Curta no Facebook

Mostrando postagens com marcador The Smiths. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador The Smiths. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

cotidianas #314 - Garotas Bonitas Fazem Túmulos



Sobre a areia, sobre a baía
"há um jeito rápido e fácil" você diz
Antes que você demonstre
Eu prefiro deixar claro:
Eu não sou o homem que você pensa que eu sou
Eu não sou o homem que você pensa que eu sou
E o filho nativo da desolação
Ele não sorrirá para ninguém
E garotas bonitas fazem túmulos
Oh ...

Fim do ancoradouro, fim da baía
Você agarra me braço e diz "ceda à luxúria,
Entregue-se à luxúria, oh deus sabe que
Em breve seremos pó..."
Oh, mas eu não sou o homem que você pensa que eu sou
Eu não sou o homem que você pensa que eu sou
E o filho nativo da desolação
Ele não levantará para ninguém
E garotas bonitas fazem túmulos
Oh ...

Eu poderia ter sido selvagem
E poderia ter sido livre
Mas a natureza me pregou esta peça
Ela quer agora e ela não vai esperar
Mas ela é muito rude
E eu delicado demais...
Então, na areia
Outro homem, ele a pega pela mão
Um sorriso ilumina sua cara estúpida
(bem, era de se esperar)
Perdi minha fé na feminilidade
Perdi minha fé na feminilidade
Perdi minha fé
Oh ...


*********************
tradução da letra de "Pretty Girls Make Graves"
da banda The Smiths
(letra: Morrissey, música: Marr)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Presentes

Ganhei da minha guria, a minha esposa Rosana, de aniversário,  dois presentes surpreendentes e espetaculares, aos quais fico ansioso em lê-los. Um, uma biografia da banda The Smiths, uma de minhas favoritas, do jornalista britânico, Tony Fletcher, "The Smiths - A light that never goes out"; e o outro um apanhado de crônicas de escritores e jornalistas brasileiros renomados, de ontem e hoje, sobre futebol,  chamado "Um time de primeira".
Dois temas que gosto muito, música e futebol em dois livros que me parecem altamente interessantes.
Presentes perfeitos. Coisa de quem conhece bem seu parceiro.
Devorá-los-ei com grande interesse.

Cly Reis

terça-feira, 10 de setembro de 2013

ClyBlog 5+ Músicas


Cinco amigos e as 5 músicas que, por algum motivo, qualidade, emoção, memória, referência, ou qualquer outro que seja, fazem suas cabeças:




1 Cláudia de Melo Xavier
funcionária Pública
(São Paulo)
"Da minha vida de morcega no início do Madame Satã e nos anos 80.
Bem clássicas. Na época pirei quando ouvi.
Amo"

1. "Bela Lugosi is Dead" - Bauhaus
2. Should I Stay or Shoud I Go - The Clash
3. Anarchy in the U.K. - Sex Pistols
4. The Boy With the Thorn in His Side - The Smiths

5. Boys Don't Cry- The Cure


**************************************************

2 Roberto Freitas
empresário e vocalista da banda
The Smiths Cover Brasil
(Rio de Janeiro)
"As minhas não estão na ordem, pois acho que seria injusto."

1. "Well I Wonder" - The Smiths
2. "Human" - Human League
3. "The More You Ignore Me The Closer I Get" - Morrissey
4. "Butterfly on a Wheel" - The Mission
5. "Back on a Chain Gang" - Pretenders

**************************************************

3 Eduardo Wolff
jornalista
(Porto Alegre)
"Saiu essa lista... com muito pesar de várias outras, hehe!"


1. "She is Leaving Home" - The Beatles
2. "My Generation" - The Who
3. "Tumbling Dice" - The Rolling Stones
4. "Layla" - Derek and the Dominos
5. "Blitzkrieg Bop" - Ramones


**************************************************

4 Patrícia Rocha
vendedora
(Rio de Janeiro)
" 'Sete Cidades' passou a ter um significado importante pra mim
e as do Cure e dos Smiths me lembram a juventude
e a época de boas músicas."

1. "Sete Cidades - Legião Urbana
2.  "In Between Days" - The Cure

3. "Thre's a Light That Never Goes Out" - The Smiths
4.  "Infinite Dreams" - Iron Maiden
5. "Once" - Pearl Jam

*********************************************************************************

5 Guilherme Liedke
arquiteto, cartunista, músico
(Las Vegas, USA)

"Bom bixo, definir 5 musicas sob vários conceitos é complicadíssimo,

mas digamos assim, que eu tenha definido as

5 musicas melhores escritas e gravadas no meu conceito geral."

1. "Blowing in the Wind" - Bob Dylan

2. "Bridge Over Trouble Water - "Elvis Presley
3. "Free Bird" - Lynyrd Skynyrd
4. "God Only Knows" - The Beach Boys
5. "(Just Like) Starting Over" - John Lennon





quinta-feira, 13 de junho de 2013

Morrissey volta ao Brasil


Fui informado ontem, pelo meu amigo e colega de blog, José Júnior, do retorno de Morrissey ao Brasil para nova série de shows.
Puxa...
Acho que vou ser obrigado a fazer um tricampeonato. Vou ver o ex-vocalista do The Smiths pela terceira vez.
Em princípio, estão programadas três datas no país, uma delas aqui no Rio de Janeiro, no dia 04 de agosto. As outras devem ser 30 de julho em São Paulo e 02 de agosto em Brasília.
Os valores para Rio e SP já foram divulgados, inclusive, e os fãs podem começar a sacar suas carteiras, pendurar no cartão de crédito ou quebrar os porquinhos.
Vamos lá, então?
(Júnior, providencia a caixa de lencinhos de papel, porque da última vez, contigo, eu vi o show todo embaçado)

Seguem abaixo os preços dos ingressos, sendo que clientes Citibank, Credicard e Diners têm prioridade para uma pré-venda, no site da Tickets for Fun, de 14 e 20 de junho:




São Paulo - 30 de julho - Credicard Hall
- R$ 100 (plateia superior com visão parcial)
- R$ 140 (plateia superior III)
- R$ 160 (plateia superior II)
- R$ 180 (plateia superior I)
- R$ 220 (pista)
- R$ 450 (pista premium e camarote II)
- R$ 520 (camarote I)


Rio de Janeiro - 4 de agosto - Citibank Hall- R$ 200 (pista)
- R$ 350 (poltrona)
- R$ 420 (pista premium)
- R$ 500 (camarote)


*os preços dos ingressos para Brasília ainda não foram informados.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

The Smiths Party - Bar Saloon - Rio de Janeiro (13/04/2013)



Tive o prazer de ir, no último sábado, na The Smiths Party, no Bar Saloon, em Botafogo. O lugar, muito acanhado, muito estreito não era o mais adequado, na minha opinião, para um evento tão interessante, com boa divulgação e que teve muito boa procura. Todas as (poucas) mesas estavam ocupadas desde muito cedo, o balcão não tardou a estreitar a circulação no corredor e tenho impressão que, não fosse a chuva que chegou a ser forte em determinados momentos naquele dia todo até quase na hora do show, a procura teria sido até maior e teria gente pendurada no lustre.
Mas enquanto espetáculo, as dimensões do lugar não foram empecilho para que quem estava lá dentro tivesse curtido muito. Primeiro, a apresentação da parte dos Smiths Cover que não tocou The Smiths  apresentando sucessos dos anos 80, bandas que influenciaram e foram influenciadas por Smiths, com grande competência, de um modo geral. Depois, o time completo, com meu amigo, Roberto Freitas à frente, com sua habitual performance  impecável contando com a retaguarda segura e precisa de seus novos parceiros, nesta que foi a primeira apresentação do The Smiths Cover Brasil com nova formação.
Muito bom show, mais uma vez. Já é redundância elogiar. Destaques para mim, para “Suedehead”, “Still Ill”, “Girl Afraid” e “Bigmouth Strikes Again”.
Tive ainda a honra de ter um texto meu, solicitado pelo Roberto, lido na abertura do show. A galera ansiosa pelo início, não deu muita bola, não ouviu muito ou nem percebeu que aquilo era algo relacionado com o show, mas de qualquer forma sinto-me feliz em ter feito parte daquele momento e dessa retomada do The Smiths Cover Brasil. Obrigado, Roberto, pelo show, sempre empolgante, e por me permitir participar disso tudo.

Abaixo o referido texto, lido antes do início da segunda parte do show:

The Smiths Cover Brasil mandando ver no Bar Saloon.
Naquele setembro de 1987, a cidade de Manchester ficava um pouco mais cinza, o universo particular de muitas pessoas ficava mais vazio, e muitas dessas pessoas pelo mundo afora ficavam um pouco mais sozinhas. Era como se tivessem perdido um amigo, um amor, alguém da família. Algumas delas não foram fortes o bastante e tiraram até mesmo de suas próprias vidas como se a partir daquele fato nada mais importasse. Uma banda com um nome despretensioso, como se fossem Zés-Ninguém, de melodias aparentemente simples e letras singelas acabava de anunciar sua separação. Era o fim do The Smiths.
Mas que diferença uma banda faz? Como um grupo de rock apenas é capaz de causar tamanha comoção? De fazer nos sentirmos... assim? Quem já foi preterido por alguém, já hesitou em revelar seus sentimentos a outra pessoa, já voltou sozinho de uma festa, entendia perfeitamente do que aquele carinha topetudo com jeito tímido e ao mesmo tempo impetuoso, falava e se identificava com aquilo tudo. Steven Morrissey exprimia exatamente o que a gente sentia ou já havia sentido em algum momento da vida, colocando aquelas questões com rara sensibilidade e poesia.
Mas talvez letras intimistas e inteligentes não bastassem se não contassem com um emolduramento digno daquelas palavras. Johnny Marr, guitarrista e parceiro de composições, conseguia extrair de seu instrumento melodias mágicas, supostamente modestas, porém compostas com enorme técnica e inspiração, sem apelar para exibicionismos de solos quilométricos ou distorções rascantes. E Andy Rouke e Mike Joyce, costumeiramente menos lembrados, mas não menos importantes, eram a sustentação precisa e segura para aquela dupla genial de compositores.
Mas eles haviam decidido acabar...
Contudo, felizmente, não muito tempo depois do alardeado fim, quase que como um alento, nosso querido Morrissey anunciava que seguiria nos presenteando com sua voz suave e corrosiva e sua pena doce e ácida. Embora em sua exitosa carreira solo tenha já nos brindando com músicas incríveis que nos pegam pelo coração sendo algumas canções realmente excepcionais e grandiosas, nós fãs sabemos que até hoje, ainda que tenha produzido bons trabalhos, a bem da verdade, nunca encontrou verdadeiramente um parceiro à altura do brilhantismo de Johnny Marr.
Talvez por isso, no fundo do peito da cada fã, sobreviva a esperança (quase sem esperança) de que um dia se reconciliem e voltem a fazer aquelas canções que nos fizeram chorar e que salvaram nossas vidas.
Enquanto isso, não com menos prazer, nos conformamos em ter APENAS Morrissey. Como se fosse pouco.



Cly Reis

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

The Smiths - "Meat is Murder" (1985) - ÁLBUNS FUNDAMENTAIS ESPECIAL nº200




"Quando escutei 'Meat is Murder'
então veio a constatação:
um clássico instantâneo!(...)
Eu tive a certeza que ali estava
o registro musical mais contundente
que a minha juventude poderia ter."
Zeca Camargo, jornalista




Sem conhecer muito da história da banda The Smiths, em 1996 comprei meu primeiro vinil da banda mais pela capa que me chamava atenção. Na época estava fazendo prova para o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil e aquele soldado na capa do disco me deixou curioso e de uma certa forma confuso. Fiz o mais importante, influenciei os vizinhos de tanto escutar. Levava para as festas de amigos , onde de cara "The Headmaster a Ritual" deixava a galera eufórica e quem não conhecia a banda passava a gostar. No meu mundo particular , as canções "Well I Wonder", "Hoow Soon is Now?" (apesar desta canção não fazer parte do LP original, foi adicionada em lançamentos subseqüentes), "I Want the I One Can't Have" e "Meat is Murder" eram as mais cantadas e assobiadas pelos cantos naquela época e hoje ficam as lembranças quando as ouço em casa. Com o passar do tempo fui completando a minha coleção e resolvi comprar na ordem de lançamentos: primeiro o LP "The Smiths" , depois "The Queen is Dead" (que também gosto muito) e na sequência as coletâneas "The World Won't Listen", "Hatfow of Hollow", o ao vivo "Rank" e depois o " 'Strangeways, Here We Come" . Cada dia eu me deliciava com um diferente, eram momentos bons, ruins, tristes ou felizes.. Sei lá, tudo era motivo para ouvir The Smiths na época em que sonhava em ter uma banda.
Na época do álbum "Meat is Murder"
As pessoas sempre me perguntam até hoje qual a minha musica preferida dos Smiths e eu respondo sem pensar muito :"Não tenho apenas uma tenho pelo menos umas dez e a maioria estão no álbum "Meat is Murder" ". Na minha modesta opinião este álbum foi mais estridente e político do que seu antecessor e soube também que na Inglaterra  foi o único álbum da banda (exceto coletâneas) a alcançar o número um nas paradas de sucesso.
Hoje quando assisto o vídeo "The Smiths Live in Madri" (lançamento da divulgação do álbum "Meat is Murder") eu fico pensando como gostaria de estar presente naquela multidão, vendo de perto um show com a maoiria das musicas que gosto dos Smiths e vendo eles divulgarem seu trabalho sem saber que um dia seria a melhor banda de todos os tempos. Viva os Smiths , viva a simplicidade , a harmonia e a voz de veludo do nosso amado Morrissey.
Aqui deixo meu depoimento, com muito carinho.





por Roberto Freitas


******************************************

FAIXAS:
 1 – The Headmaster Ritual
2 – Rusholme Ruffians
3 – I Want The Onde I Can’t Have
4 – What She Said
5 – That Joke Isn’t Funny Anymore
6 – Nowhere Fast
7 – Well I Wonder
8 – Barbarism Begins at Home
9 – Meat is Murder


*a edição original americana e versões posteriores em CD tiveram o acréscimo da faixa
"How Soon Is Now?"
******************************************


Roberto Freitas é vocalista da banda The Smiths Cover Brasil , uma das mais bem conceituadas no seu âmbito no Rio de Janeiro e mesmo no Brasil. É empresário, tem 42 anos, é natural de Fortaleza (CE) mas reside no Rio de Janeiro. Além de Smiths gosta de MPB e rock dos anos 80 em geral, e além de música gosta de natação e futebol, sendo botafoguense de coração.











******************************************
Ouça:

cotidianas #206 - O Ritual do Diretor



cena de "Os incompreendidos", de François Truffaut
Vampiros Beligerantes
Administram as escolas de Manchester
Suínos covardes
Mentes feitas de Cimento
Sr. lidera as tropas
Invejoso da juventude
O mesmo antigo terno desde 1962
Ele faz a marcha militar
Em cima da minha nuca
Eu quero ir pra casa
Eu não quero ficar
Entregam a educação
Como um erro
Eles estão nos campos
O sr. te deixa pelos joelhos
Te chuta na virilha
Cotovelo na cara
Machucados maiores que pratos de jantar
Eu quero ir pra casa
Eu não quero ficar

Vampiros beligerantes
Dirigem as escolas de Manchester
Covardes idiotas, todos...
Sr. lidera as tropas
Invejoso da juventude
As mesmas velhas piadas desde 1902
Ele faz a marcha militar
Em cima da minha nuca
Eu quero ir pra casa
Eu não quero ficar
Entregam a vida
Como um erro
Por favor, me libere da aula de educação física
Eu pressinto uma gripe terrível se aproximando
Ele agarra e devora
Ele me chuta no chuveiro
Me chuta no chuveiro
E ele agarra e devora
Eu quero ir pra casa
Eu não quero ficar

************************************
trad. da letra de "The Headmaster Ritual"
The Smiths
(letra: Morrissey, música: Johnny Marr)

Ouça;
The Smiths - "The Headmaster Ritual"

segunda-feira, 16 de julho de 2012

The Smiths Cover / The Cure Cover - Rio Rock and Blues Club - Lapa - Rio de Janeiro (14/07/2012)



Smiths Cover detonando
(de novo)
O evento que se anunciara era tudo o que eu podia querer em matéria de entretenimento na noite carioca, num lugar pra lá de bacana: The Smiths Cover, banda que eu já conhecia, de comprovada competência e The Cure Cover, para mim uma incógnita que guardava, no entanto, boas expectativas, embora com uma ponta de desconfiança por considerar o Cure um grupo um tanto peculiar, com um vocal muito característico e detalhes técnicos muito significativos. Arriscado.
Assim, fui então ao Rio Rock & Blues Club no último sábado mais com a curiosidade de ver o cover do The Cure do que propriamente por rever os Smiths, que teoricamente não teriam nada de novo para apresentar em relação ao que eu havia visto antes.
E, no tocante aos Smiths, era verdade. Não tinham nada de novo. Nenhuma novidade... Mas por incrível que pareça estão cada vez melhores e conseguem fazer com que mesmo depois de tê-los visto várias vezes, o show ainda seja atraente, surpreendente e vibrante. “Handsome Devil” foi matadora; “This Charming Man” espetacular; “There’s a Light tha that Never Goes Out” emocionante; “Barbarism Begins At Home” absolutamente bem executada com o baixista João Ricardo esmerilhando nas quatro cordas; e o guitarrista Eric Marr absolutamente perfeito inclusive nas mais ‘encrespadas’ como “Girl Afraid” e “Still Ill”, sem falar na execução impecável de “How Soon is Now?”. Pensei que não pudessem mais me empolgar, que simplesmente seria mais um showzinho cover mas me enganei. Agradável engano.
O "Robert Smith" genérico do fraco
The Cure Cover
Já para o tal cover do The Cure não posso tecer elogios com o mesmo entusiasmo. Aliás parece que eles não demonstravam entusiasmo. Ah, dirão “mas o The Cure não é uma banda que se possa chamar de animada”. Sei. Não é disso que estou falando. Estou falando de tesão, vibração, presença de palco. E quanto a isso, não se viu nada.
Pra não dizer que não vi nada de bom, o baterista foi o único que se salvou, começando o show, inclusive com a difícil “Hanging Garden”, mantendo regularidade impressionante naquela batida complicada. Já o nosso “Robert Smith” era extremamente fraco. Não exijo que TENHA a voz do seu homenageado, mas um cantor que pretenda fazer cover, na minha opinião, tem que ter alguma semelhança de timbre, tem que tirar algum elemento característico da interpretação do original, ou no mínimo colocar alguma empostação que remeta o ouvinte àquele que pretende imitar. Se não não é cover. É uma banda tocando a música de tal banda e aí tá cheio dessas na noite, dessas que tocam hits dos anos 80 e que certamente vão tocar “Boys Don’t Cry” provavelmente melhor do que eles.
Mas não ter essa identidade vocal não teria sido nada se não fosse o fato de que parecia que não tinha vocal. A voz não saía. Não sei se o cara tava tímido, se o som estava ruim, se ele estava bêbado (volta e meia entornava uma garrafa de vinho que estava ao seu lado no chão) mas o fato é que não cantava. Sem falar na peruca... Não precisava! Ficaria muito mais 'honesto' sem o cabelo espetado de Robert Smith. Ficou mais caricatural ainda.
E a baixista? O que falar da baixista? Nossa!!! Acho que se ela pudesse estar em casa de pantufas ela estaria, mas tenho certeza que ela gostaria de estar em qualquer lugar menos ali. Rigorosamente fria, sem sangue. Não exigia que ela fosse agitada como o baixista do Cure, Simon Gallup, mas a apatia dela se refletia nas suas execuções que ficavam absolutamente mecânicas e automáticas. Só se salvou o batera mesmo que, além da já citada, “Hanging Garden”, mostrou serviço em outras como “A Forest”, “Killing Na Arab”, “10:15 Saturday Night”.
Devo admitir que fui embora antes do final. Não tive paciência para agüentar aquilo ali tão sem alma. Mais uma vez, a noite valeu pelo The Smiths Cover que não deixou nada a desejar. Esses sim, me provaram que, por mais que já tenha assistido várias apresentações deles, sempre vai valer a pena ir vê-los de novo.



Cly Reis

sábado, 10 de março de 2012

Morrissey _ Fundição Progresso - Rio de Janeiro (09/03/2012)



Há uma estrela que nunca se apaga

Eu já havia visto Morrissey ao vivo na turnê anterior que fizera no Brasil, em Porto Alegre. Naquela ocasião foi um grande show.
Até por isso estava meio relaxado quanto ao que iria ver. Tipo: se não fosse lá tão legal, tão bom, pelo tempo ter passado pra ele (e pra todo mundo), pela idade, por algum eventual problema coma voz, porblema técnico, de som, desestímulo pessoal ou da banda, etc., eu já estaria no lucro por tê-lo visto uma vez em ótima performance; mas se tivesse a sorte de ver outra grande apresentação, ah, aí então eu estaria realizado.
Mas felizmente eu, e todos os fãs, admiradores e curiosos que estavam na Lapa, nesta última noite de sábado, fomos contemplados!
Senhores, Morrissey foi impecável!
Amigos, ele está em plena forma. Provavelmente, até, melhor de palco do que fora no passado. É verdade que não tem aquela vitalidade de outros tempos para ficar saracoteando de um lado para o outro do palco, chicoteando o fio do microfone, rebolando com flores no bolso traseiro, mas, assim como um grande jogador de futebol que quando vê que a idade está chegando passa a não correr mais o campo todo, Morrissey agora joga nos atalhos do campo. Faz o certo, faz simples mas com extrema competência.
Bem resguardado por uma banda de jovens vigorosos (sarados e descamisados, a propósito), praticamente a mesma banda de seu último álbum "Years of Refusal", Morrissey dominou completamente o palco e a plateia com interpretações admiráveis e potencial vocal ainda intacto.
Após uma pequena série de vídeos cinquentistas e sessentistas, com rapazes topetudos e moças de cabelos volumosos, a cortina que servia de tela de projeção subiu e por trás dela apareceu Morrissey e sua banda tascando pra começar a ótima "The First of the Gang to Die" que já incendiou a galera. Seguiu com algumas menos interessantes para meu gosto como "You Have Killed Me" e "When Last I Spoke to Carol" que apesar de não ser das minhas favoritas, tenho que admitir que ficou demais no show, com aquele climaço espanhol, seu violão flamenco poderoso, e contando até mesmo com o trumpete da original, tocado ao vivo.
A coisa ia com seu repertório de carreira solo até que sou surpreendido com "Still Ill" dos  Smiths . Putaquepariu! Me faltou o ar! Grande execução da banda, grande performance de  Morrissey , grande participação da galara. A emoção começava a aumentar.
"Everyday is Like Sunday", uma das mais aguardadas também teve participação bacana do público; "Speedway" foi uma das grandes do show, bem barulhenta e distorcida com aquelas guitarras que parecem motosserras mas com a paradinha, que existe na versão original, meio longa demais no show. "I Will See You in Far-Off Places", uma das minhas preferidas manteve sua intensidade e força; "Ouija Board, Ouija Board", outra que eu adoro foi legal, mas abreviada sem a última parte da letra; "You're the One for Me, Fatty" tratou de agitar o público; e a linda "Let Me Kiss You", foi simplesmente emocionante, com mias uma daquelas interpretações fantásticas e envolventes do cantor.
Ao contrário do show anterior dele que eu havia assistido, onde tocara algumas poucas de sua ex-banda, desta vez  Morrissey  caprichou no repertório  smithiano  e mandou várias. Atirou uma "Meat is Murder" comovente,  não sem antes dar uma alfinetada no príncipe Harry que, por acaso, também se encontrava no Rio naquele dia, surpreendeu com "Please, Please, Please, Let Me Get What I Want" brilhantemente executada pela banda; e quase pôs abaixo o local com "There's a Light That Never Goes Out". Particularmente, ME 'sacaneou', cantando "I Know It's Over" que às vezes eu já evito ouvir no CD pra não chorar e aí o cara vem lá de Manchester e me canta essa ali, na minha frente. Bom, tenho que dizer que fiquei vendo o palco embaçado durante toda a música. Mas o pior nem foi isso, lá pelas tantas começa aquela base  de guitarra com efeito, meio trêmula, repetida... Não... Não pode ser. 'How Soon Is Now?"!!! Era ela mesmo. Nossa! Mal tinha me recuperado e já estava em lágrimas de novo. Que frescura, né? Eu sei, eu sei. Mas foi impossível resistir.
Com esta acabaram a primeira parte, voltando apenas para "One Day Goodbye Will Be Farewell", que frustrou um pouco da expectativa de um gran finale com algo como "Suedehead", "Irish Blood, English Heart" ou "That's  How People Grow Up", mas pensando bem, valeu pelo recado. Talvez aquele adeuzinho não tenha sido ainda a despedida mesmo. Tomara. Volte sempre que quiser.


Cly Reis

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Morrissey - "Viva Hate" (1988)


"Sempre uma voz interior me sussurra: 
'permaneça puro' "
Morrissey,
sobre compor as próprias melodias



O fim do The Smiths, em 1987, uma das bandas mais cultuadas, amadas, idolatradas de todos os tempos, foi traumática para os fãs. Houve muito choro, inconformidade e há registros até mesmo de suicídios. Porém o anúncio quase imediato de que seu vocalista Stephen Morrissey seguiria em carreira solo dava um alento aos seguidores, mas não sem, ao mesmo tempo, despertar uma certa desconfiança quanto ao que poderia ele, Morrissey, letrista precioso de recursos ricos e variados na língua inglesa, oferecer ao público sem poder contar com sua metade musical, o excelente guitarrista Johnny Marr, compositor de todas as melodias da banda.
Para felicidade geral, o que se viu com "Viva Hate" de 1988 foi um álbum que poderia tranquilamente ter integrado a discografia dos Smiths. Contudo não tenta soar como mera imitação ou continuidade. "Viva Hate" tem personalidade e esta é resplandescente de luz própria. Tendo chamado o engenheiro de som dos últimos dois álbuns da ex-banda, Stephen Street, para a produção, Morrissey ousava mas não se afastava muito das próprias propostas e com Street compondo as melodias e optando por linhas melódicas e compositivas semelhantes às de Marr, mantinha uma identidade forte com seu público fiel.
"Alsatian Cousin", a primeira do disco, já se encarregava de mostrar que, por mais que depois viessem a aparecer coisas que nos remetessem a uma certa banda de Manchester, não se tratava de um novo disco dos Smiths . Sobre uma linha de baixo fankeada e agressiva e com a guitarra solando praticamente o tempo inteiro, Morrissey destila uma letra sobre traição, ressentida e cheia de ciúme e rancor numa das melhores faixas do álbum, abrindo o trabalho em grande estilo. Esta literalmente emenda com a segunda, "Little Man, What Now?", outra que mostra que a dupla dos Stephens, Morrissey e Street, não estavam pra brincadeira. Morrissey com um vocal frio, quase recitativo, apresenta-nos um ex-astro de TV relegado ao esquecimento, tendo como esteira sonora uma levada acústica à mexicana, à flamenco, com ares de western, e com uma batida sintetizada alta e repetitiva. Espetacular!
A faixa que segue foi um dos hits do álbum: "Everyday is Like Sunday" é uma das mais belas composições do disco, uma letra absolutamente sensível como de costume em se tratando de Morrissey, e uma grande felicidade de produção conferindo-lhe por uma lado uma aura melancólica, mas ao mesmo tempo uma ar todo grandioso.
"Bengali in Platforms" talvez seja a mais indesmentivelmente smithiana uma vez que é uma sobra da banda e fora descartada para ser o lado-B do single "Stop Me If You Think You've Heard This One Before".  e embora tenha recebido um tratamento diferente para o trabalho solo, não consegue apagar a origem. É uma Belíssima canção com uma melodia leve, doce, gostosa para os ouvidos porém com uma letra que, nestas ondas nacionalistas europeias dos últimos tempos, é passível de repente de alguma interpretação um tanto forçada. Mas...
"Angel, Angel, Down We Go Together" é uma das mais belas do disco com um arranjo de cordas magnífico e grandioso. Morrissey tem provavelmente uma de suas melhores interpretações cantando uma súplica pela desistência de um suicídio, de uma maneira absolutamente emocionante preciso a cada nota, a cada palavra, a cada verso.
Ouvindo a tal voz: "Permaneça puro"
"Late Night, Maudlin Street" é outro dos pontos altos do álbum: um épico de quase 8 minutos repleto de lembranças e nostalgia. no entanto, o grande hit do álbum, da carreira solo do cantor e um dos maiores sucessos das últimas décadas, é "Suedehead", uma canção pop preciosa com uma melodia simples e contagiante, letra intimista e um refrão fácil e 'pegajoso', numa daquelas canções que não fariam demérito algum a Johnny Marr se tivesse sido composta por ele.
"Break Up the Family" é embalada e ritmada com sua percussão eletrônica muito interessante e bem proposta; "The Ordinary Boys" tem um piano marcante, uma bel´ssima linha de baixo e mais uma interpretação espetacular de Moz sobretudo no final da canção; "I Don't Mind If You Forget Me" é uma daquelas letras características de Morrissey em que o cantor desdenha de um amor se desfazendo em pedaços, num rockzinho agitado bem simpático, com guitarras estridentes zunindo praticamente o tempo todo, ao fundo, como abelhas enlouquecidas.
"Dial-a-Cliché", uma balada leve sobre o crescer e ouvir (ou não) o que os outros palpitam, encaminha o final do disco de maneira competente e segura; chegando então ao final com "Margareth on Guillotine", balda semiacústica que repete "Bigmouth Strikes Again" dos Smiths, porém desta vez não se limitando a sugerir apenas uma boas porradas na então primeira-ministra inglesa e sim desta vez, indo mais longe, e exigindo mesmo o pescoço de Mrs. Tatcher. Termina com um belíssimo solo de bandolim interrompido abruptamente pela queda da lâmina da guilhotina, provavelmente separando a cabeça do corpo da ex-Dama de Ferro do Reino Unido.
Por mais que não se queira fazer comparações com a carreira de Morrissey com os Smiths, elas são inevitáveis até pelo hiato muito curto entre um projeto e o outro. menso de uma não depois da separação ele já nos aparecia com essa pérola. Já que inevitável, então, analisando assim, comparativamente, o trabalho solo do vocalista não ficava devendo muito à maioria dos trabalhos da banda, ainda mais se formos nos fixar no último trabalho do grupo, " 'Strangeways' Here We Come", onde a banda já estava desgastada e o resultado final acabara deixando um pouco a desejar.
Infelizmente os trabalhos seguintes de Morrissey não estiveram à altura desta brilhante estreia solo.  Com exceções talvez ao simpático "Kill Uncle", ao coeso "Your Arsenal", ao bom "Vauxhall and I",  Morrissey nunca voltou a nos brindar com um disco como "Viva Hate". As excessivas trocas de produtores, de gravadoras, de parceiros de composição, a instabilidade de formatos de lançamento dos trabalhos (ora compilações, ora sobras, ora coletâneas com sobras, ora poucos álbuns de estúdio) fizeram com que o artista não conseguisse consolidar uma trajetória uniforme. No mais das vezes, letras brilhantes, inspiradíssimas, inteligentes, emocionantes sustentavam melodias pobres, fracas, sem poder algum, de parceiros que invariavelmente mostraram-se insuficientes para acompanhar o talento de Morrissey, constantemente apontado como um dos maiores letristas de todos os tempos.
Bom, talvez quando a voz interior que sussurra no ouvido do nosso caro inglês pare de lhe cobrar sua pureza de letrista possamos enfim saber como seria se o próprio resolvesse mostrar-nos quais seriam as melodias ideais para acompanhar cada uma de suas palavras, cada um de seus versos. Quero crer que seria melhor do que o que temos ouvido com ele ultimamente.
Enquanto isso resta-nos penas ouvir o "Viva Hate", o melhor que Morrissey conseguiu obter sem Johnny Marrao seu lado.
Mas por que limitar-se a este álbum? Mesmo o resto não sendo lá tão bom assim, por que não ouvir todo o resto também? O "Bona Drag", o "Ringleader...", um "Years of Refusal", um "Southpaw Grammar"... Ah, afinal de todo modo é Morrissey!
E, faça o que fizer, compondo ao lado de quem quer que seja, agora ou daqui a vinte anos, nós adoramos Morrissey.
******************************
Morrissey volta a se apresentar no Brasil em março de 2012. As três datas previstas inicialmente são:
 7/3 - Porto Alegre - Pepsi On Stage
9/3 - Rio de Janeiro - Fundicão Progresso
11/3 - São Paulo - Espaço das Américas

****************************

FAIXAS:
  1. "Alsatian Cousin"
  2. "Little Man, What Now?"
  3. "Everyday Is Like Sunday"
  4. "Bengali in Platforms"
  5. "Angel, Angel Down We Go Together"
  6. "Late Night, Maudlin Street"
  7. "Suedehead"
  8. "Break Up the Family"
  9. "The Ordinary Boys"
  10. "I Don't Mind If You Forget Me"
  11. "Dial-a-Cliché"
  12. "Margaret on the Guillotine"

********************************
Ouça:
Morrissey Viva Hate

Cly Reis

domingo, 29 de janeiro de 2012

Morrissey no Brasil em 2012


Confirmado: Ele Estará Entre Nós
Depois de muita especulação e expectativa sobre datas no Brasil, número de apresentações e possíveis locais, Morrissey, ex-vocalista dos The Smiths confirma três shows em terras brasileiras para março, sendo uma delas aqui no Rio (Uhuuuuu!!!)
Tenho que admitir que como já o vi ao vivo, não me mexeria para outros estado para assistir a outro show dele, mas como vai passar por essas bandas, por aqui, a menos de meia-hora da minha casa, bom..., não tem como não ir. "Tamo lá"!
Morrissey é um daqueles casos raro de popularidade, respeitabilidade e idolatria. Mesmo depois de quase 25 anos do fim da banda que encabeçava, uma das mais adoradas dos últimos tempos no universo do rock, e com uma carreira solo bastante irregular qualitativamente falando, com trabalhos bastante medíocres à exceção de 2  ou 3 álbuns, é um fenômeno que continua emocionando os fãs, vendendo relativamente bem para os padrões da indústria fonográfica atual (mesmo brigando contra o sistema das gravadoras e não parando em nenhuma), mobilizando devotos no mundo inteiro e ainda sendo digno da menção de 'maior inglês vivo', por exemplo, como atribuiu o jornal inglês The Guardian.
Exagero? Talvez não.
Em minha passagem por Londres pude ratificar o respeito que o público e a imprensa tem com este artista. É como uma onipresença: mesmo quando não está com álbum na praça, gravando ou em turnê, o mínimo espirro dele tem que ser registrado. Sempre há uma referência, uma entrevista uma nota no jornal nem que seja pra dizer que ele está com dor de garganta (e houve mesmo uma notícia assim quando estive lá). Algo do tipo, 'não esqueçamos que Morrissey está entre nós'.
Podem ter certeza que nós não esquecemos. E, em março, amigos, é a nossa vez de tê-lo novamente entre nós. Desta vez aqui no Brasil. Novamente.
Preparem as carteiras e aguardem os preços de ingresso e locais de venda. Por enquanto, o que temos são apenas as datas e locais dos shows. Confiram aí:


7/3 - Porto Alegre - Pepsi On Stage
9/3 - Rio de Janeiro - Fundicão Progresso
11/3 - São Paulo - Espaço das Américas



C.R.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

cotidianas #97 - Garota Medrosa



Garota medrosa
Até onde vão as intenções dele?
Ou ele sequer possui alguma?
Ela diz: "Ele nunca realmente olhou para mim
Eu lhe dei cada oportunidade
No quarto embaixo das escadas
Ele sentou e ficou olhando
No quarto embaixo das escadas
Ele sentou e ficou olhando
Eu nunca cometerei este erro de novo"
(Eu nunca cometerei este erro de novo
Eu nunca cometerei este erro de novo)


Garoto medroso
A prudência nunca compensa
E tudo o que ela quer custa dinheiro
"Mas ela nem mesmo GOSTA de mim!
E eu sei porque ela me disse isso
No quarto embaixo da escada
Ela sentou e ficou olhando
No quarto embaixo da escada
Ela sentou e ficou olhando
Eu nunca cometerei este erro
de novo."

********************************************
 
trad. de "Girl Afraid" 
The Smiths
(Morrissey/Marr)

Ouça:
The Smiths - "Girl Afraid"

terça-feira, 5 de abril de 2011

Morrissey - "Your Arsenal" (1992)

Vim ouvindo hoje no carro, no caminho para o trabalho, "Your Arsenal" do Morrissey, um dos melhores da carreira solo do cantor na minha opinião. É uma espécie de volta às raízes de Morrissey justificando seu topete e sua admiração por Elvis e pela cultura dos anos 50. Uma espécie de renovação em relação a seus álbuns anteriores, muito devido também ao fato do cantor ter montado uma banda cheia de topetudos e fãs de rock tradicional. Aí a meninada pegou as guitarras e incendiou tudo. O resultado desta revisita é um disco bem rock'n roll, com canções que lembram coisas da fase final dos Smiths como "Rusholme Ruffians" e "Nowhere Fast".
Exemplo disso é "You're Gonna Need Someone on Your Side", um rockão intenso e cru, carregado de rockabilly, já começando o disco a todo vapor. "Certain People I Know" (veja o vídeo) é outra na mesma linha, porém com uma levada mais leve e com um ar meio country. Por certo por influência do produtor, Mick Ronson, ex-guitarrista de David Bowie, o disco traz alguns traços de glam, como em "Glamorous Glue", e na ótima "National Front of  Disco".
A mão do mesmo produtor é por certo responsável pelo conceito de "I Know It's Gonna Happen Someday", uma balada sentida interpretada à crooner por Morrisey, e que tem tanto a cara de Bowie, que o próprio, que a gravaria posteriormente, declarou que aquilo era Morrissey o imitando.
Destaque também para outra das grandes do disco, "We Hate When Your Friends Become Successfull", com seu genial refrão de gargalhada sarcástica de Morrissey. Dizem as más línguas que ele estaria rindo do ex-parceiro, Johnny Marr que desde que acabara a banda só vinha entrando em furadas e não gozava do mesmo prestígio pós-Smiths do vocalista... Eu não sei.

sexta-feira, 18 de março de 2011

cotidianas #72 - "Há uma luz que nunca se apaga"






Há Uma Luz Que Nunca Se Apaga
Me leva para sair esta noite
Onde tenha música e gente
jovem e viva
Dirigindo no teu carro
Eu nunca mais quero ir para casa
Porque eu não tenho mais uma casa


Me leva para sair esta noite
Porque quero ver gente
E eu quero ver luzes
Dirigindo no teu carro
Oh, por favor não me deixa em casa
Porque esta não é minha casa
Esta é a casa deles
E eu não sou mais bem-vindo


E se um ônibus de dois andares
Batesse em nós
Morrer ao teu lado
Que jeito divino de morrer
E se um caminhão de dez toneladas
Nos matasse a ambos
Morrer ao teu lado
Bom, o prazer e o privilégio seriam meus


Me leva para sair esta noite
Ai, me leve para qualquer lugar
Eu não me importo, não me importo
E num túnel escuro
Eu pensei "Meu Deus, minha chance finalmente chegou"
Mas então um medo estranho me tomou
E eu simplesmente não pude pedir


Me leva para sair esta noite
Me leva para qualquer lugar
Eu não ligo, eu não ligo, eu não ligo
Simplesmente dirigindo no seu carro
Eu nunca mais quero ir para casa
Porque não tenho mais uma casa
Oh, eu não tenho mais


Há uma luz que nunca se apaga
Há uma luz que nunca se apaga...
***************************
trad. de "There's a Light that Never Goes Out"~
(Morrissey/Marr)