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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Nick Cave and The Bad Seeds - "Murder Ballads" (1996)






" 'Murder Ballads'
é mais do que contar histórias. 
Em cada música, Mr. Cave, meticulosamente,
cria uma fábula macabra
e, em seguida, a destila
em uma única imagem da morte."
The New York Times





Os estilo sombrio, a sonoridade cabaré, as letras pesadas, os temas mórbidos sempre estiveram presentes na música do australiano Nick Cave, mas em “Murder Ballads” todos estes elementos são levados ao extremo. Com pequenos “contos” recheados de morte, sexo, atrocidades, violência, sangue, e personagens estranhos, distribuídos sobre sua eclética sonoridade variada, repleta de country, blues, jazz, gótico, punk, Nick Cave chegava ao um dos melhores trabalhos de sua carreira.
A vocação de Cave como grande contador de histórias cotidianas já se faz confirmar logo de cara com a dramática “Song for Joy”, que só tem alegria mesmo no nome e, mesmo assim, olhe que nem nisso. Cave encarna um homem que conta a história de sua mulher e três filhas assassinadas por um psicopata, numa interpretação praticamente narrada acompanhada por uma batida pesada e um piano angustiante.
Aí vem a sequência dos Lee, duas canções tradicionais rearranjadas por Cave: “Stagger Lee” sobre um cara fodão, um maldito filha-da-puta, é intensa, forte e traz um final ruidoso de guitarras; já “Henry Lee”, que a segue, é uma balada linda e melancólica, na qual é acompanhado nos vocais pela, então namorada, PJ Harvey. Em outra balada, “Where the Wild Roses Grow” é a vez de ter a companhia da conterrânea Kylie Minogue que, com sua voz delicada e doce, contrapõe o vocal assustador e ameaçador de Mr. Cave.
Num alucinado country-polca-punk-rock, Cave nos apresenta mais uma de suas impressionantes histórias, desta vez a da jovem Loretta, uma matadora fria e cruel, na frenética “The Curse of Millhaven, que faz uma variação acelerada da melodia do refrão de “Henry Lee”, criando uma interessante amarração dentro do álbum.
Outros momentos do disco: “Lovely Creature” é outra que remete ao country; “Crow Jane” é uma espécie de jazz lento; e “Kindness of Stranger' é o típica balda de cabaré característica do cantor.
O grande momento do disco chega quase no final com a monumental "O'Malley's Bar", um “curta-metragem” de quase 15 minutos, com um toque de rumba, meio bolero, onde Nick Cave com vocal rasgado, um piano agresivo, rimas irregulares e uma letra quilométrica, relata um massacre brutal dentro de um restaurante e todos seus desdobramentos.
Depois de cantar e descrever a morte em suas diversas variações e possibilidades, Nick Cave ameniza o inevitável de cada um de nós e canta a bela “The Death is Not the End” de Bob Dylan, na companhia de seus ilustres convidados, P.J. Harvey, Kylie Minogue e do doidão Shane MacGowan com sua característica voz de pinguço. E é o fim do disco. Um final com a devida grandiosidade que o álbum merece. Mas felizmente é apenas o fim deste disco. Certamente, com a criatividade, talento e inquietude de Nick Cave, ele os Bad Seeds voltarão a nos apresentar coisas como este ótimo “Murder Ballads”.
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FAIXAS:
  1. "Song of Joy" – 6:47
  2. "Stagger Lee" – 5:15 (tradicional americana, adapt. Nick Cave and Bad Seeds)
  3. "Henry Lee" – 3:58 (tradicional escocesa, adapt. Nick Cave)
  4. "Lovely Creature" – 4:13 (Blixa Bargeld/Martyn P. Casey/Nick Cave/Mick Harvey/Thomas Wydler)
  5. "Where the Wild Roses Grow" – 3:57
  6. "The Curse of Millhaven" – 6:55
  7. "The Kindness of Strangers" – 4:39
  8. "Crow Jane" – 4:14 (Casey/Cave)
  9. "O'Malley's Bar" – 14:28
  10. "Death Is Not the End" – 4:26 (Bob Dylan)

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Ouça:

Cly Reis

sexta-feira, 28 de junho de 2013

100 Melhores Discos de Estreia de Todos os Tempos

Ôpa, fazia tempo que não aparecíamos com listas por aqui! Em parte por desatualização deste blogueiro mesmo, mas por outro lado também por não aparecem muitas listagens dignas de destaque.
Esta, em questão, por sua vez, é bem curiosa e sempre me fez pensar no assunto: quais aquelas bandas/artistas que já 'chegaram-chegando', destruindo, metendo o pé na porta, ditando as tendências, mudando a história? Ah, tem muitos e alguns admiráveis, e a maior parte dos que eu consideraria estão contemplados nessa lista promovida pela revista Rolling Stone, embora o meu favorito no quesito "1º Álbum", o primeiro do The Smiths ('The Smiths", 1984), esteja muito mal colocado e alguns bem fraquinhos estejam lá nas cabeças. Mas....
Segue abaixo a lista da Rolling Stone, veja se os seus favoritos estão aí:

Os 5 primeiros da
lista da RS
01 Beastie Boys - Licensed to Ill (1986)
02 The Ramones - The Ramones (1976)
03 The Jimi Hendrix Experience - Are You Experienced (1967)
04 Guns N’ Roses - Appetite for Destruction (1987)
05 The Velvet Underground - The Velvet Underground and Nico (1967)
06 N.W.A. - Straight Outta Compton (1988)
07 Sex Pistols - Never Mind the Bollocks (1977)
08 The Strokes - Is This It (2001)
09 The Band - Music From Big Pink (1968)
10 Patti Smith - Horses (1975)

11 Nas - Illmatic (1994)
12 The Clash - The Clash (1979)
13 The Pretenders - Pretenders (1980)
14 Jay-Z - Roc-A-Fella (1996)
15 Arcade Fire - Funeral (2004)
16 The Cars - The Cars (1978)
17 The Beatles - Please Please Me (1963)
18 R.E.M. - Murmur (1983)
19 Kanye West - The College Dropout (2004)
20 Joy Division - Unknown Pleasures (1979)
21 Elvis Costello - My Aim is True (1977)
22 Violent Femmes - Violent Femmes (1983)
23 The Notorious B.I.G. - Ready to Die (1994)
24 Vampire Weekend - Vampire Weekend (2008)
25 Pavement - Slanted and Enchanted (1992)
26 Run-D.M.C. - Run-D.M.C. (1984)
27 Van Halen - Van Halen (1978)
28 The B-52’s - The B-52’s (1979)
29 Wu-Tang Clan - Enter the Wu-Tang (36 Chambers) (1993)
30 Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006)
31 Portishead - Dummy (1994)
32 De La Soul - Three Feet High and Rising (1989)
33 The Killers - Hot Fuss (2004)
34 The Doors - The Doors (1967)
35 Weezer - Weezer (1994)
36 The Postal Service - Give Up (2003)
37 Bruce Springsteen - Greetings From Asbury, Park N.J. (1973)
38 The Police - Outlandos d’Amour (1978)
39 Lynyrd Skynyrd - (Pronounced ‘Leh-‘nérd ‘Skin-‘nérd) (1973)
40 Television - Marquee Moon (1977)
41 Boston - Boston (1976)
42 Oasis - Definitely Maybe (1994)
43 Jeff Buckley - Grace (1994)
44 Black Sabbath - Black Sabbath (1970)
45 The Jesus & Mary Chain - Psychocandy (1985)
46 Pearl Jam - Ten (1991)
47 Pink Floyd - Piper At the Gates of Dawn (1967)
48 Modern Lovers - Modern Lovers (1976)
49 Franz Ferdinand - Franz Ferdinand (2004)
50 X - Los Angeles (1980)
51 The Smiths - The Smiths (1984)
52 U2 - Boy (1980)
53 New York Dolls - New York Dolls (1973)
54 Metallica - Kill ‘Em All (1983)
55 Missy Elliott - Supa Dupa Fly (1997)
56 Bon Iver - For Emma, Forever Ago (2008)
57 MGMT - Oracular Spectacular (2008)
58 Nine Inch Nails - Pretty Hate Machine (1989)
59 Yeah Yeah Yeahs - Fever to Tell (2003)
60 Fiona Apple - Tidal (1996)
61 The Libertines - Up the Bracket (2002)
62 Roxy Music - Roxy Music (1972)
63 Cyndi Lauper - She’s So Unusual (1983)
64 The English Beat - I Just Can’t Stop It (1980)
65 Liz Phair - Exile in Guyville (1993)
66 The Stooges - The Stooges (1969)
67 50 Cent - Get Rich or Die Tryin’ (2003)
68 Talking Heads - Talking Heads: 77’ (1977)
69 Wire - Pink Flag (1977)
70 PJ Harvey - Dry (1992)
71 Mary J. Blige - What’s the 411 (1992)
72 Led Zeppelin - Led Zeppelin (1969)
73 Norah Jones - Come Away with Me (2002)
74 The xx - xx (2009)
75 The Go-Go’s - Beauty and the Beat (1981)
76 Devo - Are We Not Men? We Are Devo! (1978)
77 Drake - Thank Me Later (2010)
78 The Stone Roses - The Stone Roses (1989)
79 Elvis Presley - Elvis Presley (1956)
80 The Byrds - Mr Tambourine Man (1965)
81 Gang of Four - Entertainment! (1979)
82 The Congos - Heart of the Congos (1977)
83 Erik B. and Rakim - Paid in Full (1987)
84 Whitney Houston - Whitney Houston (1985)
85 Rage Against the Machine - Rage Against the Machine (1992)
86 Kendrick Lamar - good kid, m.A.A.d city (2012)
87 The New Pornographers - Mass Romantic (2000)
88 Daft Punk - Homework (1997)
89 Yaz - Upstairs at Eric’s (1982)
90 Big Star - #1 Record (1972)
91 M.I.A. - Arular (2005)
92 Moby Grape - Moby Grape (1967)
93 The Hold Steady - Almost Killed Me (2004)
94 The Who - The Who Sings My Generation (1965)
95 Little Richard - Here’s Little Richard (1957)
96 Madonna - Madonna (1983)
97 DJ Shadow - Endtroducing ... (1996)
98 Joe Jackson - Look Sharp! (1979)
99 The Flying Burrito Brothers - The Gilded Palace of Sin (1969)
100 Lady Gaga - The Ame (2009)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PJ Harvey - "Dry" (1992)



" 'Dry' foi a primeira chance que
eu tive de fazer um disco
e eu pensei que pudesse ser a ultima.
Então, eu pus tudo o que eu tinha nisso."
PJ Harvey


O aparecimento da britânica Polly Jean Harvey na cena musical alternativa, ali pelo início dos anos 90, foi como que um sopro de vida no meio, sobretudo no cenário feminino. Foi um refrescor, uma nova energia, uma revitalização. Há tempos não aparecia uma mulher no mundo do rock com aquela vitalidade, força, pegada, criatividade e qualidade. Via-se muitas cantoras pop rebolando o traseiro e gemendo, algumas band-leaders interessantes como Courtney Love, um L7 aparecia de vez em quando, um Babies in Toyland, Shirley Manson do Garbage despontava, mas aquela garota magrela, de boca larga, olhar descaído e nariz aquilíneo era diferente. Era superior.
Seu primeiro álbum, “Dry” de 1992, comprova isso com um rock básico, certeiro, potente e sem concessões. Sem inventar muito, com linhas de baixo fortes, marcantes, muita distorção e composições que chegam a parecer ‘burras’ de tão simples mas que na verdade guardavam uma alta dose de síntese, PJ e sua competente banda nos brindavam com um disco vibrante, forte, quente e cheio de energia.
Destaque para “Oh My Lover” que abre o disco derramando sensualidade e paixão sobre uma base de grave e distorcida; “O Stella” caprichando nas guitarradas e quebrando tudo; para “Dress’, pegada, ritmada, de bateria alta, uma das melhores do disco; para a endiabrada “Sheela-Na-Gig”; para o tratamento de violinos na semi-acústica mas não menos anárquica “Plants and Rags”; para a interpretação espetacular de PJ na sombria “Fountain”; e para a ótima “Joe”, acelerada, barulhenta e visceral.
PJ Harvey começava sua trajetória fazendo o simples e talvez por isso tenha acertado na mosca. Sem frescura. Sem invencionice. Rock básico, cru, puro. Assim, seco!
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FAIXAS:
1. Oh My Lover - 3:57
2. O Stella - 2:36
3. Dress - 3:16
4. Victory - 3:16
5. Happy And Bleeding - 4:50
6. Sheela-Na-Gig - 3:11
7. Hair - 3:45
8. Joe - 2:33
9. Plants And Rags - 4:07
10. Fountain - 3:52
11. Water - 4:32

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Ouça:
PJ Harvey Dry




Cly Reis

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Johnny Cash - "American IV - The Man Comes Around" (2003)



"Nenhuma canção está segura comigo"
Johnny Cash


Depois da fama, dos dramas, do auto-exílio, do ostracismo e de sua redescoberta, aos 70 anos de idade, Johnny Cash conseguia se reinventar e recriar uma série de canções populares, conferindo-lhes de tal modo, nova vida e personalidade a ponto de soarem melhores que as originais ou fazer parecerem suas. Muito disso deveu-se ao olho perspicaz, ao ouvido afiado e às mãos habilidosas na mesa de som de Rick Rubin, produtor consagrado que entrou em estúdio com o Homem de Preto, sugeriu músicas para o repertório e deixou que o velho cantor country-rock colocasse sua alma naquelas canções, naquele que era o quarto disco da série que Cash gravara pela American Records, trazendo-o de novo à evidência depois de algum tempo renegado pelas gravadores.
Em “American IV – The Man Comes Around”, Cash, acompanhado de seu violão, com sua voz quase macabra, gravava Sting, Hank Williams, Beatles e coisas mais improváveis como Depeche Mode e Nine Inch Nails. O resultado é um disco incrível, impecável, emocionante. Uma das melhores coisas feitas nos últimos 30 anos.
“The Man Comes Around”, a música que abre o disco, abre também o "Madrugada dos Mortos" e não poderia ser mais apropriada para um filme como aquele, uma vez que, aliada à voz sinistra do cantor, a letra é absolutamente apocalíptica prevendo um trágico fim dos tempos.
Johnny Cash consegue melhorar consideravelmente a insossa “Bridge Over Trouble Water” de Simon e Garfunkel, conferindo-lhe mais sentimento, num belíssimo dueto com PJ Harvey; dá a “versão definitiva” para a balada assassina “I Hung My Head” de Sting, como reconhece o próprio autor; e ‘apropria-se’ de “In My Life” dos Beatles como se nunca tivesse existido uma versão original. Além disso, com a ajuda de Rubin, faz a leitura correta de “Personal Jesus” do Depeche Mode descortinando exatamente todo a raiz country já existente originalmente nela, proporcionando outra versão matadora.
Revitaliza velhas canções suas como “Give My love To Rose”, “Tear Stained Letter” e dá arranjos pessoais e especiais a canções tradicionais americanas como “Sam Hall” e Danny Boy”, dotando-as de novas personalidades com sua interpretação singular.
Mas o grande momento do disco e a chave de ouro para o fim de uma carreira e de uma vida é a versão de “Hurt” do Nine Inch Nails. Nela Cash põe toda a emoção de uma vida. Parece colocar ali todas as amarguras, as perdas as tristezas, tamanha força da interpretação. Ex-dependente, Cash canta a letra de Trent Reznor sobre o vício em drogas com uma sinceridade comovente numa versão que é tão definitiva a ponto de o próprio autor reconhecer que a música deixou de ser dele.
 “Americans IV” foi o último disco de Johnny Cash, que felizmente, apesar de toda uma vida turbulenta de altos e baixos pessoais e profissionais, teve em seu último momento ainda mais um grande disco e o devido reconhecimento a seu talento e importância no universo artístico.
O trabalho com o produtor Rick Rubin, que de certa forma, trouxe Johnny Cash de volta ao mundo, aparece e é muito bem retratado na história em quadrinhos "Johnny Cash, uma Biografia", de Reinhard Kleist, excelente registro da carreira do cantor, ilustrando toda a vida do artista com um roteiro muito bem amarrado e um trabalho gráfico de primeira qualidade. Assim como o disco, vale a pena ter.

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FAIXAS:
01.The Man Comes Around [J.Cash] 4:26
02.Hurt [T.Reznor] 3:38
03.Give My Love To Rose [J.Cash] 3:28
04.Bridge Over Troubled Water [P.Simon] 3:55
05.I Hung My Head [Sting] 3:53
06.First Time Ever I Saw Your Face [MacColl] 3:52
07.Personal Jesus [M.Gore] 3:20
08.In My Life [Lennon/McCartney] 2:57
09.Sam Hall [trad.arr.J.Cash] 2:40
10.Danny Boy [trad.arr.J.Cash]3:19
11.Desperado [Frey/Henley] 3:13
12.I'm So Lonesome I Could Cry [Williams] 3:03
13.Tear Stained Letter [J.Cash] 3:41
14.Streets Of Laredo [trad.arr.J.Cash] 3:33
15.We'll Meet Again [Charles/Parker] 2:58

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vídeo de "Hurt", Johnny Cash

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Ouça:

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Melhores Álbuns da Década

Final de ano é época de listas. Tem lista de tudo, lista de coisas pra realizar no próximo ano, lista de presentes, lista de reforços pos times, listas de filmes e chove de listas de melhores músicas e álbuns por aí. E sendo final de ano e de década, mais aparecem listas ainda.
Duas das mais conceituadas publicações do ramo musical não poderiam deixar de apresentar as suas de Melhores Álbuns da Década. Particularmente acho que desde o final dos 80, início dos 90 a coisa anda piorando e cada vez menos se vê coisas muito boas, mas é lógico, sempre surge algo legal. Não são muitos mas tem.
A Rolling Stone por exemplo, pôe Radiohead com seu “Kid A”, na primeira posição, com dos melhores da década. Particularmente, não gosto nem desgosto muito do Radiohead. Perdi a paciência com eles depois do bom “Ok, Computer” e desde então não dou muita bola pros caras. Vou tentar ouvir este “Kid A”. Destaques, pra mim, para o ótimo e marcante “Is This It” dos Strokes na segunda posição e para "Elephant" dos White Stripes, destacado há alguns dias aqui neste blog, ocupando o quinto posto. Atenção para o também destacado (entusiasticamente) aqui no Spin 1/2, "Oracular Spectacular" do MGMT que para mim é o que de melhor aconteceu nos últimos anos, que aparece na 18° posição.
Sinal de que a coisa não anda muito boa é que Bob Dylan aparece duas vezes na lista entre os 20. A essas alturas cantando como uma velha, NÃO PODE! É apelar pras velhas novidades porque não tem nada muito melhor.
Mas outra que apresentou sua listinha da década, da qual gostei mais, foi a New Musical Express que tasca o mesmo “This Is It” dos Strokes na primeira, seguido de Libertines com “Up the Braket’ na segunda e o bom "XTRMNTR" do Primal Scream com o bronze. Outros destaques para mim são PJ Harvey com “Stories from the City, Stories from the Sea” em 6° que não é o melhor dela mas vá lá; Stripes que aqui aparece em 18° com o mesmo “Elephant” e em 19° com ”White Blood Cells”, The Horrors, outra das boas novidades dos últimos anos com "Primary Colours" como 68 e não contando com tanta generosidade como a da Rolling Stone, na NME "Oracular Spectacular" do MGMT só pegou a centésima posição.
Confira abaixo as 10 mais de cada publicação:

Rolling Stone:

1. Radiohead: Kid A
2. The Strokes: Is This It
3. Wilco: Yankee Hotel Foxtrot
4. Jay-Z: The Blueprint
5. The White Stripes: Elephant
6. Arcade Fire: Funeral
7. Eminem: The Marshal Mathers LP
8. Bob Dylan: Modern Times
9. M.I.A.: Kala
10. Kanye West: The College Dropout




New Musical Express:

1. The Strokes: This Is It
2. The Libetines: Up the Bracket
3. Primal Scream: XTRMNTR
4. Arctic Monkeys: Whathever People Say I Am, That’s What I’m Not
5. Yeah Yeah Yeahs: Fever to Tell
6. PJ Harvey: Stories from the City, Strories from the Sea
7. Arcade Fire: Funeral
8. Interpol: Turn on the Bright Lights
9. The Streets: Original Pirate Material
10. Radiohead: In Rainbows