sábado, 5 de novembro de 2011
cotidianas #114 - Meu pai tem dois
Um homem está pescando na beira de um rio quando um menino se aproxima e puxa assunto:
-Legal esse molinete!
-É mesmo, diz o homem.
-Meu pai tem dois iguais a esse, diz o guri.
O cara não dá muita bola, afinal crianças às vezes precisam se autoafirmar a partir dos pais, e segue o que estava fazendo. Vai pegar então a caixa de anzois e o garoto, que continuava ali à volta, dispara de novo.
- Meu pai tem duas dessas caixas.
O cidadão já meio aborrecido, afinal não é da conta dele o que o pai do garoto tem ou deixa de ter, respira fundo e vai pegar as iscas. O guri, ainda o observando, vê a lata de iscas e tasca:
-Meu pai tem duas dessa.
O homem, agora já irritado, tenta se acalmar, larga o molinete, a isca, o anzol, e vai até o carro pegar uma cerveja no isopor. Mas o menino, atento, não alivia:
-Meu pai tem dois carros desse.
O homem faz que não ouve mas o fedelho já emenda:
- Meu pai tem duas caixas de isopor dessas.
Aí o cara fica puto de vez, desiste da cerveja e pra evitar de sentar a mão no moleque, resolve dar uma boa mijada pra ver se passa a raiva. Vai então até a beira do rio, abre a braguilha, tira o pau pra fora e começa a mijar. Mas já antecipando a provocação do moleque, antes que o menino dissesse alguma coisa, pergunta com deboche:
- E aí, vai dizer que teu pai tem dois desse aqui também?
Ao que o pirralho responde:
- Dois ele não tem, mas tem um que dá dois desse.
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