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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

COTIDIANAS nº 607 ESPECIAL 10 ANOS DO CLYBLOG - O Estranho Caso do Grilo Cósmico




"O ESTRANHO CASO DO GRILO CÓSMICO"
RODRIGO LEMOS
O grilo entrou no consultório do psicanalista sentindo-se esperançoso. Estava cansado de viver grilado e o doutor haveria de ajudar. Olhou ao redor. Caixa de lenços na mesinha, foto do Freud na parede e um quadro com girassóis do Van Gogh. Deitou no divã e abriu o coração. Falou até cansar. Riu, chorou, deu-se conta de coisas que havia ignorado por anos e achou que já estava melhorando. Finalmente o analista, que era um bode, coçou a barbicha e sentenciou.
"Teu caso é raro. Tu queres comer o teu pai e matar a tua mãe. Tem tratamento mas não vai ser rápido nem barato. Agora fala com minha secretária para acertar os honorários e agendar a próxima consulta." O grilo saiu do consultório meio desapontado. Botar para fora seus problemas, traumas e angústias lhe fizera muito bem mas não queria gastar todo o tempo e o dinheiro que o tratamento iria custar. Optou então por uma solução mais rápida. Pegou velas, tambor, charutos e uma galinha preta e foi para uma encruzilhada evocar alguma entidade que pudesse lhe ajudar. Mal começou a batucar e de uma nuvem de enxofre saiu um coelho branco chamado Mephistopheles. "E aí meu chapa, o que vai ser? Fama, talento, fortuna?" O grilo disse que só queria ser feliz. O coelho deu uma gargalhada. "Só? Tu deves estar me gozando. Nada é mais complicado que ser feliz. E acha que vai pagar com galinha velha e charuto barato. Cada um que me aparece. Nem tua alma vale muito. Se fosse um louvadeus que passa a vida rezando e me trouxesse uma caixa de charutos de luxo ainda assim ia ser difícil. A felicidade dura poucos instantes e escapa entre os dedos, é como um gol anulado. " Assim como surgiu o coelho desapareceu. O grilo então resolveu ficar sozinho e procurar dentro de si. Mas ficar sozinho e mais difícil do que parece. Onde ele ia aparecia alguém para conversar e perguntar o que ele estava fazendo, o que estava procurando, o que estava sentindo, no que estava pensando. Foi então que ele pulou numa cama elástica até entrar em órbita e viajar pelo espaço sideral. No espaço ao encontrar consigo mesmo e mais ninguém o grilo percebeu que todos os outros eram ele. Que tudo tinha saído da sua cabeça de grilo. Ele imaginara um universo inteiro para se distrair e não olhar para o que realmente importa. E o que realmente importa é nada. Nada tem a menor importância.



****





Rodrigo Lemos é músico nascido em Porto Alegre e residindo atualmente em Londres, na Inglaterra, onde é professor de música. Rodrigo já colaborou com o ClyBlog em outras oportunidades com textos na própria  seção Cotidianas e também nos Álbuns Fundamentais.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

cotidianas #595 - Olhe as Estrelas



"A Noite Estrelada", Van Gogh, Vincent
- Olhe as estrelas. Sabe uma coisa que eu adoro pensar sobre elas? Que elas já estão mortas. Digo… - Não. Não é assim que eu quero falar. Não é desse jeito. Deixa-me recomeçar. Não é que eu ache bonito o fato delas provavelmente já terem explodido em bolas de luz frias e sem vida. É só que, pela distância, muitas delas provavelmente já morreram. Mas o que elas deixaram para trás ainda continua lindo e belo e ainda brilha. Espera. Preciso analisar a situação. Preciso ter certeza se de algum jeito misterioso ele está entendendo o que eu estou falando. Mesmo que talvez ele não esteja escutando.
- Se lembra de quando nos conhecemos? Era um dia sem estrelas, é verdade. Não vou fantasiar aqui e dizer que era o céu mais estrelado e bonito do mundo. Não era. Era um céu preto pálido e feio. Daqueles dias pálidos e feios que ficam entre as fotografias. Que ficam entre as datas especiais. Aqueles dias de cumprir tabela. Daqueles em que eu chegava em casa cansado e você já estava dormindo e, a não ser pelo calor do seu abraço ao deitar na cama, teria sido um dia sem significado. Era um desses dias para mim quando nos conhecemos. Um dia qualquer da minha vida. E confesso que não achei que fosse você ser o amor da minha existência quando te vi, tomando café sozinho.
Será que estou sendo confuso? Penso no que você diria se você de fato pudesse ouvir tudo o que eu estou falando. Talvez mandasse parar de breguice, me mandasse lavar a louça ou dissesse com aquele tom manhoso “vem me dar um cheiro que eu estou com saudades”. Você sempre foi assim, prático e carinhoso, um beijo e um tapa, fogo e água, calor e frio contrastando e me levando para maior aventura que eu senti: ser teu namorado. Tá certo. Vou recomeçar de maneira mais racional, para você entender bem.
- Estamos com saudades um do outro, agora. Não podemos ouvir o tom de voz, sentir calor da pele, a respiração no cangote, o olho no olho, o sexo gostoso e repentino, o beijo cheio de amor, de saliva, de mordida, de língua, de pegada, de você em mim e de mim em você. Isso tudo é um fato, meu amor. Nunca mais sentiremos isso. Mas tem a saudade e é dela que eu quero falar.  Porque é ela, mesmo depois dessa morte estúpida, que vai nos manter unidos. Porque é através da saudade que vamos reviver nossos melhores momentos. Se conseguirmos ainda sentir alguma coisa, vai ser através dela. Raiva pela falta. Amor pelos bons momentos. Raiva pela morte que nos atravessou feito lâmina enferrujada. Amor pelo o que construímos um no outro, coisas que vão ficar para sempre. Porque comecei a falar de saudades para ele? Eu disse que ia ser racional e fiquei me perdendo em devaneios bobos e românticos, como sempre. Ah, lembrei o porquê.
- Falei da saudade porque saudade é mais ou menos como o espaço sideral, como as estrelas que já morreram, como a luz que ainda recebemos sem saber direito de onde vem. Você não sabe o que vai acontecer comigo. Eu não sei para onde você vai. Só sei que independente de onde você vá, quero que atinja sua missão. Não pense que o que vivemos foi em vão. Porque eu modifiquei você e você me modificou. Porque o que você me modificou, modificou você também e isso é um fluxo que não tem fim. Estamos eternamente ligados, apesar daquele acidente estúpido. Será que devo, nessa despedida, falar do acidente? Não foi culpa de ninguém. Pelo menos não foi culpa de nenhum de nós dois. O motorista bêbado não sabia que terminaria com nossa história. Não. Não. Não. Não vou falar do acidente com você. Vou falar de outras coisas nesta despedida.
- A morte não apagou nossos cafés da manhã, quando você acordava mais cedo só para preparar a mesa para mim. Uma mesa toda organizada, com uma faca para cada bolo, o açúcar destampado, a xícara soltando fumaça quente do melhor café do mundo, que era o seu. A cadela brincando nas nossas pernas, querendo atenção, tentando subir na mesa, enquanto ríamos e falávamos que ela precisava de autoridade e que você não tinha nenhuma. E você, com aqueles olhos pidões, que abraçam o mundo e me esquentavam, concordava que aplicar autoridade seria comigo... A morte não vai apagar os passeios de mãos dadas sob o sol, o calor da sua mão pegando na minha, os olhares que enfrentávamos por sermos duas pessoas do mesmo sexo andando pela rua de mãos juntas. A morte não apaga as caminhadas em que, num momento em específico, você roçava o seu pescoço no meu, e me dava um beijo estalado que me arrepiada todo. A morte não vai apagar os banhos juntos, a pele na pele, a boca no corpo, o corpo no corpo, o quente da água escorrendo junto ao quente dos nossos corpos, eu te empurrando contra a parede fria, querendo entrar em você, na sua boca, na sua alma, querendo me fundir.
Você está triste? Eu sei que você está, mas será que devo parar de falar essas coisas que você não está ouvindo? Ou talvez esteja, sei lá. Mas é que tristeza faz parte do próximo passo. Aceitá-la vai nos ajudar a seguir em frente. - Tava pensando aqui... Eu não quero que essa nossa despedida seja triste. Ao mesmo tempo em que reconheço que a tristeza faz parte da felicidade, né? Triste é sentir falta e só sentimos falta daquilo que nos faz feliz. Não quero vir aqui e dizer que tudo que passamos foi perfeito. Não foi. Seus choros e gritos vão ecoar para sempre na minha mente. Nossas brigas, nossos ataques deixaram marcas no que nós fomos. Porque quem ama sabe exatamente onde machucar. Quando amamos somos um amontoado de cicatrizes sob cicatrizes cobertas de beijinhos e cuidados. Quando eu descobri que você me traiu, aquela mensagem no celular quebrou meu espírito. Te imaginar com outro cara, tocando seu corpo, te dando carinho, te oferecendo abrigo num peitoral que você não deveria conhecer. O que me incomodou na traição não foi a traição. Agora que nada mais disso importa, posso falar. O que me incomodou foi o pacto quebrado. Não foi a falta de amor, porque eu sei que amor sempre existiu. Foi a falta de algo mais que até agora não sei o que é. E, não é daqui desse cemitério, que terei minha resposta.
Droga. Preciso me despedir. Preciso ir embora. Preciso deixar você virar lembrança, saudade, virar passado. Preciso e não quero. Vou falar. Só quero dizer uma última coisa antes de partir. Você me trouxe sentimentos em vida que continuarão ecoando como a luz das estrelas que já morreram. Do mesmo modo espero que minha lembrança se torne para ti algo possível de ser vivenciada, sem dor, sem machucados. Mesmo estando aqui, neste cemitério, enterrado e morto, pronto para partir, quero que você lembre como meu amor vai brilhar mesmo depois dessa minha morte. Te amo. Tenha uma vida linda e encontre a felicidade que você uma vez encontrou comigo.



Luan Nscimento

segunda-feira, 5 de março de 2018

Oscar 2018 - Os Vencedores



Frances McDormand, uma das atrações da noite,
conclamou suas colegas a erguerem-se
em nome da igualdade de oportunidades.
E viva México! Parece que nos últimos tempos a festa do Oscar passou a ser uma grande celebração mexicana. Nos últimos cinco anos, nada mais nada menos do que em quatro oportunidades diretores daquele país receberam prêmio de melhor direção, sendo que em duas delas fizeram dobradinha filme/diretor. Não é pouca coisa! Desta vez foi a poesia visual fantástica de Guillermo del Toro, "a Forma da Água" quem conquistou a academia e levou os principais prêmios da noite para casa. Para completar a festa mexicana, "Viva - A vida é uma festa" bateu o favorito "Com amor, Van Gogh" e faturou o prêmio de animação e levou de quebra ainda o de melhor canção original.
De um modo geral não houve grandes surpresas e os prêmios ficaram bem distribuídos. "Dunkirk", de Christopher Nolan, dominou nos prêmios técnicos levando em três categorias, "Três Anúncios para um Crime" teve premiadas suas atuações individuais com prêmios de ator coadjuvante e atriz principal e "O Destino de Uma Nação", além do Oscar de maquiagem garantiu o primeiro e merecidíssimo troféu para Gary Oldman. "Blade Runner 2049 também ficou com dois, o de efeitos especiais e fotografia e nas categorias de roteiro, o elogiadíssimo "Me chame pelo seu nome" ficou com o de adaptado e o inusitado "Corra!" o de roteiro original, premiando o primeiro roteirista negro no Oscar. Destaque também para a categoria de filme estrangeiro, vencida pela produção chilena "Uma mulher fantástica", que trouxe a primeira protagonista transexual da história no Oscar.
Ao contrário do que eu imaginava, considerando a cerimônia do Globo de Ouro, as manifestações feministas e as questões de assédio não roubaram a cena. Frances McDormand, no entanto, vencedora do prêmio de melhor atriz, não deixou passar a oportunidade e o assunto, e numa manifestação oportuna e na medida certa, lembrou a desigualdade de oportunidades nos estúdios e pediu o apoio de todas as mulheres presentes, ao que foi atendida prontamente com uma salva de palmas em pé.
Numa cerimônia sem percalços ou imprevistos conduzida de maneira bastante competente por Jimmy Kimmel, os mesmos protagonistas do episódio da troca de envelopes do ano passado, Warren Beatty e Faye Dananway, foram chamados novamente, para desta vez anunciarem, sem susto, "A Forma da Água" como grande vencedor de 2018.
Olha, tô achando que a Academia tenha que começar a tomar medidas tipo as do Trump pra barrar esses chicanos porque eles não sabem brincar: se deixar participar, os caras levam.

Confiram abaixo todos os premiados da noite.


Guillermo del Toro o grande vencedor por seu
"A Forma da Água"
MELHOR FILME
A Forma da Água

MELHOR DIREÇÃO
Guillermo del Toro (A Forma da Água)


MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
A Forma da Água



MELHOR TRILHA SONORA
A Forma da Água

MELHOR ATOR
Gary Oldman (O Destino de uma Nação)

MELHOR ATRIZ
Frances McDormand (Três Anúncios para um Crime)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Sam Rockwell (Três Anúncios para um Crime)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Alison Janney (Eu, Tonya)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Corra!

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Me Chame pelo Seu Nome

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Viva - A Vida é uma Festa

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Uma Mulher Fantástica (Chile)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Ìcaro

MELHOR FOTOGRAFIA
Blade Runner 2049

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"Remember Me" (Viva - A Vida é uma Festa)

MELHOR FIGURINO
Trama Fantasma

MELHOR MAQUIAGEM
O Destino de uma Nação

MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
Blade Runner 2049

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Dunkirk

MELHOR MIXAGEM DE SOM
Dunkirk

MELHOR EDIÇÃO
Dunkirk

MELHOR CURTA-METRAGEM
The Silent Child

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
Dear Basketball

MELHOR CURTA-METRAGEM DE DOCUMENTÁRIO
Heaven is a Traffic Jam on the 405




C.R.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

"Com Amor, Van Gogh", de Dorota Kobiela e Hugh Welchman (2017)



Cheia de cor, deslumbrante, uma verdadeira obra de arte, mas que ao mesmo tempo é carregada de uma enorme melancolia. O “Com Amor, Van Gogh” não poderia ter sido feito de uma maneira diferente: a melhor maneira de contar a vida de artista que pintava sua vida só poderia ser feita através de suas obras, e nesse aspecto o longa  é perfeito.
O filme é uma investigação aprofundada sobre a vida e a misteriosa morte de Vincent Van Gogh através das suas pinturas e dos personagens que habitam suas telas. Animado com a técnica de pintura a óleo do pintor holandês traz entrevistas com os personagens mais próximos e reconstruções dos acontecimentos que precederam sua morte.
A arte de "Com Amor, Van Gogh" é tão deslumbrante que o espectador quase nem se apercebe de sua narrativa um pouco travada. A história demora um pouco ganhar força e para fazer o espectador embarcar na ideia de investigar a morte (misteriosa) de Van Gogh.
A triste e solitária vida de um gênio.
Visualmente não há falhas. O filme é uma obra perfeita. Suas cores são fantásticas digna de uma obra do próprio artista. A historia carrega toda uma melancolia e por mais que tenha momentos alegres e tente passar uma bela imagem do artista (e consegue), sempre vem algo e puxa você para baixo. Como uma depressão, o que faz muito sentido com a vida do artista.
Você ter a honra de acompanhar os últimos dias de Van Gogh, por mais triste que seja, é uma grande experiência embora decididamente não seja não é algo tão positivo devido toda a depressão que recaía sobre Vincent em seus últimos momentos.
“Com Amor, Van Gogh” é baseado em relatos das pessoas que viveram com Van Gogh ou que moravam na cidade e o viam diariamente. É uma delicia passear por suas obras pois vão mostrando os locais de suas principais pinturas  e vê-las, assim, em movimento, realmente emociona demais.
Um equilíbrio entre o belo e o triste. O filme mostra-se bastante maduro ao encontrar esse ponto. Assim como Van Gogh, que transformava sua dor em arte, o preto e branco de sua vida em colorido em uma tela, o longa da dupla Dorota Kobiela e Hugh Welchman faz o mesmo com grande mérito e competência. Recheado de melancolia e tristeza ele não deixa de lado o colorido e mostra de maneira bela a trajetória de um dos gênios da arte que durante toda sua vida queria apenas ser reconhecido e fazer o que gostava, mas que infelizmente não passou de um homem incompreendido até mesmo considerado louco para muitos até sua morte.
Que trabalho, que empenho dessa equipe de arte!




por Vagner Rodrigues

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Oscar 2018 - Os Indicados



Guillermo del Toro, sempre impressionante visualmente,
tem seu filme como um dos favoritos ao Oscar.
E saiu a lista dos filmes indicados para o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o famoso Oscar. "A Forma da Água" do mexicano Guillermo Del Toro lidera em indicações com treze, mas "The Post", de Steven Spielberg com elenco estrelar, "Me Chame Pelo Seu Nome",  "Três Anúncios Para Um Crime"e "Lady Bird", também prometem disputarem as atenções. Destaque também para a indicação de "Logan", o primeiro filme de heróis nomeado para roteiro original, para a grande surpresa do ano, o bom "Corra!", na categoria principal, para o brasileiro Carlos Saldanha, diretor da animação "O Touro Ferdinando", indicado em sua categoria, e para a indicação de uma mulher para melhor direção, Greta Gerwig, depois de todas as manifestações de atrizes na premiação do Globo de Ouro. Embora a indicação de Greta responda à contestação de Natalie Portman quando da entrega do prêmio de diretor naquela cerimônia, ela passa longe de resolver todas as questões que envolvem a figura da mulher em Hollywood, assim, independente deste "agrado" da Academia, deveremos ver novas manifestações acerca da condição da mulher não somente dentro da indústria cinematográfica norte-americana como na sociedade como um todo. E aí? Teremos gafes como aquela do anúncio do vencedor do ano passado? Termos protestos feministas? Meryl Streep leva outra estatueta para casa? Guillermo del Toro manterá a tradição mexicana de levar o prêmio de direção, já que são três prêmios nos últimos quatro anos? Muitas perguntas aguardam resposta mas elas só serão respondidas no dia 4 de março, em Los Angeles. Até lá, o negócio é ir dando uma conferida nos títulos que já estão em cartaz e nos que estrearão até lá nos cinemas,e claro ir conferindo aqui no ClyBlog as nossas impressões sobre os filmes aqui no Claquete.
Confira abaixo as listas com todos os indicados:



  • Melhor Filme

Me Chame Pelo Seu Nome
O Destino de Uma Nação
Dunkirk
Corra!
Lady Bird - É Hora de Voar
Trama Fantasma
The Post - A Guerra Secreta
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime


  • Melhor Direção

Dunkirk - Christopher Nolan
Corra! - Jordan Peele
Lady Bird - É Hora de Voar - Greta Gerwig
Trama Fantasma - Paul Thomas Anderson
A Forma da Água - Guillermo del Toro


  • Melhor Atriz

Sally Hawkins - A Forma da Água
Frances McDormand - Três Anúncios Para um Crime
Margot Robbie - I, Tonya
Saoirse Ronan - Lady Bird - É Hora de Voar
Meryl Streep - The Post - A Guerra Secreta


  • Melhor Ator

Timotheé Chalamet - Me Chame Pelo Seu Nome
Daniel Day Lewis - Trama Fantasma
Daniel Kaluuya - Corra!
Gary Oldman - O Destino de Uma Nação
Denzel Washington - Roman J. Israel, Esq.


  • Melhor Ator Coadjuvante

Willem Dafoe - Projeto Flórida
Woody Harrelson - Três Anúncios Para um Crime
Richard Jenkins - A Forma da Água
Christopher Plummer - Todo o Dinheiro do Mundo
Sam Rockwell - Três Anúncios Para um Crime


  • Melhor Atriz Coadjuvante

Mary J. Blige - Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi
Allison Janney - I, Tonya
Laurie Metcalf - Lady Bird - É Hora de Voar
Octavia Spencer - A Forma da Água
Lesley Manville - Trama Fantasma


  • Melhor Roteiro Adaptado

Artista do Desastre
Me Chame Pelo Seu Nome
Logan
A Grande Jogada
Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi


  • Melhor Roteiro Original

Doentes de Amor
Corra!
Lady Bird - É Hora de Voar
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime


  • Melhor Animação

O Poderoso Chefinho
Viva - A Vida é uma Festa
O Touro Ferdinando
Com Amor, Van Gogh
The Breadwinner


  • Melhor Filme Estrangeiro

Uma Mulher Fantástica (Chile)
The Insult (Líbano)
Loveless (Rússia)
The Square - A Arte da Discórdia (Suécia)
On Body and Soul (Hungria)


  • Melhor Fotografia

Blade Runner 2049 - Roger Deakins
O Destino de Uma Nação - Bruno Delbonnel
Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi - Rachel Morrison
Dunkirk - Hoyte van Hoytema
A Forma da Água - Dan Laustsen


  • Melhor Documentário em Longa-Metragem

Abacus: Small Enough to Jail
Faces Places
Icarus
Last Men in Aleppo
Strong Island


  • Melhor Documentário em Curta-Metragem

Edith+Eddie
Heaven is a Traffic Jam on the 405
Heroin(e)
Kayayo: The Living Shopping Baskets
Knife Skills
Traffic Stop


  • Melhor Curta-Metragem

DeKalb Elementary
The Eleven O’Clock
My Nephew Emmett
The Silent Child
Watu Wote/All of Us


  • Melhor Curta em Animação

Dear Basketball - Glen Keane e Kobe Bryant
Garden Party - Victor Caire e Gabriel Grapperon
Lou - Dave Mullins e Dana Murray
Negative Space - Max Porter e Ru Kuwahata
Revolting Rhymes - Jakob Schuh e Jan Lachauer


  • Melhor Figurino

A Bela e a Fera
O Destino de Uma Nação
Trama Fantasma
A Forma da Água
Victoria e Abdul - o Confidente da Rainha


  • Melhor Maquiagem e Cabelo

O Destino de Uma Nação
Extraordinário
Victoria e Abdul - o Confidente da Rainha


  • Melhor Montagem

Em Ritmo de Fuga
Dunkirk
I, Tonya
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime


  • Melhor Mixagem de Som

Em Ritmo de Fuga
Blade Runner 2049
Dunkirk
A Forma da Água
Star Wars - Os Últimos Jedi


  • Melhor Edição de Som

Em Ritmo de Fuga
Blade Runner 2049
Dunkirk
A Forma da Água
Star Wars - Os Últimos Jedi


  • Melhores Efeitos Visuais

Blade Runner 2049
Guardiões da Galáxia Vol.2
Kong - A Ilha da Caveira
Star Wars - Os Últimos Jedi
Planeta dos Macacos - A Guerra


  • Melhor Design de Produção

A Bela e a Fera
Blade Runner 2049
O Destino de Uma Nação
Dunkirk
A Forma da Água


  • Melhor Canção Original

"Remember Me" - Viva - A Vida é uma Festa - Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez
"This is Me" - O Rei do Show - Benj Pasek e Justin Paul
"Mighty River" - Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi - Mary J. Blige, Raphael Saadiq e Taura Stinson
"Mystery of Love" - Me Chame Pelo Seu Nome - Sufjan Stevens
"Stand Up for Something" - Marshall - Diane Warren e Lonnie R. Lynn


  • Melhor Trilha Sonora Original

Dunkirk - Hans Zimmer
Trama Fantasma - Jonny Greenwood
A Forma da Água - Alexandre Desplat
Star Wars - Os Últimos Jedi - John Williams
Três Anúncios Para um Crime - Carter Burwell





C.R.


quinta-feira, 13 de abril de 2017

Exposição "Entre Nós - A Figura Humana no Acervo do MASP" - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Rio de Janeiro/RJ









A impressionante "A arlesiana" de Van Gogh.
Encerrou-se na última segunda-feira, dia 10 de abril, e eu corri para ver antes que não tivesse mais tempo, a exposição "Entre Nós - A Figura Humana no Acervo do MASP", que estava em cartaz no CCBB aqui do Rio. Não podia deixar passar uma oportunidade como essa de ver mais uma vez de perto obras de Van Gogh, Picasso, Malfatti, Renoir, Portinari, Goya e outros mestres, numa exposição rara como esta em que o MASP empresta parte de seu acervo  para exibição em outro estado.
Absolutamente impressionantes as obras dos mestres. É interessante mas para mim é sempre emocionante estar diante de trabalhos destes gênios, por mais que já tenha visto suas obras em outras oportunidades. A exposição traça um interessante percurso cronológico, com algumas exceções, dividida em cinco núcleos que apresentam a evolução não apenas técnica mas também conceitual dessa representação do homem enquanto arte, seja enquanto pintura, desenho, escultura ou fotografia. Em "Presenças", a primeira parte, o foco está na religiosidade e na espiritualidade; na segunda, "Retratos", a ênfase é a inserção do humano nos contextos que o rodeiam, dotando-o de características que identifiquem isso como postura, vestimenta, comportamento, etc.; "Corpos" abre mais as possibilidades da anterior fazendo com que figura humana, numa expressão mais intensa, manifeste intenções, anseios, desejos, inquietações; "Ações" tenta mostrar a atividade do homem em diversas situações e contextos como guerra, trabalho, lar, demonstrando, naquele momento, um interesse da arte pela relação do homem com seu espaço representando-o então de uma forma mais crítica; já "Simultaneidades", o espaço contemporâneo da exposição aponta para a multiplicidade de formas de expressão artística de representação do homem, com uma certa ênfase na fotografia e a captura de cenas cotidianas.
O trecho mais impressionante, a meu ver, foi a seção corpos, onde puderam ser admirados o incrível "Busto de Homem (O Atleta)" de Pablo Picasso, a impressionante "A arlesiana" de Vincent Van Gogh e esculturas de Degas relativas ao quadro "As Bailarinas"; já o núcleo "Simultaneidades", para mim, ficou devendo, para não dizer que, apresentado como foi, tornou-se quase desnecessário. Salvo a instalação que retratava Roberto Carlos como uma espécie de santo, de ídolo religioso, diria que a maior parte dos demais trabalhos eram bastante pouco expressivos, não somente em relação à proposta, mas principalmente em relação às quatro alas que a precederam.


Abaixo, algumas imagens da exposição.

Começando a exposição, no setor "Presenças",
o retrato do Cardeal Cristóforo Madruzzo, de Ticiano (1552)

Sant'Ana e a Virgem criança, escultura do século XVIII

São Sebastião por Pietro Peruggino
(século XVI)

Escultura de ídolo Yorubá de autor desconhecido

Desconhecido pintado por Anton Van Dyk
abrindo a parte de "Retratos"

"A educação faz tudo" de Fragonard

Detalhe do sensual "Angélica Acorrentada",
de Jean-Auguste Dominique Ingres

Toda a riqueza de expressão do Menino
de Arthur Timótheo da Costa

O belíssimo "A amazona", de Édouard Monet 

"Iracema", de Antonio Parreiras (1909)
no segmento "Corpos" da exposição

O elegante Leopold Zborovsi no retrato de Modigliani

O notável "Busto de Homem" de Picasso

"Banhista enxugando a perna direita"
de Pierre-Auguste Renoir, de 1910

Esculturas das bailarinas de Degas

A sugestão de uma criança brincando
no início da sala "Ações"

"A Taça da Dúvida" de Victor Brauner

O expressivíssimo São Francisco de Portinari, de 1941

Victor Brecheret e seu autorretrato esculpido

A chocante imagem da guerra de Lasar Segall

A  fotografia tem destaque no núcleo "Simultaneidades"

Carlos Andujar fotografou os Yanomamis

Série de desenhos de Albino Braz

"O Herói", de Anna Maria Maiolinno


A "Capoeira", retratada por Maria Auxiliadora da Silva




Cly Reis