mas como se diz no futebol, o que importa é o que os jogadores faz dentro das quatro linhas e, no estúdio, em "Fresh Cream", seu disco de estreia, a nata do rock and roll mandou ver! Além de estraçalhar com seu baixão potente e apurado, Bruce compôs a maioria das musicas, à exceção dos covers de blues, que ocupam praticamente toda a segunda metade do álbum, e das duas compostas por Baker, "Sweet Wine" em parceria com a esposa de Bruce, e a espetacular "Toad" com seu incrível solo de bateria.
Dos blues, "Rollin' and Trumblin'" de Muddy Waters, "Spoonfull" de Willie Dixon e "Four Until Late" de Robert Johnson formam uma espécie de santíssima-trindade no disco com versões recriadas cheias de energia, além de "I'm So Glad" do blueseiro Skip James, para a qual o Cream deu provavelmente a versão definitiva. Tem ainda o blues de autoria desconhecida, "Cat's Squirrel", que nas mãos da banda ficou bem percussionado e cheio de peso, com destaque especial para a harmônica venenosa de Jack Bruce.
Das composições da banda, sou louco por N.S.U. que inicia com aquela bateria alta meio indígena e logo divide as honras com um baixo pesado e uma levada constante e agressiva de Clapton prenunciando tendências de estilos mais pesados; "Sweet Wine" que repete o barulho também enquadra-se nessa linha das influentes para o metal e afins; "Sleepy Time Time", um blues choroso, embora creditado a Bruce e à esposa Janet, é bem a cara de Clapton e traz toda a técnica do Deus da Guitarra; e a lenta "Dreaming", talvez a 'menos boa', se é que se pode dizer isso, é uma adorável balada num ritmo quase valseado.
Mas a grande música do álbum na minha opinião é mesmo "I Feell Free", um rock-jazz-blues totalmente psicodéleico marcado por uma percussão acelerada carregada nos pratos, com uma condução bem swingada do baixo e um solo notável de Clapton acompanhando os vocais na segunda parte. Fantástica!
Enaltecendo assim as composições de Bruce e o desempenho de Baker, pode parecer que a grande estrela do grupo, Eric Clapton, teria um papel menor na banda. Absolutamente. Pelo contrário. Além de funcionar quase como um líder discreto, com sua segurança técnica e moral, era também uma espécie de fiel-da balança no relacionamento Baker/Bruce e dava algum equilíbrio à banda sobremaneira nos seus primeiros momentos (enquanto ainda era possível). Mas no mais importante, no tocante à parte musical especificamente, sempre que exigido, quando chamado na responsa não deixava pedra sobre pedra proporcionado invariavelmente shows à parte. Isso sem falar que toda a parte de repertorização de pesquisa e resgate do blues passava por ele com as escolhas dos clássicos dos seus mestres inspiradores e as propostas de releituras dos mesmos.
Mas como sabemos, grandes estrelas, grandes gênios juntos não dão certo por muito tempo e o Cream teve um carreira bem breve; com eventuais retornos, é verdade, mas já sem o mesmo valor da fase inicial. Ainda fariam a obra-prima "Disraeli Gears" um ano depois de "Fresh Cream" mas isso, com certeza, é assunto para outro ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.
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FAIXAS:
1. "I Feel Free" (Jack Bruce, Pete Brown) 2:53
2. "N.S.U. (Non-Specific Urethritis)" (Jack Bruce) 2:43
3. "Sleepy Time Time" (Jack Bruce, Janet Godfrey) 4:20
4. "Dreaming" (Jack Bruce) 1:58
5. "Sweet Wine" (Ginger Baker, Janet Godfrey) 3:17
6. "Spoonful" (Willie Dixon) 6:30
7. "Cat's Squirrel" (tradicional americana) 3:03
8. "Four Until Late" (Robert Johnson) 2:07
9. "Rollin' and Tumblin" (McKinley Morganfield) 4:42
10. "I'm So Glad" (Skip James) 3:57
11. "Toad" (Ginger Baker) 5:11

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Ouça:
Cream The Fresh Cream


Cly Reis

sábado, 6 de novembro de 2010

Robert Johnson - "The Complete Recordings" (1990) - gravações originais de 1936 e 1937 *


"Robert Johnson foi
o mais importante cantor de blues
 que já viveu."
Eric Clapton


Ele pode não ter sido o inventor do blues, mas com certeza é seu nome mais importante. Sei que existe um B.B. King, existe um Hooker, um Diddley, um Sonny Boy... Sei, sei. Mas nada se compara à técnica, à genialidade, à singularidade, à sua lenda.
Robert Johnson é daqueles músicos inovadores na sua arte. Daqueles caras que são divisores de águas, tipo: até ali a coisa era assim, a partir dali... Johnson mudou a batida do gênero, mudou o tom tradicional, saiu do trivial, e tudo isso só com um violão, que diga-se de passagem, reza a lenda, era velho e de péssima qualidade.
A propósito, não só o próprio R.J. por si só já é legendário, como muitos fatos que o cercam tem versões duvidosas e mal contadas: a começar pela sua data de nascimento, totalmente imprecisa, com registros de 1909, 1912, mas em princípio considerada oficialmente como 8 de maio de 1911; tem essa do violão, que além de ruim, diz-se, teria cordas enferrujadas quando Johnson fez as gravações (e no entanto, saiu o que saiu); outra é sobre as da versões de sua morte, prematura, aos 27 anos; uma delas atribuída a um uísque envenenado por um marido ciumento cuja esposa teria tido algo com Johnson; outra versão dá conta que teria levado um tiro por circunstâncias semelhantes; numa outra, pneumonia; em outra, sífilis; em outra ainda que teria sido encontrado urrando no corredor de um hotel e então ali morrido; o fato é que na certidão de óbito só consta "sem médico". Mas independente da causa mortis oficial, independente do modo como tenha acontecido, conta outra lenda, a mais impressionante e sobrenatural delas e a mais conhecida, que teria acontecido tão cedo, com apenas 27 anos de vida, por causa do resgate de uma dívida de Johnson com o demônio, que teria cobrado a alma prometida pelo cantor em um suposto pacto, que tivera o objetivo de obter talento e sucesso na carreira de cantor. Há uma outra ainda, vinculada à esta última, que sugere que haveria uma trigésima música (Johnson só gravou 29 canções) que teria ficado 'presa' em uma encruzilhada, onde o blueseiro teria feito seu trato maligno. Aliás, títulos como "Me & My Devil Blues" e "Crossroad Blues" que ajudam a alimentar a lenda.
A história do pacto é tão conhecida, tão rodeada de uma aura fantástica e poética que inspirou, por  exemplo, músicas como "Mississipi" de Celso Blues Boy e o filme "A Encruzilhada" que conta exatamente a história de um rapaz que procura a tal da 30° música de Johnson. Demais é o duelo de guitarras do garoto contra o demônio, que no filme é nada menos que Steve Vai.
Mas voltando à obra de Robert Johnson, não há um álbum propriamente dito, já que todas as canções foram gravadas em 1936 e 1937 e na época as gravações era em compactos com uma ou duas músicas apenas. A compilação definitiva com todas as faixas (possíveis) e seus outtakes saiu em 1990 numa bela caixa em edição de luxo com dois CD's chamada "The Complete Recordings", e, amigos, esta caixa é fundamental. Ali está toda a essência do blues e o alicerce do rock. Tem ali toda a alma, a batida, o ritmo, a melancolia e a beleza. Todas as 41 faixas são bala, mas as minhas favoritas são "When You Got a Good Friend", "Sweet Home Chicago" e "They're Red Hot", só pra citar algumas.
Robert Johnson é ainda hoje um dos nomes mais influentes do blues frequentemente citado e gravado por uma porrada de músicos de rock, nos seus mais variados estilos e qualidade, como Rolling Stones, Simply Red, Eric Clapton, White Stripes, Red Hot Chilli Peppers, Led Zeppelin, entre tantos outros.
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FAIXAS:
ROBERT JOHNSON- THE COMPLETE RECORDINGS (1936-1937)

Disco 1
1. Kind Hearted Woman Blues 2:49
2. Kind Hearted Woman Blues (alternate take) 2:31
3. I Believe I'll Dust My Broom 2:56
4. Sweet Home Chicago 2:59
5. Rambling on My Mind 2:51
6. Rambling on My Mind (alternate take) 2:20
7. When You Got a Good Friend 2:37
8. When You Got a Good Friend (alternate take) 2:50
9. Come On in My Kitchen 2:47
10. Come On in My Kitchen (alternate take) 2:35
11. Terraplane Blues 3:00
12. Phonograph Blues 2:37
13. Phonograph Blues (alternate take) 2:35
14. 32-20 Blues 2:51
15. They're Red Hot 2:56
16. Dead Shrimp Blues 2:30
17. Cross Road Blues 2:39
18. Cross Road Blues (alternate take) 2:29
19. Walkin' Blues 2:28
20. Last Fair Deal Gone Down 2:39

Disco 2
1. Preaching Blues (Up Jumped the Devil) 2:50
2. If I Had Possession over Judgment Day 2:34
3. Stones in My Passway 2:27
4. I'm a Steady Rollin' Man 2:35
5. From Four Till Late 2:23
6. Hellhound on My Trail 2:35
7. Little Queen of Spades 2:11
8. Little Queen of Spades (alternate take) 2:15
9. Malted Milk 2:17
10. Drunken Hearted Man 2:24
11. Drunken Hearted Man (alternate take) 2:19
12. Me and the Devil Blues 2:37
13. Me and the Devil Blues (alternate take) 2:29
14. Stop Breakin' Down Blues 2:16
15. Stop Breakin' Down Blues (alternate take) 2:21
16. Traveling Riverside Blues 2:47
17. Honeymoon Blues 2:16
18. Love in Vain 2:28
19. Love in Vain (alternate take) 2:19
20. Milkcow's Calf Blues 2:14
21. Milkcow's Calf Blues (alternate take) 2:20

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Ouça:
Robert Johnson The Complete Recordings


Cly Reis

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Bob Dylan - "Bringing It All Back Home" (1965)



"O que é lento, logo ficará muito rápido. Como o presente, que mais tarde será passado."  
Bob Dylan



Tá bom, tá bom, eu sei. Não se pode falar do "Highway 61 Revisited" sem levar em conta o "Bringing It All Back Home". Tudo bem! E não me custa nada na verdade colocá-lo aqui tambem. Na verdade gosto mais deste álbum por ser mais 'pegado'. Se seu sucessor foi a virada completa de Dylan, foi com "Bringing It All Back Home" que a coisa começou a mudar. Nele já aprarecem os elementos que depois iriam revoltar os mais conservadores: guitarras elétricas, teclados blues transgressores e pouco tradicionais. Exemplos disso são as corrosivas e elétricas "Maggie's Farm" e "Outlaw Blues". "Subterranean Homesick Blues" que abre o disco é outra que foge à linha tradicional do músico folk, já como uma mostra de sua intenção mais rock' roll.
A segunda metade do álbum é um pouco mais tradicional com "Mr. Tambourine Man" , por exemplo, que guarda a característica clássica dos versos longos e pouco usuais de Dylan e da sua velha e boa levada de violão; assim como "It's Allright Ma (I'm Only Bleeding)", outra das acústicas, com sua composição de estrofe toda peculiar para o modelo musical, o que Dylan desenvolveu como ninguém.
O aviso estava dado, a evolução era inevitável e quem quisesse aceitar que aceitasse e foi "Bringing All Back Home" que preparou o campo.

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Notem na capa cheia de referências e metáforas: o gato no colo de Dylan ( curiosamente chamado de Rolling Stone); a moça atrás dele fumando que é esposa de seu empresário ($$$); seu disco anterior "Another Side Of  Bob Dylan" dentro da lareira como que sugerindo que o que fizera antes devesse ser queimado; a capa do disco de Robert Johnson indo ao encontro do título do álbum 'Trazendo tudo de volta pra casa' como uma intenção de resgatar as origens da sua música no blues; além de vários outros pequenos enigmas contidos em cada imagem, detalhe, elemento, disposição de um móvel ou objeto.
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Inédito nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS dois discos do mesmo artista na sequência e ainda de obras contínuas, mas estes não podiam ser colocados distantes pela relação quase complementar que exercem um em relação ao outro.
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FAIXAS:
  1. "Subterranean Homesick Blues" – 2:21
  2. "She Belongs to Me" – 2:47
  3. "Maggie's Farm" – 3:54
  4. "Love Minus Zero/No Limit" – 2:51
  5. "Outlaw Blues" – 3:05
  6. "On the Road Again"– 2:35
  7. "Bob Dylan's 115th Dream"– 6:30
  8. "Mr. Tambourine Man" – 5:30
  9. "Gates of Eden" – 5:40
  10. "It's Alright, Ma (I'm Only Bleeding)" – 7:29
  11. "It's All Over Now, Baby Blue" – 4:12
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Ouça:
Bob Dylan Bringing It All Back Home


Cly Reis

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

The Rolling Stones "Let It Bleed" (1969)


“Todos precisamos de alguém
para sangrar em cima
Se você quiser
pode sangrar em mim.”

Mick Jagger - letra de "Let It Bleed"



Independente da qualidade da contribuição musical dos Beatles ao mundo da música através dos tempos, inegável e fundamental, sempre tive para mim a impressão de que os Garotos de Liverpool eram os bons moços e os Rolling Stones os maus. Ainda que os Beatles também possuam polêmicas, episódios com mulheres e tal, a conduta de Mick Jagger e companhia sempre me pareceu muito mais roqueira. Até o jeito de cantar, de vestir, da postura do palco, tudo. Talvez por tudo isso sempre tenha gostado mais dos Stones.
O próprio título deste disco já é mostra desta diferença. É dasafiador e irônico em relação ao “Let It Be” dos Beatles. Algo como, “vocês fazem isso? nós fazemos ISSO!”.
E verdadeiramente o disco é TUDO ISSO. Uma obra admirável e grandiosa quase que sem igual na história do rock.
Pra começar, abre com “Gimme Shelter” que na minha opinião é a melhor canção de rock de todos os tempos. Jagger com um vocal impetuoso, quase agressivo; os vocais femininos de arrepiar, a guitarra precisa de Richards e aquele tom apocalítico da letra fazem de “Gimme Shelter” algo mágico e superior.
“Love in Vain” que vem na seqüência é demonstração evidente de uma das influências mais fundamentais da banda, o blues, e particularmente, Robert Johnson, que imortalizou a canção. A propósito, os chatos (mas bons) irmãos Reid do Jesus and Mary Chain, chegaram a afirmar que os Stones eram apenas “a melhor banda de blues do mundo”, e quando dizem APENAS de blues, quer dizer que não consideram uma banda de rock. Mas tirando essa antipatia dos Reid, eu compreendo a afirmação, pois no fim das contas os Rolling Stones incrementaram seu rock com muito blues e deram ao blues traços mais roqueiros e fizeram isso como ninguém.
O blues se faz presente em vários momentos no disco e outros bons exemplos no disco são a ótima “Midnight Rambler”, mais agitada, forte e vibrante, e a faixa título “Let It Bleed”, mais melancólica.
O álbum fecha com a grandiosa “You Can’t Always Get What You Want” pontuada por um belíssimo coral gospel, num crescendo mejestoso que confere um final digno a uma obra fantástica como esta. Se eu até posso não ter sempre o que quero, não sei, mas a sensação que se tem ao ouvir “Let It Bleed” é de que não se precisa de mais nada.

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FAIXAS:
  1. "Gimme Shelter" – 4:32
  2. "Love in Vain" (Robert Johnson) – 4:22
  3. "Country Honk" – 3:10
  4. "Live with Me" – 3:36
  5. "Let It Bleed" – 5:34
  6. "Midnight Rambler" – 6:57
  7. "You Got the Silver" – 2:54
  8. "Monkey Man" – 4:15
  9. "You Can't Always Get What You Want" – 7:30
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Ouça:

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Blues no Arpoador - Suburblues (Pq. Garota de Ipanema - 20/12/09)



Belo programa para um final de tarde de domingo: Praia do Arpoador, pôr-do-sol e um blues.
Minha relação com rock é absolutamente aapixonada mas com o blues, sei lá por quê, tem algo de especial. Se tem uma coisa que me faz bem, me revitaliza, me preenche com uma energia muito boa é o blues.
Pois que descobri pela manhã, no jornal, que a banda Suburblues ia dar um showzinho free no Parque Garota de Ipanema. Eu, sempre ávido por algum blues rolando por aí, certamente não podia perder essa! Não conhecia a banda e para minha boa surpresa tratava-se de excelentes músicos com participações de convidados que mais valorizaram o evento. Desfilaram um repertórtio bem versátil, sem abandonar a tônica da banda, passeando desde os clássicos, como Robert Johnson, até atuais, como a inusitada Joss Stone.
Enfim, baita programa! Gostoso, tranqüilo e de quebra, num belo cenário.


Cly Reis