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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

"Druk - Mais Uma Rodada", filme de Tomas Vinterberg (2020)

 

VENCEDOR DO OSCAR DE
 MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA



Fiquei alegremente embriagado ao assistir a esse longa. “Drunk”, quando parece que vai para um lado mais leve, vai lá, vira mais um “shot” e buum!, muda tudo. Maravilhoso!

Quatro professores, com problemas em suas vidas, testam a teoria de que ao manter um nível constante de álcool em suas correntes sanguíneas, suas vidas irão melhorar. De início, os resultados são animadores, porém, no decorrer da experiência, eles percebem que nem tudo é tão simples assim.

Gostei do ritmo do longa, apesar considerá-lo apressado demais. Ele caminha para seu clímax sem muito rodeio. Outro aspecto que não gostei muito, foi a falta de profundidade dos personagens. Sim, mostra o impacto do álcool na vida do grupo, mas é tudo muito rápido  em em cenas curtas. Entendo que o diretor tenha pretendido não pesar muito no drama mas, no fim das contas, ficou parecendo ter faltadou algo. A importância dos acontecimentos finais perdem força porque o espectador não consegue ter tempo de criar vínculo com alguns personagens, com exceção de Martin, vivido por Mads Mikkelsen.

Tudo que Mads Mikkelsen faz é bom! (pronto, falei)
Aqui, o ator na última cena do filme.

É muito interessante como o longa aborda a cultura toda que existe em volta do álcool, algo que atinge muita gente, desde os bens jovens até os mais velhos, sendo que a forma como a obra apresenta a chegada desse elemento na vida dos personagens é muito real. O início é alegria, descontração e vai indo para um total descontrole, que muitas vezes não tem volta, a maneira irresponsável como os jovens lidam com isso, o que por certo não pé um problema só da Dinamarca, a responsabilidade dos adultos nisso, tudo isso é muito bem colocado no filme.

“Drunk”, tem muitos momentos, uns melhores outros piores, há uma certa falta de profundidade, carece de um pouco mais de texto, mas sua forma de tratar o seu tema principal é excelente. A narrativa do superficial nos personagens, funciona bem. Gostei do fato do filme parecer apontar para uma tendência, mudar de direção no meio, e depois volta para a direção anterior, meio que como alguém que está bêbado. Jovem ou adulto, ou até você idoso, não faça isso... Tá! Não vou ser hipócrita: faça, mas não prejudique ninguém, muito menos a si mesmo. Essa uma das lições desse bom filme.

Bebida em excesso e vexame. Duas coisas que andam juntas.


por Vagner Rodrigues