"Oscilações, oscilações,
Eletrônicas evocações
dos sons da realidade."
da letra de "Oscillations"
Bem como o Kraftwerk, referência em música eletrônica, a dupla americana Silver Apples foi uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento do gênero; não com a mesma qualidade dos alemães, que surgiram depois mas atingiram resultados mais expressivos, mas ainda assim com muita relevância no cenário musical de um modo geral. Muito doidos, psicodélicos, criativos e experimentais, os Silver Apples, ao mesmo tempo que prenunciavam uma série de estilos dentro da prórpia música eletrônica, ajudavam também, de certa forma com suas repetições, timbres, vocais e minimalismo, na formação do punk rock que explodiria dali a alguns anos,
“Silver Apples” , seu álbum de estreia, de 1968, é o que merce atenão especial. Seu som ainda soa cru e pouco trabalhado, se formos comparar com o que o Kraftwerk conseguiria fazer pouco tempo depois; pode soar até meio repetitivo e pouco criativo para os mais exigentes, mas exatamente por isso mesmo torna-se extremamente interessante e mais valoroso no seu contexto, conseguindo com criatividade atingir uma sonoridade bem rock, mesmo sem o instrumental característico, uma vez que a dupla Danny Taylor e Simeon III, utilizava-se basicamente de uma bateria (acústica) e uma espécie de sintetizador primário que chamavam de oscilador eletrônico.
Destaques para a excelente “Oscillations” que abre o disco, síntese de tudo o que a banda se propunha num misto perfeito de experimentação, psicodelia, concretismo e atitude musical; para o que a segue: “Seagreen Serenades”; para a boa “Velvet Cave” com sua beteria pesada e forte; para os tons árabes de “Whirly-Bird”; e para a tribal “Dancing Gods”.
Criativo e inovador, um pouco estranho, é verdade, mas absolutamente fundamental.
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FAIXAS:
1. "Oscillations" (Danny Taylor, Stanley Warren) - 2:48
2. "Seagreen Serenades" (Simeon, Warren) - 2:55
3. "Lovefingers" (Simeon, Warren) - 4:11
4. "Program" (Simeon, Warren) - 4:07
5. "Velvet Cave" (Simeon, Warren) - 3:30
6. "Whirly-Bird" (Simeon, Warren) - 2:41
7. "Dust" (Simeon, Warren) - 3:40
8. "Dancing Gods" (cerimonial dos índios Navajos) - 5:57
9. "Misty Mountain" (Eileen Lewellen, Simeon) - 3:26
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Ouça:
Silver Apples 1968
Cly Reis
O legal de Silver Apples é que é bom e incômodo ao mesmo tempo. Aquele coisa ruidosa, abafada, mal modulada, repetitiva é, ao mesmo tempo, super criaiva e totalmente diferente de qualquer coisa que se tivesse feito até então. Talvez nem hoje se faça...
ResponderExcluirAlgumas coias, mesmo hoje, ainda lembram. Não precisa nem falar dos Chemical Brothers, principalemente neste último disco, mas Horrors, por exemplo, me lembra direto Silver Apples. E tem esse pessoal do trance tb que por vezes lembra muito pela insistência, pela repetição, uma outra espécie de psicodelia mas que lembra a proposta dos caras também.
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