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sexta-feira, 28 de junho de 2013

100 Melhores Discos de Estreia de Todos os Tempos

Ôpa, fazia tempo que não aparecíamos com listas por aqui! Em parte por desatualização deste blogueiro mesmo, mas por outro lado também por não aparecem muitas listagens dignas de destaque.
Esta, em questão, por sua vez, é bem curiosa e sempre me fez pensar no assunto: quais aquelas bandas/artistas que já 'chegaram-chegando', destruindo, metendo o pé na porta, ditando as tendências, mudando a história? Ah, tem muitos e alguns admiráveis, e a maior parte dos que eu consideraria estão contemplados nessa lista promovida pela revista Rolling Stone, embora o meu favorito no quesito "1º Álbum", o primeiro do The Smiths ('The Smiths", 1984), esteja muito mal colocado e alguns bem fraquinhos estejam lá nas cabeças. Mas....
Segue abaixo a lista da Rolling Stone, veja se os seus favoritos estão aí:

Os 5 primeiros da
lista da RS
01 Beastie Boys - Licensed to Ill (1986)
02 The Ramones - The Ramones (1976)
03 The Jimi Hendrix Experience - Are You Experienced (1967)
04 Guns N’ Roses - Appetite for Destruction (1987)
05 The Velvet Underground - The Velvet Underground and Nico (1967)
06 N.W.A. - Straight Outta Compton (1988)
07 Sex Pistols - Never Mind the Bollocks (1977)
08 The Strokes - Is This It (2001)
09 The Band - Music From Big Pink (1968)
10 Patti Smith - Horses (1975)

11 Nas - Illmatic (1994)
12 The Clash - The Clash (1979)
13 The Pretenders - Pretenders (1980)
14 Jay-Z - Roc-A-Fella (1996)
15 Arcade Fire - Funeral (2004)
16 The Cars - The Cars (1978)
17 The Beatles - Please Please Me (1963)
18 R.E.M. - Murmur (1983)
19 Kanye West - The College Dropout (2004)
20 Joy Division - Unknown Pleasures (1979)
21 Elvis Costello - My Aim is True (1977)
22 Violent Femmes - Violent Femmes (1983)
23 The Notorious B.I.G. - Ready to Die (1994)
24 Vampire Weekend - Vampire Weekend (2008)
25 Pavement - Slanted and Enchanted (1992)
26 Run-D.M.C. - Run-D.M.C. (1984)
27 Van Halen - Van Halen (1978)
28 The B-52’s - The B-52’s (1979)
29 Wu-Tang Clan - Enter the Wu-Tang (36 Chambers) (1993)
30 Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006)
31 Portishead - Dummy (1994)
32 De La Soul - Three Feet High and Rising (1989)
33 The Killers - Hot Fuss (2004)
34 The Doors - The Doors (1967)
35 Weezer - Weezer (1994)
36 The Postal Service - Give Up (2003)
37 Bruce Springsteen - Greetings From Asbury, Park N.J. (1973)
38 The Police - Outlandos d’Amour (1978)
39 Lynyrd Skynyrd - (Pronounced ‘Leh-‘nérd ‘Skin-‘nérd) (1973)
40 Television - Marquee Moon (1977)
41 Boston - Boston (1976)
42 Oasis - Definitely Maybe (1994)
43 Jeff Buckley - Grace (1994)
44 Black Sabbath - Black Sabbath (1970)
45 The Jesus & Mary Chain - Psychocandy (1985)
46 Pearl Jam - Ten (1991)
47 Pink Floyd - Piper At the Gates of Dawn (1967)
48 Modern Lovers - Modern Lovers (1976)
49 Franz Ferdinand - Franz Ferdinand (2004)
50 X - Los Angeles (1980)
51 The Smiths - The Smiths (1984)
52 U2 - Boy (1980)
53 New York Dolls - New York Dolls (1973)
54 Metallica - Kill ‘Em All (1983)
55 Missy Elliott - Supa Dupa Fly (1997)
56 Bon Iver - For Emma, Forever Ago (2008)
57 MGMT - Oracular Spectacular (2008)
58 Nine Inch Nails - Pretty Hate Machine (1989)
59 Yeah Yeah Yeahs - Fever to Tell (2003)
60 Fiona Apple - Tidal (1996)
61 The Libertines - Up the Bracket (2002)
62 Roxy Music - Roxy Music (1972)
63 Cyndi Lauper - She’s So Unusual (1983)
64 The English Beat - I Just Can’t Stop It (1980)
65 Liz Phair - Exile in Guyville (1993)
66 The Stooges - The Stooges (1969)
67 50 Cent - Get Rich or Die Tryin’ (2003)
68 Talking Heads - Talking Heads: 77’ (1977)
69 Wire - Pink Flag (1977)
70 PJ Harvey - Dry (1992)
71 Mary J. Blige - What’s the 411 (1992)
72 Led Zeppelin - Led Zeppelin (1969)
73 Norah Jones - Come Away with Me (2002)
74 The xx - xx (2009)
75 The Go-Go’s - Beauty and the Beat (1981)
76 Devo - Are We Not Men? We Are Devo! (1978)
77 Drake - Thank Me Later (2010)
78 The Stone Roses - The Stone Roses (1989)
79 Elvis Presley - Elvis Presley (1956)
80 The Byrds - Mr Tambourine Man (1965)
81 Gang of Four - Entertainment! (1979)
82 The Congos - Heart of the Congos (1977)
83 Erik B. and Rakim - Paid in Full (1987)
84 Whitney Houston - Whitney Houston (1985)
85 Rage Against the Machine - Rage Against the Machine (1992)
86 Kendrick Lamar - good kid, m.A.A.d city (2012)
87 The New Pornographers - Mass Romantic (2000)
88 Daft Punk - Homework (1997)
89 Yaz - Upstairs at Eric’s (1982)
90 Big Star - #1 Record (1972)
91 M.I.A. - Arular (2005)
92 Moby Grape - Moby Grape (1967)
93 The Hold Steady - Almost Killed Me (2004)
94 The Who - The Who Sings My Generation (1965)
95 Little Richard - Here’s Little Richard (1957)
96 Madonna - Madonna (1983)
97 DJ Shadow - Endtroducing ... (1996)
98 Joe Jackson - Look Sharp! (1979)
99 The Flying Burrito Brothers - The Gilded Palace of Sin (1969)
100 Lady Gaga - The Ame (2009)

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

"Daydream Nation: Sonic Youth", de Matthew Stearns - coleção O Livro do Disco - ed. Cobogó (2014)




""Daydream Nation" está situado com precisão
no limiar  onde a arte e rock se encontram,
cada um violando e forçando o outro reciprocamente
numa fecundação cruzada hermafrodita de barulho, imagem, texto e timbre."
Matthew Stearns



A coleção "O Livro do Disco" é um achado! Obrigatória para apaixonados por música e por grandes álbuns que fizeram história. São pequenas publicações, no formato poket e não excedendo a duzentas páginas, que prestam-se a dissecar, examinar, destrinchar grandes discos da história da música. Particularmente já havia lido o bom "Unknown Pleasures" do autor Chris Ott, jornalista britânico que entrou a fundo em toda a atmosfera do primeiro trabalho da lendária banda de Manchester, o Joy Division, apresentando uma análise detalhada e pormenorizada de todo o processo de composição e gravação da obra e dos singles que faziam parte daquele momento com comentários de integrantes e informações técnicas verdadeiramente relevantes; mas este, do Sonic Youth, do "Daydream Nation" consegue ser ainda melhor, mais fascinante, mais empolgante, mais arrebatador.
O autor, Matthew Stearns, fã ardoroso e apaixonado, não se limita a transmitir informações técnicas sobre a obra ou analisar as letras de maneira convencional. Ele deixa-se deixa envolver de tal forma em suas próprias apresentações que as faz de maneira entusiástica, incontida, visceral, conferindo  imagens e metáforas desconcertantes e perturbadoras às descrições de cada faixa do emblemático álbum dessa revolucionária banda nova-iorquina.
O livro é um mergulho em todos os elementos que envolvem o álbum, desde a aparente tranquilidade da capa, com sua quieta vela levemente deslocada para o lado direito, passando pelas intenções ocultas por trás de símbolos como a fonte de escrita dos nomes das faixas, os ícones muito ledzeppelinianos utilizados na arte interna e a concepção de um álbum duplo; chegando, é claro, na música, na forma atípica de composição do grupo, sua sonoridade singular, as influências de artes plásticas e a minuciosa ordenação das faixas do disco compondo uma crescente de tensão sonora e psicológica, tudo isso tendo como pano de fundo Nova Iorque. A cidade como inspiração e repúdio com todo seu fascínio, sua opressão e seu horror.
Adorei o trecho em que o autor fala apaixonadamente sobre os silêncios entre as faixas nos nossos álbuns prediletos e a imortal expectativa pela próxima música mesmo que já estejamos cansados de conhecer aquele disco: "Nos nossos discos favoritos [a presença dos vãos silencioso que cercam as faixas] é parte ativa na assimilação da música. Parecem abrigar fantasmas eletromagnéticos semimudos, permanentemente pendurados em órbita suspensa, cada figura espectral silenciosa contando parte da história do disco." Um barato também toda a imagem que faz da faixa instrumental "Providence"; a análise pormenorizada da faixa de abertura "Teenage Riot" nos fazendo definitivamente penetrar no disco a a partir daquele momento; as diversas descrições dos momentos dos turbilhões sonoros tão comuns na música do Sonic Youth; e o fato de, assim como eu, considerar "'Cross the Breeze" a faixa mais bem construída de "Daydream Nation".
Em vários momentos o autor se preocupa de estar sendo preciso, de estar conseguindo transmitir a intensidade, a força, a importância de "Daydream Nation". Posso afirmar que com a paixão que coloca em cada frase, em cada detalhe, em cada faixa, ele não apenas consegue passar estas sensações como nos coloca dentro do disco e amplifica todas estas emoções de forma praticamente sônica.



Cly Reis

domingo, 4 de setembro de 2022

cotidianas #768 - She's Lost Control

 




Joy Division - "She's Lost Control"



Vídeo reimaginado para She's Lost Control, do Joy Division.
Parte da série 'Unknown Pleasures: Reimagined' .

Vídeo dirigido por Lorraine Nicholson

quinta-feira, 16 de julho de 2009

OS 100 MELHORES DISCOS DE TODOS OS TEMPOS

Coloquei no blog o primeiro da minha lista do melhores álbuns de todos os tempos e então agora resolvi listar o resto.
Sei que é das tarefas mais difíceis e sempre um tanto polêmica, mas resolvi arriscar.
Até o 10, não digo que seja fácil, mas a concepção já está mais ou menos pronta na cabeça. Depois disso é que a gente fica meio assim de colocar este à frente daquele, tem aquele não pode ficar de fora, o que eu gosto mais mas o outro é mais importante e tudo mais.
Mas na minha cabeça, já ta tudo mais ou menos montado.
Com vocês a minha lista dos 100 melhores discos de toda a história:



1.The Jesus and Mary Chain “Psychocandy”
2.Rolling Stones “Let it Bleed”
3.Prince "Sign’O the Times”
4.The Velvet Underground and Nico
5.The Glove “Blue Sunshine”
6.Pink Floyd “The Darkside of the Moon”
7.PIL “Metalbox”
8.Talking Heads “Fear of Music”
9.Nirvana “Nevermind”
10.Sex Pistols “Nevermind the Bollocks"

11.Rolling Stones “Exile on Main Street”
12.The Who “Live at Leeds”
13.Primal Scream “Screamadelica”
14.Led Zeppellin “Led Zeppellin IV
15.Television “Marquee Moon”
16.Deep Purple “Machine Head”
17.Black Sabbath “Paranoid”
18.Bob Dylan “Bringing it All Back Home”
19.Bob Dylan “Highway 61 Revisited”
20.The Beatles “Revolver”
21.Kraftwerk “Radioactivity”
22.Dead Kennedy’s “Freshfruit for Rotting Vegettables”
23.The Smiths “The Smiths”
24.The Stooges “The Stooges”
25.Joy Division “Unknown Pleasures”
26.Led Zeppellin “Physical Graffitti
27.Jimmy Hendrix “Are You Experienced”
28.Lou Reed “Berlin”
29.Gang of Four “Entertainment!”
30.U2 “The Joshua Tree”
31.David Bowie “The Rise and the Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”
32.David Bowie “Low”
33.My Bloody Valentine “Loveless”
34.The Stone Roses “The Stone Roses”
35.Iggy Pop “The Idiot”
36.The Young Gods “L’Eau Rouge”
37.The 13th. Floor Elevators “The Psychedelic Sounds of The 13th. Floor Elevators”
38.The Sonics “Psychosonic”
39.Ramones “Rocket to Russia”
40.The Beatles “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”
41.PIL “Album”
42.REM “Reckoning”
43.Love “Forever Changes”
44.Madonna “Erotica”
45.Grace Jones “Nightclubbing”
46.Pixies “Surfer Rosa”
47.Pixies “Doolitle”
48.Rolling Stones “Some Girls”
49.Michael Jackson “Off the Wall”
50.Michael Jackson “Thriller”
51.Beck “Odelay”
52.Nine Inch Nails “Broken”
53.The Fall “Bend Sinister”
54.REM “Green”
55.Neil Young and the Crazy Horse “Everybody Knows This is Nowhere”
56.Kraftwerk “Trans-Europe Expreess”
57.The Smiths “The Queen is Dead”
58.New Order “Brotherhood”
59.Echo and The Bunnymen” Crocodiles”
60.Prince “1999”
61.Morrissey “Viva Hate”
62Iggy Pop “Lust for Life”
63.Pixies “Bossanova”
64.Chemical Brothers “Dig Your Own Hole”
65.Prodigy “Music For Jilted Generation”
66.Van Morrisson “Astral Weeks”
67.Pink Floyd “Wish You Were Here”
68.Muddy Waters “Electric Mud”
69.Sonic Youth “Dirty”
70.Sonic Youth “Daydream Nation”
71.Nirvana “In Utero”
72.Björk “Debut”
73.Nirvana “Unplugged in New York”
74.Björk “Post”
75.Jorge Ben “A Tábua de Esmeraldas”
76.Metallica ‘Metallica”
77.The Cure "Disintegration"
78.The Police ‘Reggatta de Blanc”
79.Siouxsie and the Banshees “Nocturne”
80.Depeche Mode “Music for the Masses”
81.New Order “Technique”
82.Ministry “Psalm 69”
83.The Cream “Disraeli Gears”
84.Depeche Mode Violator”
85.Talking Heads “More Songs About Building and Food”
86.The Stranglers “Black and White”
87.U2 “Zooropa”
88.Body Count “Body Count”
89.Massive Attack “Blue Lines”
90.Lou Reed “Transformer”
91.Sepultura “Roots”
92.John Lee Hooker “Hooker’n Heat”
93.The Cult “Love”
94.Dr. Feelgood “Malpractice”
95.Red Hot Chilli Peperrs “BloodSugarSexMagik”
96.Guns’n Roses “Appettite for Destruction”
97.The Zombies “Odessey Oracle”
98.Johnny Cash “At Folson Prison”
99.Joy Division “Closer”
100.Cocteau Twins “Treasure”

domingo, 19 de junho de 2011

Peter Hook & The Light - show "Unknown Pleasures"



Circo Voador - Lapa/RJ - Aqui, agora, diante de um representante original de uma das bandas mais legendárias do rock, Peter Hook, ex-Joy Division, executando na íntegra um dos álbuns mais marcantes e emblemáticos de todos os tempos.
Absolutamente fantástico!




C.R.










Cly Reis

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Peter Hook & The Light - Teatro Rival Petrobrás - Rio de Janeiro/RJ (01/12/2016)



Peter Hook e sua banda, a The Light, numa noite de New Order e Joy Division.
No dia em que o New Order se apresentava em uma cidade e seu litigante ex-baixista em outra, tocando, a propósito, inclusive repertório desta sua ex-banda, mesmo não tenha visto ao vivo o grupo oriundo do Joy Division, por questão óbvia de localização acabei, sem muita hesitação optando por acompanhar mais uma vez o show de Peter Hook sua banda The Light. Não sei se o do New Order foi bom, até vi alguns comentários positivos em uma manchete que outra na internet mas o que posso afirmar é que dificilmente tenha sido melhor do que o que presenciei no Teatro Rival aqui no Rio de Janeiro. Peter Hook and The Light contagiaram o público com mais de duas horas de show desfilando na íntegra os álbuns "Substance" do New Order e do Joy Division e mais alguns B-sides de cada um deles. Energia pura! Emoção total! Afiadíssimos os músicos executaram impecavelmente a célebre coletânea do New Order considerada um dos clássicos dos anos 80, que numa impressão mais apressada pode parecer mais fácil por conta dos recursos eletrônicos, mas que exatamente por conta disso torna a execução ao vivo mais complexa exigindo uma sincronia mais perfeita com os instrumentos convencionais e nas transições para as intervenções de baixo do próprio Hook.
E foi exatamente com o repertório neworderiano que abriram a apresentação começando com três faixas menos conhecidas, lados B de singles e integrantes da edição completa do disco "Substance",  mas não por isso menos respeitadas pelos fãs e naõ menos festejadas assim que eram ouvidos seu primeiros acordes. Saíram com "Lonesome Tonight" canção meio raggae, nem tão vibrante assim mas que, como eu disse, não por isso deixou de ser empolgante; seguiram de "Procession", essa sim, uma transição potente entre as linguagens das bandas das quais o baixista fez parte, e completaram este, por assim dizer, prólogo com outra na mesma linha "Cries and Whispers", pegada e intensa mas já com os sinais do que viria a ser o New Order.
Um quase coadjuvante que revelou
grande aptidão para o protagonismo.
Mas aí sim começava o "Substance" com a faixa que abre do disco e que qualquer fã que sabe de cor e salteado aquela ordem sabe qual é: trata-se da hínica "Ceremony", canção ainda tocada pelo Joy Division nos últimos tempos antes da morte de Ian Curtis e que, ali no teatro, envolveu-nos a todos numa espécie de aura mágica à qual não fiquei incólume sendo irremediavelmente levado às lágrimas. "Everything Is Gone Green" de extrema competência, atenuou um pouco a emoção mas botou de vez lenha na fogueira; e a belíssima "Temptation" com sua inquieta programação-base encarregou-se de novamente carregar o lugar de uma energia diferenciada. "Blue Monday" um dos melhores exemplos da competência da banda e da perfeita integração do eletrônico com os instrumentos mais tradicionais, deu aquele ar de Festa Ploc* ao show com sua batida contagiante e ritmo convidativo. Seguiram "Confusion" mantendo no alto o clima e "Thieves Like Us", perfeita, baixando um pouco a rotação.
Como não poderia deixar de ser, um dos melhores momentos do show como um todo, independente de New Order ou Joy Division, foi "Perfect Kiss", na minha opinião uma das melhores obras do New Order e um momento grandioso no show. Uma daquelas que mesmo bem calcada no eletrônico tem participação fundamental e destacada do baixo solista e agudo de Peter Hook. Enquanto o filho, o competente John segurava as pontas no baixo fazendo a base, Papa Hook esmerilhava em linhas agressivas daquelas que só ele sabe fazer, com direito ainda a uma boa esticada no já maravilhoso final da música.
A sequência "Perfect Kiss", "Shellshock" e "Subculture" já é matadora no disco, ao vivo então mostrou-se catártica! Que coisa!!! Um petardo atrás do outro e a banda, volto a dizer, muito bem azeitada, praticamente emendava uma na outra não deixando tempo pr'a gente respirar demonstrando muito ensaio e total domínio do que fazia.
Veio a ótima "State of The Nation" de baixo marcante mas esta, na maior parte da música, mais por conta do filho John. A ela seguiu-se o clássico "Bizarre Love Triangle", talvez junto com "Blue Monday" a mais popular da banda. Redundância dizer que foi mais um show, não? Hook lacrou de novo! Música que, para muitos pode não parecer mas exige dele o tempo inteiro e na maior parte do tempo com aquela intensidade característica. "True Faith" despontou grandiosa para encerrar as faixas do álbum mas para minha grata surpresa ainda traria na carona mais uma "lado-B", a adorável "1963". E assim, saía o HookOrder e entrava o HookDivision. Ia começar o outro "Substance". Ia começar a festa punk.
Hook comandando a celebração dos "Substance".
Assim como na primeira parte, antecederam às faixas do disco algumas avulsas, na maioria músicas que não entraram em álbuns ou que só saíram em reedições do próprio "Substance". Mas em se tratando de Joy Division, banda de repertório relativamente curto dada a brevidade de sua existência e sendo tão cultuada como é, qualquer música é conhecida por seus fãs e tão respeitada quanto qualquer outra mais badalada. E não foi diferente com "No Love Lost" que abriu a segunda parte, recebida já nas primeiras notas do baixo com grande entusiasmo, estado de espírito que se traduziu para minha felicidade e, tenho certeza, para a satisfação de Peter Hook, que presenciou aquela grande cena punk inglesa dos final dos anos 70, numa selvagem e furiosa roda de pogo. Yeah!
"Shadowplay" que deu continuidade ao show foi juntamente com "Twenty Four Hours" que a seguiu exceções ao critério de músicas avulsas, tendo as duas aparecido nos dois únicos álbuns de carreira da banda, "Unknown Pleasures" e "Closer", respectivamente; mas "Komakino" e 'These Days" revalidaram o padrão de singles e completaram a sessão pré-substance.
Mas se o bicho já tava pegando, quando começou a "contagem" "3,5,0,1,2,5, Go!", o negócio veio abaixo! Era "Warsaw" a música que abre o "Substance" do Joy Division e um dos maiores símbolos da fase mais punk e crua do som da banda. Loucura era apelido!
E veio "Leaders of Men", outra paulada; e veio "Digital" com aquele "day in, day out" entoado em coro geral; veio "Autosuggestion" e nem nessa o pessoal da roda punk deu alívio aproveitando sua parte mais agitada pra mandar ver; e veio "Trasmission" também num coro selvagem para o famoso "dance, dance, dance, dance, dance to the radio".
"She's Lost Control", sempre ponto alto, parece ter uma entrega diferente de Hook tanto na performance instrumental quanto na vocal, destruindo no baixo e quase vociferando em alguns momentos. Espetacular!
"Incubation", punk instrumental originalmente pegado e cheio de energia, música da qual particularmente gosto muito, devo admitir que perdeu força funcionando quase apenas como uma música de transição, de preparação para o momento final. E, sim, e o momento final precisava mesmo de uma preparação, de alguns minutinhos pra respirar, pra pegar fôlego, pra preparar o coração. Seriam três atos finais de puro êxtase.
Conseguindo ainda transmitir toda aquela fúria angustiada de Ian Cutis, a perturbadora "Dead Souls" era apenas o primeiro desses três atos derradeiros que marcariam definitivamente aquela noite.
Sempre emocionante, a  elegíaca "Atmosphere" foi, muito apropriadamente, dedicada à Chapecoense, cujo acidente aéreo ocorrera havia uma semana, e como não podia deixar de ser comoveu a todos. E o ato final não poderia ser outro que não "Love Will Tear Us Apart", música que fecha o disco e que logicamente teria que dar ponto final `apresentação. Em termos de grande público certamente a mais conhecida e uma das que indicava uma linguagem que mais se aproximaria do que o New Order viria a assumir como identidade musical, "Love Will Tear Us Apart" teve seu refrão entoado entusiasticamente em coro pelo público e foi assim que tudo acabou: apenas com as vozes do publico. Depois que a banda já parara, se despedira e entrara para os camarins, lindamente as vozes continuaram "Love, love will tear us apart again/ love. love will tear us apart again...", até se desvanecerem aos poucos e morrerem na escuridão. Um final grandioso para um show grandioso.
Não sei como é que estava o show de lá mas não consigo imaginar que tenha sido melhor do que o daqui. Eu sempre digo (mentirosamente, eu sei, mas sempre digo) que não existe nada melhor do que New Order. Acho que esse show espetacular de Peter Hook, parte viva do Joy Division e integrante eterno do New Order, me fará ter que rever a minha afirmação ou, no mínimo, complementá-la. Talvez deva adaptá-la assim: Não existe nada melhor do que New Order... a não ser o próprio New Order.


"She's Lost Control" - Peter Hook and The Light
Teatro Rival - Rio de Janeiro -RJ



Cly Reis