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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

"Mank", filme de David Fincher (2020)

 

VENCEDOR DO OSCAR DE
MELHOR FOTOGRAFIA E
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO


Uma viagem à Hollywood dos anos 30
por Vagner Rodrigues


Uma mentira contada várias vezes pode virar uma verdade? Bom, é o que dizem e, particularmente, acho isso perigoso. David Fincher nos dá um belo filme, com destaque para as atuações e fotografia, porém pelo fato da história narrada que não ser exatamente uma verdade, uma vez que há muito mais coisas por trás daquilo tudo que o longa conta, coisas muito além das fofocas hollywoodianas, acabei me distanciando um pouco do filme, devo confessar.
Tecnicamente, o filme é muito bom, embora seu ritmo e o fato de ser preto e branco possa não agradar a alguns, mas isso é bem pessoal. Bem como minha maior bronca também é algo extremamente pessoal: o filme toma partido de um boato já desmentido faz muito tempo, de que Orson Welles não tinha participação nenhuma na construção do roteiro, uma das maiores lendas urbanas hollywoodianas. Esse boato ganhou força com o artigo escrito por Pauline Kael, mas mesmo na sua época, nos anos 40, já tinha sido desmentido e ficado provado que sim, Orson tivera grande participação no roteiro final de “Cidadão Kane”. Mas claro se você não se importa com esses “babados de Hollywood”, pode passar por cima disso, tranquilamente.
O trabalho técnico do filme é impecável e muito imersivo fazendo com qiue o espectador realmente se sinta na Hollywood clássica, andando pelos grandes estúdios. A fotografia em preto branco e a montagem do filme, são meus destaques. Por mais que para alguns o longa possa parecer confuso, por ser cheio de idas e vindas no tempo, se estiver atendo vai ver que antes das cenas tem uma letreiro que funciona como roteiro (roteiro no papel) de um filme, indicando se a cena é um flashback, onde ela se passa, etc. É só um detalhe pequeno mas que engrandece muito a obra. Sobre individualidades, destaque para Gary Oldman, como sempre muito bem, Lily Collins tem bastante tempo de tela e consegue apresentar bem sua personagem, Amanda Seyfried tem algumas cenas, não muitas, mas gostei dela  e não duvido que algum desses três apareça como indicado nas premiações desse ano. Sobre David Fincher, sempre aguardamos muito suas obras com grande expectativa e essa não decepciona. Desta vez e ele fez seu trabalho conta com roteiro de seu pai, Jack Fincher, e, se não tem o peso de seus grandes filmes, vale a homenagem para o pai.
Se você gosta da Hollywood dos anos 30,40, vai adorar o longa. Um belíssimo trabalho técnico, um roteiro bem atrativo, personagens fortes, uma trama principal que consegue segurar o filme, mesmo com outras coisas acontecendo, como o cenário político da época, muito bem retratado por Fincher, em um de seus grandes acertos, num cenário de fake-news que dialoga muito com tempos atuais, aliás BEM atuais. 
Longe de ser o melhor trabalho do diretor, é uma obra com inegáveis grandes qualidades. Visualmente lindo, o que nos atrai, nostálgico na medida certa, e se você já viu “Cidadão Kane”, não que seja necessário, mas se já viu, “Mank” é um bom complemento da obra de Welles (com exceção da parte que fala de Welles, mas não vou voltar para o mundo das fofocas...) Beba com responsabilidade e assista a “Mank”.
Que filme imersivo! Adorei a viagem o tempo.



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David Fincher está de volta!
por Cly Reis



"E o Oscar de melhor roteiro original vai para... Herman W. Mankewicz e Orson Welles, por "Cidadão Kane"
. Este é o ponto onde culmina o excelente "Mank", filme de David Fincher, que trata, exatamente, de todo o processo de concepção do roteiro da obra-prima de Orson Welles, todo o contexto social, político e histórico daquele momento na Hollywood pós-depressão e os envolvimentos e relações do brilhante mas complicado escritor e roteirista Herman J. Mankiewicz.
Mank, como era conhecido, era dono de uma personalidade forte, ideias bem definidas, um texto criativo e uma língua afiada. Assim, por conta, exatamente, de seus posicionamentos políticos, sua irredutibilidade, sinceridade e por não ter papas na língua, por mais brilhante que fosse, Mankiewicz passou a ser, de certa forma, persona non grata dentro do universo dos grandes estúdios de Hollywood.
Fincher nos traz essa história toda de maneira não menos incrível, com idas e vindas, flashbacks oportunos, construções de expectativa, suspenses, apresentando seu filme como uma leitura de roteiro em movimento, sob um visual de filmes noir e com uma fotografia em preto e branco espetacular.
"Mank" é, para mim, a recuperação do velho e bom David Fincher do visual dos videoclipes da época de Madonna, como em "Vogue", por exemplo, da atitude de "Clube da Luta", da astúcia de "Vidas em Jogo", da intensidade de "Se7en". "Mank", desde já se credencia como um dos grandes candidatos, em potencial, às principais categorias na próxima edição do Oscar. A luz é maravilhosa, a fotografia é incrível, Gary Oldman está espetacular no papel do protagonista, a trilha de Trent Raznor e Atticus Ross é precisa e impecável, Fincher conduz o longa com maestria, e o roteiro, do pai do diretor, sobre um dos mais incríveis e revolucionários roteiros da história do cinema, muito possivelmente está destinado, assim como foi com o filme do qual trata, a ouvir na noite de premiação da Academia, a mesma frase que foi dirigida a Mankiewcz e Welles: "E o Oscar de melhor roteiro original vai para..."

A fotografia, a luz, os figurinos, a atuação de Oldman...
tudo demais!



segunda-feira, 5 de março de 2018

Oscar 2018 - Os Vencedores



Frances McDormand, uma das atrações da noite,
conclamou suas colegas a erguerem-se
em nome da igualdade de oportunidades.
E viva México! Parece que nos últimos tempos a festa do Oscar passou a ser uma grande celebração mexicana. Nos últimos cinco anos, nada mais nada menos do que em quatro oportunidades diretores daquele país receberam prêmio de melhor direção, sendo que em duas delas fizeram dobradinha filme/diretor. Não é pouca coisa! Desta vez foi a poesia visual fantástica de Guillermo del Toro, "a Forma da Água" quem conquistou a academia e levou os principais prêmios da noite para casa. Para completar a festa mexicana, "Viva - A vida é uma festa" bateu o favorito "Com amor, Van Gogh" e faturou o prêmio de animação e levou de quebra ainda o de melhor canção original.
De um modo geral não houve grandes surpresas e os prêmios ficaram bem distribuídos. "Dunkirk", de Christopher Nolan, dominou nos prêmios técnicos levando em três categorias, "Três Anúncios para um Crime" teve premiadas suas atuações individuais com prêmios de ator coadjuvante e atriz principal e "O Destino de Uma Nação", além do Oscar de maquiagem garantiu o primeiro e merecidíssimo troféu para Gary Oldman. "Blade Runner 2049 também ficou com dois, o de efeitos especiais e fotografia e nas categorias de roteiro, o elogiadíssimo "Me chame pelo seu nome" ficou com o de adaptado e o inusitado "Corra!" o de roteiro original, premiando o primeiro roteirista negro no Oscar. Destaque também para a categoria de filme estrangeiro, vencida pela produção chilena "Uma mulher fantástica", que trouxe a primeira protagonista transexual da história no Oscar.
Ao contrário do que eu imaginava, considerando a cerimônia do Globo de Ouro, as manifestações feministas e as questões de assédio não roubaram a cena. Frances McDormand, no entanto, vencedora do prêmio de melhor atriz, não deixou passar a oportunidade e o assunto, e numa manifestação oportuna e na medida certa, lembrou a desigualdade de oportunidades nos estúdios e pediu o apoio de todas as mulheres presentes, ao que foi atendida prontamente com uma salva de palmas em pé.
Numa cerimônia sem percalços ou imprevistos conduzida de maneira bastante competente por Jimmy Kimmel, os mesmos protagonistas do episódio da troca de envelopes do ano passado, Warren Beatty e Faye Dananway, foram chamados novamente, para desta vez anunciarem, sem susto, "A Forma da Água" como grande vencedor de 2018.
Olha, tô achando que a Academia tenha que começar a tomar medidas tipo as do Trump pra barrar esses chicanos porque eles não sabem brincar: se deixar participar, os caras levam.

Confiram abaixo todos os premiados da noite.


Guillermo del Toro o grande vencedor por seu
"A Forma da Água"
MELHOR FILME
A Forma da Água

MELHOR DIREÇÃO
Guillermo del Toro (A Forma da Água)


MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
A Forma da Água



MELHOR TRILHA SONORA
A Forma da Água

MELHOR ATOR
Gary Oldman (O Destino de uma Nação)

MELHOR ATRIZ
Frances McDormand (Três Anúncios para um Crime)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Sam Rockwell (Três Anúncios para um Crime)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Alison Janney (Eu, Tonya)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Corra!

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Me Chame pelo Seu Nome

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Viva - A Vida é uma Festa

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Uma Mulher Fantástica (Chile)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Ìcaro

MELHOR FOTOGRAFIA
Blade Runner 2049

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"Remember Me" (Viva - A Vida é uma Festa)

MELHOR FIGURINO
Trama Fantasma

MELHOR MAQUIAGEM
O Destino de uma Nação

MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
Blade Runner 2049

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Dunkirk

MELHOR MIXAGEM DE SOM
Dunkirk

MELHOR EDIÇÃO
Dunkirk

MELHOR CURTA-METRAGEM
The Silent Child

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
Dear Basketball

MELHOR CURTA-METRAGEM DE DOCUMENTÁRIO
Heaven is a Traffic Jam on the 405




C.R.