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domingo, 2 de julho de 2023

Exposição "Nuances de Brasilidade: Repertório" - Centro Cultural PGE-RJ - Rio de Janeiro/RJ

 

Embora eu não entenda nada de astrologia, deve passar por alguma explicação neste sentido a minha ligação com o Rio de Janeiro. Digo frequentemente que, mesmo gaúcho, porto-alegrense nato, e com família e amigos que moram no Rio, ando por lugares que nem os cariocas circulam, o que me faz conhecer a cidade mais do que muitos deles. Numa dessas andanças cariocas na última vez que estive na cidade, saía eu de uma visita ao Paço Imperial, na Praça XV, no Centro (lugar que, sei, muitos turistas e nem os próprios cariocas vão) e, ao atravessar a 1º de Março, percebi no frondoso prédio da calçada oposta que havia uma entrada iluminada e convidativa. Parecia ser um espaço novo. E era: o Centro Cultural PGE-RJ, aberto em 2022 pela Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro, atual responsável pelo prédio histórico. 

"Novo", modo de falar, pois o Centro Cultural PGE-RJ, recém-restaurado, fica no antigo Convento do Carmo, uma das mais antigas construções do país, cedido pelos monges carmelitas para servir de residência para D. Maria I quando da vinda da Família Real para o Brasil e datado da mesma época que o Paço, século XVII. Mas voltando à astrologia. Diz-se que o Rio de Janeiro tem como signo peixes, o que o faz ser uma cidade de belezas e mistérios. Afinal, não são à toa os versos: “cidade maravilhosa, cheia de encantos mil”. E o que me aconteceu naquele finalzinho de tarde em que saía do Paço Imperial foi de revelação de um desse tipo de mistério que o Rio guarda nas suas entranhas. Arrisquei e minha curiosidade foi recompensada pelo belo espaço expositivo que encontrei, o qual me lembrou os do próprio Paço Mais do que isso: a qualidade da exposição em si: "Nuances de Brasilidade: Repertório".

Não deu muito tempo para visitar, pois, como falei, já era fim de tarde e o horário de atividade estava se encerrando. Mas deu para apreciar a pequena e agradável mostra de 14 artistas brasileiros com obras cedidas por colecionadores particulares. Os trabalhos são de gente do calibre de: Abraham Palatnik; Emanoel Araújo; Frans Krajcberg; José Bechara; Luiz Zerbini; Miguel Rio Branco; OSGEMEOS; Rubem Valentim e outros. Só coisa fina.

Confiram algumas obras em exposição até setembro no belo espaço do casarão da PGE-RJ.

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Já de cara, um Palatnik (acrílica sobre madeira, 2015)

As formas orgânicas e perturbadoras de Krajcberg:
obra (pigmentos naturias sobre madeira) que é um dos destaques da mostra

A profusão ótica do paulista Zerbini ("Sem título", 2007)

A fotografia também presente na mostra pelas lentes de Luiz Braga
("Menino sentado no pneu", 1988)

A genialidade afro-simbolista de Emanoel Araújo, 
que marcou esta minha ida ao RIo em três expos diferentes

A arte d'OS GÊMEOS, "Gravidade Zero", técnica
mista sobre madeira (2012)

Outro gênio, Miguel Rio Branco, e suas imagens densas
que desafiam o conceito de fotografia ("Havana velha", 1994)

O baiano Valemtim, a quem me deparei também mais de uma vez,
com "Emblema 80", de 1980 (acrílica sobre tela)



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E
xposição "Nuances de Brasilidade: Repertório"
local: Centro Cultural PGE-RJ
Praça XV de Novembro – Centro (Rio de Janeiro)
período: até 16 de setembro de 2023
horário: de terça-feira a sábado, das 10h às 18h
ingressos: Gratuito

Daniel Rodrigues


quarta-feira, 26 de abril de 2017

Exposição "Abraham Palatnik - A Reinvenção da Pintura" - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Rio de Janeiro/RJ








"A ideia de cada Objeto Cinético é uma constelação
que é mais ou menos prevista,
e a partir disto vou construindo,
apesar de que ocorrem durante a construção
modificações  no plano original."
Abraham Palatnik


A obra do artista plástico Abraham Palatnik reúne, direta ou diretamente, características de artistas que admiro enormemente como Mondrian, Klee, Kandinsky, Miró e por isso despertava-me grande interesse em visitar a exposição "Abraham Palatnik - Reinvenção da Pintura" que esteve em cartaz até o último dia 24 de abril, segunda-feira passada, no CCBB do Rio.
O primarismo de cores do plasticismo da De Stijl, a espacialidade dos bauhanianos Kandinski e Klee, a espontaneidade, o ludicismo do catalão Miró, até um pouco do dadaísmo de Duchamp, tudo está presente na obra desse admirável artista potiguar. O diferencial, no entanto, do trabalho de Palatnik para os outros mencionados e o que o torna singular entre eles é o fato de dar volume ao elemento pictórico e, sobretudo, sua capacidade de conferir movimento a ele. Seus quadros, em grande parte das vezes compostos de finas estruturas ou lâminas de madeira encaixadas têm um efeito encantador e hipnótico no apreciador e suas instalações e quadros volumétricos são absolutamente fascinantes pela sensação tridimensional e pelo rigor técnico e precisão, aproximando a arte da matemática de uma maneira poucas vezes vista com tamanho êxito plastico.
Ilusão, velocidade, luz, cor, força, técnica, tempo... São algumas das sensações que o trabalho admirável deste artista brasileiro nos proporcionam. Uma obra magnífica numa exposição para a qual nenhuma outra palavra define melhor do que IMPRESSIONANTE.

A seguir, algumas fotos da exposição.


A sensação de movimento na obra do artista.

Uma quase perturbadora ilusão de ótica no quadro "W-432"

Detalhe da detalhada estrutura que causa o efeito visual

"Objeto Cinético em Construção"


"Aparelho cinecromático em construção"

Aqui, vários de seus objetos cinéticos.

No detalhe, o objeto CK-8, de 1966

"Objeto Cinético Gita"

Anotações, cálculos e esboço de uma das peças

Mais um exemplar dos aparelhos cinéticos de Palatnik

Aqui quadros com acabamento de madeira natural

Incrível efeito visual.

Composição e decomposição.

Detalhe do encaixa das peças da obra anterior

Obras exploram diversas possíveis sensações no visitante 

O minimalismo quase cibernético  do "T-21"

Outras peças na exposição

Notável "sugestão" de paisagem.

Ondas

Mais de perto.

Palatnik também explora o design e mobiliários

Tabuleiro de jogo.

O artista em seu ateliê


Um dos aparelhos cinéticos em funcionamento.



Cly Reis