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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Elton John - “Captain Fantastic and The Brown Dirt Cowboy" (1975)



Este é um dos melhores álbuns de Elton John.
Ele não tentou repetir
 os principais sucessos do passado,
apenas dar continuidade ao bom trabalho
que vem fazendo.
E ele conseguiu.”
Jon Landau,
para a Rolling Stone, em 1975



Em 1975, todas as grandes bandas de rock estavam na ativa e bombando. Rolling StonesLed ZeppelinDeep PurpleBlack Sabbath, entre outras. O rock progressivo nunca viveu um melhor momento. E o punk ainda não tinha chegado. Mas o mundo da música pop tinha um único rei: Reginald Dwight Kenneth, mais conhecido no circo pop como Elton John.

Desde 1970, quando lançou seu disco chamado “Elton John”, ele vinha colecionando um sucesso atrás do outro. E não eram só LPs! Na época, o cara gravava muitos compactos, que nem sempre entravam nos discos de carreira. Elton já tinha em seu currículo “Your Song”, “Skyline Pigeon” (em duas versões), “Rocket Man”, “Daniel”, “Crocodile Rock”, “Goodbye Yellow Brick Road”, “The Bitch is Back”, “Saturday Night’s Alright for Fighting”, “Pinball Wizard”, “Don’t Let The Sun Go Down on Me”, “Bennie and The Jets”, “Candle in the Wind”, "Philadelphia Freedom", sua versão pra “Lucy in the Sky with Diamonds”, ufa!, não termina nunca. Isso sem falar em grandes canções como “Levon”, “Burn Down the Mission” e “Tiny Dancer” (que só fez sucesso 29 anos depois ao ser incluída no filme “Quase Famosos”).
O que mais poderia querer um garoto a não ser tocar numa banda de rock, perguntaram Mick Jagger e Keith Richards. Chegar ao primeiro lugar da parada da Billboard no dia do lançamento. E Elton conseguiu este feito com um dos meus 5 discos favoritos: “Captain Fantastic and The Brown Dirt Cowboy", lançado em maio de 1975.

Uma das chaves é a seguinte: Elton e Bernie Taupin, seu letrista, resolveram contar a história de sua própria escalada ao sucesso. A outra é o amor pela música americana de Elton (um inglês) e de Bernie, nascido nos Estados Unidos. Especialmente a country music. Isto fica explícito na faixa-título do disco, que abre o lado 1. Nela, o violão e o mandolin de Davey Johnstone abrem o caminho para Elton e o resto da banda começarem a contar esta história. A letra fala, inclusive, dos fracassos que eles enfrentaram: "Jogamos a toalha muitas vezes/ Cansados quando estamos baixo astral/ Capitão Fantástico e o Cowboy sujo/ Do fim do mundo pra sua cidade".

Na faixa seguinte, "Tower of Babel", a situação começa a pesar. Os clubes obscuros e a dificuldade de tocar em lugares legais faz Elton dizer que: "É hora da festa na Torre de Babel/ Sodoma encontra Gomorra, Caim encontra Abel/ e todos se divertem". Tudo com o apoio da incrível banda que o acompanhava na época: Além de Johnstone nas guitarras, violões e todos instrumentos de cordas, Dee Cooper, no baixo, Nigel Olsson, na bateria, e Ray Cooper, na percussão. E todos cantavam! Backing vocais dignos dos Beach Boys.

Em "Bitter Fingers", a banda dá um show de vocais e de dinâmica. A canção começa dominada pelo piano de Elton e, de repente, explode um rockão daqueles irresistíveis com um refrão chiclete que gruda no seu ouvido e faz você ficar cantando a música o dia inteiro. Elton conta sua dificuldade em ter de compor músicas de encomenda no formato que todo mundo quer: "É difícil compor com dedos amargos/ Muito a provar e poucos a te dizer porque... Parece que uma mudança é necessária/ estou cansado de de tra-la-las e la-di-das". Nesta música, a guitarra de Davey Johnstone brilha como nunca, fazendo um solo que percorre todo o final da canção.

Na sequência, Elton – sempre uma esponja dos sons que estavam no mundo pop – faz sua incursão no "Som da Filadélfia", de muito sucesso na ocasião, com "Tell me When the Whistle Blows". Pra tanto, chama o arranjador de The Three Degrees, The O'Jays e da orquestra MFSB, Gene Page, para fazer as cordas. E os músicos de Elton dão conta desta soul music com desenvoltura. Novamente, Johsntone se destaca com sua guitarra. Por incrível que pareça, ele é o único músico da banda que continuou todos estes anos com EJ e se apresentou aqui em Porto Alegre em 2013.

Depois vem o momento mais dramático do disco, "Someone Saved my Life Tonight", no qual Elton conta sem rodeios sua tentativa de casamento e a subsequente tentativa de suicídio. "Alguém salvou minha vida esta noite/Quase teve suas garras em mim, não é querida?/Você quase me teve amarrado e preso/ Direto pro altar, hipnotizado/ A doce liberdade soprou no meu ouvido/ Você é uma borboleta/ E borboletas são livres pra voar/ Voar pra longe, bem alto, adeus". Este refrão dá à medida o drama que Elton viveu neste momento. Tudo apresentado numa moldura pop onde todo o grupo chega ao ápice de uma balada. E os backing vocais... nossa!

O lado 2 começa com rock'n’roll de "Meal Ticket". Só mesmo Elton pra falar de ticket refeição e da falta de comida num rockão. "Enquanto os outros sobem, atingindo alturas O mundo está na minha frente em preto e branco/ Estou no fundo do poço, estou no fundo do poço... E eu tenho que conseguir um ticket de alimentação/ pra sobreviver eu preciso de um ticket de alimentação". As coisas não estavam exatamente boas pra Elton e Bernie neste momento.
Já "Writing" fala das dificuldades que eles enfrentavam, mas a salvação estava em compor. No entanto, a incerteza sempre rondando: "As coisas que escrevemos hoje/ Vão soar tão boas amanhã?". Como o disco inteiro não teve uma música de trabalho, como diziam os executivos das gravadoras, "Writing" é a canção que mais se aproxima deste conceito. Uma melodia marcante bem pop com o piano elétrico e o violão carregando o som.

"Better Off Dead" tem um tom dramático usando o piano e a bateria em uníssono e a letra dizendo que: "Se a chaleira está fervendo e o carvão está no fogo/ Se você pergunta como estou eu digo inspirado/ Se o espinho da rosa é o espinho cravado em você/ então é melhor você estar morto se ainda não morreu". Uma constante neste disco é a intervenção da banda de Elton nos backing vocais. Poucas vezes se ouviu num disco pop um grupo tão coeso e inspirado como este. Eles dão um show nesta canção.

A música mais dolente do disco vem a seguir: "We All Fall In Love Sometimes". Como o título diz, todos nós nos apaixonamos às vezes. Uma canção de amor com o piano de Elton segurando a melodia, enquanto um sintetizador faz a cortina. A banda entra mas é Elton quem brilha. "A lua está cheia/ E a luz das estrelas encheu a noite/ Compusemos e eu toquei/ Alguma coisa aconteceu, é estranha esta sensação/ Noções tímidas que são infantis/ Canções simples que tentaram esconder/ Mas quando chega/ Todos nós nos apaixonamos às vezes". A doçura de EJ se descortinando inteira nesta canção.

E como todo disco pop da época, o final é bombástico. "Curtains" traz Elton e sua banda com todo o gás pra fechar esta história de luta, sofrimento e superação. É a cortina que fecha o palco onde este drama se desenvolveu. Tem até sinos e um "Lum-de-lum-de-lay" nos vocais. E a letra diz: "Mas tá certo/ Tem tesouros que as crianças sempre procuram/ E como nós/ Você deve ter/ O seu era-uma-vez". Esta crônica destes tempos difíceis iria ser retomada 31 anos depois com um disco bom chamado "The Captain and The Kid", no qual o resto da história é contado. Mas posso fazer um resumo pra vocês. Até 1970, Elton lutou muito e sofreu todo este calvário que um músico enfrenta, aqui ou em qualquer lugar, E, então, o sucesso chegou. Durante cinco anos, Elton John Silva foi o rei do mundo pop. E, em 76, lançou "Rock of the Westies", que não fez tanto sucesso assim. Logo, outro rei foi colocado no trono: Peter Frampton, com seu "Frampton Comes Alive". Mas essa é outra história.
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FAIXAS:
1. Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy - 5:46
2. Tower of Babel - 4:28
3. Bitter Fingers - 4:33
4. Tell Me When the Whistle Blows - 4:20
5. Someone Saved My Life Tonight - 6:45
6. (Gotta Get A) Meal Ticket - 4:00
7. Better Off Dead - 2:37
8. Writing - 3:40
9. We All Fall in Love Sometimes - 4:15
10. Curtains - 6:15

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OUÇA:






sexta-feira, 5 de abril de 2013

The Cure - HSBC Arena - Rio de Janeiro (04/04/2013)


Uma noite Como Essa
por Cly Reis

foto: site Terra
O The Cure está definitivamente redimido comigo. Como se precisasse depois da quantidade de músicas que me proporcionaram embalando minha vida há quase 30 anos. Mas se redimiramem relação ao show do Hollywood Rock de 1996, para o qual fui cheio de expectativas e saí relativamente desapontado. Digamos que fizemos as pazes no que diz respito a apresentações ao vivo.

Desta vez não! Uma banda vibrante, pilhada, motivada, entrosada, fez um show entusiástico e impecável. Tirando o baterista Jason Cooper, que eu nunca engoli desde que entrou na banda, para mim um músico afoito, sem naturalidade, ao contrário de seu antecessor, Boris Williams que tocava limpo, sem fazer esforço, o time agora parece estar redondinho, funcionado como um relógio. O resultado disso foi uma performance coletiva competentíssima, salientando a do baixista Simon Gallup, que além de esmerilhar no instrumento, em especial em "Fascination Street" e "Disintegration", tem uma performance de palco muito bacana, com o baixão lá na metade da coxa e se movimentando intensamente o tempo todo.

A gente sempre fica naquela curiosidade sobre que música vai abrir o show e tal, ainda mais no caso do Cure, de grandes inícios de discos, e entre tantas boas alternativas, a opção da banda foi a lógica: abriu com “Open” do álbum “Wish”. Nada mais apropriado, não? Aliás a primeira parte do show, bem longa conforme prometido, começou e fechou com as faixas deste álbum: “Open” na entrada e “End” pra encerrar. No meio disso uma viagem ao longo de toda a discografia, intercalando grandes sucessos com outras menos populares. Teve "In Between Days" levando a galera à loucura; uma “Shake Dog Shake’ ganhando em peso e energia mas perdendo um pouco a identidade (quase não reconheci de início); “Trust”, a única balada, executada lindamente; uma “Love Song” emocionante e até dancinha de aranha de Robert Smith na ótima "Lullaby".

Não chorei tanto quanto no show do Morrissey, aqui no Rio, há pouco tempo atrás, mas em “Play for Today”, por exemplo, sequer consegui acompanhar aquele “ôôô” criado pelo público no disco “Paris”, por conta das lágrimas; e ainda, de sacanagem comigo, Mr. Smith e sua turma resolveram emendar, na sequência, o clássico “A Forest” pra desmontar qualquer sistema emocional. Aí não teve jeito, tive que assistir a essa parte do show com a vista toda embaçada.

Depois de “End”, excessivamente barulhenta por conta do som do ginásio que foi piorando gradualmente, terminada a primeira parte, a banda deu aquele tempinho, bebeu aquela aguinha esperta e voltou para um bloquinho "Disintegration", iniciando com a própria abertura do álbum, "Plainsong", linda e apaixonante, seguida da surpreendente "Prayers for Rain", e fechando o primeiro bis com a faixa-título do que é para mim o melhor disco da banda, "Disintegration", cheia daquele efeitinhos de vidro quebrando, que na verdade, são um charme a mais na música.

O terceiro bis, e a última parte do show foi pra galera, empilhando hits de modo a não despontar ninguém. Foi “Why Can’t I Be You?”, “Hot Hot Hot!!!”, "Close to Me", “Boys Don’t Cry” e até “The Caterpillar”, não muito comum em concertos, reservando a reta final para aquela sequenciazinha já tradicional dos encerramentos do Cure, com “10:15 Saturday Night”, que levou o público à loucura, e “Killing na Arab”, matadora, já num estado de êxtase coletivo.

Destaques também para “Just Like Heaven”, talvez a mais festejada; para "Push", com o público cantando junto o “go, go, go!!!” ; “From the Edge of Deep Green Sea” pouco conhecida do grande público e longa para shows mas mesmo assim com ótima receptividade da audiência;  “Sleep When I’m Dead” que eu, particularmente não conhecia e gostei muito; e ainda para “Want” , a única música aproveitável do sofrível álbum “Wild Mood Swings”. Agradáveis surpresas foram “Bananafishbones”, impecavelmente bem executada e “The Lovecats”, extremamente rara nas set-lists de shows, e interessantes ausências foram, para mim, “Primary”, que considero uma música com pique bom para apresentações ao vivo, e "A Night Like This", uma das grandes da banda e que certamente teria uma boa receptividade, mas que não fizeram tanta falta assim a ponto de comprometer o conjunto geral do espetáculo.

Se eu tinha alguma seqüela daquele showzinho bem mais ou menos de 1996, posso dizer agora que finalmente estou curado. Um show empolgante, vigoroso, numa noite memorável. Uma noite para guardar na memória pois uma noite como essa não é sempre que se tem a oportunidade de presenciar.

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SETLIST
Open
High

The End Of The World
Love Song
Push
In Between Days
Just Like Heaven
From The Edge Of The Deep
Pictures Of You

Lullaby
Fascination Street
Sleep When I´m Dead
Play For Today
A Forest
Bananafishbones
Shake Dog Shake
Charlotte Sometimes
The Walk
Mint Car
Friday I´m In Love
Doing The Unstuck
Trust
Want
The Hungry Ghost
Wrong Number
One Hundred Years
End
Plainsong
Prayers For Rain
Desintegration
Dressing Up
The Love Cats
The Catterpillar
Close To Me
Hot Hot Hot
Let´s Go To Bed
Why Can´t I Be You
Boys Don´t Cry
Saturday Night
Killing an Arab

segunda-feira, 13 de julho de 2009

The Jesus and Mary Chain - "Psycho Candy" (1985)




O (meu) Maior Disco de Todos os Tempos
" A gente recebe muitas cartas nos xingando.
Eu simplesmente respondo,
"Vá se fuder!"
Jim Reid



Quando começou o disco eu não acreditava no que estava ouvindo...
Tinha apenas lido a respeito. Melhor disco do ano em diversos meios de mída, melhor da revista Bizz na época. Definiam como ácido, uma avalanche sonora. Nem tentei ouvir antes pra ver se ia gostar, tratei logo de comprar. Comprei ainda o vinil. Eu mal sabia que aquela capa meio tosca era quase um aviso. Tudo faria sentido quando eu pousasse a agulha sobre o vinil.Levei pra casa e quase ritualísticamente como costumava fazer quando tinha alguma expectativa para ouvir os discos que comprava, parei, sentei, me acomodei e botei a bolacha pra rodar.Quando começou o disco eu não acreditava no que estava ouvindo. Aquela batida surda, alta, estourando mas levemente cadenciada sobre uma suave melodia que iniciava por uma longa paletada de guitarra era verdadeiramente doce mas completamente ÁCIDA. Sim, esta era a palavra pra definir "Just Like Honey" que abre o disco. Ácida.
Encantado com a primeira, sou surpreendido por uma torrente de som, quase ensurdecedora, vibrante, vigorosa, ousada, arrebatadora que é "The Living End". Aí, sim, eu já não entendia mais nada. O que era aquilo que eu estava ouvindo? "The Living End" era algo entre o experimentalismo de "European Song" do Velvet Undergriound", o embalo das surf music dos anos 50, vocais arrastados tipicamente ingleses, e uma sonoridade que lembrava "Anarchy in the UK" dos Pistols, tudo isso com microfonias, ruídos e distorções que faziam daquilo algo único.
A partir daí o cartão de visitas foi posto na mesa: a tônica do álbum estava colocada. A proposta ficava conhecida. Os ruídos e as microfonias não eram meros recusrsos para reforçar o barulho. Eles fazem parte de uma concepção de música, de rock e dos tempos. Por mais que já se tivesse visto isso com Stooges, com MC5 com o Velvet, nunca isso tinha sido colocado como identidade sonora em um álbum e de uma maneira tão bem construída, compondo e decompondo as canções, integrando-as sem esconder a sonoridade pretendida dentro delas.
O início do lado B mantém o impacto deixado pela letal "Taste of Cindy" que fecha a primeira parte. "Never Understand" é outra das provas de que a sonoridade pretendida é fica evidente com sua aura meio rackabilly, meio surf, mas com aquela atmosfera cheia de barulhos.
O disco dá uma pausa pra respirar com "Sowing Seeds" que baixa a rotação novamente, mas é só o tempo pra se recuperar e partir pro ataque com "My Little Underground", outra das melhores.
Fecha com "It's so Hard", com todas as características do disco mas um pouco mais soturna, enquadrando-se no contexto no qual afinal de contas faziam parte naquele momento, cheio de darks, góticos e afins. Chegava ao final meio que sem fôlego. Entreo extasiado e anestesiado.
Nunca tinha ouvido um disco igual.
"Psychocandy" evidentemente foi muito influenciado - punk, rockabilly, blues, surf music, Velvet, 13th. Floor Elevators, Beach Boys...- mas por ter conseguido ser um álbum coeso, único e original a partir de toda essa bagagem agragada e por seu caráter "barulhento" singular, também acabou por ser, desde seu nascimento, um disco extremamente influente e as microfonias e distorções desmedidas acabaram por se tornar assinatura dos irmãos Reid.
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FAIXAS:

  1. "Just Like Honey" – 3:03
  2. "The Living End" – 2:16
  3. "Taste the Floor" – 2:56
  4. "The Hardest Walk" – 2:40
  5. "Cut Dead" – 2:47
  6. "In a Hole" – 3:02
  7. "Taste of Cindy" – 1:42
  8. "Never Understand" – 2:57
  9. "Inside Me" – 3:09
  10. "Sowing Seeds" – 2:50
  11. "My Little Underground" – 2:31
  12. "You Trip Me Up" – 2:26
  13. "Something's Wrong" – 4:01
  14. "It's So Hard" – 2:37

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Ouça:
The Jesus and Mary Chain Psycho Candy



Cly Reis

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2019



O pessoal de Liverpool tá imbatível.
E não estou falando do time de Salah, Firmino e Mané.
Sei que já devia ter feito, o ano já começou e, por sinal está quase no final do primeiro mês, mas vida de blogueiro não se limita ao blog e até então não tinha dado tempo de fazer os levantamentos, retrospectos, somatórios e estatísticas para o Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS que sempre temos todo o início de ano aqui no ClyBlog. O ano que passou trouxe, além dos discos destacados por nós integrantes do blog, como de costume participações de convidados, com destaque para a resenha de Waldemar Falcão, para o lendário segundo disco de Zé Ramalho, "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", de 1979, do qual nosso convidado até mesmo participou, fazendo de seu texto um depoimento inestimável em relação a tudo que envolveu a obra e o artista naquele momento.
Na nossa tradicional atualização dos discos que pintaram por aqui no último ano, lá na frente, entre os artistas que têm mais obras citadas na nossa seção, entre os internacionais, Os Rapazes de Liverpool finalmente assumiram a liderança, uma vez que, nem Bowie nem Stones, que dividiam a dianteira com eles, tiveram novos discos incluídos nos A.F., mas é bom abrir o olho porque os alemães do Kraftwerk, considerado por muitos o outro nome mais influente na música de todos os tempos, botaram mais um disco na roda esse ano e subiram para o segundo degrau do pódio. Já pelo lado nacional, não houve mudança lá na frente e o destaque ficou com as estreias de Airto MoreiraTribalistas e o já citado Zé Ramalho.
Entre os países, os Estados Unidos se mantém à frente com boa folga, e, na disputa pela prata, os ingleses, com um bom número de artistas emplacando álbuns fundamentais, aproxima-se perigosamente dos brasileiros. Quanto às décadas, os anos 70 continuam mandando no pedaço, mas falando em anos, especificamente, ainda é o de 1986, que põe mais discos na nossa lista.
No ano atual, já temos um Álbum Fundamental mas que não entra para a contabilidade do ano passado. A expectativa para 2019 é se os Beatles confirmarão sua liderança e se, no Brasil, alguém vai desbancar Jorge Ben, que reina absoluto há um bom tempo na lista nacional.

Vamos conferir então como ficaram as coisas por aqui depois deste último ano:


PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk e Rolling Sones: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin e Pink Floyd: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Wayne Shorter, John Cale* e Bob Dylan: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Lou Reed, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum de Brian Eno com JohnCale ¨Wrong Way Out"


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben: 5 álbuns*
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Caetano Veloso: 4 álbuns*
  • Chico Buarque, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**, Gal Costa, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão e Sepultura: todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas" 
*** Contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"


PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 84
  • anos 70: 125
  • anos 80: 104
  • anos 90: 77
  • anos 2000: 12
  • anos 2010: 13

*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985: 17 álbuns
  • 1976 e 1969: 16 álbuns cada
  • 1967, 1968 e 1977: 15 álbuns cada
  • 1971 e 1973: 14 álbuns
  • 1972, 1975, 1979 e 1991: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1970, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1980: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 155 obras de artistas*
  • Brasil: 121 obras
  • Inglaterra: 110 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país



C.R.

domingo, 9 de janeiro de 2022

DOSSIÊ ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2021




O velho Wayne de olho no trono dos Beatles
Chegou a hora da verdade! A hora dos número. Mais um ano se foi e é chegada a hora de fazer aquele habitual levantamento dos álbuns que entraram para a seleta galeria dos Fundamentais do Clyblog. Lembrando sempre que, na verdade, a seção não tem por objetivo promover disputa ou qualquer tipo de comparação entre artistas e obras, mas a gente mesmo fica curioso para saber quais as marcas e quantitativos e aí, então, levantamos e, em forma de ranking, passamos para vocês. 

2021 foi o ano do jazz nos ÁLBUNS FUNDAMENTAISÁLBUNS. Das 29 obras destacas na nossa seção de discos, 11 foram do refinado estilo norte-americano. Se aproveitando desse predomínio, neste período, o craque Wayne Shorter encostou definitivamente no pessoal de cima. Ainda não alcançou os Beatles, que continuam liderando, mas, junto com seu companheiro de sopro, Miles Davis, que também chegou nas cabeças, já começam a botar uma certa pressão nos rapazes de Liverpool. A propósito da Terra da Rainha, curiosamente no último ano, não tivemos NENHUM artista britânico teve discos incluídos na nossa seção. as ações ficaram basicamente divididas entre norte-americanos e brasileiros, com destaque para o primeiro japonês na lista, o versátil Ryuichi Sakamoto.

No que diz respeito aos brasileiros, Caetano Veloso que dividia a liderança com Jorge Ben, agora toma a frente isoladamente por conta pela participação no disco "Brasil", com João Gilberto, Bethânia e Gilberto Gil. Mas  a disputa está tão apertada quanto no internacional e qualquer disco aqui, disco ali, no ano que chega, pode mudar o panorama.

Entre as décadas com mais obras mencionadas, os anos 70 continuam imbatíveis, embora o ano que aparece mais vezes seja o de 1986. Chama atenção que cada vez mais é inevitável que seja reconhecida a qualidade e se projete a relevância de trabalhos recentes, o que faz com que venham aparecendo com mais frequência, em maior número e cada vez mais fresquinhos, como foi o caso do recém lançado "Carnivore", do Body Count, que mal nasceu  e já figura entre os melhores.

Então, vamos aos números que é o que interessa. Chegou a hora da verdade!


  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones, Pink Floyd, Miles Davis e Wayne Shorter: 5 álbuns cada
  • Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Bob Dylan, John Coltrane e John Cale*  **: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, Van Morrison, R.E.M., Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Lee Morgan e Lou Reed**: 3 álbuns cada
  • Björk, Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Dexter Gordon, Philip Glass, Body Count, Faith No More, McCoy Tyner, Vince Guaraldi, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"
**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 6 álbuns*
  • Jorge Ben: 5 álbuns **
  • Gilberto Gil*  **: 5 álbuns
  • Tim Maia e Chico Buarque: 4 álbuns
  • Gal Costa, Legião Urbana, Titãs, Engenheiros do Hawaii e João Gilberto*  ****: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**, João Bosco, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão, Roberto Carlos, Sepultura e Milton Nascimento**** : todos com 2 álbuns 

*contando com o álbum "Brasil", com João Gilberto, Maria Bethânia e Gilberto Gil
**contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
*** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
**** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"
**** contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 19
  • anos 60: 96
  • anos 70: 138
  • anos 80: 116
  • anos 90: 89
  • anos 2000: 13
  • anos 2010: 15
  • anos 2020: 2


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 22 álbuns
  • 1977: 19 álbuns
  • 1969 e 1985: 17 álbuns
  • 1967, 1972, 1973 e 1976: 16 álbuns cada
  • 1968 ,1970 e 1991: 15 álbuns cada
  • 1971, 1979, 1980 e 1991: 14 álbuns
  • 1965, 1975 : 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1964, 1966, 1987,1989, 1990 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1978: 10 álbuns



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 192 obras de artistas*
  • Brasil: 139 obras
  • Inglaterra: 114 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • Japão, País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de páises diferentes, conta um para cada)