Curta no Facebook

Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta star wars. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta star wars. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Os 500 melhores filmes de todos os tempos




Mais uma lista daquelas de melhores filmes de todos os tempos...
Esta da revista inglesa Empire escolhida por leitores e cineastas.
Chama a atenção a inclusão do recentíssimo "O Cavaleiro das Trevas" e a posição curiosa de 28° para "Cidadão Kane", quase sempre colocado nas listas como o número 1, ou senão entre os 5, pelo menos.
Na ponta aparece o "...Chefão 1", que eu não concordo, mas compreendo e já vi nesta condição em outras listas, mas o 2° lugar pro "Indiana..." é muita areia pro caminhãozinho do Sr. Jones.




Confiram aí os 30 primeiros e a lista completa no site da revista no link logo abaixo:

*********



1. "O Podereso Chefão", de Francis Ford Coppola (1972)
2. "Indiana Jones Os caçadores da arca perdida", de Steven Spielberg (1981)
3. "Star Wars: O Império contra-ataca", de Irvin Kershner (1980)
4. "Um sonho de Liberdade", de Frank Darabont (1994)
5. "Tubarão", de Steven Spielberg (1975)
6. "Os Bons Companheiros", de Martin Scorsese (1990)
7. "Apocalipse Now", de Francis Ford Coppola (1979)
8. "Cantando na chuva", de Stanley Donen e Gene Kelly (1952)
9. "Pulp Fiction", de Quentin Tarantino (1994)
10. "Clube da Luta", de David Fincher (1999)
11. "Touro Indomável", de Martin Scorsese (1980)
12. "Se meu Apartamento Falasse", de Billy Wilder (1960)
13. "Chinatown", de Roman Polanski (1974)
14. "Era uma vez no Oeste", de Sergio Leone (1968)
15. "O cavaleiro das trevas", de Christopher Nolan (2007)
16. "2001: Uma Odisséia no Espaço", Stanley Kubrick (1968)
17. "Taxi Driver", de Martin Scorsese (1976)
18. "Casablanca", de Michael Curtiz (1942)
19. "O Poderoso Chefão - Parte II", de Francis Ford Coppola (1974)
20. "Blade Runner", de Ridley Scott (1982)
21. "O Terceiro Homem", de Carol Reed (1949)
22. "Star Wars: Uma Nova Esperança", de George Lucas (1977)
23. "De volta para o futuro", de Robert Zemeckis (1985)
24. "O Senhor dos Anéis: A sociedade do anel", Peter Jackson (2001)
25. "Três Homens em Conflito", de Sergio Leone (1967)
26. "Dr. Fantástico", Stanley Kubrick (1964)
27. "Quanto mais quente melhor", de Billy Wilder (1959)
28. "Cidadão Kane", de Orson Welles (1941)
29. "Duro de matar", de John McTiernan (1988)
30. "Aliens - O resgate", de James Cameron (1986)

A lista da Empire:

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Dia de Oscar


E esta noite acontece a cerimônia de entrega do Oscar, um dos prêmios mais importantes e, sem dúvida, o mais badalado da indústria cinematográfica. O musical "La La Land - Cantando Estações", com 14 indicações surge como inevitável grande favorito mas é bom abrir o olho com os bons "Manchester à beira mar", "A Chegada" e "Moonlight" que correm por fora também com boas possibilidades.
Confira a lista com todos os indicados:


Melhor Filme
Melhor Diretor
Melhor Atriz
Melhor Ator
Melhor Ator Coadjuvante
Melhor Atriz Coadjuvante
 Melhor Roteiro Original
 Melhor Roteiro Adaptado
Melhor  Animação
 Melhor Documentário em Curta-Metragem
  • Extremis
  • 4.1 Miles
  • Joe's Violin
  • Watani: My Homeland
  • Os Capacetes Brancos
Melhor Documentário em Longa-Metragem
  • Fogo no Mar
  • Eu Não Sou Seu Negro
  • Life, Animated
  • O.J.: Made in America
  • 13ª Emenda
 Melhor Longa Estrangeiro
  • Terra de Minas (Dinamarca)
  • A Man Called Ove (Suécia)
  • O Apartamento (Irã)
  • Tanna (Austrália)
  • Toni Erdmann (Alemanha)
Melhor Curta-Metragem
  • Ennemis Intérieurs
  • La Femme et le TGV
  • Silent Nights
  • Sing
  • Timecode
Melhor Curta em Animação
  • Blind Vaysha
  • Borrewed Time
  • Pear Cider and Cigarettes
  • Pearl
  • Piper
Melhor Canção Original
  • "Audition (The Fools Who Dream)" | Música de Justin Hurwitz, canção de Benj Pasek e Justin Paul - La La Land: Cantando Estações
  • "Can't Stop the Feeling" | Música e canção de Justin Timberlake, Max Martin e Karl Johan Schuster - Trolls
  • "City of Stars" | Música de Justin Hurwitz, canção de Benj Pasek e Justin Paul - La La Land: Cantando Estações
  • "The Empty Chair" | Música e canção de J. Ralph e Sting - Jim: The James Foley Story
  • "How Far I'll Go" | Música e canção de Lin-Manuel Miranda - Moana: Um Mar de Aventuras
Melhor Fotografia
Melhor Figurino
Melhor Maquiagem e Cabelo
Melhor Mixagem de Som
Melhor Edição de Som
Melhores Efeitos Visuais
Melhor Design de Produção
  • Patrice Vermette (design de produção) e Paul Hotte (decoração de set) - A Chegada
  • Stuart Craig (design de produção) e Anna Pinnock (decoração de set) - Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Jess Gonchor (design de produção) e Nancy Haigh (decoração de set) - Ave, César!
  • David Wasco (design de produção) e Sandy Reynolds-Wasco (decoração de set) - La La Land: Cantando Estações
  • Guy Hendrix Dyas (design de produção) e Gene Serdena (decoração de set) - Passageiros
Melhor Edição
Melhor Trilha Sonora


C.R.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Oscar 2019 - Os Indicados



E saiu a lista dos indicados ao Oscar 2019! "A Favorita", filme de época  do diretor Yorgos Lanthimos, e "Roma", do já oscarizado de Alfonso Cuarón, que concorre não somente a melhor filme como a melhor película estrangeira, são os líderes em indicações, mas "Nasce Uma Estrela" com a estrelíssima Lady Gaga, vem logo em seguida com oito e com boas chances. "Pantera Negra", de certa forma, surpreende com sete nominações, tornando-se o filme de super-heróis com maior reconhecimento neste sentido pela Academia, e o badalado “Bohemian Rhapsody”, biografia de Freddie Mercury, garantiu cinco indicações, incluindo, é claro, a de melhor ator com a ótima atuação de Rami Malek que, por sinal não terá vida fácil, especialmente contra Christian Bale, por seu papel em "Vice", e Willem Defoe, por "No Portal da Eternidade". Me surpreende um pouco a escassês de indicações para "O Retorno de Mary Poppins", que achei que fosse passar o rodo nos itens técnicos e, não tão surpreendente assim, uma vez que as qualidades de "Infiltrado na Klan" vem sendo exaltadas constantemente, mas louvável é a ascensão de Spike Lee ao time dos grandes com sua primeira indicação a melhor diretor.
Depois dessa breve passada, vamos ao que interessa. Conheça os indicados ao Oscar em 2019:


  • Melhor Filme
Pantera Negra
Infiltrado na Klan
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Green Book: O Guia
Roma
Nasce Uma Estrela
Vice

  • Melhor Atriz
Yalitza Aparicio (Roma)
Glenn Close (A Esposa)
Olivia Colman (A Favorita)
Lady Gaga (Nasce Uma Estrela)
Melissa McCarthy (Poderia Me Perdoar?)

  • Melhor Ator
Christian Bale (Vice)
Bradley Cooper (Nasce Uma Estrela)
Willem Dafoe (No Portal da Eternidade)
Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
Viggo Mortensen (Green Book: O Guia)

  • Melhor Atriz Coadjuvante
Amy Adams (Vice)
Marina De Tavira (Roma)
Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
Emma Stone (A Favorita)
Rachel Weisz (A Favorita)

  • Melhor Ator Coadjuvante
Mahershala Ali (Green Book)
Adam Driver (Infiltrado na Klan)
Sam Elliott (Nasce uma Estrela)
Richard E. Grant (Poderia Me Perdoar?)
Sam Rockwell (Vice)

  • Melhor Direção
Spike Lee
Pawel Pawlikowski
Yorgos Lanthimos
Alfonso Cuarón
Adam McKay

  • Melhor Roteiro Original
The Favourite
First Reformed
Green Book: O Guia
Roma
Vice

  • Melhor Roteiro Adaptado
The Ballad of Buster Scruggs
BlacKkKlansman
Can You Ever Forgive Me?
If Beale Street Could Talk
A Star is Born

  • Melhor Figurino
The Ballad of Buster Scruggs
Pantera Negra
A Favorita
O Retorno de Mary Poppins
Duas Rainhas

  • Melhor Cabelo
Border
Mary Queen of Scots
Vice

  • Melhor Direção de Arte/Design de Produção
Black Panther
The Favourite
First Man
Mary Poppins Returns
Roma

  • Melhor Trilha Sonora
Pantera Negra
Infiltrado na Klan
Se a Rua Beale Falasse
Ilha de Cachorros
O Retorno de Mary Poppins

  • Melhor Canção Original
All the Stars – Black Panther
I’ll Fight – RBG
The Place Where Lost Things Go – Mary Poppins Returns
Shallow – A Star is Born
When A Cowboy Trades His Spurs For Wings – Ballad of Buster Scruggs

  • Melhor Fotografia
Cold War
The Favourite
Never Look Away
Roma
A Star is Born

  • Melhor Edição
Infiltrado na Klan
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Green Book: O Guia
Vice

  • Melhor Edição de Som
Pantera Negra
Bohemian Rhapsody
O Primeiro Homem
Um Lugar Silencioso
Roma

  • Melhor Mixagem de Som
Pantera Negra
Bohemian Rhapsody
O Primeiro Homem
Roma
Nasce Uma Estrela

  • Melhores Efeitos Visuais
Avengers: Infinity War
Christopher Robin
First Man
Ready Player One
Solo: A Star Wars Story

  • Melhor Documentário
Free Solo
Hale County This Morning, This Evening
Minding the Gap
Of Fathers and Sons
RBG

  • Melhor Animação
Os Incríveis 2
Ilha de Cachorros
Mirai
Wifi Ralph
Homem-Aranha no Aranhaverso

  • Melhor Filme Estrangeiro
Capernaum
Cold War
Never Look Away
Roma
Shoplifters

  • Melhor Curta Metragem – Animação
Animal Behavior
Bao
Late Afternoon
One Small Step
Weekends

  • Melhor Curta Metragem – Documentário
Black Sheep
End Game
Lifeboat
A Night at the Garden
Period. End of Sentence.

  • Melhor Curta Metragem – Live-Action
Detainment
Fauve
Marguerite
Mother
Skin

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

"As Aventuras de Brigsby Bear", de Dave McCary (2017)



Bem positivo. Uma mensagem alegre transmitida de uma maneira leve e divertida, “As Aventuras de Brigsby Bear” é aquele típico filme  para ver o lado bom da vida.
Brigsby Bear Adventures é um programa infantil de TV de baixo orçamento produzido para a audiência de um espectador: James. Quando o show termina abruptamente, James percebe que tudo sobre a sua vida é uma mentira e ele deve aprender a lidar com as realidades de um mundo novo sobre o qual não sabe nada .
O foco do filme é fazer com que você sinta-se bem depois de assisti-lo e, sim, ele consegue. Mas para isso ligue suas suspensões de descrença e não se apague às suas soluções fáceis do roteiro. Apesar de ter alguns dramas, o filme não se aprofunda neles, não explora muito os coadjuvantes ou os traumas de James. Ele tende sempre a ir para parte boa e alegre, o que não ruim, mas faz perder uma certa força nos momentos dramáticos.
Cheio de referências a "Star Treck" e "Star Wars"
e a melhor delas é a participação de Mark Hammil
A obra chama atenção para um lado mais fantasioso e inocente, o que o torna muito “good vibe” (o que é muito bom).  Após assistir o filme você se sente mais leve, percebe que muitas vezes é bom ver as coisas de maneira mais “infantil”, sermos nós mesmos, não ficarmos apenas presos a convenções sociais... O estranho é diferente e isso não é ruim. Pelo contrário, pode ser até muito divertido.
A atuação de Kely Monney como James está incrível! Tanto nas cenas inocentes em que está gravando o seu filme de “Brigsby Bear” ,quanto nos momentos mais tristes, no final do segundo ato do filme, o ator consegue passar muito bem seus sentimentos.
Por mais que o longa recorra muito a soluções fáceis, o roteiro perca um pouco de qualidade no seu segundo ato e falte algum peso nos personagens coadjuvantes, isso não atrapalham muito no todo, pois Kely Mooney (James), está muito bem ele segura o filme. Temos também a parte divertida,  as referências a cultura pop e a mensagem de "vá atrás dos seus sonhos", "busque aquilo que você gosta independente do que os outros pensem". Por mais batidas e clichês, é sempre bom de se ver no cinema mensagens assim. Uma obra colorida, alegre, simples e doce, como deve ser a vida.
Ótima atuação e ótima fotografia.



por Vagner Rodrigues

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"SciFi=SciFilo - A Filosofia Explicada pelos Filmes de Ficção Científica", de Mark Rowlands (2003) ed. Relume Dumará


Caiu em minhas mãos por algumas cargas d'água, destas da vida, o livro "SciFi=SciFilo" do doutor em filosofia e apaixonado por filmes de ficção científica, Mark Rowlands, que a partir de obras cinematográficas deste gênero traça paralelos, estabelece comparativos e pontos de análise de princípios filosóficos, meio que 'explicando' a filosofia através destes filmes. Um grande barato! Bem legal mesmo a ideia! Como o próprio autor coloca na introdução, os filmes de ficção, muitas vezes subestimados, ridicularizados, desprezados, se prestam, sim, admirável e surpreendentemente a análises filosóficas extremamente sólidas e profundas, possivelmente, mais até do que filmes tidos como 'sérios' ou 'cabeça'.
No livro Rowlands analisa, entre outros, "Star Wars" sob a ótica do maniqueísmo, em que George Lucas coloca tudo como sendo o BEM e o MAL; pergunta como fica o livre arbítrio quando se sabe que vai-se cometer um crime como em "Minority-Report"; e a partir daquele final emocionante e reflexível de "Blade Runner" , discorre sobre o sentido da vida.
Alguns dos filmes acabam na minha opinião sendo mal utilizados nas analogias como é o caso de "Frankenstein" que para mim toma uma linha que pode prestar-se à filosofia, mas que fica distante do âmago da história em si criada por Mary Shelley e das suas adaptações cinematográficas; ou o caso também de "O Exterminador do Futuro" no qual ele desperdiça a possibilidade de análise do filme em nome de capítulos e mais capítulos versando sobre dualismo e materialismo, praticamente deixando de lado o cinema. Fica muita filosofia e pouca ficção científica neste ponto do livro.
Legal mesmo o capítulo sobre "Matrix", um dos filmes dos últimos tempos que provavelmente mais se prestam a este tipo de análise. Sobre este, Rowlands ataca na incerteza de termos certeza de alguma coisa e deixa, com aval de Descartes, Nietzsche e Hume, a pulguinha atrás da orelha de 'será que o mundo que conhecemos é o mundo tal como é?' Será que não vivemos numa espécie de matrix? Bobagem!!! ...Ou não?
Outra comparação pertinente é sobre um filme que nem é tudo isso mas que se presta perfeitamente à avaliação filosófica: "O Homem Sem Sombra" levanta a questão da moralidade e  por que ser moral? Tipo: se você tivesse a faculdade de ficar invisível será que você não sairia por aí entrando em vestiários femininos, assaltaria um banco, sacanearia quem você não gosta ou faria coisas ainda piores? Será que a 'proteção' de uma invisibilidade, da impossibilidade de sermos identificados não nos seria a permissão para fazer tudo aquilo que sempre tivemos vontade de fazer, impunemente? E sendo assim, então não fazemos estas coisas não por um senso moral mas apenas por um medo de punição? Boas perguntas?
Bem bacana! Escrito com conhecimento, com citações, com base, mas muito despojada e descontraídamente. Legal especialmente pra quem viu os filmes (que por sorte e por vício eu já tinha visto todos).
Pra quem acha que filmes de monstros, de robôs, de naves, de alienígenas são só besteira, bobagem, estupidez, "SciFi=SciFilo" é uma resposta inteligente, muitíssimo qualificada e acima de tudo gostosa e bem-humorada.


Cly Reis

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Oscar 2016 - Os Vencedores




E "Mad Max: Estrada da Fúria" foi o grande vencedor da noite! Bom, isso quantitativamente, porque qualitativamente o vencedor da noite pode ser considerado "O Regresso", com prêmios em algumas das principais categorias. Mas isso se, mesmo ganhando prêmios tão significativos, "Spotlight: Segredos Revelados" não tivesse levado o principal prêmio da noite. Foi isso, uma noite de premiações bastante divididas. Enquanto o road-movie apocalítico "Mad Max" arrebatava praticamente todos os prêmios técnicos, o incensado filme do mexicano Iñárritu conquistava aqueles que dão o grande indicativo de qualidade de um grande filme, exceto o de melhor filme que foi parar nas mãos do investigativo "Spotlight".
Numa cerimônia marcada pela polêmica das indicações para atores negros em Hollywood, tivemos um Chris Rock bastante desenvolto na condução dos trabalhos apesar de uma desconfortável insistência na questão racial, uma bela performance de Lady Gaga apresentando a canção do filme "The Hunting Ground", uma interpretação pífia de Dave Grohl tocando "Blackbird" dos Beatles durante a homenagem aos falecidos; o tricampeonato de Emmanuel Lubezki na fotografia e o bi de Iñárritu como diretor, fato que só acontecera duas vezes anteriormente na história da premiação.
As surpresas ficaram por conta de "Ex Machina" cujo principal mérito na minha opinião é o roteiro  de trama labiríntica e inteligente, ter levado o prêmio de efeitos visuais em detrimento a "Star Wars ep.VII: O Despertar da Força" ou até mesmo a "Mad Max" que vinha faturando todos os técnicos até então; a canção original ter ficado com a chatíssima trilha de "007 contra Spectre", a pior da história de James Bond; e, não exatamente surpresa, mas uma ponta de desapontamento que tenho certeza muitos compartilham  comigo, com o fato do carismático Silvester Stallone não ter levado sua estatueta por sua atuação em "Creed" nesta que provavelmente terá sido sua última chance.
No mais, "Amy", confirmou o favoritismo nos documentários; o mestre Ennio Morricone, com a trilha para "Os Oito Odiados", finalmente ganhou seu Oscar por um filme (havia ganho pelo conjunto da obra); e Leo, de grande crescimento artístico nos últimos anos, é verdade, mas favorecido esse ano por todo um contexto de ausência de medalhões como Nicholson, Redford, De Niro, de concorrentes em papeis de deficientes que sempre sensibilizam a academia, ou que revivessem personalidades históricas, finalmente levou sua tão desejada estatueta dourada pra casa. Nunca vi uma campanha tão grande para que um ator levasse esse prêmio mas, enfim... Que seja. Aleluia!
Ah, e antes que eu esqueça, não foi dessa vez que o Brasil trouxe o seu Oscar.

Confira abaixo a lista completa dos ganhadores:

Di Caprio e Iñárritu, os dois grandes
vencedores da noite.

Melhor filme
"Spotlight: Segredos revelados"


Melhor ator
Leonardo DiCaprio ("O regresso")

Melhor atriz
Brie Larson ("O quarto de Jack")

Melhor diretor
Alejandro G. Iñárritu ("O regresso")

Melhor canção original
"Writing's on the wall", Sam Smith ("007 contra Spectre")

Melhor trilha sonora
"Os 8 odiados", de Ennio Morricone

Melhor filme estrangeiro
"O filho de Saul" (Hungria)

Melhor curta de live action
"Stutterer"

Melhor documentário
"Amy"

Melhor documentário de curta-metragem
"A Girl in the River: The Price of forgiveness"

Melhor ator coadjuvante
Mark Rylance ("Ponte dos espiões")

Melhor animação
"Divertida mente"

Melhor curta de animação
"Bear Story"

Melhores efeitos visuais
"Ex Machina"

Melhor mixagem de som
"Mad Max: Estrada da fúria"

Melhor edição de som
"Mad Max: Estrada da fúria"

Melhor montagem
"Mad Max: Estrada da fúria"

Melhor fotografia
"O regresso"

Melhor cabelo e maquiagem
"Mad Max: Estrada da fúria"

Melhor design de produção
"Mad Max: Estrada da fúria"

Melhor figurino
"Mad Max: Estrada da fúria"

Melhor atriz coadjuvante
Alicia Vikander ("A garota dinamarquesa")

Melhor roteiro adaptado
"A grande aposta"

Melhor roteiro original
"Spotlight - Segredos revelados"





Cly Reis

domingo, 3 de dezembro de 2017

"Paterson", de Jim Jarmush (2016)



Nem sempre a rotina precisa ser algo negativo ao qual nos estamos presos. Ela pode ser algo positivo se você a partir de coisas que você gosta e se sente confortável. Por mais que ela possa ser repetitiva e um tanto parada, acomodada, podemos extrair coisas boas dela. Essa é a premissa de "Paterson", filme de Jim Jarmush.
Paterson é um motorista de ônibus que mora na cidade de Paterson, New Jersey - ele e a cidade dividem o mesmo nome. Diariamente, Paterson vive uma simples rotina: dirige pela rota diária, observa a cidade, ouve fragmentos de conversas, escreve poesias num caderno, passeia com o cachorro, bebe uma cerveja no bar de sempre e, finalmente, volta para casa, para a esposa Laura.
O ritmo rotineiro de “Paterson” pode ser um bom exercício de paciência para alguns. O longa se esforça bastante, para nos fixar a idéia de rotina. Logo na primeira cena já temos o enunciado na tela “segunda-feira”, quando vemos o casal acordar e seguimos acompanhando toda a semana dos dois. Paterson acordando, tomando café, indo ao trabalho, dirigindo o ônibus, voltando para casa, passeio com o cachorro, bar, dormir e acordar. O filme é basicamente isso por mais de uma hora e meia. A montagem do filme acompanha bem essa narrativa mostrando visualmente as cenas do dia a dia de Paterson pelos mesmos ângulos de câmera para reforçar que esta acompanhando a simples rotina de um homem comum.
Um dos momentos em que Paterson começa a escrever seus poemas,
cujos temas vão de questões existenciais a caixas de fósforos.
O que quebra um pouco a rotina de Paterson, o ponto fora da curva, são seus poemas. Escrever poemas parece ser aquilo que o completa. Para muitas pessoas a vida dele seria chata, preso numa repetição diária, mas ele tem seus poemas que dão sentido a essa rotina.
As atuações de um modo geral estão bem contidas e discretas. Adam Driver (Paterson) está um pouco diferente de “Star Wars”. Aqui, sua atuação está mais melancólica (sim, é possível) e está ótima assim. A melancolia lhe cai bem. O que chama bastante a atenção é a atração que Paterson tem por pessoas que, ao contrario dele, expressam suas artes e emoções, como sua esposa,  Golshifteh Farahani (Laura.), que alem de ser pintora, vendedora de cupcakes, também pretende se aventurar na carreira musical.
Os planos do filme se repetem diversas vezes, como o casal deitado na cama, o cão sendo preso no lado de fora do bar, e ônibus saindo, da garagem, etc. Essa linguagem visual do longa é incrível, a forma como fixa a suas idéias (como os diversos gêmeos que aparecem, repare nisso), para dar um destaque a elas e fazer com que um motorista de ônibus que escreve poesia seja algo FABULOSO. As cenas em que Paterson para para escrever seus poemas são bem contemplativas e de uma pureza ímpar. Sem querer dar spoiler, mas tem uma cena de Paterson com seu caderno de poesia, que eu senti a sua dor.
Um tanto melancólico, porém muito real. Assim é “Paterson”, um dos filmes mais pé-no-chão que assisti nos últimos tempos. Real até demais! No meio de sua aparente tristeza, e conformismo até, você percebe que não há mal nenhum em seguir uma rotina se for aquilo que você ama fazer e se sente bem fazendo. E isso dá um senso de controle enorme em nossas vidas. Porém que fique claro que, se tem algo que você faz para se expressar, nem que seja algo que faça para você mesmo, e não compartilhe com os outros, vá e o faça. Não se prive disso. Vai lhe aliviar e ajudar a seguir sua vida assim como Paterson faz com seus poemas. Mas se além dessa finalidade for possível compartilhar com alguém compartilhe. E outro importante aprendizado é que até a vida comum de uma pessoa medíocre pode ser bela se você souber para onde olhar e o que observar.
A rotina de passeios com o cachorro.
Num destes passeios há uma cena bastante tensa na qual Paterson
é inquirido sobre os sequestros de cães de raça na cidade



Vagner Rodrigues

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Aimee Mann – “Magnolia – Music from the Motion Picture” (1999)



Acima, a capa original, de 1999,
e, abaixo, com os sapos,
da reedição de 2018.

“Aimee Mann é uma cantora e compositora maravilhosa. Provavelmente devo a ela uma tonelada de dinheiro pela inspiração que ela teve neste filme.” 
Paul Thomas Anderson

Esta resenha bem que podia ser sobre o filme. De certa forma é, haja vista que é impossível dissociar, neste caso, filme e trilha. Embora comum a associação entre imagem e música no cinema, nem sempre um resultado tão afinado como este acontece. Tem, claro, as trilhas clássicas, aquelas que basta ouvir meio acorde para lembrar do filme, caso do que John Williams fez com “Tubarão” e a saga “Star Wars” ou Nino Rota para com a trilogia “Chefão”. Igualmente, “Koyaanisqatsi”, dirigido por Godfrey Reggio e musicado por Philip Glass, é assim, mas num nível diferente, haja vista que, para tal, a criação da imagem depende da música para tomar forma e vice-versa. Com “Magnolia”, cuja trilha é escrita pela cantora e compositora norte-americana Aimee Mann, entretanto, essa relação é diferente. A ligação da canção com as imagens do filme se dá num estágio mais sensível de entendimento, tornando-se, por esta via, parte essencial da obra de uma maneira bastante subjetiva e profunda.

Assisti “Magnolia” no ano de lançamento, 1999, cujos 20 anos decorridos só o engrandeceram. O então jovem diretor Paul Thomas Anderson, grande revelação do cinema alternativo dos Estados Unidos dos anos 90 junto com Quentin Tarantino, vinha do ótimo “Jogada de Risco” e da obra-prima “Boogie Nights”. O aguardado “Magnolia”, cujas notícias a respeito davam conta de que trazia um elenco estelar, como Tom Cruise numa atuação elogiadíssima, Juliane Moore, idem, Philip Seymour Hoffman afirmando-se como um dos maiores de sua geração, entre outros destaques, carregava a expectativa de que o cineasta se superasse. E foi o que aconteceu. A trama coral ao estilo Robert Altman, que amarra como sensibilidade a vida de vários personagens, nos deixava boquiabertos e cientes de que estávamos presenciando um novo marco do cinema.

Mas o que aumentava ainda mais essa sensação era a trilha sonora de Aimee, a qual concorreu ao Oscar daquele ano na categoria Canção Original. Responsável por pontuar toda a narrativa, a música composta por ela cumpre o papel de atar a história, contando-a através de sons e poesia. Mas isso não é tudo, visto que a música é tão presente e embrenhada com a história que acaba sendo mais um personagem. São nove preciosidades de um pop cristalino entre o folk e o indie que, além de cumprir a função de banda sonora, funciona perfeitamente como um disco independente do filme que o inspirou. Dá para ouvir “Magnolia” e se deliciar tão somente com a qualidade musical que contém. Contribui para isso também o fato de todas as músicas terem cada uma sua melodia e universo, sem valer-se da comum prática de trilhas sonoras de se desenvolverem variações sobre um ou dois temas musicais centrais para várias faixas.

Mesmo que a audição do disco possa ser aproveitada a qualquer momento, é impossível a apaixonados pelo filme como eu dissociar sua música da memória imagética, pois a trilha faz se transportar para as cenas a cada faixa. Exemplo disso é o tema de abertura tanto do disco quanto do filme: a precisamente intitulada “One”. A quem, como eu, não vem à mente a imagem da flor se abrindo em alta velocidade e os letterings do título aparecendo na tela com a voz de Aimee cantando: “One is the loneliest number/ that you'll ever do/ Two can be as bad as one/ it's the loneliest number/ since the number one”? (“Um é o mais solitário número/ Que você irá encontrar/ Dois pode ser pior que um/ É um número solitário/ depois do número um”).

Após o arrebatador começo, Aimee não dá trégua, emendando uma canção tocante atrás da outra. “Momentum” inicia desconcertada e dissonante para, em seguida, tomar a forma de um country-rock embalado e com um refrão comovente em que a voz de Aimee expressa docilidade mas, igualmente, a força do feminino – elemento narrativo que o filme traz de forma central em vários níveis e aspectos. “Build That Wall”, um pop delicado sobre a sofrida e viciada personagem Claudia (Melora Walters), traz um belo arranjo com flautas Piccolo e a capacidade da compositora de criar melodias e refrões tocantes (“How could anyone ever fight it/ Who could ever expect to fight it when she/ Builds that wall”: “Como alguém pode combatê-la/ Quem poderia esperar para combatê-la quando ela/ Constrói esta parede”).

Outra das mais emocionantes, “Deathly”, sobre suicídio, abre com a voz de Aimee rasgando em uma balada sofrida e realista: “Agora que te encontrei /Você se incomodaria/ Se não nos víssemos mais?/ Pois eu não posso me permitir/ Subir sobre você/ Ninguém tem tamanho ego a gastar“. A letra fala também da dificuldade emocional da personagem Claudia (um reflexo de vários outros personagens, como o arrogante Frank, de Cruise, e o abusador astro da TV Jimmy Gator, vivido por Phillip Baker Hall) de aceitar o amor do oficial Jim (John C. Reilly), que pelas coincidências da vida, encontrou-a e se apaixona: “Nem comece/ Pois eu já tenho problemas demais/ Não me importune/ Quando um simples ato de bondade pode ser/ Mortal/ Definitivamente”.

“Driving Sideways”, linda, repete a fineza comovida das composições, Já a instrumental “Nothing Is Good Enough” dá uma ligeira trégua para, na sequência, mandar outra bomba sentimental: “You Do”, em que novamente Aimee solta a voz com tamanho trato e verdade que é impossível ficar alheio ao ouvir. A também bela “Nothing Is Good Enough” toca num ponto basal do longa, que são as relações familiares: “Era uma vez/ Esta é a maneira como tudo começa/ Mas eu serei breve/ O que começou com tal excitação/ Agora eu felizmente termino com alívio/ No que agora se tornou um motivo familiar”.

Se a carga emotiva já era grande, Aimee, acompanhando o desenrolar do filme, também a intensifica mais para o final. “Wise Up”, tema que marca a sequência logo após a célebre cena da chuva de sapos sobre Los Angeles, revela uma série de tomadas de consciência dos personagens, todos com suas aflições, dificuldades, culpas e medos. O contexto de vícios, desentendimentos, suicídio, incesto, fugas emocionais e rancores, que os personagens trazem cada um a seu grau, ganha a redenção depois daquele fenômeno surreal, o que lhes oportuniza um momento de autoesclarecimento e arrependimentos. Isso, por sua vez, é brilhantemente desenhado pelos acordes de “Wise Up”, que inicia com um leve toque de piano simulando o som da batida de um coração. Figura nada mais adequada. Quando a voz de Aimee surge, é como se aquela vida ainda existisse. Ainda há esperança! Aimee, aliás, mais uma vez, esbanja sensibilidade na melodia e no canto. E o refrão, inesquecível, diz: ”It's not going to stop/ It's not going to stop/ Till you wise up” (“Isso não vai parar/ Isso não vai parar/ Até você se tocar”).

Um desavisado que estivesse escutando apenas o disco poderia achar “Wise...” um final falso. No entanto, quem conhece o filme sabe que, além desta, ainda vem outra para desmanchar em lágrimas de vez qualquer um: “Save Me”. Literalmente, a “salvação” final. Como se a redenção divina expressa naquela sequência de acontecimento recaísse sobre os homens. Misto de country e balada pop, num de seus trechos, diz assim: “Você me pareceu tão banal como radium/ Como Peter Pan ou como o Super-Homem/ Você aparecerá para me salvar/ Venha e me salve/ Se você puder, salve-me/ Deste bando de loucos/ Que suspeitam que nunca irão amar ninguém”. A música, além de marcar a cena de encerramento do filme, representa, na figura da personagem Claudia, a tentativa humana de superar suas dificuldades e dar espaço para o amor. É o arrebatamento final que Aimee dá ao genial filme de P.T. Anderson.

Duas músicas da Supertramp, uma de Gabrielle e um tema orquestrado por Jon Brion ainda desfecham o álbum, mas é evidente que a trilha de “Magnolia” é, de fato, a parte de Aimee Mann. Num momento muito inspirado da carreira, ela consegue imprimir personalidade ao filme através da música e, ao mesmo tempo, compor um disco de igual personalidade quando ouvido separadamente da obra cinematográfica. As músicas dela, através de uma sintonia muito profunda com o filme, se adéquam às cenas muito menos por sua representação narrativa do que por uma afinação que apenas o sentimento imagem/som proporciona. Talvez seja isso que distinga “Magnolia” de outros soundtracks, mesmo os mais clássicos: a música faz remeter ao sentimento que o filme traz, e não à obra a qual está ligada. Pode parecer um detalhe, mas faz toda a diferença. A música de "Magnolia" é como mais um personagem, mas onipresente, imbricado dentro de todos eles: homens e mulheres como nós.

************

Lançado em 2018, a versão intitulada "Magnolia - Original Motion Picture Soundtrack" traz, além de um disco com as músicas de Aimee Mann, outros dois com o Original Score composto pelo maestro Jon Brion.


************

FAIXAS:
1. “One” (Harry Nilsson) - 02:53
2. “Momentum” - 03:27
3.  “Build That Wall” (Jon Brion/Aimee Mann) - 04:25
4. “Deathly” - 05:28
5. “Driving Sideways” (Michael Lockwood/Aimee Mann) - 03:47
6. “You Do” - 03:41
7. “Nothing Is Good Enough” - 03:10
8. “Wise Up” - 03:31
9. “Save Me” (04:35)
10. “Goodbye Stranger” – Supertramp (Rick Davies/Roger Hodgson) - 05:50
11. “Logical Song” – Supertramp (Davies/Hodgson) - 04:07
12. “Dreams” - Gabrielle (James Bobchak/Tim Laws) - 03:43
13. “Magnolia” - Jon Brion (Brion/ Mann) - 02:12
Todas as composições de autoria de Aimee Mann, exceto indicadas

************

OUÇA O DISCO:

Daniel Rodrigues