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terça-feira, 6 de junho de 2017

Tributo à Legião Urbana: Guilherme Lemos e Os Filhos da Revolução - Bar La Esquina - Rio de Janeiro/RJ (02/06/2017)




Guilherme Lemos em momento
completamente entregue
à interpretação.
Eu não vou parabenizar Guilherme Lemos e sua banda, Os Filhos da Revolução, pelo show da última sexta-feira, 02/06, no Bar La Esquina, eu gostaria de agradecer pelo show. Agradecer pelo fato de terem me feito sentir novamente a energia de um show da Legião Urbana. Não, não era a Legião, não era Renato Russo à frente da banda, mas penso que poucos artistas poderiam demonstrar tamanha vivacidade como o fizeram Guilherme Lemos e banda.
Guilherme é um representante legítimo dessa religião chamada Legião Urbana. Com seu domínio de palco, de repertório, carisma e  ele transporta-nos para o universo legionário sem muito esforço. Sua aparência física ajuda, é claro, mas o que seria de sua semelhança com Renato se não houvesse nenhum talento ou competência? Não é porque estamos VENDO Renato Russo, é porque o estamos SENTINDO.
Para que se tenha ideia da atmosfera que a banda consegue transmitir, eu, homem feito, cheguei a ficar  emocionado em diversos momentos, em parte pelo repertório sempre muito tocante, mas muito também por conta das interpretações contagiantes que o cantor imprimia às canções.
Um desses momentos mágicos foi na longa mas nunca cansativa "Faroeste Caboclo". A saga de João de Santo Cristo com suas alternâncias de ritmos e intensidades foi cantada verso por verso por toda a plateia numa apresentação nada menos que sensacional.
Guilherme e sua turma conseguiram fazer de "Love Song (Cantiga de Amor)", mais do que meramente um apêndice de "Metal Contra as Nuvens" dando a ela vida própria; e à apenas mediana "Dezesseis", dar mais vivacidade compensando um pouco suas carências. "A Dança", por sua vez, foi absolutamente vibrante, intensa; e "Química", no trecho punk final do show, foi visceral, ocasionando uma pequena festa headbanger na pista do La Esquina.
"Pais e Filhos" teve mantida intacta a emoção que era passada por Renato Russo no palco e ainda teve, assim como nas apresentações dos rapazes de Brasília, o medley com "Stand By Me", por sinal, não menos arrepiante.
 O show teve lá seus problemas técnicos, falhas de microfones, retornos, pedaleiras, mas nada que uma banda tarimbada  como é, não conseguisse tirar de letra  com muito jogo de cintura. Sinceramente, só me desagradou um pouco o fato de Guilherme Lemos dedicar parte do show a uma transmissão via celular para uma pessoal em outra cidade, em Santa Catarina. Foram duas músicas com o celular na mão dando mais atenção a quem estava do outro lado do que para o público à sua frente, mas dá para relevar por tudo que foi o show em si, ali na nossa frente.
Já havia sido convidado pela produtora e esposa do cantor, Patrícia Ferreira, algumas vezes e por circunstâncias diversas não havia conseguido ir a um show deles. Felizmente desta vez tive a oportunidade de vê-los e pude comprovar o porquê da reputação de Guilherme Lemos como o melhor cover de Renato Russo no Brasil, apoiado por uma banda competentíssima e extremamente profissional.
Obrigado à amiga Patrícia pelo convite e a Guilherme Lemos e Os Filhos da Revolução por me fazerem reviver a sensação de assistir a um show da Legião Urbana. Tenho a impressão que todas aquelas pessoas vibrando diante do palco se sentiram um pouco gratos também.



abaixo algumas imagens da noite:


Guilherme em ação no palco com sua competentíssima banda.

E que tal esse setlist?

O blogueiro com a produtora e esposa do cantor, Patrícia Ferreira.

Tietagem no camarim com o grande Guilherme Lemos.


Cly Reis


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Legião Urbana - "As Quatro Estaçoes" (1989)




"EXISTEM MARÉS
E EXISTE A LUA (...)
EXISTEM
CANÇÕES"
(do texto do encarte do disco)



O imenso sucesso do terceiro disco da Legião Urbana, “Que País É Este”, gerou uma enorme expectativa pelo lançamento do seu sucessor, até porque, embora extremamente exitoso em vendas e nas paradas, “Que País É este” era uma espécie de coletânea de material não lançado porém já conhecido por parte do público. Esperava-se então uma novidade, supostamente de material composto desde o grande "Dois" , de 1986. O que sabia-se há muito, desde praticamente o andamento da turnê do terceiro, era que o trabalho seguinte chamar-se-ia, “As Quatro Estações”. Conhecido o nome, que de certa forma continuava a seqüência numérica interrompida pelo último disco, (“Legião Urbana” de 1985, conhecido como “Um” por não ter nome e “Dois” de 1986) começavam as especulações sobre como viria a Legião para este novo trabalho. Se seguiria a linha do "Dois" que na verdade, em termos de ineditismo era o antecessor imediato; se a veia punk resgatada em “Que País É este” seria a tônica a partir daquele momento; se o modelo cancioneiro, quase acústico de "Faroeste Caboclo" prevaleceria. As possibilidades eram muitas. Renato Russo avisava que voltaria a utilizar material antigo do Aborto Elétrico e sinalizava com as gravações de “Dado Viciado” e “Marcianos Invadem a Terra”, duas conhecidas do público de Brasília mas não lançadas em disco e que acabaram só aparecendo mesmo muitos nos depois na coletânea póstuma “Uma Outra Estação”. Mas os planos mudaram, tudo mudou, fatos novos aconteceram, a banda mudou, a cabeça do vocalista mudou e o lançamento prometido para o início de 1988 foi sendo postergado por diversas vezes. Primeiro, inesperadamente para os fãs, Renato Rocha, o baixista competente de bases firmes e sangue punk foi afastado da banda em circunstâncias naquele momento pouco esclarecidas. Isso teria gerado a primeira mudança de rumo e afastamento da idéia inicial, já concebida e em fase de maturação para o novo álbum. Em segundo lugar, o estado emocional de Renato Russo, deprimido, confuso e se reavaliando, repensando novamente então o conceito que pretendia desenvolver no projeto. Depois ainda, resultado dessa autoavaliação com certeza, Renato Russo decidia, neste meio tempo, assumir sua homossexualidade, fator importante e decisivo para o resultado final do trabalho, mas que naquele momento fazia com que novamente alguma coisa fosse revista, excluída, incluída no trabalho. Assim, somente depois de 3 anos, era apresentado o tão esperado “As Quatro Estações” da Legião Urbana e a sensação quando se ouviu foi a de que valeu a pena esperar.
Com um Renato Russo mais equilibrado depois de tantas complicações, a Legião, agora um trio, nos brindava com um disco mais leve, mais otimista, mais espiritual, que como o próprio Renato afirma no encarte do álbum, não fora feito sem ajuda, valendo-se desde a Bíblia à filosofia oriental para compor uma das grandes obras da discografia nacional.
A lindíssima “Monte Castelo”, de sonoridade medieval, com letra praticamente tirada do soneto “O Amor é o fogo que arde sem se ver” de Camões, refrão adaptado da Epístola de São Paulo, com toques do “Tao Te King” do filosofo chinês Lao Tse, é bom exemplo de todos os pontos levantados: da ‘ajuda’ externa, da espiritualidade e do otimismo. “Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto” também serve de amostra dessa aura positiva, esperançosa e mística de Renato e da banda. Sobre uma contagiante levada de violão, Renato convoca-nos (como sempre) a reagir e fazer um mundo melhor. Detalhe: toda a parte do “tudo é dor e toda a dor vem do desejo de não sentirmos dor” é de uma doutrina budista creditada a Bukkyo Dendo Kyokai, mais um dos inusitados ‘parceiros’ de autoria no disco.
A propósito de parceiros, mas agora em outro sentido, Renato Russo aproveita o disco pra se libertar e gritar para o mundo o que realmente é, e o faz especialmente no gostosíssimo rock “Meninos e Meninas” e na grave “Maurício”; fazendo, por sua vez, menção também à AIDS, que mais tarde lhe vitimaria, na excelente “Feedback Song For a Dying Friend”, um hard rock agressivo, guitarrado, cantado em inglês, finalizado com um instrumental árabe extasiante.
“Pais e Filhos” um dos grandes sucessos do disco é um blues acústico que coloca diversas situações familiares desde um aguardado nascimento de uma criança até um suicídio por falta de atenção, nos lembrando de um princípio básico da vida, num dos refrões mais conhecidos da música nacional (“é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã porque e você parar pra pensar na verdade não há”).
Com uma condução lenta, pontuada por um bandolim e com teclados soando como sinos, “Eu Era um Lobisomem Juvenil” é uma das poucas que soa um pouco mais lamentosa pela desilusão amorosa que expõe, mas no fundo falando mesmo simplicidade de espírito, de alegrias comuns, de coisas corriqueiras que parecem desimportantes mas que são na verdade a verdadeira vida.
O disco é tão positivo que até uma romântica como “Sete Cidades”, rock básico conduzido por uma harmônica muito legal, não chega a ser uma canção de amor sofrida como em muitos casos, servindo mais como uma espécie de instrumento de autoconhecimento e resignação do que uma dor-de-cotovelo clássica.
A primeira faixa de trabalho do disco, a smithiana “Há Tempos”, impressionava pela objetividade e contundência das sentenças manifestando, nesta sim, um certo desapontamento e preocupação com a juventude em um daqueles hinos característicos de Renato dirigidos à sua ‘geração Coca-Cola’. “Há Tempos” também tem colaborações externas assumidas e o segundo verso (“muitos temores nascem do cansaço e da solidão”) é adaptado da “Desiderata”, obra do filósofo-poeta Max Ehrmman.
A punkzinha “1965 (Duas Tribos)” também aborda um tema desagradável, a tortura e a ditadura militar, mas no fim das contas propõe uma volta por cima e cobra uma atitude positiva (“eu quero tudo pra cima”)
“As Quatro Estações” termina com “Se Eu Fiquei Esperando Meu Amor Passar”, outra canção romântica de composição simplória e delicada e que confirma toda a espiritualidade do disco encerrando com os versos do rito litúrgico “Cordeiro de Deus”.
E num momento equilibrado de Renato, tranquilo da banda, os abençoados éramos nós, os fãs, por recebermos depois de tanta espera um disco iluminado como aquele “As Quatro Estações”. Fresco como um dia de outono, gostoso como um dia de primavera, não sem ser severo como um dia frio de inverno, mas, sobremaneira, ensolarado como um dia de verão.

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FAIXAS:
  1. "Há Tempos" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:18
  2. "Pais e Filhos" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 5:08
  3. "Feedback Song for a Dying Friend" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 5:25
  4. "Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:13
  5. "Eu Era um Lobisomem Juvenil" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 6:45
  6. "1965 (Duas Tribos)" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:44
  7. "Monte Castelo (Renato Russo) – 3:50
  8. "Maurício" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:17
  9. "Meninos e Meninas" (Villa-Lobos/ Russo/Bonfá) – 3:23
  10. "Sete Cidades" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:25
  11. "Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) 4:56
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Ouça:

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Legião Urbana - “Que País é Este?” (1987)

 

“E depois do começo o que vier vai começar ser o fim...”

Nos últimos dias do mês de novembro, fez 35 anos do lançamento do terceiro disco da banda brasiliense Legião Urbana, “Que País é Este?”. Eu já morava em Aracaju, vindo de Brasília, quando o disco chegou às lojas e as canções começaram a tocar nas rádios. Particularmente, gosto das nove faixas: “Que País é Este?”, “Conexão Amazônica”, “Tédio (com T bem grande pra você)”, “Depois do Começo”, “Química”, “Eu Sei”, “Faroeste Caboclo”, “Angra Dos Reis” e “Mais do Mesmo”. 

“Das favelas, do senado, sujeira para todo lado...”

Este LP foi composto por canções escritas entre os anos de 1978 e mil 1987, da época que o Renato Russo e os irmãos Fê e Flávio Lemos (Capital Inicial) formavam a banda Aborto Elétrico. Excetuando-se “Mais do Mesmo” e “Angra dos Reis”, que foram compostas após o disco “Dois”, da Legião Urbana, de 1986. 

“... A noite acabou talvez tenhamos que fugir sem você...”

Aqui abro parêntese para uma curiosidade pessoal: de 1978 até 1987, foi justamente o tempo em que morei em Brasília, vindo de Fortaleza com quatro para cinco anos e depois indo para Sergipe com 13 para 14 anos. O mais frustrante disso, é que mesmo morando na cidade na época em que a banda surgiu, e sendo muito fã, eu nunca consegui assistir ao show ao vivo deles. Lembro de um que teve, antes daquele de junho de 1988, que nunca acabou, acho que foi em 1986, pouco depois do lançamento do “Dois”, que minha mãe cortou meu barato e não me deixou ir com a galera lá da quadra. E em Aracaju eles nunca vieram tocar... 

“... Andar a pé na chuva às vezes eu me amarro, não tenho gasolina, também não tenho carro...”

Neste disco, a banda retorna ao som mais furioso e punk que a impulsionou no primeiro álbum, já que o disco “Dois”, outro grande sucesso, tinha uma linha mais melodiosa. A banda também consegue captar exatamente os anseios da juventude da época. Política, problemas sociais, solidão e rebeldia dão o tom das letras de Renato Russo, sempre poéticas e melancólicas. 

“... Intrigas intelectuais rolando em mesa de bar...” 

O álbum foi um grande sucesso de vendas e foi contemplado com disco de diamante. Este LP também marcou por ser a última participação do baixo contundente de Renato Rocha na banda. 

“Em vez de luz tem tiroteio no fim do túnel...” 

No ano de 2010, numa enquete realizada pela revista Veja, o LP ganhou como melhor disco de rock brasileiro dos anos 80, seguido de “Cabeça Dinossauro”, do Titãs, e “Vamos Invadir sua Praia”, do Ultraje a Rigor

“Ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo, burguês padrão, você tem quer passar no vestibular..." 

Sem dúvida alguma, duas canções marcaram bastante este disco. A representativa “Que país é este?”, que virou um hino de protesto e a é épica e bobdyliana “Faroeste Caboclo”. Quem nunca cantou esta última, a plenos pulmões, ao lado dos amigos, todo exibido por saber de cor a extensa letra, não viveu completamente aquela época. 

“Ele queria sair para ver o mar e as coisas que ele via na televisão...”.

Ouça no volume máximo!

“Se fosse só sentir saudade, mas tem sempre algo mais...”.

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FAIXAS:
1. "Que País É Este" - 2:57
2. "Conexão Amazônica" (Renato Russo/ Fê Lemos) - 4:37
3. "Tédio (Com Um T Bem Grande Pra Você)" - 2:32
4. "Depois do Começo" - 3:13
5. "Química" - 2:19
6. "Eu Sei" - 3:10
7. "Faroeste Caboclo" - 9:04
8. "Angra dos Reis" (Renato Russo/ Renato Rocha/ Marcelo Bonfá) - 5:00
9. "Mais do Mesmo" (Dado Villa-Lobos/ Renato Russo/ Renato Rocha/ Marcelo Bonfá) - 3:18
Todas as composições de autoria de Renato Russo, exceto indicadas

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OUÇA O DISCO

por Jowilton Amaral da Costa


terça-feira, 17 de agosto de 2010

cotidianas #41 - Música Urbana 2



Em cima dos telhados as antenas de TV tocam música urbana,
Nas ruas os mendigos com esparadrapos podres
cantam música urbana,
Motocicletas querendo atenção às três da manhã -
É só música urbana.


Os PMs armados e as tropas de choque vomitam música urbana
E nas escolas as crianças aprendem a repetir a música urbana.
Nos bares os viciados sempre tentam conseguir a música urbana.


O vento forte, seco e sujo em cantos de concreto
Parece música urbana.
E a matilha de crianças sujas no meio da rua -
Música urbana.
E nos pontos de ônibus estão todos ali: música urbana.


Os uniformes
Os cartazes
Os cinemas
E os lares
Nas favelas
Coberturas
Quase todos os lugares.


E mais uma criança nasceu.
Não há mais mentiras nem verdades aqui
Só há música urbana.
Yeah, Música urbana.
Oh Ohoo, Música urbana.
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"Música Urbana 2"
Renato Russo

Ouça:
Legião Urbana Música Urbana 2

terça-feira, 20 de maio de 2014

Copa do Mundo Legião Urbana - Grande Campeão


Como já diria o filósofo contemporâneo, Jardel, ex-atacante do Grêmio, "Clássico é clássico e vice-versa". Pois é. Deu jogaço na decisão. Duas grandes equipes, duas grandes músicas e a nossa bancada legionista, integrada por Luan Pires, Christian Ordoque, Daniel RodriguesCly Reis e Jowilton Amaral da Costa, ajudada pelos amigos no facebook, decidiram qual o grande vencedor desta competição que mexeu com os fãs da LEGIÃO URBANA.
Pois então, vamos lá, um a um, vamos descortinar os votos, os comentários e o andamento da partida segundo cada um dos integrantes:







HÁ TEMPOS x TEMPO PERDIDO



Luan Pires
É um jogo sem favoritos. Duas torcidas fanáticas. Dois times bem estruturados, maduros, objetivos. Duas letras inteligentes, maduras, sem filosofar demais, sem filosofar de menos. Melodias marcadas, que crescem, que explodem. Jogo épico. Jogo respeitoso. Nada de muitos gols. Empate até os momentos finais. Até que um lance desequilibra tudo. Um único lance que vem da motivação. É que Há Tempos sempre me pareceu uma música de constatação, de aceitação, de doce amargor, de conformidade nua e crua. Já em Tempo Perdido sinto uma fagulha de otismo, de querer mudança, de não ter desistido. Para outros, os sentidos podem ser diferentes e até contrários. Mas Tempo Perdido, pra mim, reflete alguém que ainda tem fé. Tempo Perdido não desiste, da vida, do mundo, do jogo. Um digno jogo pra marcar histórias, dividir opiniões e alimentar rodas de conversa por muito tempo ainda. Mas a vitória só pode ir para um: Tempo Perdido ganha com um gol feio, esparramado, nos minutos finais.
Porque acho que música é um pouco isso: não desistir de mudar as coisas, jamais
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Christian Ordoque
Tempo Perdido e Há Tempos têm uma conexão cronológica e de conteúdo muito interessante. Por elas terem chegado às finais fico muito contente. Tempo Perdido tem o mérito de ser uma boa música pop smithiana com estrutura de verso e refrão. É o Satisfaction da Legião Urbana. Sempre achei muito mal mixada com ‘esses’ muito sibilantes. Tempo Perdido passa uma mensagem positiva de esperança de jovem que se acha dono do mundo e por isso padece de soberba. Inebriado pelo primeiro amor como todo jovem fica e por isso se julga eterno. E todo jovem é eterno. Até que a realidade bate à sua porta ou algumas vezes a coloca abaixo. Nesse momento, ele se dá conta que não tem mais todo o tempo do mundo e que não terá nem mais nem seu próprio tempo. O mundo o oprime ou na melhor das hipóteses o sujeita, o submete. No verso: Não tenho medo do escuro, Mas deixe as luzes acesas agora, O que foi escondido é o que se escondeu, E o que foi prometido, Ninguém prometeu é onde essa nova realidade do amadurecer aparece. E a partir daí, desse momento de crueza do mundo ante o idealismo juvenil e da certeza da morte que começa Há Tempos. Com mensagem mais pé no chão que diz maisoumenos o seguinte: “Ok, foste jovem, mas a maior parte da tua vida será como adulto”. Fazendo uma relação com a Tempo Perdido seria a frase: “Há tempos tive um sonho, não me lembro, não me lembro” a ponte de contato entre o que pensávamos quando jovens e que agora ficou mais longe ?
Quantas vezes andando de carro isolado e pressionado por problemas das mais diferentes ordens explodi gritando ao volante para aliviar a pressão ? Doença muito cedo, aos 18 anos “Há tempos são os jovens que adoecem”, a volta dela dez anos depois aos 28 e ficar sempre a monitorando como uma sombra na existência. Enfim, tratar a vida como ela é, sabendo de tuas limitações do teu tamanho e que em última instância tu não podes com ela, não tens a ilusão da juventude e já tiveste vários amores de olhos castanhos, verdes e azuis. Não tenho mais todo o tempo do mundo, tenho menos tempo pela frente do que o tempo que já passou. E no último verso fica o ensinamento da música e da vida: Disciplina é liberdade Compaixão é fortaleza, Ter bondade é ter coragem. Por mostrar a vida real de adulto e não a ideal de jovem que meu voto para melhor música da Legião Urbana vai para Há Tempos.


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Daniel Rodrigues
Se Santos e São Paulo é o Clássico dos Santos, porque não poderia ter o Clássico dos Tempos? Pois é: “Há tempos” e “Tempo Perdido”, também Clássico dos Pares (discos “Dois” e “Quatro Estações”). Pois, como dizia aquele jogador extremamente lógico e filosófico: “clássico e clássico”. Tanta expectativa posta em cima de cada equipe deu num jogo truncado, cheio de faltas no primeiro tempo. Galera chegando junto. Mas todo mundo estava decidido a ganhar, afinal, são, em tese, as duas melhores da Legião. No segundo tempo, então, os times vieram determinados a fazer gol. “Há tempos” abre o placar logo aos 3 min com um gol de bicicleta! Que catêga, hein? Mas o lance bonito não assustou “Tempo perdido”, cuja máxima futebolística vocês já conhecem: “sempre em frente, não temos tempo a perder”. Time ofensivista esse! Tanto que, aos 12 min, num chute na entrada da área, empatam. “Tempo perdido” se empolga, vai pra frente de novo e quase amplia. Mas “Há tempos” não tava morta e mete uma no ângulo que o goleiro faz milagre e põe pra escanteio. E esse escanteio foi o ponto-chave do jogo. Aos 40 min, lateral esquerdo cobrou, o atacante, que foi lá defende. Ele tira de cabeça e a bola vai parar no pé do meia armador, que estava fora da área só esperando ela sobrar. Contra-ataque. Fulminante. Depois de 12 toques na bola, a jogada é concluída pelo mesmo atacante, que percorreu todo o campo para ir lá na frente só escorar de cabeça e por a bola pra dentro. “Tempo perdido”: 2 x 1 e, com o perdão da redundância, não há mais tempo pra nada. "Há tempos" ainda leva o resultado para o tapetão, alegando que "Tempo perdido" jogou o campeonato inteiro com um jogador a mais (aquele finalzinho acústico valeria, segundo o adversário, como outra música, e que “Tempo Perdido” teria tirado vantagem com isso). Mas a Confederação analisou as súmulas e tava tudo certinho. Tempo Perdido campeã!

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Jowilton Amaral da Costa
Há tempos x Tempo Perdido. E chegou a grande final, um grande jogo sem dúvida. Ainda assim, acho que diante das finalistas “Índios” é a melhor, mas, o choro é livre no futebol, todo mundo sabe disso. Bem, aproveito para agradecer ao Daniel pelo convite para participar como comentarista e ao Cly pela aceitação. Muito obrigado, me diverti a vera. Voltei a ouvir músicas que há um bom tempo eu não escutava, e isso foi uma boa viagem. Agradecer também ao outros comentaristas, o Luan e o Christian. Valeu pela companhia e pelos comentários sempre criativos, emocionados e, sobretudo, especializados. Valeu mesmo galera. Contudo, vou dar uma cornetadinha que ninguém é de ferro, né? Senti falta de Geração Coca-cola, Eduardo e Mônica, Faroeste Caboclo e Metal Contras as Nuvens nas fases finais. Mas está de bom tamanho. As finalistas são grandes canções de dois belos discos. Não vou me alongar nos comentários propriamente ditos. Neste jogo para mim ganha Tempo Perdido de 2 a 1.
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Cly Reis
Pelas mesmas virtudes que a fizeram eliminar Índios, aquele riff inicial matador, a letra repleta de figuras de linguagem utilizadas de maneira poética e perfeita, o ímpeto final a partir do "então me abraça forte..." e aquele somos tão jovens que, mais que um verso transformou-se numa espécie de epígrafe da banda, sem falar na, profundidade, na permanência e na dimensão do sucesso alcançado, Tempo Perdido derruba a ótima Há Tempos, que também tem grandes virtudes, muitas até parecidas, mas que não são páreo para as da oponente. Tempo Perdido faz 2x0. Mas não um 2x0 fácil. É aquele de um gol no primeiro tempo quando o jogo estava equilibrado e o segundo só lá pelas tantas depois de quase ter sofrido o empate por diversas vezes. Pra mi, Tempo Perdido é a campeã.



TEMPO PERDIDO CAMPEà


vídeo de Tempo Perdido - Legião Urbana

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A Arte do Clyblog em 2014








Em 2014 tivemos alguns trabalhos interessantes na comunicação visual do blog brincando com publicidade, parodiando filmes, homenageando grandes álbuns, ou mesmo apenas deixando a criatividade fluir. Fosse m chamadas nas redes sociais, em novos logos para as seções ou nas Copas do Mundo das bandas, as novidades visuais foram aparecendo ao longo do ano. Neste finalzinho de 2014, deixamos aqui com vocês algumas das imagens, gravuras, adaptações, zoeiras, memes mais legais que pintaram no clyblog este ano. E um Feliz Ano Novo a todos. Em 2015 tem mais.


para pessoas de visão

caça-palavras.
Você achou.


O meme que virpu clássico na internet também serviu ao Clyblog.
"É óbvio, sua besta."

Aprecie sem moderação

Keep Following

Você está com sorte

Curta o Clyblog e não se preocupe com mais nada

É só um blog mas nós adoramos


Logo da Copa Rock do Clyblog
que teve edições das bandas The Cure, Legião Urbana e Beatles

O Fuleco Rock'n Roll

Chamada da Copa The Cure

Final da Copa The Cure na qual "A Forest" sagrou-se a grande Campeã
Uma das chamadas da Copa Legião Urbana

Chamada da Copa L.U.
Renato Russo chamando no gol.



A finalíssima entre dois grandes sucessos da Legião Urbana.
No final, deu "Tempo Perdido" 



Chamada da Copa Beatles

Mais uma chamada, desta vez com os rapazes da Abbey Roa
atravessando o gramado do estádio de Anfield Road, do Liverpool

Um chuta, outro sobe, outro defende outro cabeceia.
Outra da Copa Beatles

Chamada da Copa inspirada no "Hard Day's Night"

E o título nas mãos de "A Day in the Life",
a maior música do Beatles, segundo a nossa Copa

Cartazes de filmes. Aqui "O Poderoso Chefão"


Nosso grito será ouvido no cyberespaço


Um mudo diferente de tudo que você conhece

Tempo de Violência?
Talvez, tempo de inteligência.

Ultraviolento

E pensar que você hesitou

Pop Art

As capas de discos.
Homenagem ao clássico "Physical Graffiti do Led Zeppelin

Carne é assassinato e não curtir é crime

Prazeres conhecidos

Voto inteligente


As felicitações dEle
Feliz 2015