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Calma, calma. Pode repetir?
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Como é que é? Sua amiga o que?
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Olha... olha, isso aqui não é lugar pra brinc...
Ei, ei, calma! Para com essa gritaria!
Possuída? Como assim "possuída"?
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Olha, menina, trote é crime. Eu poderia estar atendendo alguma chamada séria de alguém realmente precisando de ajuda e estou aqui perdendo tempo com as suas brincadeiras. Mas que diabos é essa gritaria toda aí no fundo?
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Eu deveria mandar uma viatura aí e prender vocês... Ah, você QUER uma viatura? Não, não vou fazer isso. Aí vocês, desocupadas, vão conseguir exatamente o que queriam que é incomodar e nos causar transtorno.
Vou desativar sua linha para nossa central de emergência.
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Não, não. Não adianta. Não tem graça nenhuma, garota. Boa noite.
- O que era? - quis saber a colega da central telefônica, na estação ao lado.
- Uma garota dizendo que ela e as amigas encontraram um livro, da avó eu acho, fizeram, tipo, um jogo do copo, invocaram um espírito, um demônio, algo assim, e agora uma delas estava possuída, voava, quebrava as coisas... Não deu pra entender bem, ela tava falando muito rápido, se fazendo de desesperada, e tinha uma gritaria no fundo. Devia ser as outras zoando. Essa garotada...
- Não acha que a gente deveria mandar uma viatura lá só pra garantir? - questionou a colega.
- Tá falando sério? Jogo do copo, ritual, espírito... E mesmo que fosse verdade, agente ia o que? Prender um demônio?
Possuída... Era só o que me faltava.
Cly Reis
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