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terça-feira, 14 de março de 2017

"O Estrangeiro", adaptação para HQ de Jaques Ferrandez para a obra de Albert Camus - ed. Quadrinhos na Cia. (2013)


Na onda de transposições de clássicos da literatura para os quadrinhos, mais um dos que encontramos nas prateleiras das livrarias é "O Estrangeiro", adaptado da obra de Albert Camus. A versão HQ, embora possua méritos, não consegue transmitir através de sua arte, num primeiro instante, a indiferença e vazio do personagem principal, Mersault, e por fim sua angústia e revolta, não servindo, enfim, enquanto adaptação visual, a seu fim. "O Estrangeiro" em HQ presta-se a contar a dar imagens ao romance de Camus apenas. Não consegue capturar da novela original sua profundidade nem seu teor filosófico assim, passa a ser simplesmente uma ilustração da história. A seu favor deve-se destacar a excelente qualidade da arte, os nanquins e suas aquarelas de  Jaques Ferrandez, sua ótima ambientação da história e, é claro, para efeito de iniciação literária para jovens que ainda não têm contato ou paciência com grandes clássicos, a oportunidade de conhecê-los de maneira objetiva e simplificada.




Cly Reis

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

COTIDIANAS nº471 Especial Dia das Crianças - Saci Pererê







Saci Pererê
(Jorge Ben)
Sasaci Sasaci Pererê
Saci, Saci Pererê
Pula, brinca e joga
Que eu quero ver

Dona Cuca vai querer fazer uma aposta com você
E essa apostaVocê vai ter que ganhar
Não pode perder não pode perder
Sasaci Sasaci Pererê

Saci, Saci Pererê
Pula, brinca e joga
Que eu quero ver

Pererê, Pererê
Dona Cuca vai querer que você aposte
O seu cachimbo e seu chapéu mágico
Contra uma torta de giló, melancia e alho
Cuidado Saci, cuidado com a toca
Treine bem e não se compromete
Pois esta aposta consiste em que você ande
Pelo sítio de patinete

Saci Pererê, Saci Pererê

Cisca, pula Saci agora
Saci, vai treinar Saci
Fica no meio da estrada
Alta hora da madrugada
Assustando os outros, Saci
Isso são horas? Três e meia da madrugada, Saci
Isso são horas de pedir fogo, Saci?
Vai treinar, Saci!

Vai treinar, Saci!

* há uma pequena variação na letra da versão original da música para o especial infantil "Pirlimpimpim" da Rede Globo, de 1982 para a regravação de 1986. Na original, Jorge Ben canta, na segunda estrofe, "toda turma vai querer que você aposte..." e na versão posterior muda para "Dona Cuca vai querer que você aposte...". Para a ilustração, optei por uma composição entre as duas, utilizando o personagem Cuca mais rico visual e ludicamente da última versão, utilizando, contudo, o final da versão  de 1982 na qual o autor manda o Saci treinar, o que não aparece na regravação.
******************
Ouça:

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

" 'Crime e Castigo' : Graphic Novel" - adaptação para HQ do romance de Fiódor Dostoiévski - por David Zane Mairowitz e Alain Korkos - ed. L&PM (2016)



Normalmente me interesso por adaptações em quadrinhos para clássicos da literatura e não foi diferente quando me deparei numa livraria dessas da vida com "Crime e Castigo" do escritor russo Fiódor Dostoiévski em versão HQ.
A publicação embora bem acabada e caprichada, não conta com uma arte notável. Rostos e movimentos do ilustrador Alain Korkos carecem em alguns momentos de uma expressividade maior mas talvez por isso mesmo, quando resolve enfatizar estas expressões, o faz de modo quase exagerado, o que poderia ser considerado defeito se não acabasse tendo o interessante efeito, combinada à opção pelo preto e branco, de dotar sua obra de uma identidade visual que remete muito ao expressionismo alemão de Murnau e Wiene.
Esse visual sombrio é pano de fundo mais que apropriado para a suplício psicológico do atormentado Roskólnikov que em meio a problemas cotidianos comuns como falta de dinheiro, família, desigualdade,, tem que conviver com a inquietação de um vazio interior que o leva a formular ideias pouco recomendáveis, digamos assim. E á na identificação desses elementos cotidianos que reside a grande sacada dos elaboradores da graphic novel. Por certo a abordagem de questões sociais e humanas ainda hoje tão relevantes e tão atuais foram por certo encorajadores para que os adaptadores audaciosamente ambientassem a obra aos dias atuais, confirmando que os tormentos, anseios, questionamentos do jovem Roskolnikóv permanecem tão pertinentes quanto na época em que o romance original fora escrito. Mas o maior mérito da adaptação é o de conseguir sintetizar uma obra tão extensa e complexa, como é o caso de "Crime e Castigo", e pinçar com grande sabedoria momentos-chave onde os questionamentos filosóficos propostos por Dostoiévski são mais significativos e urgentes. A riqueza da obra permanece intacta.



Cly Reis

segunda-feira, 7 de março de 2016

Quadrinhos no Cinema #12 - "Os Vingadores: Era de Ultron", de Joss Whedon (2015)



Ação, aventura, uma super-equipe muito bem entrosada e efeitos fabulosos. Mais uma vez Joss Whedon acerta em  um filme dos "Vingadores". A Marvel Estúdios foi certeira em deixar seus filmes mais fantásticos e bem-humorados e não sombrios e realistas, estilo que a Marvel faz geralmente e muito bem. "Os Vingadores: A Era Ultron" é bom, porém por seguir na fórmula de sucesso, faz co que seja mais do mesmo (Eu gosto deste mais do mesmo, e você?).
Tentando proteger o planeta de ameaças como as vistas no primeiro Os Vingadores, Tony Stark busca construir um sistema de inteligência artificial que cuidaria da paz mundial. O projeto acaba dando errado e gera o nascimento do Ultron (voz de James Spader). Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), tem a missão de neutralizar seus terríveis planos.
Nem o melhor, nem o pior, Ultron continua com
a sina de vilões mais ou menos da Marvel.
O filme é bom, se sustenta bem mas não é melhor que o primeiro filme. Neste segundo filme dos "Vingadores" a Marvel quis se conter mais, deixar mensagens sobre seus futuros filmes, se preocupando mais com isso do que trazer novidades ou contar uma boa história. Ele tem as mesmas qualidades dos outros filmes Marvel, e as mesmas falhas infelizmente. Falta um pouco de tensão, e apesar de cidades destruídas e lutas épicas o filme não tem um grande senso de urgência, os confrontos são muito mais fans services do que para melhorar o andamento do roteiro.

Muitos fãs não gostaram do vilão e realmente o Ultron do cinema é muito mais engraçado e "bobo" do que sua versão dos quadrinhos, mas para a história contada no longa faz todo sentido, já que ele foi criado da mente de Tony Stark. Essa relação Stark e Ultron é um dos pontos altos do filme e foi muito bem trabalhada. São estes dois personagens que carregam a carga mais filosófica do filme, até a chegada do Visão (Paul Bettany). Tanto Tony como Ultron, ao longo de todo filme tentam se provar, sem medir consequências.
A ação do filme é F0D@, os efeitos são maravilhosos, neste aspecto "Era de Ultron" é um show. Algumas cenas ficarão em nossas cabeças por longos anos como a cena inicial que já mostra o que devemos esperar do filme. Logo temos o duelo de Hulk vs Homem de Ferro que, MEU DEUS DO CÉU, é uma das coisas mais bonitas que eu já vi nesta minha longa vida (e aquela Hulkbuster é linda de mais). O confronto final com diversos Ultrons é uma repetição da invasão alienígena, mas e dai? Ela é fabulosa mostrando bem qual o poder de cada personagem.
Que cena maravilhosa, glamurosa!
Falando em espaço de cada personagem, isso também é bem trabalhado, alguns arcos são maiores que outros, mas no final o resultado deixou o filme equilibrado. Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) tem um grande espaço no filme já que ele, o que mais se aproxima de uma pessoa comum (ou seja, você e eu), no longa é destacada essa sua parte mais humana e como é grande sua importância para equipe. Os novos personagens também são bem introduzidos: os gêmeos Pietro Maximoff/Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) e Wanda Maximoff /Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) que carregam uma carga dramática enorme, funcionam bem no filme apesar de pouco tempo de tela, fazendo com que nos importemos com eles. Outro personagem que também foi muito bem apresentado foi Visão, não só a cena onde ele aparece a primeira vez que, diga-se de passagem, é maravilhosa, mas todo sua origem e sua construção, as partes do Ultron, a joia da mente, J.A.R.V.I.S, e terminar com raio do Thor, mostrando que ele é a essência que faltava, o equilíbrio do grupo.
O filme não é nenhuma maravilha, mas dentro da proposta ação e aventura é excelente. A Marvel já tem um nome forte, seu universo cinematográfico está bem estabelecido e vai fazendo o feijão com arroz, mas como sou uma pessoa simples, adoro esse prato. O caminho escolhido foi acertado, "Vingadores: Era de Ultron", consegue concentrar tudo aquilo que tem de melhor nos filmes Marvel, humor, aventura, ação com um pouco de drama e um leve romance. Atira para todos os lados e acerta, não em cheio, mas acerta.  Mas agora chegou a hora da Marvel ir mais longe. Me surpreenda MARVEL.
Se o filme acabasse nessa cena eu já estaria feliz.



sábado, 13 de fevereiro de 2016

Quadrinhos no Cinema #11 - "Batman, O Cavaleiro das Trevas", de Christopher Nolan (2008)




Um marco para os filmes de super heróis! "Batman, O Caveleiro das Trevas" definiu qual seria a direção que os longas da DC/WARNER tormariam da li para frente. Um clima realista, bem pesado e um grande vilão, são as principais marcas desse ótimo longa.
Após dois anos desde o surgimento do Batman (Christian Bale), os criminosos de Gotham City têm muito o que temer pois o vigilante agora conta com a ajuda do tenente James Gordon (Gary Oldman) e do promotor público Harvey Dent (Aaron Eckhart) para limpar as ruas. Acuados com o combate, os chefes do crime aceitam a proposta feita pelo Coringa (Heath Ledger) e o contratam para combater o Homem-Morcego.
Sei lá, o visual é legal
mas ainda não é "o meu Bat"
Se o diretor Christopher Nolan já tinha nos acertado em cheio com o seu primeiro Batman, aqui ele nos dá um nocaute. Todos o personagens são bem construídos, a trama é super bem trabalhada, o clima fica tenso desde da cena inicial, com um fantástico assalto a banco até as últimas sequências onde se dá um combate com o Duas Caras. A fotografia e trilha contribuem para manter o clima sempre "dark". Em Gotham, tudo é muito escuro, a trilha sempre surge no momento certo, pesada, batendo com força. Não é um filme que se sustenta meramente pelos efeitos e ação. Sim, eles são utilizados, mas na medida certa, como nas cenas da explosão do hospital e do caminhão.
Christian Bale como Batman continua regular, não e o Batman que nos queremos, talvez nem seja o que precisamos, porém é o que temos. Falta desenvultura e imposição a ele como cavaleiro das trevas, coisas que sobram nele como Bruce. Aaron Eckhart está ótimo, até porque seu personagem, Harvey Dent, é muito bom e sua transição de herói para vilão faz todo sentido e você até o entende, a ponto de eu chegar a me colocar no lugar dele e pensar "será que eu não faria o mesmo?". Gary Oldman como comissário está mais uma vez bem e os outros personagens secundários como policias e mafiosos também conseguem transmitir seus problemas, raivas, loucuras, medos, ou seja, o elenco do filme todo funciona bem.
Uau, que caracterização! Que atuação fantástica!
O grande destaque do filme,  é claro,  Heath Ledger como Coringa. Sombrio, violento, estranho e louco (Louco? não! Louco não, não, não). Ledger foi um pouco mais longe do que os atores anteriores ao interpretar o personagem, que também tiveram grandes atuações. Ele não é mais um simples palhaço querendo diversão, que sai destruindo obras de arte (não pensem errado da minha pessoa, eu adoro aquela cena), agora ele é um homem de gostos simples,"Eu gosto de pólvora, dinamite e gasolina", como ele mesmo revela.  A única coisa que temos certezas é que ele quer causar o caos, desequilibrar as coisas. "Eu não faço planos, sou apenas um agente do caos. E você sabe qual é a principal ferramenta pra se trazer o caos? Medo!". Sim ele causa muito medo.  Não nos é contada a origem do persongem, nada sobre o passado dele antes de virar Gotham de pernas por ar é dito. Na verdade algumas coisa são ditas, porém são ditas pelo próprio Coringa, então, não temos como saber se é verdade ou não. Merecidamente, Heath Ledger levou o Oscar de melhor ator caodjuvante, por sua interpretação no filme, tornando-se o segundo ator a recebe um Oscar póstumo, já que já havia falecido, de maneira um pouco obscura, antes do lançamento filme.
 O último ato do filme é seu único ponto baixo. Apesar daquela tensão das balsas, a solução "sociedade boazinha" não combinou muito com filme, e o destino do Duas Caras faz todo sentido na história, porem não era o que eu preferia. Com certeza é uma obra espetacular que vai além de simplesmente mostrar as aventuras de um super-herói. "O Cavaleiro das Trevas" aborda as loucuras de uma sociedade, e que tipo de consequências um cara fantasiado de morcego pode causar nela, boas e ruins. Tudo isso sem perder a essência Batman.

Um bom roteiro tem ótimas construções de personagens.





quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

"O Poço e o Pêndulo" e "Assassinatos na Rua Morgue", de Edgar Allan Poe adaptados para HQ - Ed. Farol Literário (2014)



Férias, viagem, avião, aeroporto, praia, sossego! Nada melhor do que um livro para essas situações, não? Sim, isso quando não se tem uma criança, o que acaba exigindo atenção praticamente o tempo inteiro. Nesse caso, em se querendo manter o hábito e o prazer de uma leitura, pode estar certo que um "Guerra e Paz" não é  a melhor opção, pois além de não conseguir dedicar a devida atenção ao livro você provavelmente não conseguirá terminá-lo no seu período de férias. Pensando nisso, em minhas breves férias deste ano optei por levar algumas publicações de quadrinhos que havia comprado fazia alguns meses mas que, tendo dado prioridade a outros livros, não havia lido ainda.
Levei para leitura dois contos de Edgar Allan Poe adaptados para HQ's, "O Poço e o Pêndulo", que na época que li em "Histórias Extraordinárias" manteve-me tenso durante toda a ação; e o clássico "Assassinatos na Rua Morgue", um dos precursores do romance policial de detetives na história da literatura. Curiosamente, o primeiro, adaptado por Sean Tulien, não me impressionou tanto na versão quadrinhos, carecendo talvez de alguma ousadia maior do ilustrador, o filipino J.C. Fabul, utilizando, quem sabe, mais sombras, trevas e ocultando mais elementos do leitor. Desapontou-me um pouco, devo admitir. Por outro lado, o mistério da Rua Morgue, adaptado por Carl Bowden e ilustrado por Emerson Dymaia, foi uma surpresa positiva, sustentando o mistério de forma muito competente, ao contrário de outra HQ do gênero que li há algum tempo atrás, "Morte na Mesopotâmia", adaptação de Agatha Christie, onde o formato claramente mostrou-se inadequado à trama. Neste, com um Auguste Dupin lembrando um pouco o Sandman de Neil Gaiman, a cena das morte é muito bem conduzida, o arrastar das investigações é ágil e objetivo como o formato exige mas não deixa escapar as pontas e a conclusão é muito bem apresentada com capacidade para surpreender o leitor da HQ que não conheça o conto original.
A coleção, do núcleo de HQ da editora Farol Literário, ainda conta com as adaptações de "A Queda da Casa de Usher" e "Coração de Delator" de Poe, que não li ainda, mas que independentemente do resultado menos satisfatório ou interessante que alguma possa apresentar como adaptação, só pela iniciativa de trazer ao grande público a obra deste autor tão importante e cuja obra, impressionante, incrível, fantástica, se presta tão bem para a linguagem quadrinhos, e de outras obras relevantes da literatura mundial, já merece todos os elogios.



Cly Reis

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Quadrinhos no Cinema #10 - "Oldboy", de Park Chan-wook (2003)



Hipnotizante, uma historia que foge da realidade, para falar a verdade bem maluca, com personagens bem estereotipados mas que funcionam muito bem. Não posso falar muito do filme por que ele merece ser visto. "Oldboy" um roteiro inteligente e cheio de reviravoltas que irão fazer você ficar de boca aberta.
Sem saber por quem e nem porquê, Oh Dae-su (Min-sik Cho) fica preso em um quarto durante 15 anos. Ao sair daquele lugar procura entender o que se passou em sua vida. Mesmo afastado de tudo, Oh Dae-su foi acusado de matar sua mulher e agora quer vingança, custe o que custar.
O inicio do filme pode parecer meio confuso e pode ser bem difícil absorver os primeiros 15 minutos mas passado o susto inicial, (não o da violência, porque essa só aumenta) você já consegue entender o filme, e se identificar com Oh Dae-su.  Aliás, este é um aspecto bem interessante do filme (para alguns), estilo violento exagerado com cenas tão fortes que fazem por vezes você virar o rosto para outro lado, ao melhor estilo Tarantino (detalhe: este filme ganhou o prêmio do júri em Cannes no seu ano de lançamento. Sabem que era o presidente do júri? Ele mesmo, Tarantino).
Dae-su (Min-sik Choi), nem preciso falar nada.
Min-sik Choi no papel de Oh Dae-su, tem uma atuação formidável conseguindo transmitir toda loucura de um homem que fica preso por muitos anos. Tudo funciona no personagem para o torná-lo carismático. Oh Dae-su, não agrada apenas pelas ótimas cenas de luta, como na MARAVILHOSA sequência da luta com o martelo (assim que ele pegar o martelo, você só para de olhar para a tela depois que ele largar o martelo, ok?), mas também pelos dramas que passa. Enquanto você esta distraído com a ação frenética e sangue jorrando, o filme tenta mostrar a influência da televisão na vida das pessoas. Oh Dae-su, passa praticamente 24 horas por dia, enquanto esta preso, assistindo à TV, e através dela aprende a lutar. É a sua janela para mundo como para muitos também é a internet .
Oh Dae-su e Mido: que casal! ops...que dupla.
É um filme de formação. Oh Dae-su, tem apenas uma certeza: a vingança. O resto são dúvidas, o que aconteceu com sua filha? Por que ele estava preso? O que mudou no mundo? E vamos acompanhando essa formação do personagem, psicológica e física. Falando assim por cima, Oh Dae-su parece um personagem unidimensional que só pensa em vingança, mas não é, neste processo de descobrir o homem que lhe tirou a liberdade, muitas coisas acontecem que eu não vou revelar. Kang Hye Jung está ótima como Mi-do, de aparência frágil e delicada mas de personagem muito forte, acaba se tornando uma grande aliada de Oh Dae-su. Não tem tanta evolução como o personagem principal, mas é igualmente importante no desenrolar da trama. O vilão é ótimo, mas não vou falar muito dele porque se você não viu filme vai estragar sua experiência (Ei, psiu! Se viu, chega aqui pertinho. Que FDP esse Lee Woo-jin, não é?)
Park Chan-wook tem uma direção competente a excelente narrativa. Nada no filme é por acaso, tudo que esta em cena tem algum sentido, uma importância, como as asinhas no começo do filme, por exemplo. Prepare-se para ficar hipnotizado por "Oldboy", só não saia por aí dando spoilers. Cuide muito bem da sua língua.
Que sequência espetacular!


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Quadrinhos no Cinema #9 - "Akira", de Katsuhiro Ōtomo (1988)



Complexo, tenso, violento, colorido e real, esses são alguns adjetivos para animação "Akira". Assim que você acaba de assistir o filme, fica com ele na cabeça, perguntas surgem, como "o que foi que acabei de assistir?", e quando um filme continua na sua cabeça, mesmo depois que acaba é uma ótima sensação.
Kaneda é um líder da gangue de motoqueiros que tem um amigo (Tetsuo) envolvido em um projeto governamental secreto. Para salvar seu amigo Kaneda pede ajuda para vários grupos como ativistas anti-governo, políticos gananciosos, cientistas irresponsáveis e poderosas forças militares. Ao mesmo tempo, Tetsuo vai desenvolvendo incríveis habilidades e vai atras de Akira.
2019, depois término da terceira guerra mundial, somos apresentados à cidade de Neo-Tokyo, local onde há alguns anos acontecera uma explosão nuclear. O cenário ciberpunk, pós apocalíptico, consegue ser belo e horrível ao mesmo tempo. Belo porque, visualmente falando a animação é perfeita e suas cores são maravilhosos, mas horrível porque vemos a destruição por toda parte e a escola onde Kaneda e sua turma estudam mostra bem do que estou falando. As críticas sociais que o filme pretende abordar ão exploradas de forma magistral e nesse ponto ele é perfeito, mas no que diz respeito a explicar o que é o AKIRA fica um pouco confuso. Faltaram elementos na narrativa que explicassem bem a função do Akira e das outras crianças. Talvez se se fixasse um pouco mais do relacionamentos entre eles uma vez que Akira fazia parte daquele grupo de crianças isso tivesse funcionado melhor. Talvez pelo fato do filme ter sido lançado enquanto o mangá ainda estava em circulação, fique a sensação de que no mangá esta questão é melhor abordada, até porque, mesmo mantendo a essência da obra, para o longa teve-se que criar um final diferente. Não precisava ser aquela coisa estilo Nolan, respondendo tudo, não deixar espaço para questionamentos mas em "Akira", assistimos tudo pela visão de Kaneda, que não sabe nada, e temos apenas uma breve explanação do que seja o Akira por parte de Key, a garota que explica para Kaneda, mas que, por sua vez, também não sabe muita coisa. Só senti que faltou Akira.
Que coisa linda, uma perseguição de motos
e ao fundo NeoTokyo.
O futuro que o filme mostra é bem plausível, mas sua ficção se relaciona bem com o nosso presente (mesmo sendo de 1988). Políticos corruptos que fazem todos os tipos de alianças pelo poder, gangues de jovens drogados amedrontando as cidades, jovens que não acreditam em lideranças políticas e militares e que, sem esperanças para o futuro, buscam lideranças entre eles. Fanáticos religiosos se julgando a salvação da sociedade, tentando transformar tudo na obra de DEUS, e quem estiver contra eles este errado, ameaças terroristas, governos militarizados, tudo isso é muito atual. Além de ser um filme com conteúdo é também belo. O design dos personagens é ótimo, suas roupas, a ambientação, o cenário futurista que chama o espectador para dentro do filme, sem esquecermos a maravilhosa moto do Kaneda. A abertura do filme é sensacional, já seguida pela  perseguição de motos, ao mesmo tempo que temos um homem fugindo com uma criança... tudo muito frenético, você perdido mas já completamente imerso.
Uma obra para se assistir várias vezes. Na primeira você vai ficar apaixonado pelas cores e efeitos, pela trilha e não vai pegar a historia, depois, nas vezes seguintes, vai entrando mais e mais naquele mundo caótico. Já falei o que me incomodou no filme, mas o qu não tira seu brilho. "Akira" é um clássico! Vai tocando em assuntos importantes de serem discutidos, de uma maneira direta, mesmo sem parar para explicar. Junte-se a Kaneda e depois me diga, afinal, o que é AKIRA?
Takashi (#65), Kyoko (#25) e Masaru (#27) ou podem chamar de crianças velhas.



sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Quadrinhos no Cinema #8 - "Dredd", de Pete Travis (2012)



Direto, discreto e extremamente competente, esses são os adjetivos para este filme, que podem também serem utilizados para descrever o protagonista. O juiz Dredd (Karl Urban), o mais temível dos Juízes que fazem a segurança da cidade de Mega City One. Detalhe: esses policiais devem agir como juiz, júri e carrasco. Dredd recebe uma missão: fazer um teste com uma juíza novata, a poderosa médium sensitiva Cassandra Anderson (Olivia Thirlby). Os dois vão até Peach Tree uma espécie de favela dentro de um prédio de 200 andares onde acabam presos e de onde só poderão sair se vencerem a traficante e chefe de do lugar, conhecida por seu modo cruel de matar suas vitimas, “Ma-Ma”(Lena Headey). E é lá, dentro desse prédio, que o longa, em quase sua totalidade, se passa nessa luta de Dredd e Anderson pela sobrevivência.
Lena Headley, como Ma-Ma.
Odeio julgar pela aparência, mas com um visual desse
não tinha como ser boa coisa.
"Dredd" é um filme de baixo orçamento, se comparar a outras adaptações de quadrinhos, mas com a criatividade do diretor consegue ter boas soluções técnicas, e neste aspecto o filme se sai bem. Algumas decisões do diretor podem ser vistas como erros ou algo negativo, dependendo do gosto do espectador. A primeira é o a escuridão do filme, tudo acontece dentro das sombras, as roupas são escuras, temos apenas luzes artificiais no prédio, quase não vemos a luz do dia. Eu, pessoalmente não fiquei afetado e gostei desta escolha. Consegue dar um ar diferente da adaptação de 1995 estrelada por Silvester Stallone que é bem divertida mas não é Dredd de verdade.
Outra escolha do diretor que me parece acertada foi utilizar um "bullet time" para mostrar o efeito da droga Slo-Mo. Apesar de ser uma técnica já bastante utilizando nos filmes de hoje, mas a maioria das vezes sem proposito para a filme, colocam só por que é legal, aqui esse efeito de câmera lenta realmente faz sentido e misturado com as cores do filmes causa um efeito de "viagem" muito bacana.
Fora os efeitos especiais, o maior destaque foi a atuação de Karl Urban como Dredd. Parece que ator estudou bastante, leu as HQs, por que consegue representar fielmente o personagem. E um detalhe importantíssimo: Dredd não tira o capacete durante todo o filme (palmas!) e mesmo assim Karl Urban consegue dar um show abusando dos trejeitos da boca. Lena Headey apesar de pouco tempo de tela também me agradou. Conseguia ver a loucura e maldade nos seus olhos.
Dredd é um longa bem honesto, vem com uma proposta simples e consegue cumprir seu objetivo. É um bom filme de ação policial, nada além disso. Podemos até ver uma critica social, mas isso é mais explorado na HQ, aqui o foco é na ação.
Cassandra Anderson e Dredd é muito tiro, porrada e bomba.



sábado, 29 de agosto de 2015

Quadrinhos no cinema #6 - “ Watchmen - O Filme”, de Zack Snyder, (2009)


Adaptação que divide opiniões
por Vagner Rodrigues


Sem rodeios, já vou avisando que gostei do filme de Zack Snyder. O cara sabe fazer adaptações de quadrinhos, está longe de ser um grande diretor, mas é competente, assim como seus filmes. No ano 1985, numa realidade alternativa, no auge da guerra fria, todos os olhares estavam voltados para a possível guerra nuclear entre EUA X URSS. Enquanto isso, nos Estados Unidos, o vigilante Rorschach (Jackie Earle Haley), investiga a morte de outro vigilante, Edward Blake, O Comediante (Jeffrey Dean Morgan), e desconfia que alguém está tentando matar os vigilantes. Rorschach então avisa seus ex-colegas mascarados, conhecidos como WATCHMEN , sobre suas suspeitas. Conforme a investigação se a profunda, mais tenso vai ficando o clima entre o grupo de supers.
Um filme de ação muito bem feito, porém, muito distante da profundidade da HQ, esse distanciamento também ocorre na construção dos personagens, que são bem mais profundos do que aparece no longa. O filme chegou aos cinemas com uma expectativa enorme, devido ao grande número de fãs que a HQ tem, porém essas expectativas não foram alcançadas, para a maioria dos fãs. Entendo que Zack Snyder não teria tempo para aprofundar mais a trama do filme, pois estamos falando de Hollywood. Então em alguns momentos vira apenas um filme de ação com a assinatura de Snyder, onde os personagens que em sua maioria são apenas humanos comuns fantasiados de super-heróis, aqui são apresentados com poderes fantásticos, tirando em alguns momentos, aquele clima mais pé no chão da história original.
Dr. Manhattan, eu esperava mais de você.
A falta de desenvolvimento dos personagens contribuiu muito para as atuações do filme em geral. Coruja II (Patrick Wilson), nas cenas de ação convence, mas de resto... Espectral II (Malin Åkerman) está incrivelmente sexy, e só isso, Doctor Manhattan (Billy Crudup), foi a grande decepção do filme, da grandeza que o personagem tem na HQ, no filme, só ficou seu pinto gigante, Ozymandias (Matthew Goode),também é outro personagem que perdeu muito nesta passagem de HQ para cinema. O grande personagem do filme é Rorschach, ainda mais se você assistir a versão do diretor, que consegue dar um pouco a mais de tempo de tela para o personagem, mas o suficiente para o entendermos melhor. Rorschach tem cenas fantásticas, como sua tentativa de fugir da polícia, e sua chegada à prisão mostrando para os outros detentos quem manda. Ótima atuação de Jackie Earle Haley. Outro destaque vai para Jeffrey Dean Morgan como O Comediante que, apesar do pouco tempo em cena, tem uma grande atuação.
Rorschach, difícil de escrever, de falar, entender,
mas muito fácil de se encantar com esse jeitinho meigo dele.
Mas temos sempre que lembrar que é uma adaptação da HQ,  e que não tem porque ser (talvez se fosse uma série de TV) exatamente igual à revista, senão apenas ler o quadrinho bastaria.  "Watchmen - O Filme", é uma  outra versão da história. Dentro deste cenário, como adaptação é competente. Por mais que o filme apele para as fantásticas cenas de luta, e não desenvolva bem os personagens, a trama consegue nos passar o ar realista da estória, onde conseguimos sentir realmente como seria um mundo com mascarados justiceiros colocando bandidos na cadeia. Esse tom realista faz do filme algo muito diferente dos filmes de super-heróis que tínhamos até o momento, o que foi extremamente positivo, uma vez que trouxe uma visão mais complexa sobre o assunto.
Um aspecto que colaborou muito na narrativa do filme foi ótima trilha sonora que tem Bob Dylan, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Billie Holiday, Nina Simone até a competente (no meu ponto de vista) My Chemical Romance. Quase todas as músicas dialogam muito bem com cena, foram escolhas perfeitas, exceto uma, que ficou muito forçado (ganha um sorvete quem acertar qual foi)*.
"Watchmen - O Filme", realmente dividiu opiniões, e divide até hoje. Como filme de super-heróis, ele é muito bom, diria um pouco acima da média pela forma como aborda o tema (vamos lembrar mais uma vez, é uma adaptação). Mas deixo a dica para que você assista a versão estendida, (eu sei tem 3 horas é um pouco demais), mas vai valer a pena, tem um pouco mais (bem pouquinho) da noção que os humanos comuns do dia a dia tem dos Supers.
Os efeitos visuais são ótimos.

*(Promoção do sorvete: quem respondeu que a cena é a que o Coruja II e a Espectral II fazem sexo e o filme fica boa parte em uma tensão sexual dos dois, e quando começa a cena mais quente, começa a tocar "Hallelujah" do Leonard Cohen" e a nave do Coruja começa a disparar chamas e sair fumaça, acetou. Eu particularmente achei bem forçado. Os acertadores devem reivindicar seu sorvete junto aos editores-chefes do blog.)

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Quadrinhos no Cinema #5 - "Sin City - A Cidade do Pecado", de Robert Rodriguez, Frank Miller e Quentin Tarantino (2005)


Uma das mais fiéis adaptações de HQ's para o cinema
por Vagner Rodrigues



Uma impressionante, fantástica e extremamente cinematográfica HQ, escrita por um dos maiores autores de todos os tempos, Frank Miller, um homem que influenciou (e continua influenciando) toda uma nova geração, com certeza ganharia sua adaptação para as grandes telas. Mas quem iria dirigir? Por que não o próprio Frank Miller? Claro, contando com ajuda de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino. "Sin City", é um filme bem honesto e muito fiel à HQ.
As cores de "Sin City"
O longa conta a história de três volumes da HQ, como se fossem pequenos curtas, mas mantendo uma ligação entre eles. Todas as histórias se iniciam com um pequeno prólogo, e se passam em Sin City. A primeira é “That Yellow Bastard”, que traz Bruce Willis como Hartigan, um detetive durão que impede o filho pedófilo de um importante politico da cidade de fazer mais uma vitima, mas acaba sendo incriminado e vai para cadeia. Deste capítulo, num primeiro momento, apenas a primeira parte é mostrada. Logo em seguida, vem o capítulo "The hard goodbye", temos Marv (Mickey Rourke ), um homem violento que vai atrás de vingança após a morte de sua amada, uma prostituta, a bela Goldie (Jaime King ). Segunda parte, “The big fat kill”, conta um pouco da briga de policiais corruptos e prostitutas na velha Sin City. O confronto gira entorno de Jackie Boy (Benicio Del Toro), Dwight (Clive Owen) e a chefe das amantes de aluguel, Gail (Rosario Dawson). Sequências de ação bem exageradas e divertidas marcam esse capitulo, que teve Quentin Tarantino na direção em uma das cenas finais. A terceira e última parte, é o final de “That Yellow Bastard”, onde Hartigan sai da cadeia e vai atrás de Nancy Callahan, a menina que ele salvara e que  agora cresceu e virou uma stripper, cuja personagem adulta foi vivida pela coisa mais linda , fantástica, espetacular, Oh my GOD, Jessica Alba.
Nos quadrinhos, cada capítulo é contando de forma separada, no filme a montagem se perde um pouco, e a historia acaba ficando confusa. Essa necessidade de ligar todos os capítulos para formar uma grande historia, fazendo que  um capítulo da HQ seja divido em dois, acabou não funcionando. Se você é muito fã da HQ, acho que esse e com certeza o ponto que mais vai lhe incomodar.

Eu simplesmente adorei Marv.
Mas também, com essa carinha fofa,
como não gostar?
"Sin City - A cidade do Pecado”  é uma excelente adaptação. A HQ funciona perfeitamente como uma storybord para o filme, até porque, Frank Miller entende muito de narrativa cinematográfica e sua decupagem foi perfeita. Os efeitos também são algo a se destacar, o cenário todo foi construído digitalmente (e muito bem construído), o filme é preto e branco, onde poucas coisas acabam sendo coloridas, apenas as que realmente importam, como sangue, lábios, o cabelo de Goldie, a pele do bastardo. Esse visual preto e branco consegue passar muito bem o clima noir dos quadrinhos.  As cenas de ação são fantasticamente bem coreografadas e dirigidas.  As atuações foram bem competentes, Bruce Willis, foi Bruce Willis, Benicio Del Toro está muito divertido, mesmo depois de morto ele continua muito bem no filme, Jessica Alba (aaaaaaaaaaaaiai), muito sexy, só faltou ela mandar “nudes”, já que o papel é de stripper, mas a atriz se negou a fazer cenas de nudez. O destaque fica por conta de Mickey Rourke como Marv, um real brucutu.
Uma das melhoras adaptações de quadrinhos para o cinema de todos os tempos, sem duvida, o longa respeita demais a HQ. Visualmente é perfeito, um ótimo filme de ação, não o acho violento demais, até porque, a violência aqui é muito caricata, as atuações convincentes, sob o comando de ótimos diretores. Então pare com os discursos de ódio nas redes sociais e vá até a Cidade do Pecado fazer justiça com suas próprias mãos.

Nem sei o que falar...

terça-feira, 30 de junho de 2015

Quadrinhos no Cinema #4 - "Scott Pilgrim Contra o Mundo", de Edgar Wright (2010)



A onda Cult dos Quadrinhos




Vamos misturar quadrinhos, música e videogame, depois colocar isso dentro de um filme, vai sair o excelente "Scott Pilgrim Contra o Mundo". Uma obra divertida, muito bem feita, com personagens fantásticos, cheio de referências sobre a cultura pop, mas que só vai funcionar se você estiver por dentro desta cultura.
Scott Pilgrim (Michael Cera) é um adolescente canadense, guitarrista de uma banda de garagem sem nenhuma fama chamada “Sex Bob-omb", que acaba de ser dispensado por sua namorada Kim Pine (Alison Pill), e essa sim passa a ser uma grande estrela da música. Para superar isso ele começa um namoro com Knives Chau (Ellen Wong) que se torna a fã número 1 de sua banda. Mas sua vida muda mesmo, quando ele conhece a entregadora de encomendas especiais do Amazon, Ramona Victoria Flowers (Mary Elizabeth Winstead), por quem ele acaba realmente se apaixonando. Porém, alguns "pequenos" empecilhos impedem os dois de ficarem juntos: "Os 7 ex-namorados do mal" de Ramona. Sim, para ficar com sua amada Scott terá que duelar e vencer todos os sete. 
O "belo" casal Scott e Ramona
A história é bem boba, mas funciona porque há diversos personagens interessantes. Além do casal Scott e Ramona, onde Michael Cera está perfeito como Scott Pilgrim, há outros excelentes, como os companheiros de banda de Scott, o amigo gay com quem Scott mora junto e sua irmã mais velha, que vive julgando as atitudes de seu irmão, todos grandes coadjuvantes que garantem muitas risadas. 
Scott Pilgrim é um filme que dialoga com outras artes, e tudo muito bem feito. O filme tem muitas referências aos jogos de videogames, toda vez que Scott luta contra um dos "sete ex-namorados do mal", o duelo é igual ao dos jogos de luta. Ele utiliza superpoderes, voa, tem super força, e sempre que Scott vence um combate, os adversários viram moedas como se cada namorado fosse um chefe de fase e o prêmio final de Scott é ficar ao lado de sua amada (Alô Mario!), e isso é fantástico, especialmente se você for fã dos jogos de videogames.
Outras referências vão aparecendo ao longo do filme, e são bem colocadas. É um filme que fala sobre jogos, sem necessariamente ser um filme sobre videogame. A trilha sonora também é muito boa, com uma pegada Rock Indie, bem dinâmica e dançante.
A 'porradaria' frenética que mistura
HQ's, games e rock'n roll.
A obra tem um andamento um pouco diferente da HQ escrita por Bryan Lee O'Malley por escolha dos roteiristas, algo que não me incomodou, mas pode desagradar alguns. O ponto positivo do filme, e também o negativo, é que por fazer muitas referências aos games e por conta desse cenário mais underground da música, o filme fica bastante específico para agradar certo público e as pessoas que conhecem essas referências, e se você não está na onda "nerd cult" dos últimos anos o filme certamente não vai dialogar muito bem com você. Isso fez com que o filme fosse um sucesso de crítica, porem não de público, e por conta disso, comercialmente o filme não foi bem.
Este é um filme super agradável de assistir, de fácil compressão, mas você tem que estar disposto a aceitar as maluquices dele e sua montagem frenética. É um filme diferente, quase que experimental, e se você aceitar isso, vai ser uma grande experiência assisti-lo. 
A ambientação bem feita, atuações convincentes, e a narrativa dinâmica de jogos de videogame, me conquistaram, por isso, peço para que você dê uma chance a ele, assopre os cartuchos do seu videogame, tire o pó das fitas K7 e assista ao filme!


O grande elenco do filme.
Destaque para dois "ex-namorados do mal": Chris Evans, o atual Capitão América da Marvel,
e Brandon Routh, o Superman, de "Superman Returns"