Curta no Facebook

Mostrando postagens com marcador Alex Ross. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Alex Ross. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

"Escuta Só, Do Clássico ao Pop', de Alex Ross




Acabei de ler o "Escuta Só" do jornalista norte-americano Alex Ross e não gostei tanto quanto eu imaginava que gostaria. Em poucos momentos ele realmente traça paralelos e estabelece analogias entre a música clássica e o universo pop- rock, o que supunha eu, fosse a tônica do livro. Até o faz no início do livro com uma interessante progressão cronológica e inter-relações de épocas e estilos, mas depois até pelo fato de ser uma coletânea de matérias, perde um pouco este foco.
De bem bacana mesmo o capítulo em que fala da cantora islandesa Björk, atribuindo a ela o devido valor no cenário da música atual; o capítulo sobre o Sonic Youth no qual faz ver que por trás de todo um aparente barulho há um conceito e músicas extremamente bem construídas; a parte toda sobre Mozart e sobre como este gênio sabia agradar populares e eruditos; e também quando demonstra a evolução das linguagens musicais que desembocaram na formação do blues. No mais, é interessante quando fala de uma instalação natural-musical chamada O lugar onde você vai para ouvir, e toda a reverência que presta ao mito Bob Dylan refazendo sua trajetória e analisando letras e composições.
Esperava mais do livro mas está longe de ter sido uma decepção. Vale pela tentativa de desmitificação do 'monstro sagrado' que é a música tida como erudita, e o autor se empenha especialmente em mostrar que, no fim de tudo, tudo é apenas música.
Uma boa leitura, no fim das contas.



Cly Reis

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"Escuta Só - do Clássico ao Pop", de Alex Ross, ed. Companhia das Letras (2011)



"Eu sempre quis falar de música clássica como se fosse popular
e de música popular como se fosse clássica."
Alex Ross


Tão logo soube que sairia, já me aprontei para comprar o livro "Escuta Só - Do Clássico ao Pop", do jornalista Alex Ross, e agora finalmente o adquiri. Meu acentuado interesse dá-se muito pelo fato que, pelo que sei e conheço deste crítico, sua abordagem nesta obra aproxima-se muito de uma visão que eu já expunha aqui no blog algumas vezes, quanto à relação da música contemporânea com oque se considera um música erudita ou de nível superior.
Alex Ross, assim como eu, antes de mais nada, entende que música é música simplesmente e que os rótulos ou nomenclaturas, em grande parte dos casos são inadequados, sobremaneira o do gênero tido como 'clássico', e que na verdade, só o afasta do público em geral e tenta colocá-la num pedestal mais alto do que precisaria estar. E tudo isso, quando na verdade tudo na música não passa de uma evolução, transformação de conceitos, épocas, ideias que fazem desembocar em outras formas de manifestação,novas técnicas, linguagens muitas vezes tão válidas e qualificadas quanto estas elitizadas porém subestimadas por serem punk, funk, pop, etc.
Embora não precise de respaldo para escrever qualquer coisa que afirme aqui, fico feliz em ver num crítico e jornalista conceituado e criterioso, um pouco desta proximidade de conceito a respeito da música. Apenas para citar como exemplos, aqui mesmo já foi mencionada a formação erudita de Trent Raznor dos Nine Inch Nails, e que no entanto, não o impede de produzir algumas das canções mais furiosas dos últimos tempos; a veia clássica do Kraftwerk que faz deles, para mim, os herdeiros legítimos de toda a tradição musical alemã de Brahms, Bach, Schubert; as sinfonias ruidosas do My Bloody Valentine; a breve analogia entre "TV II" do Ministry com "Eggo Sum Abbas" da obra "Carmina Burana" e a própria inclusão desta obra de Carl Orff  nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS do ClyBlog, salientando toda a característica pop da obra, valendo-me inclusive de um comentário do próprio Ross na introdução.
Comecei agora a leitura. Nem sei se ele toca exatamente nestes pontos, nem qual exatamente o foco de abordagem, mas a mera semelhança de pensamentos e o fato de falar de música de forma tão abrangente já me faz ter todo o interesse neste trabalho.
À leitura!



Cly Reis