- Já notou que não se faz mais nada do que se fazia no passado?
Meus gestos, alimentação, cabelos, voz, paladar, resistência ao frio, caminhar,
batimentos cardíacos, paixões, tudo, tudo mudou de quando eu era criança, de
quando eu era adolescente para cá. Não vamos longe: não consigo me ver na pessoa que
fui há pouco mais de 2 anos, quiçá, 5. Nem sequer o eu de ontem, a quem já não identifico
com facilidade. O que foi mesmo que eu comi ontem no almoço? Eu, de fato,
almocei? Não sei nem se comi, seja no meio-dia, no café da tarde ou na janta. Olha, não sei vocês, mas isso tudo me leva a concluir que, definitivamente, eu sou
cada vez mais eu mesmo.
Daniel Rodrigues
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