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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Era uma vez na América (ou melhor, DUAS vezes)

Eu tinha assistido à semifinal contra o Olímpia em 89. Eu estava lá no Gigante. Não, não podia acontecer de novo.
Quando os mexicanos do Chivas fizeram o primeiro gol do jogo aquele filme de terror me veio à cabeça. E eu lá de novo. Seria EU o culpado? Teria, EU, me desbarrancado do Rio de Janeiro a Porto Alegre, sem ingresso na mão, desembarcando 4 horas antes do jogo, conseguido incrivelmente a tal entrada, tudo isso para EU dar azar pro eu time? (Torcedor pensa cada coisa, não?) Mas por certo não fui só eu. Outros devem ter pensado que aquilo estava acontecendo porque não usaram a mesma cueca, não conseguiram sentar no mesmo lugar no estádio, porque não seguiram determinados rituais, ou sabe-se lá mais o que; mas de todos estes não sei quantos ali haviam presenciado a maior "tragédia" do Beira-Rio. E eu estava lá.
Em 1989, o Internacional havia conseguido a vantagem fora de casa - como agora -, vencera o bom Olímpia em Assunción por 1x0 com um gol de bicicleta. O jogo da volta era só uma formalidade. Tínhamos a vantagem do empate e naquela época não tinha esse negócio de gol qualificado. Começa o jogo e com 0x0 estamos dentro, mas os cara fazem o seu gol. Ai, ai, ai! Tudo bem, somos melhores: empatamos. Viramos o jogo (nada nos tirava aquela vaga). Pênalti pra nós!!! Quem ia bater? Nosso goleador, herói do greNal do Século, Nílson. E ele perde. Tudo bem, estamos classificando. Tomamos o empate (tudo bem o empate nos serve). Finalzinho do jogo e tomamos 3x2. Puta merda! Tivemos a vantagem 4 vezes durante os 90 minutos e deixamos escapar, agora seriam os pênaltis. Mas tínhamos bons batedores e o melhor goleiro do Brasil, exímio pegador de penalidades, Taffarel. Não por culpa dele mas, com cobranças muito bem executadas, acabou não agarrando nenhuma e Leomir, um dos nossos bons chutadores, errou.
Fim.
Nunca vira tanta gente permanecer no estádio depois do jogo por causa de uma derrota. Havia naquele dia 70 mil pessoas no Beira-Rio; imagino que umas 5 mil permaneceram sentadas, chorando, olhando pro vazio, sem acreditar, pedindo uma nova chance ao tempo como se ele pudesse retroceder, esperando que o juiz voltasse a campo e anunciasse que o Olímpia estava eliminado por... por... por qualquer motivo, sei lá. MAS NÃO ACONTECEU.
Os rivais tricolores, na época brincavam "sabe qual o maior circo do mundo? o Beira-Rio: tinha 70 mil palhaços lá dentro, ontem. hahaha", "por que que o colorado foi na padaria? comprar sonho, mas o sonho acabou hahaha"). E com um belo time, com uma grande campanha, com uma perspectiva de final mais fácil que a semi, fomos eliminados e naquele momento o sonho estava destruído.
O gol do Chivas foi aos 41 minutos. Pelos minutos restantes do primeiro-tempo fiquei gelado repassando tudo isso.Não! Não podia acontecer de novo. E NÃO ACONTECEU.
Desta vez a justiça de um futebol superior, de uma vantagem construída com uma atuação fantástica no jogo de ida, de jogadores com caráter, de um time determinado, de uma torcida empolgante, foi confirmada.
A partir do momento que o time controlou os nervos, botou a bola no chão, bateu no peito e disse "quem manda aqui sou eu", não teve pra ninguém e a vitória acabou vindo de maneira bem natural. O bom futebol voltou e foram 3 gols em 45 minutos. Eles até fizeram mais unzinho mas... e daí? Ninguém nem viu aquilo direito. Nuca vi tanta gente permanecer no estádio por tanto tempo depois do jogo por conta de um título. Havia umas 60 mil pessoas no estádio e as 60 mil permaneceram ali em pé, vibrando, gritando, chorando, comemorando. Venceu o melhor e felizmente o melhor é o meu INTERNACIONAL. E então, com minha camisa vermelha, mas sem cachaça na mão porque são proibidas bedidas alcoólicas dentro do estádio, fiz a festa no Gigante que só me esperava para começá-la.
E agora, definitivamente o fantasma do Olímpia, o de 89, as almas-penadas do goleiro Almeida e do centroavante Amarilla, foram embora. Nunca mais terei medo de fantasmas!


Cly Reis

domingo, 11 de setembro de 2016

Blur - "Parklife" (1994)




“Pela própria natureza
 de sermos de uma banda
somos muito competitivos
e queremos estar sempre por cima realmente."
Damon Albarn,
vocalista do Blur

Eu odeio Alex James e Damon Albarn.
Eu espero que eles peguem AIDS e morram”
Noel Gallagher
do Oasis



"Falcão ou Mococa?"
Esta foi a manchete do Jornal da Tarde, em 1979, antes da semifinal do Campeonato Brasileiro entre Internacional e Palmeiras na qual os dois volantes em questão mencionados na chamada, que vinham fazendo uma grande competição, encontrariam-se, num embate decisivo que levaria uma das duas equipes, sensações do campeonato, à final.
Mococa chamara atenção no campeonato com boa saída, bom desarme, é verdade, mas Falcão, o craque do Internacional de Porto Alegre tinha tudo que o outro apresentava e mais um pouco. Era bom defensivamente, na armação, no passe curto, médio, lançamentos, cabeceio, chegada na frente, conclusão, virtude essa última que o fez marcar dois dos três gols do Colorado na fantástica vitória por 3x2 sobre o alviverde paulista e obrigar o jornal a responder a própria pergunta na manchete do dia seguinte: "Falcão, é claro!"
A manchete provocativa de 37 anos atrás sempre me fez lembrar uma pergunta que foi recorrente nos anos 90 e que volta e meia quando se fala nos dois ainda reacende discussões: Blur ou Oasis?
Na verdade uma rivalidade muito mais alimentada pela imprensa no início mas que acabou se consolidando verdadeiramente por conta da personalidade forte do vocalista do Blur e da simplesmente irascível do frontman do Oasis. Bom, para mim, nunca houve a menor dúvida. Uma é inquieta, abusada e ousada e outra acomodadamente pretensiosa repetindo um discurso de grandiosidade tantas vezes que chega quase a convencer muitas pessoas. Uma consegue em um álbum colocar disco-music ("Boys and Girls"), hardcore ("Bank Holyday"); um art-rock ao melhor estilo Talking Heads ("London Loves"); e claro o típico britpop ("Bedhead", "Tracy Jacks") do qual sua música é ainda hoje a melhor representante, enquanto o outro parece estar tocando sempre a mesma música numa homogeneidade desestimulante. O vocal ora é agressivo ("Bank Holyday"), ora é doce ("To The End"), ora é narrado ("Parklife") e por vezes sequer há vocal em vinhetas instrumentais ousadas como no reggae high-tech psicodélico "Lot 105" ou na valsa instrumental meio mambembe, "The Debt Collector" que, esta sim, orgulharia os rapazes de Liverpool dos quais a outra banda tanto se vangloria de ser a única herdeira. Pra ser sincero, no que diz respeito aos vocais, até reconheço que o outro, o bronco e falastrão até tenha melhores recursos técnicos mas no conjunto final, a audácia musical, o atrevimento, a molecagem fazem toda a diferença e só uma delas tem.
Sim, sei que o próprio Damon Albarn, vocalista do Blur declarou que o Oasis seria melhor do que o Blur. Sei, sei. Mas interpreto a declaração muito mais como um sinal de boa vontade dos novos tempos entre as duas bandas, um gesto de generosidade, uma intenção definitiva de trégua do que uma verdade absoluta que, para falar a verdade, bem sinceramente, duvido muito que seja verdadeiramente o pensamento dele. É verdade que hoje em dia sou muito mais simpático ao trabalho da outra banda do que em tempos atrás, já reconheço muito mais méritos e virtudes do que antes e até admito que possam (e até devam), num futuro próximo, ter algum trabalho destacado nesta seção, mas a mim parece que a questão entre as duas tem o mesmo descabimento da quela feita lá em 79 pelo jornal paulista.
Falcão ou Mococa?
Blur, é claro!
*********************

FAIXAS:
1. "Girls & Boys" 4:50
2. "Tracy Jacks" 4:20
3. "End of a Century" 2:46
4. "Parklife" (starring Phil Daniels) 3:05
5. "Bank Holiday" 1:42
6. "Badhead" 3:25
7. "The Debt Collector" (Instrumental) 2:10
8. "Far Out" 1:41
9. "To the End" 4:05
10. "London Loves" 4:15
11. "Trouble in the Message Centre" 4:09
12. "Clover Over Dover" 3:22
13. "Magic America" 3:38
14. "Jubilee" 2:47
15. "This Is a Low" 5:07
16. "Lot 105" 1:17


********************
Ouça:
Blur Parklife



Cly Reis

segunda-feira, 11 de março de 2024

Oscar 2024 - Os Vencedores

 


"Oppenheimer", filme do diretor Christopher Nolan, faturou sete Oscar na cerimônia deste domingo à noite. com seu
Christopher Nolan, finalmente, ganhando seu
tão aguardado Oscar.
A noite deste domingo, dia 10 de março, marcou a cerimônia da 96ª edição do Oscar, na qual "Oppenheimer", filme do diretor Christopher Nolan, foi o grande vencedor, com sete estatuetas, mas com grande destaque para "Pobres Criaturas", de Yorgos Lanthimos, que levou quatro.

Apresentada pelo comediante Jimmy Kimmel, a festa não teve grandes novidades nem surpresas. A presença de cinco apresentadores, todos já vencedores, para apresentar os prêmios de atuação foi algo interessante, John cena apresentando "pelado" o prêmio de figurino foi engraçado, Slash, do Guns'n' Roses, dando uma canja na performance de "I'm Just Ken" foi muito show, e o momento mais emocionante, sem dúvida, ficou com o diretor do documentário "20 dias em Mariupol", sobre a guerra da Ucrânia, Mstyslav Chernov, emocionado, declarando que gostaria de nunca precisar ter feito um filme sobre algo assim.

A meu ver, nenhuma grande injustiça. "Anatomia de Uma Queda", de enredo brilhante, justamente agraciado com o prêmio de roteiro original, "Zona de Interesse", o mais complexo e artístico dos estrangeiros ganhando o prêmio de filme internacional, "Godzila Minjus One" desbancando os gigantes e vencendo a categoria de efeitos visuais... Até dá pra discutir um Downey Jr. ao invés de um DeNiro, uma Emma Stone e não Lily Gladstone, mas, de um modo geral, nenhum absurdo gritante, a meu ver.

Bom, quer saber como foram todos os prêmios? Dá uma olhada aí abaixo e conheça, então, todos os vencedores da noite:

📹📹📹📹📹📹📹📹

MELHOR FILME

• Oppenheimer


MELHOR DIREÇÃO


• Christopher Nolan, por Oppenheimer


MELHOR ATOR

• Cillian Murphy, por Oppenheimer


MELHOR ATRIZ


• Emma Stone, por Pobres Criaturas


MELHOR ATOR COADJUVANTE

• Robert Downey Jr., por Oppenheimer


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

• Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

• Justine Triet & Arthur Harari, por Anatomia de uma Queda


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

• Cord Jefferson, por American Fiction


MELHOR ANIMAÇÃO

• O Menino e a Garça


MELHOR FILME INTERNACIONAL


• A Zona de Interesse (Reino Unido)


MELHOR DOCUMENTÁRIO


• 20 Days in Mariupol


MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM


• The ABCs of Book Banning


MELHOR CURTA-METRAGEM

• The Wonderful Story of Henry Sugar


MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO

• War is Over (inspired by the music of John & Yoko)


MELHOR TRILHA SONORA


• Ludwig Göransson, por Oppenheimer


MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

• "What Was I Made For?" (Barbie)


MELHOR SOM


• A Zona de Interesse



MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO

• Shona Heath, por Pobres Criaturas


MELHOR FOTOGRAFIA

• Hoyte van Hoytema, por Oppenheimer


MELHOR CABELO E MAQUIAGEM


• Pobres Criaturas


MELHOR FIGURINO

• Holly Waddington, por Pobres Criaturas


MELHOR MONTAGEM


• Jennifer Lame, por Oppenheimer


• MELHORES EFEITOS VISUAIS

• Godzilla Minus One





C.R.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Airto Moreira - "Seeds of the Ground" ou "The Natural Sounds of Airto" (1971)



Capa original, de 1971, e a da reedição
em CD, de 1994
“Airto tem um curto período de tempo [nos Estados Unidos] e já tem um impacto importante aqui. Sua influência, expressões criativas e sons inovadores têm sido fortemente sentidos por muitos de nossos principais músicos. O som único de Airto beneficia-se fortemente da compreensão da necessidade de melhores métodos de comunicação – uma necessidade que ele sente que pode ser respondida através da música”. 
Bob Small, produtor musical

A virada dos anos 60 para os 70 foi um momento especialmente frutífero para músicos brasileiros no mercado internacional. Após uma primeira leva de compositores, cantores, instrumentistas e arranjadores descobertos pelos gringos por conta da bossa-nova, vários outros aproveitaram o prestígio já estabelecido da musica brasileira no exterior para abrir novas frentes. O principal destino: Estados Unidos. É quando talentos como Hermeto Pascoal, Dom Um Romão, João Donato e Eumir Deodato, entre outros, partem de mala e cuia para residir naquele que é maior mercado da música no mundo.

Caso de Airto Moreira. O já experiente percussionista catarinense, que, no Brasil, havia integrado os célebres trios Sambalanço (com César Camargo Mariano e Humberto Cláiber) e Sambrasa – ao lado de Hermeto e Cláiber –, além do igualmente icônico Quarteto Novo – novamente ao lado do “Bruxo”, mas também contando com Theo de Barros e Heraldo do Monte. Em 1967, participa do III Festival de Música Popular Brasileira, acompanhando Edu Lobo e Marília Medalha na interpretação da vencedora "Ponteio", a qual coassina com Edu o arranjo. Êxitos obtidos, o negócio era, agora, alçar outros voos.

Dono de um tempo rítmico que abarcava a sutiliza harmônica da bossa nova ao arrojo do jazz moderno, Airto, já em terras yankees, foi impulsionado definitivamente no disputado meio do jazz com a participação no referencial “Bitches Brew”, de Miles Davis, em 1969. Foi em apenas uma faixa (“Feio”), mas o suficiente para pô-lo no rol dos músicos da primeira linha. Tanto é que, um ano depois, veio o primeiro disco solo: “Natural Feelings”, pela Buddah Records, uma joia do jazz fusion com a cara daquilo que só um artista brasileiro é capaz de conceber mesmo longe de casa. Tão melhor que o álbum de estreia, no entanto, é “Seeds of the Ground”, de 1971, onde Airto, acompanhado do inseparável Hermeto (piano, teclados, violão e flauta), responsável pelas composições e arranjos, da magnífica Flora Purim aos vocais, do mago do baixo acústico Ron Carter e a maestria de Sivuca (violão e acordeom), deságua toda a sua inventividade enraizada na cultura brasileira mas conectada com a vanguarda internacional. E ali eram o lugar e a hora perfeitas para deixar fluir esta nova música.

“Andei”, que abre “Seeds...” (também intitulado como "The Natural Sounds of Airto"), deixa bem clara a proposta. Trata-se de um baião nordestino, que inicia com o som característico do Brasil: o de um berimbau. Em seguida, a potente bateria de Airto entra, carregando consigo toda a banda e os próprios vocalizes, formando uma sonoridade cheia e quase funkeada. O baixo de Ron, brasileiríssimo, dialoga com o berimbau. Ainda, a flauta de Hermeto completa a intensa atmosfera com aqueles solos que somente ele sabe extrair. Um “cartão de visitas” irrepreensível. Além disso, como classificar uma peça ímpar como esta? Um baião-fusion? Um brazilian-groove? Ou um ethnic-funk? É o talento do músico brasileiro dando um nó no sempre tão inovador jazz.

A incrível “O Sonho” traz pela primeira vez no disco a voz de Flora, esposa de Airto. A abertura onírica e dissonante, que remete ao abstratismo de Gil Melle e Don Cherry, logo se resolve em um jazz modal em que Airto e Hermeto estão especialmente afinados, um na bateria e o outro no piano elétrico – este último que, aliás, manda ver num longo e inspirado improviso. E Flora, então?! Que performance! Sua voz desenha com naturalidade a complexa e variante linha melódica, mudando de escalas e tons e, principalmente, dando unidade a este devaneio sonoro. Além de tudo isso, Flora ainda inventa de soltar gritos e sussurros pra lá de sensuais ao final da faixa. Caramba! De arrepiar.

Airto como a esposa e cantora Flora Purim e o parceiro
Hermeto: união de craques da música brasileira nos EUA
Na sequência, vem a bucólica e soturna “Uri”, que, pela atmosfera sertaneja e idílica, bem poderia compor a trilha de algum filme ou peça teatral baseada em uma obra da Guimarães Rosa. O violão sustenta a base, enquanto Airto intercala diversos instrumentos de percussão (chocalhos, tímpano, temple block e outros). A voz do coautor Googie e a de Flora, especialmente, que vai do agudo ao grave num lance, convivem com contracantos, gritos e vocalizes. Outro craque brasileiro vivendo na terra de Charlie Parker, Sivuca, em uma de suas participações, solta notas densas do acordeom, ampliando o clima sombrio e contemplativo. Mais uma mostra da contribuição sui genneris do Brasil para a música moderna que se produzia no exterior àqueles idos.

O baião aparece novamente em “Papo Furado”, em que Airto, brilhante na instrumentalização da percussão junto com outro ilustre convidado, Dom Um Romão, divide vocais com Hermeto, este, segurando todas no violão. O mesmo pode-se dizer de Carter, que parece ter vestido gibão e entrado no forró. A romântica “Juntos”, noutro clima, exige mais uma vez de Flora habilidades vocais – as quais ela, claro, mostra dominar totalmente dado a grande cantora que é. O tom baixo, que pede cuidado na afinação, dá um charme todo especial ao número, o qual conta, como em “Andei”, com o solo de flauta de Hermeto. Uma febril balada jazz, que faz remeter a Sarah Vaughan dos anos de Columbia.

“Seeds...” encerra com duas versões de “O Galho da Roseira”, composição de Hermeto originalmente de 1941, que era cantada por seus pais durante os trabalhos da roça em sua infância no interior de Alagoas. Porém, não se trata apenas de dois takes lançados ao final do disco com pequenas diferenças entre si, haja vista que ficam quase irreconhecíveis de uma para a outra. A parte 1, bem fiel à estrutura original – visto que arranjada pelo próprio Hermeto –, traz já de início o acordeom de Sivuca em solfejos serenos junto com as vozes de Hermeto e Flora. Até que, então, entra o restante do time, com Ron impressionando em suas modulações típicas no braço do baixo, Dom Um diversificando as texturas (sinos, chocalho, reco-reco, temple block) e Hermeto fazendo suas “bruxarias”, como transformar um violão em rabeca. Mas em termos de violão, a criatividade da turma não para por aí, porque contam com as mãos mágicas de Sivuca, que larga a gaita para pegar a viola caipira, num dos solos mais brilhantes do disco. Hermeto, no entanto, não fica atrás em um novo improviso, agora, no eletric harpsichord, articulando um momento modal ao tema tipicamente rural.

“O Galho...”, que recebeu da crítica o título de uma das melhores de 1971, ganha, na versão 2, caráter de um típico jazz fusion, como o que Airto contribuiria a partir daquele ano na banda Return to Forever ao acompanhar o pianista norte-americano Chick Corea em um de seus melhores momentos da carreira. Airto, como na faixa anterior, deixa tudo para os companheiros Ron, Hermeto, Sivuca e Dom Um, que se soltam, fechando o disco com uma pegada mais jazzística impossível.

Depois de “Seeds...”, vieram outros projetos de prestígio de Airto, a contratação pelo cultuado selo CTI, a participação na legendária Weather Report e a formação de uma nova banda. Bastante ativo nas décadas seguintes e ainda hoje vivendo nos Estados Unidos, Airto virou, merecidamente, uma lenda do calibre de Wayne Shorter, Herbie Hancock, Stanley Clarke, Keith Jarrett, George Benson, Jaco Pastorius e George Duke, parceiros com quem tocou. Mas o fato é que, por obra natural do destino, a fenomenal banda responsável por “Seeds...” nunca mais voltou a tocar junta. Isso faz com que o disco ganhe ainda mais importância por ter registrado um momento especial da música brasileira em que esta nada devia a qualquer outra que estivesse sendo produzida àquela época. Pelo contrário: estava dando exemplo e ensinando ao mundo um pouco de ginga, que só um brasileiro é capaz de oferecer.

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FAIXAS:
1. Andei (I Walked) - 2:40 
2. O Sonho (Moon Dreams) - 7:45 (Ray Evans/ Jay Livingston)
3. Uri (Wind) - 6:10 
4. Papo Furado (Jive Talking) - 3:29 
5. Juntos (We Love) - 3:22 (Hermeto/ Flora Purim)
6. O Galho Da Roseira (The Branches Of The Rose Tree) - 7:54
7. O Galho Da Roseira (The Branches Of The Rose Tree) Part II - 8:21
Todas as composições de autoria de Hermeto Pascoal, exceto indicadas

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OUÇA O DISCO:
Airto Moreira - "Seeds of the Ground"

Daniel Rodrigues

sábado, 20 de junho de 2009

Eu acho que dá

Ainda em tempo, aproveito para comentar alguma coisa sobre a decisão da Copa do Brasil na qual o meu Colorado está envolvido e infelizmente saiu derrotado do primeiro confronto.
Quero dizer inicialmente que não faço côro com os que consideraram fundamental para a derrota a atuação do árbitro Héber Roberto Lopes. Sinceramente, apesar da rispidez do lance do lateral do Corinthians sobre o avante Alecsandro do Inter, não vi pênalti e esse papo de "força desproporcional" pra mim é bichice. Futebol é na força mesmo e é isso aí. Segundo: o fato de não ter amarelado jogadores pendurados do Corinthinas. Ora, não esqueçamos que ele também não amarelou o álvaro, único pendurado do Inter e que bem que merecia por ter entrado com as duas mãos no pescoço do "gorducho". Terceiro e a propósito de gorducho, a tal da bola em movimento no segundo gol, essa sim acho que foi importante ainda que não admita tal desatenção de uma defesa num caso desses. Mas o fato é que, verdadeiramente, esse tipo de lance, se o árbitro pára, efetivamente a jogada, dá tempo de alguém, aí sim, se postar a frente da bola, sinalizar posicionamento, da defesa recompor-se etudo mais. Este eu considero um prejuízo causado pela arbitragem, mas ao mesmo tempo vejo que 2x0 para o Corinthinas é um resultado absolutamente normal para o mandante e sendo este mandante um time grande de tradição e que teria que fazer seu score no jogo da sua casa. Sem falar que o próprio Internacional deixou de diminuir esta vantagem no lance em que o atacante Taison entrou livre de frente para o goleiro e não teve a frieza suficiente para descontar o placar, o que teria sido fundamental para o segundo jogo.
Dito isso quero afirmar algumas coisas aqui que me fazem crer que É POSSÍVEL, SIM:

1. Como disse acima, o placar de 2x0 para um time grande na sua casa, mesmo diante de outro time grande é perfeitamente normal, comum, corriqueiro. Acho que o placar que mais vi a favor do Inter em jogos contra o Corinthians no Beira-Rio deve ter sido o 2x0. Sim, é certo que as circiunstâncias não são tão comuns. Uma coisa é fazer 2x0 e outra é TER que fazer. E ainda assim, 2x0 leva a pênaltis, o que é outro martírio. Mas acho totalmente possível fazer 2x0, e digo mais: se chegar a fazer dois, vai na empolgação, na pressão e faz três e aí nem pênaltis vai precisar;

2. Em contraponto, afirma-se por aí que o Corinthians, sob a direção de Mano Menezes nunca levou três gols de diferença. Pode ser verdade, mas também é verdade que este ano o Internacional só havia levado dois gols na goleada sobre o Esportivo de Bento Gonçalves por 6x2;

3. No embalo deste placar aproveito para lembrar que o Inter tem o melhor ataque do Brasil na temporada com 93 gols e em diversas ocasiões goleou adversários no Gigante, ou seja, ineditismo de placar por ineditismo, também podemos derrubar esta marca do adversário também;

4. Sei que o Corinthians é muto mais qualificado que o Esportivo ou mesmo que o Caxias que foi à final do Gauchão e levou 8x1, seno 7x0 no primeiro tempo, mas me apego a isso também para salientar o grau de determinação, concentração e decisão do atual grupo. Quando é para decidir, para fazer resultado, para reverter, eles jogam à morte desde o primeiro minuto. É uma blitz pra cima do adversário, um sufoco. Com aquele tipo de POSTURA que o time teve nestas goleadas é bem possível que já esteja marcando gol ainda nos primeiros 10 minutos e aí a pressão coletiva sobre o adversário aumenta, seja eles o Corinthians, o Caxias, o Grêmio ou seja lá quem for;

5. Também sei que o alvinegro paulista tem jogadores experientes, um técnico matreiro e tudo mais, mas no que se refere à pressão (do time e da torcida) acho que eles sentirão um pouco sim e se sentirem, será fatal. digo isso porque notei que mesmo em casa, diante da sua torcida, sentiram os momentos que o Inter foi pra cima, principalmente nas bolas paradas, onde falharam com alguma frequência e às vezes pareciam se desconcentrar e imagino que com um uníssono ensurdecedor, na hora de um escanteio ou de uma falta ao lado da área esta concentração deva ficar bastante prejudicada;

6. Também não poso deixar de mencionar a volta de três titulares cujas ausências foram extremamente sentidas no primeiro jogo: D'Alessandro pela grande qualidade, ritmo, raça e categoria; Kléber pela igual qualidade de passe e de marcação diferentemente do reserva Marcelo Cordeiro que demsontrou grande deficiência sobretudo neste último quesito; e Nilmar que, sabemos, é infinitamente superior que seu reserva Alecsandro, é decisivo, inteligente emuito rápido. Sem desmerecer a vitória do Coringão no jogo da ida, mas sem quatro titulares importantes do adversário (inclua-se o lateral Bolívar), fica bem mais fácil;
7. Por último quero dizer que poucas vezes vi no meu clube um grupo de jogadores com tanto caráter, tanta determinação, um grupo tão unido, profissional e comprometido. Acho que coisas como essa fazem a diferença numa decisão.

Mas, com tudo isso, amigos, Colorados ou não, quero lhes dizer que, com o perdão das obviedades do tipo "vai ser difícil, eles estão em vantagem, tem que cuidar pra não tomar gol em casa", mas eu acho que dá.

agora, apenas pra não deixar de referir. O Ronaldo joga muio, mesmo, hein! Mesmo meio fora de forma e tudo mais, mas ele pega uma bola daquelas no mano-a-mano e já era. Temos que cuidar isso no segundo jogo.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Debate "O Espaço Encontrado pela Crítica nos Eventos de Cinema e Qual seu Papel no Fomento da Cinefilia" - 1º Encontro dos Festivais Ibero-americanos de Cinema (EFIC) - Cinemateca Capitólio - Porto Alegre/RS (26/03/23)


Faz um tempo que já que ocorreu, mas vale a pena registar o debate do qual fui mediador como crítico filiado a Accirs, no 1º Encontro dos Festivais Ibero-americanos de Cinema (EFIC), realizado na charmosa Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre, em março, e promovido pela Fundação Cinema RS (Fundacine) em parceria com a Coordenação de Cinema e Audiovisual da Prefeitura de Porto Alegre. O evento teve como eixo central a criação de um espaço de intercâmbio entre alguns dos principais eventos da Ibero-América, com mesas e painéis temáticos, além de uma mostra de obras cinematográficas que tiveram relevância no cenário destes eventos. 

A salutar discussão da qual participei foi sobre a relação entre a crítica e os festivais e mostras de cinema e qual seu papel no fomento da cinefilia com a presença de três ilustres debatedores: David Manuel Obarrio, responsável pelo Bafici - Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, na Argentina; Victor Guimarães, cabeça da programação do Ficvaldivia - Festival Internacional de Cinema de Valdivia, no Chile, entre outros festivais e mostras; e minha colega de ACCIRS Ivonete Pinto, jornalista, professora de cinema e editora da Revista Teorema.

Coube a mim fazer uma breve abertura para, em seguida, passar a palavra para os convidados, que tinham muito a falar e de quem o público presente queria ouvir. Obarrio, simpático e sagaz, dentre diversos aspectos que abordou, falou sobre o atual momento do cinema independente na Argentina e do cuidado para não ser levado a padronizações no processo de curadoria de um festival em seu país. O êxito do cinema de realizadores como Pablo Trapero e Lucrécia Martel, conforme disse, acaba por influenciar o formato de novas produções, que perigosamente investem em reproduzir uma espécie de formato já estabelecido por estes estetas. Na sua opinião, para que se mantenha a independência e a proposição de coisas novas num cinema tão exitoso como o argentino é importante que festivais como o que ele representa estejam atentos a isso de forma a não chancelar tal movimento acriticamente para que, com o tempo, não haja uma natural "commoditização".

Já Ivonete, colega de Accirs a quem tenho apreço e admiração, trouxe em sua fala, dentre outros aspectos, o da importância da produção acadêmica para a crítica de cinema. Professora de cinema, ela sinalizou o quando há produções de grande qualidade que refletem com profundidade a arte cinematográfica em artigos de publicações muitas vezes restrita ao meio das universidades. Ivonete também falou sobre experiência na crítica mais corriqueira para imprensa, e com a qual buscava equilibrar o olhar acurado da crítica a uma comunicação mais ligeira e rasa que a notícia do dia a dia (e os leitores) exigem, não raro recorrendo a ironia para absorver aquilo que não considera cinema, como comédias da Globo Filmes ou enlatados hollywoodianos.

Por fim, Victor, com quem comungo de várias percepções, que trouxe uma série de observâncias suas dos festivais e mostras do qual participa no Brasil e no exterior. Com uma visão bastante subjetiva e desprendida de estereótipos, mas focada no aperfeiçoamento constante do fazer e da reflexão crítica do cinema enquanto arte, Victor entende, por exemplo, que não se deve ter pressa em se assistir todos os lançamentos, por mais que mereçam audiência, pois considera, antes de mais nada, fundamental certo distanciamento do espectador/crítico com a obra para uma absorção mais pessoal e íntegra - o que, geralmente, o dilatamento do tempo ajuda a oferecer. Libertador para um cinéfilo como eu ouvir de um profissional tão entrosado com o circuito de festivais e mostras de cinema que há muito a se descobrir de novo nas produções velhas cronologicamente, algo que desde muito me pauta para ver e entender cinema e seu decurso.

O público presente encheu os convidados de perguntas, algumas bem formuladas, outras, nem isso. Mas todas respondidas com generosidade e competência pelos debatedores. Tanto que a mim coube basicamente dar o pontapé inicial e distribuir os questionamentos da plateia antes de encerrar o encontro.

Por conta de limitações de sinal na sala em que foi realizado o debate, o mesmo não foi transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do evento. Fizeram a gravação integral, mas não se lançou ainda na rede. Uma pena. Foi um espaço bastante rico para discutir questões inerentes a está relação tão próxima e necessária entre festivais/mostras e a crítica em seus vários níveis, seja na curadoria/programação, seja na cobertura destes eventos, seja na produção resultante disso, além do próprio dialogo entre realizador e crítico. Mesmo sem o vídeo, ficam aí alguns registros de fotos de como foi aquela tarde de domingo na charmosa Cinemateca Capitólio.

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Telão antes de iniciar o debate


Fazendo as apresentações


Ainda sobre os convidados...

Obarrio, convidado de fora, teve a primeira palavra


Victor veio logo em seguida

Ivonete encerrou o primeiro ciclo de falas


Papo sobre cinema e crítica segue interessante


Público não arredou pé


Este que vos fala ao lado do cartaz do EFIC


Daniel Rodrigues



segunda-feira, 28 de março de 2022

Oscar 2022 - Os Vencedores


A bifa de Smith em Rock.
Teve de tudo! Dessa vez teve cerimônia completa, casa cheia, números musicais, mestres de cerimônia e até porrada.

Mas vamos começar pela cerimônia e pelos prêmios: pra compensar a premiação chocha do ano passado, bem discreta e quase intimista, por conta da pandemia, a Academia veio logo com três apresentadoras esse ano, Amy Shurmer, Regina Hall e Wanda Sykes que, muito inteligentes e bem-humoradas, conduziram a festa com competência, entregando, é claro, para os convidados apresentadores dos prêmios.
E a propósito, na maior parte dos casos não houve muitas surpresas: "Duna" faturou os prêmio técnicos, Jane Campion confirmou o favoritismo para Direção; "Encanto" levou Animação; "Drive My Car", Filme Internacional, mas também tivemos premiações inéditas, como a do primeiro ator surdo a receber um Oscar, Troy Kotsur, e o próprio filme em questão,  "No Ritmo do Coração", de certa forma surpreendendo ao desbancar "Ataque dos Cães" que levava algum favoritismo.
Mas de uma cerimônia tão marcante por diversos fatores, protagonismo feminino, inclusão, diversidade, ineditismos, o que acabou mais chamando atenção, sem dúvida, foi o tapa na cara dado por Will Smith em Chris Rock por conta de uma piadinha, de mau gosto, envolvendo sua esposa. O que parecia, em princípio, mais uma brincadeira, mais uma encenação ensaiadinha dessas típicas de Hollywood, acabou se revelando uma indignação genuína de Smith quando ele, depois de subir ao palco e agredir o comediante, ao retornar para seu assento, continuou xingando e reafirmando sua ira, "Não mexa com o nome da minha esposa!", dizia furioso. Simplesmente inusitado.
De certa forma, o incidente roubou a cena da festa, ainda que depois disso ainda viessem a ser anunciados vários prêmios importantes, inclusive o Oscar de melhor ator para o próprio Will.
No fim das contas, numa edição que marcou a segunda conquista consecutiva de mulheres na direção, um ator deficiente auditivo sendo premiado, um filme de inclusão batendo um dos  favoritos, vai acabar entrando para a história como aquela em que o Will Smith deu-lhe um sopapo no Chris Rock.
Mas, mesmo sendo "fato secundário", vale a pena, também, a gente saber quem foram os premiados da noite.
Vai aí:

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  • Atriz Coadjuvante: Ariana DeBose (Amor, Sublime Amor)
  • Ator Coadjuvante: Troy Kotsur (No Ritmo do Coração)
  • Ator: Will Smith (King Richard - Criando Campeãs)
  • Atriz: Jessica Chestain (Os Olhos de Tammy Faye)
  • Som: Duna
  • Fotografia: Duna
  • Efeitos Visuais: Duna
  • Montagem: Duna
  • Direção de Arte: Duna
  • Figurino: Cruella
  • Maquiagem e Cabelo: Os Olhos de Tammy Faye
  • Documentário: Summer of Soul (ou... Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada)
  • Documentário Curta-metragem: The Queen of Basketball
  • Roteiro Adaptado: No Ritmo do Coração
  • Roteiro Original: Belfast
  • Trilha Sonora Original: Hans Zimmer (Duna)
  • Canção Original: Billie Eilish, (007 - Sem Tempo Para Morrer)
  • Animação: Encanto
  • Curta de Animação: The Windshield Wiper
  • Curta-metragem: The Long Goodbye
  • Filme Internacional: Drive My Car
  • Direção: Jane Campion, (Ataque dos Cães)
  • Filme: No Ritmo do Coração


C.R.

sábado, 14 de setembro de 2013

ClyBlog 5+ Craques


É, nós do clyblog também gostamos de futebol!
Siiiim!!! Tanto que volta e meia fazemos alguma referência a algum evento importante do esporte (Copa do mundo, Libertadores, finais de torneios, etc.) ; habitualmente registramos presença nos estádios por onde passamos; muitos dos Causo de Dois Morro são sobre futebol, tirinhas do blog também  fazem referência ao mundo da bola como as do Peymar ou a caríssima contração do time da horta; isso sem falar que, não raro, nas COTIDIANAS costuma aparecer algum conto ou crônica sobre futebol, tanto que uma delas até foi selecionada e publicada numa coletânea homenageando meu time do coração, o Internacional.
E dessa vez o clyblog 5+ é mais ou menos sobre isso: os 5 maiores que já vestiram a  camisa do time do coração de 5 convidados. Sei que no Brasil teríamos pelo menos 12 ou 15 times que valeriam a pena serem destacados, outra dezena que valeriam pela curiosidade, outros tantos pelo inusitado, mas dentro da nossa geografia de amigos, procuramos fazer o mais variado possível, sem sermos óbvios demais, mas de modo que ficasse minimamente interessante. Meus amigos flamenguistas,vascaínos, corintianos, botafoguenses, santistas, atleticanos, e tantos outros vão me perdoar, mas só tinha lugar pra 5 neste especial de 5 anos.
Assim, com vocês, clyblog 5+ craques do seu time do coração:




1 Samir Al Jaber
funcionário público
torcedor do São Paulo Futebol Clube
(São Paulo /SP)

"Fala aí, brother! É bem diferente de fazer lista de discos, né?
Até porque disco é uma coisa que dá pra ouvir e analisar
e tem muito jogador que o que sei é de relatos, leitura e DVD's históricos.
Bom, no fim, minha lista ficou até meio clichê."

Rogério Ceni

1. Rogério Ceni
2. Leônidas da Silva
3. Raí
4. Careca
5. Pedro Rocha



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2 Mateus Bianchim
ator
torcedor da Sociedade Esportiva Palmeiras
(São Paulo/SP)


1. Marcos
2. Evair
3. César Maluco
4. Ademir da Guia
O "Divino" é destaque
na lista do palmeirense
Mateus Bianchim




















5. Obina

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3 Tiago Ritter
jornalista
torcedor do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
(Porto Alegre /RS)


"Vou falar dos que vi e dos poucos que tive boas referências."


Renato

1. Renato Portaluppi
2. Danrlei
3. Dinho
4. Luís Carlos Goiano
5. Aírton 'Pavilhão'




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4 Liliane Reis Freitas
operadora de CFTV
torcedora do Sport Club Internacional
(Sapucaia do Sul /RS)


1. Falcão


2. Fernandão
3. D' Alessandro
4. Figueroa
5. Manga

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5 Carlos Eduardo Jesus Braga
comprador da construção civil
torcedor do Fluminense Football Clube
(Rio de Janeiro /RJ)

"Dos que eu vi jogar, os maiores seriam Assis e Thiago Silva,
mas respeitando a história, a ordem é essa."



1. Castilho
2. Thiago silva
3. Assis
4. Rivelino
5. Telê Santana
A maioria das pessoas só lembra
do Telê técnico mas ele foi também
um dos grandes jogadores
da história do Fluminense