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segunda-feira, 30 de junho de 2014

David Bowie - "The Next Day" (2013)





"Aqui estou eu.
Não exatamente morrendo."
David Bowie 
da letra de "The Next Day"



Num primeiro momento achei que pudesse estar sendo precipitado e entusiasta ao julgar "The Next Day", de David Bowie digno de ser considerado ÁLBUM FUNDAMENTAL, praticamente imediatamente após seu lançamento, no ano passado, mas lendo críticas as positivas, ouvindo outras opiniões e vendo outras considerações igualmente entusiasmadas, não apenas de blogueiros independentes como eu, mas de veículos especializados, me convenci de que não estava exagerando na minha empolgação (não que eu precise de confirmação para cada pensamento ou ideia que venha a ter, mas às vezes é bom se perceber que não se está só). "The Next Day" é um dos grandes trabalhos de Bowie e um dos melhores de sua carreira e um dos melhores álbuns dos últimos tempos num cenário musical que vem se apresentando absolutamente sem força, ousadia e criatividade. Num universo atual de uma meninada que só faz a mesma música, joga peso sem sentido, confunde velocidade com energia e meramente copia e cola o que já foi feito antes (e jura que é algo novo), o velho David Bowie se revisita  sem se autoplagiar ou caricaturar, fazendo uma espécie de coletânea de coisas novas com vitalidade, pungência e originalidade.
A música que dá nome ao disco, a vigorosa "The Next Day", com um significado todo especial pela, praticamente ressurreição do mito, tem a pegada de "Hello Spaceboy" já dos tempos atuais do cantor, da ópera policial "Outside", porém mais pura, mais orgânica, mais rock, sem a parafernália eletrônica. Abertura em grande estilo. Cartão de visita pra mostrar que o cara não saiu de suas "férias" pra brincadeira.
"Dirty Boys" remete muito à fase berlinense, em especial à de Iggy Pop que fora produzido por Bowie na época, lembrando particularmente coisas como "Nightclubbing" e, talvez não por coincidência, "Dum Dum Boys".
O pop competentíssimo, típico de Bowie, "The Stars (Are Out Tonight)" poderia tranquilamente ter feito parte do ótimo "Let's Dance" do início dos anos 80; e "Love is Lost", matadora, com sua programação minimalista e guitarras rascantes, facilmente poderia ter entrado para o repertório do eletrônico e pesado "Earthling" do finalzinho do século passado.
"Where Are You Now?", a primeira música de trabalho do álbum, e curiosamente uma das menos interessantes do disco, é a típica balada bowieana que aparece ao longo da carreira de maneiras diferentes e aqui, especialmente, com uma melancolia dolorosa que lhe dá um toque diferenciado.
Pelo rock característico, pelas guitarras estridentes, a ótima "Valentine's Day", com a produção brilhante de Tony Visconti, poderia figurar sem estranhamento num "...Ziggy Stardust...", por que não?; e "If You Can See Me", por conta de sua bateria alucinante e seu ritmo frenético, poderia ser mais uma a constar no set-list do subestimado "Earthling" de 1997.
"I'd Rather Be High" tem um ótimo refrão e um embalo à "Lodger'; "Boss of Me" é um pop sofisticado com cara de "Changes"; "Dancing out of Space" tem a energia berlinense de "Lust for Life" do parceiro Iggy, mas com um toque de "Heroes"; e "How Does the Grass Grow" é marcante pelo refrão gostoso e animado.
Dona de um riff imponente e pesado, "(You Will) Set the World On Fire" não fica devendo nada aos bons rocks da época do clássico "Aladdin Sane", como "Panic in Detroit", por exemplo, "You Feel so Lonely You Could Die" é outra balada típica de Bowie como apenas ele sabe fazer; e a introspectiva e sombria "Heat" parece ter saído do lado B de "Low", fechando a edição original de maneira impecável. No entanto, versões especiais apresentam mais 3 faixas que não ficam atrás em nada às 14 originais. "So She" é um pop new-wave misto de "Diamond Dogs", "Lodger" e o pop do lado A de "Low"; "Plan" com seu ritmo arrastado, sua batida seca e sua guitarra pesada é outra que lembra as experimentações instrumentais de Bowie e Brian Eno da segunda metade de "Low"; e para encerrar, aí sim, definitivamente, para quem tem a edição estendida, temos a boa "I'll Take You There" um pop charmoso e descontraído que poderia, sem problema, ser de um "Scary Monsters". Mas o fato é que não é. Todas não são. São de "The Next Day" e este ábum não é passado. É presente. É novo e é vivo.
Quando todos achavam que David Bowie estava acabado, que talvez nem voltasse a gravar por conta de seus problemas de saúde e que, se voltasse a fazer algo, provavelmente não manteria um bom nível, o eterno Camaleão aparece com um trabalho assim.
Para os menos atentos, a inusitada capa já dava toda a pista do conceito do álbum: ao mesmo tempo que chama atenção para o passado com a capa de um disco clássico, coloca sobre ela, de forma acintosa, uma figura geométrica regular, de lados iguais, que remete a uma leitura moderna, praticamente sufocando a imagem de fundo. O quadrado é o mais importante. Preste atenção à forma.
Ah, você tinha se fixado mais ao fundo? Pois é... Bowie nos surpreendeu de novo.
Nada como um dia depois do outro.
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FAIXAS:
1. "The Next Day" 3:27
2. "Dirty Boys" 2:58
3. "The Stars (Are Out Tonight)" 3:56
4. "Love Is Lost" 3:57
5. "Where Are We Now?" 4:08
6. "Valentine's Day" 3:01
7. "If You Can See Me" 3:15
8. "I'd Rather Be High" 3:53
9. "Boss of Me" (Bowie, Gerry Leonard) 4:09
10. "Dancing Out in Space" 3:24
11. "How Does the Grass Grow?" (Bowie, Jerry Lordan) 4:33
12. "(You Will) Set the World On Fire" 3:30
13. "You Feel So Lonely You Could Die" 4:41
14. "Heat" 


faixas bônus:
15. "So She" 2:31
16. "Plan" 2:02
17. "I'll Take You There" (Bowie, Leonard)

 
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Ouça:

Cly Reis

sexta-feira, 19 de abril de 2013

David Bowie - "Space Oddity" (1969)



No alto, a capa original e
abaixo a capa da reedição de 1972.
"Controle de solo para Major Tom...
Controle de solo para Major Tom..."
início de "Space Oddity"



David Bowie desembarcava na Terra.
A odisséia mutante de Bowie exibindo toda sua versatilidade começava verdadeiramente ali. Apesar de já ter um álbum em sua discografia, foi com "Space Oddity" de 1969, que aquele rapaz inglês de olhos diferentes se consolidava como artista respeitado e estabelecia as bases para a própria obra dali para a frente.
As levadas marcantes de violão, a influência folk, o rock sofisticado, a beleza cósmica e a melancolia chapada da maravilhosa "Space Oddity"; todo o clima de descontração e improvisação jam do final de "Unwashed and Somewhat Dazed"; a brincadeira divertida da vinhetinha "(Don't Sit Down)", mais tarde retirada de edições posteriores do disco; a leveza de "Letter to Hermione"; a interpretação emocionante de "Cygnet Committee"; o rock gostoso de "Janine"; o primor da balada "An Ocasional Dream"; o refrão quebrado da brilhante "God Knows I'm Good"; o arranjo notável de "Wild Eyed Boy From Freecloud"; e a magnitude da peça psicodélica monumental "Memory of a Free Festival", crescente, somando elementos, até culminar num final apoteótico.
Um disco que afirmava Bowie como artista altamente criativo e logo em seguida o confirmaria como um dos grandes nomes da história do rock, preparando para a chegada da nave de seu Ziggy Stardust e sua explosão definitiva no universo pop. A grande viagem espacial só estava começando.


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FAIXAS:
  1. "Space Oddity" – 5:15
  2. "Unwashed and Somewhat Slightly Dazed" – 6:55
  3. "(Don't Sit Down)" – 0:39
  4. "Letter to Hermione" – 2:28
  5. "Cygnet Committee" – 9:33
  6. "Janine" – 3:18
  7. "An Occasional Dream" – 2:51
  8. "Wild Eyed Boy From Freecloud" – 4:45
  9. "God Knows I'm Good" – 3:13
  10. "Memory of a Free Festival" – 7:05
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Ouvir:
David Bowie Space Oddity



Cly Reis

terça-feira, 5 de março de 2013

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS


E chegamos ao ducentésimo Álbum Fundamental aqui no clyblog .

Quem diria, não?

Quando comecei com isso ficava, exatamente, me perguntando até quantas publicações iria e hoje, pelo que eu vejo, pelos grandes discos que ainda há por destacar, acredito que essa brincadeira ainda possa ir um tanto longe.

Nesse intervalo do A.F. 100 até aqui, além, é claro, de todas as obras que foram incluídas na seção, tivemos o acréscimo de novos colaboradores que só fizeram enriquecer e abrilhantar nosso blog. Somando-se ao Daniel Rodrigues, Edu Wollf , Lucio Agacê e José Júnior, figurinhas carimbadas por essas bandas, passaram a nos brindar com seus conhecimentos e opiniões meu amigo Christian Ordoque e a querida Michele Santos, isso sem falar nas participações especiais de Guilherme Liedke, no número de Natal e de Roberto Freitas, nosso Morrissey cover no último post, o de número 200.

Fazendo uma pequena retrospectiva, desde a primeira publicação na seção, os ‘campeões’ de ÁLBUNS FUNDAMENTAIS agora são 5, todos eles com 3 discos destacados: os Beatles, os Rolling Stones, Miles Davis , Pink Floyd e David Bowie , já com 2 resenhas agora aparecem muitos, mas no caso dos brasileiros especificamente vale destacar que os únicos que tem um bicampeonato são Legião Urbana, Titãs, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben, Engenheiros do Hawaii e João Gilberto, sendo um deles com o músico americano Stan Getz. A propósito de parcerias como esta de Getz/Gilberto, no que diz respeito à nacionalidade, fica às vezes um pouco difícil estabelecer a origem do disco ou da banda. Não só por essa questão de parceiros mas muitas vezes também pelo fato do líder da banda ser de um lugar e o resto do time de outro, de cada um dos integrantes ser de um canto do mundo ou coisas do tipo. Neste ínterim, nem sempre adotei o mesmo critério para identificar o país de um disco/artista, como no caso do Jimmi Hendrix Experience, banda inglesa do guitarrista norte-americano, em que preferi escolher a importância do membro principal que dá inclusive nome ao projeto; ou do Talking Heads, banda americana com vocalista escocês, David Byrne, que por mais que fosse a cabeça pensante do grupo, não se sobrepunha ao fato da banda ser uma das mais importantes do cenário nova-iorquino. Assim, analisando desta forma e fazendo o levantamento, artistas (bandas/cantores) norte-americanos apareceram por 73 vezes nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, os ingleses vem em segundo com 53 aparições e os brasileiros em, 3º pintaram 36 vezes por aqui.
Como curiosidade, embora aqueles cinco destacados anteriormente sejam os que têm mais álbuns apontados na lista, o artista que mais apareceu em álbuns diferentes foi, incrivelmente, Robert Smith do The Cure, por 4 vezes, pintando nos dois da própria banda ("Disintegration"  e "Pornography"), em um tocando com Siouxsie and the Banshees  e outra vez no seu projeto paralelo do início dos anos ‘80, o The Glove. Também aparece pipocando por aqui e por ali John Lydon, duas vezes com o PIL  e uma com os Pistols; Morrissey, duas vezes com os Smiths e uma solo; Lou Reed uma vez com o Velvet e outras duas solo; seu parceiro de Velvet underground, John Cale uma com a banda e outra solo; Neil Young , uma vez solo e uma com Crosby, Stills e Nash; a turma do New Order em seu "Brotherhood" e com o 'Unknown Pleasures" do Joy Division; e Iggy Pop 'solito' com seu "The Idiot" e com os ruidosos Stooges. E é claro, como não poderia deixar de ser, um dos maiores andarilhos do rock: Eric Clapton, por enquanto aparecendo em 3 oportunidades, duas com o Cream e uma com Derek and the Dominos, mas certamente o encontraremos mais vezes. E outra pequena particularidade, apenas para constar, é que vários artistas tem 2 álbuns fundamentais na lista (Massive Attack, Elvis, Stevie Wonder, Kraftwerk) mas apenas Bob Dylan e Johnny Cash colocaram dois seguidos, na colada.

No tocante à época, os anos ‘70 mandam nos A.F. com 53 álbuns; seguidos dos discos dos anos ‘80 indicados 49 vezes; dos anos ‘90 com 43 aparições; 40 álbuns dos anos ‘60; 11 dos anos ‘50; 6 já do século XXI; 2 discos destacados dos anos ‘30; e unzinho apenas dos anos ‘20. Destes, os anos campeões, por assim dizer são os de 1986, ano do ápice do rock nacional e 1991, ano do "Nevermind" do Nirvana, ambos com 10 discos cada; seguidos de 1972, ano do clássico "Ziggy Stardust" de David Bowie, com 9 aparições incluindo este do Camaleão; e dos anos do final da década de ‘60 (1968 e 1969) cada um apresentando 8 grandes álbuns. Chama a atenção a ausência de obras dos anos ‘40, mas o que pode ser, em parte, explicado por alguns fatores: o período de Segunda Guerra Mundial, o fato de se destacarem muitos líderes de orquestra e nomes efêmeros, era a época dos espetáculos musicais que não necessariamente tinham registro fonográfico, o fato do formato long-play ainda não ter sido lançado na época, e mesmo a transição de estilos e linguagens que se deu mais fortemente a partir dos anos 50. Mas todos esses motivos não impedem que a qualquer momento algum artista dos anos ‘40 (Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Cole Porter) apareça por aqui mesmo em coletânea, como foi o caso, por exemplo, das remasterizações de Robert Johnson dos anos ‘30 lançadas apenas no início dos anos 90. Por que não?

Também pode causar a indignação aos mais 'tradicionais', por assim chamar, o fato de uma época tida como pobre como os anos ‘90 terem supremacia numérica sobre os dourados anos 60, por exemplo. Não explico, mas posso compreender isso por uma frase que li recentemente de Bob Dylan dizendo que o melhor de uma década normalmente aparece mesmo, com maior qualidade, no início para a metade da outra, que é quando o artista está mais maduro, arrisca mais, já sabe os caminhos e tudo mais. Em ambos os casos, não deixa de ser verdade, uma vez que vemos a década de 70 com tamanha vantagem numérica aqui no blog por provável reflexo da qualidade de sessentistas como os Troggs ou os  Zombies, por exemplo, ousadia de SonicsIron Butterfly, ou maturação no início da década seguinte ao surgimento como nos caso de Who e Kinks. Na outra ponta, percebemos o quanto a geração new-wave/sintetizadores do início-metade dos anos ‘80 amadureceu e conseguiu fazer grandes discos alguns anos depois de seu surgimento como no caso do Depeche Mode, isso sem falar nos ‘filhotes’ daquela geração que souberam assimilar e filtrar o que havia de melhor e produzir trabalhos interessantíssimos e originais no início da década seguinte (veja-se Björk, Beck, Nine Inch Nails , só para citar alguns).

Bom, o que sei é que não dá pra agradar a todos nem para atender a todas as expectativas. Nem é essa a intenção. A idéia é ser o mais diversificado possível, sim, mas sem fugir das convicções musicais que me norteiam e, tenho certeza que posso falar pelos meus parceiros, que o mesmo vale para eles. Fazemos esta seção da maneira mais honesta e sincera possível, indicando os álbuns que gostamos muito, que somos apaixonados, que recomendaríamos a um amigo, não fazendo concessões meramente para ter mais visitas ao site ou atrair mais público leitor. Orgulho-me, pessoalmente, de até hoje, no blog, em 200 publicações, de ter falado sempre de discos que tenho e que gosto, à exceção de 2 ou 3 que não tenho em casa mas que tenho coletâneas que abrangem todas as faixas daquele álbum original, e de 2 que sinceramente nem gostava tanto mas postei por consideração histórica ao artista. Fora isso, a gente aqui só faz o que gosta. Mas não se preocupe, meu leitor eventual que tropeçou neste blog e deu de cara com esta postagem, pois o time é qualificado e nossos gostos musicais são tão abrangentes que tenho certeza que atenderemos sempre, de alguma maneira, o maior número de estilos que possa-se imaginar. Afinal, tudo é música e, acima de tudo, nós adoramos música.
Cly Reis

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PLACAR POR ARTISTA:
  • The Beatles: 3 álbuns
  • The Rolling Stones: 3 álbuns
  • David Bowie: 3 álbuns
  • Miles Davis: 3 álbuns
  • Pink Floyd: 3 álbuns

  • Led Zeppelin; Massive Attack, Elvis Presley, Siouxsie and the Banshees; Nine Inch Nails, The Who; The Kinks; U2; Nirvana; Lou Reed; The Doors; Echo and the Bunnymen; Cream; Muddy Waters; Johnny Cash; Stevie Wonder; Van Morrison; Deep Purple; PIL; Bob Dylan; The Cure; The Smiths; Jorge Ben; Engenheiros do Hawaii; Caetano Veloso; Gilberto Gil; Legião Urbana; Titãs e João Gilberto: 2 álbuns

PLACAR POR DÉCADA:
  • Anos 20: 1 álbum ("Bolero", Maurice Ravel)
  • Anos 30: 2 álbuns ("The Complete Recordings", Robert Johnson e "Carmina Burana", de carl Orff)
  • Anos 50: 11 álbuns
  • Anos 60: 40 álbuns
  • Anos 70: 53 álbuns
  • Anos 80: 49 álbuns
  • Anos 90: 43 álbuns
  • Anos 00:  6 álbuns

PLACAR POR ANO:
  • 1986 e 1991: 10 álbuns
  • 1972: 9 álbuns
  • 1968 e 1969: 8 álbuns
  • 1987 e 1969: 7 álbuns

PLACAR POR NACIONALIDADE (ARTISTAS):
  • EUA: 73
  • Inglaterra: 53
  • Brasil: 36
  • Irlanda: 4
  • Escócia: 3
  • Alemanha: 2
  • Canadá: 2
  • Suiça; Jamaica; Islândia; França; País de Gales; Itália e Austrállia: 1 cada



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

David Bowie - "Aladdin Sane" (1973)


'A Lad Insane'?
'A Land Insane'?
'Love Alladin Vein'?
Não,  'Aladdin Sane' apenas.
trocadilhos posíveis
idealizados para o nome do álbum

Readquiri ontem, depois de muito tempo apenas com algumas músicas dele numa coletânea 'geralzona', o ótimo "Aladdin Sane" de David Bowie, de 1973.
Cartilha do glitter rock e um dos melhores álbuns do Camaleão, "Aladdin Sane", o sucessor do clássico "The Rise and the Fall of Ziggy Stardust...", é praticamente uma continuação daquele, sem ser uma repetição ou uma imitação. É sim uma recriação. Por mais que seja bem glam, bem carregado nas guitarras assim como o outro, "Aladdin Sane" tem toda uma personalidade enquanto álbum, uma aura própria e uma  melodiosidade toda peculiar.
"Watch the Man" que abre o disco é um exemplo perfeito do glitter característico de Bowie; "Panic in Detroit" e "Cracked Actor" carregam nas guitarras em dois rockões empolgantes; "Time" é uma provocante balada de cabaré interpretada com maestria com aquele jeito Bowie, único, de cantar; e "The Jean Genie", outra das melhores do disco, é um bluesão fantástico e matador.
A faixa que dá nome ao álbum, por sua vez, é uma requintada e ousada composição onde a base chega a estacionar e parar, repetindo-se, para dar espaço a um admirável solo de piano. Piano que também é destaque na faixa final, "Lady Grinning Soul", uma melodia flamenca na qual o som das teclas alvi-negras parece deslizar por sobre a canção, fluindo líquido como se escorresse pelo seu interior.
Bowie apresenta-nos ainda uma cover muito legal de "Let Spend the Night Together" dos Rolling Stones , inclusive com uma inusitada pausa para distorções no finalzinho, o que dá um toque todo particular à versão.
Mais um grande disco deste cara que nunca cansou de nos surpreender. Que praticamente se renova a cada 2 ou 3 discos, sempre estando na vanguarda dos acontecimentos, tendências e costumes. E com este álbum não foi diferente
Bowie sempre atemporal.

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FAIXAS:
1."Watch That Man" 4:25
2."Aladdin Sane (1913-1938-197?)" 5:06
3."Drive-In Saturday" 4:29
4."Panic in Detroit" 4:25
5."Cracked Actor" 2:56
6."Time" 5:09
7."The Prettiest Star" 3:26
8."Let's Spend the Night Together" 3:03
9."The Jean Genie" 4:02
10."Lady Grinning Soul" 3:46

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Ouça:
David Bowie Aladdin Sane



Cly Reis

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

David Bowie - "The Rise and the Fall of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars" (1972)

"Ziggy tocava guitarra
Improvisando com Weird and Gilly
E os Aranhas de Marte"


Um gênio capaz de se reinventar constantemente, capaz de criar estilos, mudar conceitos, influenciar comportamentos, transformar a própria arte e a dos outros também, e tudo isso sem preder a própria identidade. Assim David Bowie vem atravessando década após década sempre inquieto e inovador. Este espírito desassossegado foi que fez com que em 1972, este artista multifacetado criasse uma das obras mais originais e marcantes da história do rock. Com "The Rise and the Fall of Ziggy Stardust & The Spiders from Mars", Bowie criou o artista dentro do artista, o mito por trás do mito, a banda dentro da banda, e acima de tudo, uma lenda.
Este marco do que viria a ser batizado de glam rock, traz um Bowie totalmente andrógino encarnando o personagem Ziggy Stardust; frontman de uma banda fictícia, um rockstar pirado; num álbum que funciona quase que como uma pequena ópera-rock na qual é contada e 'encenada' a trajetória de Ziggy.
Das faixas, destaque para o rock'n roll alucinante de "Suffragette City", a não menos empolgante "Star", a belíssima "Starman", que ganhou até versão em português (lembram de "Astronauta de Mármore" do Nenhum de Nós?), e para a clássica faixa que inspira o tema da obra, "Ziggy Stardust".

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Apenas a título de curiosidade, há pouco tempo atrás em uma lista de um site musical na Internet o álbum foi escolhido por gays ilustres do mundo da música e artes, o mais gay de todos os tempos. Ainda que eu ache que existem outros exemplares mais representativos na categoria, compreendo a escolha pelo apelo sexual do disco, a androginia e a homossexualidade declarada do cantor na época (e hoje desmentida pelo próprio Bowie), que inevitavelmente acabou por criar na época uma forte identidade dos homossexuais com a obra e com o artista.
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Também como curiosidade e informação adicional, o disco "Ziggy Stardust and the Spiders from Mars" ganhou duas reedições com extras e bônus, uma em 1990 com o acréscimo de cinco faixas, e outra em 2002, esta comemorativa dos 30 anos da obra, como CD duplo, sendo um deles só de demos, extras e raridades.

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E outra ainda: pra quem não conhece, a canção "Ziggy Stardust" tem uma regravação bem legal com a banda "gótica" Bauhaus. Vale conferir.

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FAIXAS (originais):
  1. " Five Years "- 4:43
  2. " Soul Love " – 3:33
  3. " Moonage Daydream " – 4:35 
  4. " Starman " – 4:16 
  5. " It Ain't Easy " (Ron Davies) – 2:56
  6. " Lady Stardust " – 3:20
  7. " Star " – 2:47
  8. " Hang on to Yourself " – 2:37 
  9. " Ziggy Stardust " – 3:13
  10. " Suffragette City " – 3:19
  11. " Rock 'n' Roll Suicide " – 2:57 
 todas as músicas de Bowie, exceto a indicada

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Ouça:
David Bowie The Rise and The Fall Of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars


Cly Reis

quinta-feira, 16 de julho de 2009

OS 100 MELHORES DISCOS DE TODOS OS TEMPOS

Coloquei no blog o primeiro da minha lista do melhores álbuns de todos os tempos e então agora resolvi listar o resto.
Sei que é das tarefas mais difíceis e sempre um tanto polêmica, mas resolvi arriscar.
Até o 10, não digo que seja fácil, mas a concepção já está mais ou menos pronta na cabeça. Depois disso é que a gente fica meio assim de colocar este à frente daquele, tem aquele não pode ficar de fora, o que eu gosto mais mas o outro é mais importante e tudo mais.
Mas na minha cabeça, já ta tudo mais ou menos montado.
Com vocês a minha lista dos 100 melhores discos de toda a história:



1.The Jesus and Mary Chain “Psychocandy”
2.Rolling Stones “Let it Bleed”
3.Prince "Sign’O the Times”
4.The Velvet Underground and Nico
5.The Glove “Blue Sunshine”
6.Pink Floyd “The Darkside of the Moon”
7.PIL “Metalbox”
8.Talking Heads “Fear of Music”
9.Nirvana “Nevermind”
10.Sex Pistols “Nevermind the Bollocks"

11.Rolling Stones “Exile on Main Street”
12.The Who “Live at Leeds”
13.Primal Scream “Screamadelica”
14.Led Zeppellin “Led Zeppellin IV
15.Television “Marquee Moon”
16.Deep Purple “Machine Head”
17.Black Sabbath “Paranoid”
18.Bob Dylan “Bringing it All Back Home”
19.Bob Dylan “Highway 61 Revisited”
20.The Beatles “Revolver”
21.Kraftwerk “Radioactivity”
22.Dead Kennedy’s “Freshfruit for Rotting Vegettables”
23.The Smiths “The Smiths”
24.The Stooges “The Stooges”
25.Joy Division “Unknown Pleasures”
26.Led Zeppellin “Physical Graffitti
27.Jimmy Hendrix “Are You Experienced”
28.Lou Reed “Berlin”
29.Gang of Four “Entertainment!”
30.U2 “The Joshua Tree”
31.David Bowie “The Rise and the Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”
32.David Bowie “Low”
33.My Bloody Valentine “Loveless”
34.The Stone Roses “The Stone Roses”
35.Iggy Pop “The Idiot”
36.The Young Gods “L’Eau Rouge”
37.The 13th. Floor Elevators “The Psychedelic Sounds of The 13th. Floor Elevators”
38.The Sonics “Psychosonic”
39.Ramones “Rocket to Russia”
40.The Beatles “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”
41.PIL “Album”
42.REM “Reckoning”
43.Love “Forever Changes”
44.Madonna “Erotica”
45.Grace Jones “Nightclubbing”
46.Pixies “Surfer Rosa”
47.Pixies “Doolitle”
48.Rolling Stones “Some Girls”
49.Michael Jackson “Off the Wall”
50.Michael Jackson “Thriller”
51.Beck “Odelay”
52.Nine Inch Nails “Broken”
53.The Fall “Bend Sinister”
54.REM “Green”
55.Neil Young and the Crazy Horse “Everybody Knows This is Nowhere”
56.Kraftwerk “Trans-Europe Expreess”
57.The Smiths “The Queen is Dead”
58.New Order “Brotherhood”
59.Echo and The Bunnymen” Crocodiles”
60.Prince “1999”
61.Morrissey “Viva Hate”
62Iggy Pop “Lust for Life”
63.Pixies “Bossanova”
64.Chemical Brothers “Dig Your Own Hole”
65.Prodigy “Music For Jilted Generation”
66.Van Morrisson “Astral Weeks”
67.Pink Floyd “Wish You Were Here”
68.Muddy Waters “Electric Mud”
69.Sonic Youth “Dirty”
70.Sonic Youth “Daydream Nation”
71.Nirvana “In Utero”
72.Björk “Debut”
73.Nirvana “Unplugged in New York”
74.Björk “Post”
75.Jorge Ben “A Tábua de Esmeraldas”
76.Metallica ‘Metallica”
77.The Cure "Disintegration"
78.The Police ‘Reggatta de Blanc”
79.Siouxsie and the Banshees “Nocturne”
80.Depeche Mode “Music for the Masses”
81.New Order “Technique”
82.Ministry “Psalm 69”
83.The Cream “Disraeli Gears”
84.Depeche Mode Violator”
85.Talking Heads “More Songs About Building and Food”
86.The Stranglers “Black and White”
87.U2 “Zooropa”
88.Body Count “Body Count”
89.Massive Attack “Blue Lines”
90.Lou Reed “Transformer”
91.Sepultura “Roots”
92.John Lee Hooker “Hooker’n Heat”
93.The Cult “Love”
94.Dr. Feelgood “Malpractice”
95.Red Hot Chilli Peperrs “BloodSugarSexMagik”
96.Guns’n Roses “Appettite for Destruction”
97.The Zombies “Odessey Oracle”
98.Johnny Cash “At Folson Prison”
99.Joy Division “Closer”
100.Cocteau Twins “Treasure”