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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

ÁLBUNS FUNDAMENTAIS ESPECIAL 10 ANOS DO CLYBLOG - Ratos de Porão - "Século Sinistro" (2014)




“É o cotidiano desprezível, sabe? (...)
[O álbum] tem uma indignação da minha parte,
com a política, com a impunidade.
Retrata o cotidiano da gente
com a maior raiva e desprezo”
João Gordo, 
em entrevista à Rolling Stone



Quase 35 anos depois de "Crucificados pelo Sistema" (1984), um clássico álbum punk de uma das mais importantes, influentes e fundamentais bandas de som pesado no Brasil, os Ratos de Porão permanecem até hoje entre as maiores referências, uma vez que atravessaram três décadas de existência e resistência seguindo firmes e fortes como a mais bem sucedida da cena da qual fizeram parte nos anos 80.
Com uma discografia que ultrapassa 12 discos de estúdio, sempre expelindo toda sua fúria contra o sistema e rompendo as barreiras do punk/hardcore, broches desde quando arriscaram ligações com o metal no início dos anos 90, a banda se encontra em sua melhor fase.
Atualmente formada por Jão (guitarra), João Gordo (vocal), Boka (bateria) e Juninho (baixo), os Ratos passaram por um hiato de oito anos e, em 2014, lançaram esse incrível "Século Sinistro", gravado e mixado em formato analógico com produção assinada por Jean Dellabella (ex-Sepultura) e pela própria banda.
Eleito o 7° melhor disco nacional da década pela Rolling Stone, "Século Sinistro" reflete veementemente seu título em 13 faixas (12 autorais e 1 cover) recheadas de fúria, energia, guitarras rápidas e ótimos riffs. Sob letras sempre muito reflexivas, a temática nos problemas atuais está sempre em foco, como em “Conflito Violento” – faixa que abre o disco relatando a violência policial contra manifestantes nos atos contra o governo em 2013, quando o povo achava ter “acordado” -; “Puta, Viagra e Corrupção”; “Pra Fazer Pobre Chorar”; “Viciado Digital” e críticas às desgraças que acontecem por aqui como em “Jornada Para O Inferno”; “Prenúncio Das Trevas” – em uma alusão a situação precária dos presídios brasileiros – e “Stress Pós-Traumático”.
O cover de “Progeria Of Power” da banda punk sueca Anti-Cimex e as participações: Moyses Kolesne (Krisiun) no solo de “Neocanibalismo”, trazem à tona as influências do metal que moldaram a sonoridade desde Anarkophobia (1991). Já em “Sangue & Bunda” o destaque especial são os grunhidos guturais de Atum, o porquinho de estimação de 
João Gordo.


por Helson Luiz Trindade

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FAIXAS:
1. "Conflito Violento" 3:20
2. "Neocanibalismo" 2:42
3. "Grande Bosta" 3:15
4. "Sangue & Bunda" 2:13
5. "Século Sinistro" 1:47
6. "Jornada Para o Inferno" 3:20
7. "Prenúncio de Treta" 2:46
8. "Stress Pós-Traumático" 3:01
9. "Viciado Digital" 2:15
10. "Boiada Pra Bandido" 3:24
11. "Progeria Power" 1:10
12. "Puta, Viagra e Corrupção" 2:20
13. "Pra Fazer Pobre Chorar" 2:26


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Ouça:


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Helson Luiz Trindade, carioca, residente no Rio de Janeiro, é, como ele mesmo se define, um 'apaixonado por música'; e por isso mesmo seu envolvimento com esta paixão é enorme e constante. Além de estar sempre às voltas com seus álbuns preferidos ou com o fone de ouvidos, Helson administra o blog Acervo Básico (acervobasico.wordpress.com) e colabora com seu repertório, conhecimento e atualização no blog Zine Musical (zinemusical.wordpress.com).

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